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ELA PERTENCE AO VILÃO

CAPÍTULO 1

📖 CAPÍTULO 1 – O COMEÇO DA MENTIRA

Ela tinha apenas dezoito anos quando a vida arrancou tudo.

O carro capotou três vezes na estrada gelada de Vermont. O que sobrou dos pais de Valentina Monroe chegou em sacos lacrados. A menina de olhos grandes, então apenas uma caloura da NYU, viu sua juventude ser enterrada junto com o caixão de seus heróis. E com eles, foi também qualquer traço de inocência ou esperança em contos de fadas.

Aos dezoito, não era mais filha.

Aos vinte e dois, já era CEO.

Aos vinte e cinco, esposa.

Mas nunca… mulher amada.

Nem ela mesma conseguia entender por que havia dito sim tão rápido. Às vezes, nem lembrava direito como aquele homem entrou em sua vida — só sabia que, quando percebeu, já estava usando um anel de noivado, cercada por flashes, sorrisos falsos e promessas vazias.

Sim, ela se casou por carência.

Por solidão.

Por medo.

E porque Gavin Cole era o tipo de homem que sabia exatamente onde cutucar para entrar.

Valentina tinha herdado um império antes de ter sequer um diploma. A empresa da família, Monroe Sustainable Developments, era o que restava do seu legado. Ela se formou em Administração e Sustentabilidade com honras, sem férias, sem pausa, sem tempo para respirar. Tudo o que fazia era estudar, trabalhar, provar que merecia o que havia herdado.

E foi numa conferência de negócios em Manhattan — o tipo de evento onde ela sempre era tratada como uma "garotinha rica demais para saber o que está fazendo" — que ela conheceu Gavin.

Alto, bem-vestido, elegante. Especialista em finanças sustentáveis, apresentado como o “novo gênio da reestruturação fiscal de projetos verdes”. Ele falava bem, ouvia melhor ainda, e a olhava como se ela fosse mais do que apenas uma herdeira.

Era a primeira vez em anos que alguém a fazia sentir… vista.

— “Você é mais inteligente que todos os homens dessa sala, Valentina.” — ele disse no segundo encontro, com um sorriso que misturava adoração e respeito.

— “Me chama só de Val.” — ela respondeu, sentindo o coração vacilar como se ainda tivesse dezoito anos.

Gavin não forçava, não corria. Ele oferecia apoio. Sempre aparecia nos momentos certos: com um café quando ela atrasava o almoço, com um ombro quando ela chorava escondida no banheiro do escritório, com palavras doces quando o mundo a tratava como uma pedra preciosa trincada.

E, como todo bom manipulador, ele usou isso para entrar.

Devagar. Preciso.

Com beijos educados, flores em datas inesperadas, e elogios nas entrelinhas.

Três meses depois, a proposta.

— “Você precisa de alguém que cuide de você, Val. Eu estou aqui. Deixa eu ser esse alguém.” — ele disse com o anel em mãos, dentro de um restaurante fechado só para eles no alto do Empire State.

Ela disse sim.

Disse sim por carência, por medo de acabar sozinha, por acreditar que talvez o mundo ainda tivesse algo bom reservado a ela.

Mas o que ela não sabia…

É que Gavin era apenas um boneco — e a mão que o manipulava estava escondida no submundo.

Um nome que ela ainda não conhecia.

Um homem que comandava a cidade por trás de uma máscara.

Um demônio esperando ela acordar.

O casamento aconteceu em uma vinícola chique em Long Island, cercado por personalidades do mundo empresarial e político. A imprensa o chamou de "o casal do futuro", a união perfeita entre a sustentabilidade e a inovação financeira.

Valentina, com um vestido Vera Wang sob medida e um sorriso treinado, achava que finalmente tinha conseguido algo para chamar de seu.

Mas a noite de núpcias foi o primeiro alerta.

Gavin não a tocou.

Deitou-se ao lado dela como quem se deita com um fantasma.

Deu-lhe um beijo na testa. E dormiu.

Sem sequer dizer “você está linda”.

Ela pensou que talvez ele estivesse nervoso.

Ou cansado.

Ou talvez… talvez o problema fosse com ela.

Afinal, não é isso que garotas quebradas sempre pensam?

