Olá, meninas, Aqui vai mais uma obra sobre lobos, gostaria de deixar claro para turma do mimi não gosta não leia essa é uma obra que sai do contesto, nesse caso Aki a nossa adorável protagonista vai ter mais de um parceiro ela terá uma ligação com uma alcateia. estou adiantando para quem não gosta desse tipo de conteúdo ficar me enchendo o saco nos comentários. Eu fiz a obra assim e assim vai permanecer volto a reforçar quem não gosta não leia eu recebo muito pouco pra ficar lendo reclamação. E pra vcs minha lobinhas que ama o mundo Lycan e lobos se delícia que esse novo delírio meu rsrsrs Uma ótima leitura 🫰🏽🐺
Lya
Lya tem 26 anos. Fotógrafa recém-formada, vive em Nova York. Tem 1,68m de altura, pele clara, cabelos negros, corpo definido, sardas leves no nariz e olhos verdes que não pedem permissão — invadem. Ela sabe o efeito que causa. Sempre soube.
Fotografa moda, arte urbana, retratos estranhos de gente que não consegue posar. Mas, por trás da câmera, carrega algo mais forte que qualquer lente.
Há dois meses, conheceu Ícaro, um homem enigmático que vive na Suíça. Ele chamou atenção logo na primeira conversa — direto, inteligente, provocador. Trocavam mensagens curtas no início. Depois vieram as chamadas de vídeo longas, quase sempre noturnas. Havia tensão. Havia jogo. Mas também algo sincero.
Agora, ela decidiu ir. Vai embarcar no fim de semana para vê-lo pela primeira vez.
Só que Ícaro não sabe de tudo.
Lya tem um segredo. Um vício. Um impulso que ela mesma não entende por completo.
Ela tem uma compulsão sexual profunda. Intensa. Crônica. Já tentou se tratar, já tentou negar. Às vezes, pensa que está sob controle. Outras vezes, perde completamente a linha. Ela chama isso de A Fome — e quando A Fome vem, não há ética, afeto ou vergonha. Só necessidade.
O mais perigoso é que, ultimamente, A Fome tem aparecido mesmo quando ela quer amor.
Mesmo quando ela quer ser só… normal.
E Ícaro? Ele parece perfeito demais. O tipo de homem que escuta, que provoca sem invadir, que sabe onde tocar mesmo sem encostar.
Mas perfeição demais costuma esconder alguma coisa.
E Lya está prestes a descobrir que o encontro com ele vai acender mais do que desejo.
Vai acender o caos.
O relógio marcava quase meia-noite quando Lya finalmente fez a última foto do dia. A modelo, de pele dourada e expressão afiada, segurava o olhar fixo na lente enquanto Lya orientava:
— Vira o queixo um pouco. Isso. Agora segura o olhar. Mais firme... ótimo.
Click. Click. Silêncio.
A modelo relaxou os ombros, e Lya abaixou a câmera com um leve sorriso no canto da boca. Tudo certo. O trabalho para a campanha estava quase finalizado — mais um job entregue antes da viagem.
Na sala ao lado, Naomi, uma colega de estúdio que às vezes a ajudava com produção e iluminação, entrou encostando na porta com uma xícara de café na mão.
— Você vai mesmo embarcar nessa loucura? — perguntou, direta.
Lya nem hesitou.
— Vou.
— Até a Suíça? Sozinha? Pra encontrar um cara que você nunca viu?
Lya riu de leve e tirou os olhos da tela do computador.
— Não tenho nada a perder. E sei me defender muito bem. Se ele tentar bancar o engraçadinho, vai se arrepender.
A resposta veio firme. Quase ensaiada. Quase convincente.
Naomi fez uma careta cética e deu um gole no café. Mas não insistiu.
O que Lya não disse — e jamais diria em voz alta — é que não era só curiosidade ou tesão que a movia. Era algo mais fundo.
Algo dentro dela pedia para ir.
Não era racional. Era impulso. Um tipo de pressão interna que não cedia. Como se a viagem fosse um passo inevitável, como se as respostas que ela vinha tentando sufocar estivessem lá, naquele país estranho, naquele homem ainda desconhecido.
Ela salvou os arquivos do ensaio, desligou o monitor e olhou pela janela do estúdio. As luzes de Nova York piscavam no reflexo do vidro, vibrantes e indiferentes.
Lya sabia: o que quer que estivesse esperando por ela na Suíça... não era simples.
E ela não ia voltar igual.