Três anos se passaram desde então.

Ela já havia decorado o som das desculpas.

As ausências longas por “viagens de negócios”.

As críticas diárias — "Seu cabelo está estranho hoje."

“Essa espinha está enorme.”

“Tá comendo demais, Val.”

E o pior: os olhos vazios durante o sexo.

Quando havia sexo.

Ele nunca tirava sua roupa.

Levantava sua saia como se ela fosse um brinquedo.

Enfiava-se nela com brutalidade mecânica.

Perguntava se ela gozava…

E ela mentia.

Sim, ela mentia.

Porque preferia carregar a dor sozinha do que lidar com a reação dele.

Na única vez em que perdeu o controle e disse a verdade — “seu pau é fino, Gavin” — ele a estapeou no rosto.

Mas ela revidou.

— “Eu não sou sua boneca, Gavin. Encoste em mim de novo e eu quebro seus dentes.”

Ele chorou.

Pediu desculpas.

Prometeu que nunca mais.

E nunca mais encostou.

Nem com brutalidade, nem com desejo.

Nunca mais.

Agora, aos 28 anos, Valentina Monroe tinha tudo.

Tudo menos amor.

Tudo menos prazer.

Tudo menos paz.

E naquela manhã chuvosa em que olhou seu reflexo no espelho do closet, ela se deu conta:

Ela não era mais uma mulher viva.

Era apenas… uma estátua em um castelo de vidro.

Mas ela ainda não sabia…

Que sua história estava prestes a ser reescrita.

Por um homem que ninguém ousava enfrentar.

Um homem que vestia preto, falava pouco…

E que todos chamavam apenas de "o Mascarado".

CAPÍTULO 2

📖 CAPÍTULO 2 – A CASA SEM CORAÇÃO ❤️

O silêncio da cobertura era cortante.

Não havia música, não havia vozes, não havia sequer o som de passos. A casa era um espaço de mármore, vidro e vazio — grande demais para o que existia ali dentro: um casamento sem alma e uma mulher que vivia pela metade.

Valentina Monroe havia se casado aos vinte e cinco anos hoje, aos vinte e oito, ela não sabia mais o que era dormir com paz, acordar com carinho ou ouvir uma única frase sincera do homem com quem dividia uma cama — ou pelo menos, o mesmo teto.

A relação com Gavin era o retrato perfeito de uma mentira elegante.

Eles jantavam com políticos e empresários, trocavam sorrisos em frente às câmeras, faziam questão de parecer o casal ideal. Mas quando chegavam em casa, viravam dois estranhos.

Ela dormia de um lado.

Ele dormia do outro.

Às vezes, em quartos separados.

Às vezes, na mesma cama — mas sem se tocarem, como dois corpos em luto.

Valentina já havia tentado consertar.

No início, insistiu em jantares, viagens, conversas.

Tentou terapia de casal.

Tentou lingerie.

Tentou amor.

Mas Gavin sempre mantinha o mesmo tom entediante, frio, prático.

— “Você dramatiza demais.”

— “Tem mulher implorando pra ter o que você tem.”

— “Você quer amor, Valentina? Compra um cachorro.”

Ela parou de tentar.

---

Na empresa, era diferente.

Ali, Valentina era temida.

Vestia preto, falava com firmeza, comandava salas de executivos com um simples olhar.

Era CEO da Monroe Sustainable Developments, a incorporadora verde mais promissora de Nova York.

Mas toda a força que exibia nos corredores era uma armadura.

Quando as luzes se apagavam, ela era só uma menina órfã tentando ser mulher demais para um mundo que só queria usá-la.

No fundo, ainda carregava os traumas que nunca tratou.

A morte dos pais.

A pressão de administrar uma empresa aos 22 anos.

O medo de fracassar.

E o erro de ter confiado no homem errado.

Gavin surgiu quando ela estava no auge da solidão.

---

Ela o conheceu em um congresso de sustentabilidade, pouco depois de ter assumido o controle total da empresa. Estava cansada, sobrecarregada, emocionalmente exausta — e ele surgiu como quem oferece abrigo em meio a uma tempestade.

Era bonito, articulado, educado.

Falava tudo que ela precisava ouvir:

— “Você não tem que carregar tudo sozinha.”