O aeroporto estava lotado, mas Lya andava como se nada à sua volta a tocasse. Passos firmes, expressão calma. A mala de mão deslizava silenciosa ao seu lado. Olhares vinham de todos os cantos — homens, mulheres, até crianças. Mas ela já estava acostumada. Aquela atenção toda era como uma música de fundo que já não causava mais nenhum efeito.
Não precisava se arrumar demais pra isso acontecer. Com seus cabelos negros presos em um coque simples, jeans justo, jaqueta de couro e os olhos verdes escondidos atrás de óculos escuros, ela ainda era o tipo de mulher que fazia desconhecidos perderem o rumo por dois segundos.
No portão de embarque, checou o horário. Depois, abriu o tablet. As fotos do último trabalho ainda estavam frescas: luz natural, sombras duras, uma modelo com olhar afiado. Lya ampliava os detalhes, fazia pequenas anotações mentais, até a comissária avisar:
— Senhores passageiros, desliguem todos os aparelhos eletrônicos...
Ela suspirou, travou a tela e se acomodou na poltrona. O avião ganhou velocidade, e logo a cidade desapareceu abaixo das nuvens.
A primeira perna da viagem foi longa. O corpo começou a pesar, e as pernas pediam por movimento. Quando chegou à conexão, caminhou pelo terminal só para esticar. Passou por lojas que vendiam relógios caros, perfumes, chocolates suíços — mas não prestou atenção em nada.
Sentou num banco perto do próximo portão e pegou o celular.
Lya: Já vou embarcar de novo.
Ícaro (online): Tô contando as horas. Ansioso pra te ver de perto.
Ela olhou a mensagem por alguns segundos antes de responder. O coração apertou — não de medo, mas de algo mais primitivo. Instinto. Pressentimento.
Lya: Espero que esteja preparado.
Ícaro deixou o “digitando...” aparecer, sumir, aparecer de novo. Depois, nada. Mensagem visualizada. Silêncio.
Lya guardou o celular, se levantou, olhou o reflexo no vidro da sala de embarque. O voo final a esperava.
E ela sabia: a verdadeira viagem começaria ao pousar.
A cidade era pequena, encravada entre montanhas cobertas por névoa e um céu cinza que parecia nunca abrir. Chovia fino. O tipo de lugar que parecia parado no tempo — e naquele dia, o tempo parecia observar.
Lya desceu do avião direto para a área de desembarque, onde poucos rostos esperavam sob casacos pesados. Entre eles, um rapaz loiro, de corpo atlético, segurava uma placa simples com o sobrenome dela escrito à mão. Era Ícaro.
Ela o reconheceu de imediato. Mais alto do que nas chamadas de vídeo. Mais bonito, talvez. Mas alguma coisa... não clicou.
Ela parou por um segundo, observando de longe. Tinha esperado por esse momento por semanas. No entanto, agora que ele estava ali, de carne e osso, não sentia absolutamente nada. Nenhuma onda de excitação. Nenhum frio no estômago. Era como encontrar alguém que já conhecia... e de quem, estranhamente, já estava cansada.
Esse era o problema dela.
Se prendia rápido. Intensamente. Mas queimava o fogo antes mesmo de virar brasa.
Mesmo assim, ela não deixou transparecer. Ajeitou o casaco, puxou o melhor sorriso que tinha no rosto e caminhou em direção a ele.
Ele sorriu largo ao vê-la.
— Lya? — disse, abrindo os braços.
Ela encostou no peito dele, o abraçou, e emendou um beijo suave, quase mecânico. Ele retribuiu, envolvido na ideia que ainda vivia.
— Você é ainda mais linda pessoalmente — disse ele, com um brilho nos olhos.
Lya sorriu, segura.
— Você também não fica nada atrás.
Sem soltar sua mão, ele pegou a mala dela com a outra, como se fosse um casal antigo. Caminharam assim até o jeep preto que o esperava do lado de fora do pequeno terminal.
O carro tinha cheiro de couro e pinho. Ícaro abriu a porta para ela com cuidado. Fez questão de ajustar o cinto, como se aquele gesto fosse parte de um ritual íntimo.
Mas Lya olhava pela janela. As gotas de chuva escorriam no vidro, distorcendo o mundo lá fora.
Quinze dias, ela pensou.
Quinze dias com um homem que já não causava nada por dentro.
Então que sejam intensos.
Nem tudo precisa durar pra ser real.
Ela cruzou as pernas, ajeitou o casaco e olhou para ele com o mesmo sorriso de antes — mas agora, por dentro, A Fome acordava devagar.
E ela sabia: Ícaro não fazia ideia do que realmente estava levando pra casa.
Ícaro dirigiu por quase uma hora e meia. A estrada serpenteava entre colinas verdes, floresta fechada e algumas clareiras escondidas pela neblina. A chuva havia virado garoa fina. Dentro do carro, o som ambiente era a voz dela.
Lya falava com leve entusiasmo sobre os projetos de fotografia, sobre o mercado, os clientes, os sonhos de expor um trabalho autoral. Ele escutava com atenção — ou ao menos fingia bem. Fazia perguntas no tempo certo, sorria com interesse, comentava algo ou outro com o sotaque suave que ela achava quase hipnótico.
A conversa era boa.
Leve. Natural.
Quando chegaram, Lya se calou por um instante.
A vila era remota, silenciosa, cercada por árvores densas e uma montanha imensa ao fundo. Havia várias cabanas de madeira espaçadas entre si, cada uma com luzes discretas nas janelas. A frente da propriedade abria para uma trilha fina que levava à floresta.
Ela ficou parada, observando tudo como quem encontra uma locação perfeita sem querer.
— Isso aqui é lindo — disse, com um brilho genuíno nos olhos. — Ainda bem que trouxe minha câmera. Vai render fotos incríveis.
Ícaro sorriu.
— Eu sabia que você ia gostar.
Pararam diante de uma cabana mais afastada, de madeira escura e janelas amplas com cortinas grossas por dentro. Não era luxuosa, mas exalava aconchego. A lareira já estava acesa. Havia um sofá cinza largo, tapete de pelos, uma TV de tela fina, e uma cozinha americana impecavelmente arrumada, com prateleiras de madeira clara e utensílios pendurados com simetria quase artificial.
Uma escada estreita levava ao andar de cima, onde ele apresentou os dois quartos: o principal, com suíte — o dele — e o de hóspedes, igualmente bonito, com cama de casal e um banheiro no corredor.
Ele olhou para ela, talvez esperando alguma formalidade.
— Onde você quer ficar?
Lya o encarou por dois segundos a mais do que o necessário.
— Com você. No seu quarto.
Ele ficou em silêncio. Uma surpresa visível atravessou os olhos dele. Mas não protestou. Apenas assentiu, quase como se estivesse tentando entender se ela falava sério.
— Ok — disse. Pegou a mala dela e levou direto para o quarto principal.
Quando voltou, ela já estava descendo as escadas.
— Vamos comer alguma coisa? — perguntou.
— Claro.
Desceram juntos. A casa estava quente, protegida do frio que se intensificava lá fora. O cheiro de lenha queimando tomava conta do ambiente.
Lya se sentou no banco alto da bancada da cozinha e observou Ícaro preparar duas taças de vinho. Ele ainda parecia levemente confuso — ou talvez só impressionado com a presença dela ali, ao vivo, tão perto.
Mas ela sabia o que estava fazendo.
Ou pelo menos, achava que sabia.
E A Fome, quieta até agora, começava a se alongar por dentro, como um felino desperto.
Nas montanhas geladas, longe dos olhos comuns, havia um segredo antigo.
Nem mesmo os satélites civis captavam imagens precisas da área — não porque fosse impossível, mas porque não era permitido. As autoridades sabiam da existência daquela alcateia, mas nunca interferiram. Oficialmente, era "área de preservação ambiental".
Na prática? Zona de silêncio controlado.
Ali viviam dezesseis Lycans. Apenas machos.
Criaturas híbridas, meio homem, meio besta. Altos, fortes, belos — mas não de um jeito humano. De um jeito predador.
Mesmo em forma humana, não passavam despercebidos. Tinham presença militar, músculos densos, olhares que varriam o ambiente em segundos. Porém, o mais assustador era o silêncio.
Moviam-se como sombras.
Camuflavam-se como parte da floresta.
Eles não atacavam por impulso, mas não toleravam ameaças.
E sabiam exatamente onde cada equipe de pesquisa estava. Sempre.
Na base da encosta norte, uma unidade científica operava em segredo. Pesquisadores, biólogos, agentes paramilitares disfarçados. Tentavam estudar o comportamento da alcateia — ou, ao menos, sobreviver perto dela. Haviam captado registros térmicos, traços de DNA no solo, fragmentos de pelagem — mas nunca uma imagem clara.
A tensão no acampamento era constante.
A qualquer momento, tudo poderia terminar.
A líder da equipe, Dra. Elena Voss, já alertara:
> — Um passo errado, uma presença não autorizada, e todos aqui viram carne.
E o pior?
Ultimamente, os Lycans estavam mais agitados.
Pistas recentes mostravam movimento incomum. Marcas de rastreamento indicavam que alguém novo havia entrado no território deles. Alguém diferente.
Ou uma visitante que não fazia ideia de onde estava pisando.
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