— “Eu admiro o que você faz, Valentina.”

— “Seu pai estaria orgulhoso.”

Ele falava como um homem que entendia.

Como alguém que via mais do que a executiva.

E por um tempo… ela acreditou.

Três meses depois, Gavin a pediu em casamento.

A joia era linda.

O jantar exclusivo no Empire State foi digno de cinema.

Ela disse sim.

Porque não tinha mais ninguém.

Porque estava cansada de ser forte.

Porque queria acreditar que merecia ser amada.

---

Mas o tempo se encarregou de mostrar quem ele era de verdade.

As palavras doces sumiram.

Os toques se tornaram raros.

Os olhares... inexistentes.

Ele não a desejava.

Quando fazia sexo com ela — nas raras vezes — era mecânico.

Levantava sua saia, colocava-a de costas, e a penetrava como quem resolve uma tarefa.

Não dizia “eu te amo”.

Não dizia nada.

Uma vez, ela teve coragem de questionar:

— “Por que você não me toca de verdade?”

Gavin respondeu, sem emoção:

— “Porque você é boa demais pra mim? Ou porque engordou cinco quilos?”

Ela engoliu seco.

Deitou no banheiro.

Chorou sozinha até dormir.

---

Certa noite, depois de uma reunião tensa na empresa, ela tentou conversar.

— “Gavin, a gente não se olha mais.”

— “Isso é casamento, Valentina. Não estamos num filme romântico.”

— “Você não me deseja.”

— “Desejo. Só não preciso ficar babando por você o tempo todo.”

— “Você já me olhou nua e sorriu?”

— “Você quer mesmo que eu responda isso?”

Ela fechou a porta do quarto.

E ele nem foi atrás.

---

A única presença verdadeira em sua vida era Aria.

Aria Thompson. Arquiteta, amiga desde a faculdade.

Linda, ousada, livre.

A única que ousava falar com Valentina como gente — não como símbolo.

— “Você vive como uma boneca de porcelana, amiga.”

— “Não fala isso.”

— “Tô falando porque te amo. Você tá presa num casamento que te apaga. E não faz nada.”

Valentina sempre dava de ombros.

Mas Aria via além. Sempre via.

— “Você precisa fazer algo por você. Qualquer coisa. Quebre uma regra, pinte o cabelo, beije um estranho. Vai pra uma boate. Sei lá.”

— “Eu não sou esse tipo de mulher.”

— “É. Mas deveria ser. Porque essa mulher que você é hoje… vai morrer por dentro se continuar aí.”

Valentina não respondeu.

Mas aquela frase ficou.

---

Naquela noite, deitada sozinha em sua cama enorme, ela olhou para o teto e se perguntou:

*“E se eu continuar assim por mais cinco anos?”*

*“E se essa versão vazia de mim for tudo que me resta?”*

*“E se ninguém nunca me amar de verdade?”*

Ela sentiu os olhos encherem de lágrimas.

E pela primeira vez em muito tempo… deixou que elas caíssem.

Chorou em silêncio.

Sem alarde.

Sem drama.

Apenas como uma mulher que se deu conta de que foi enganada.

E que, pior que ser traída por alguém…

É ser traída por si mesma.

CAPÍTULO 3.

📖 CAPÍTULO 3 – GOZO MENTIROso

O relógio marcava 23h14.

Valentina Monroe estava na cama, com o rosto voltado para o teto branco e frio do quarto principal da cobertura.

Vestia uma camisola de seda cor pérola, sem renda, sem decote. Nada provocante. Só conforto.

Os olhos ardiam. A pele estava sensível. A alma... anestesiada.

Gavin entrou no quarto sem dizer uma palavra.

O cheiro do whisky veio primeiro. Depois o som dos sapatos sendo chutados no chão. Ele não estava bêbado. Só... entediado. Como sempre.

Como se o corpo da própria esposa fosse apenas uma extensão da mobília.

Algo que se usa quando precisa. Algo que se ignora quando não convém.

Ela sentiu o colchão afundar do lado dele.

Não olhou. Nem se moveu.

Ele passou a mão na perna dela, puxou a barra da camisola com impaciência e a empurrou de lado, como se moldasse um boneco.

— “Deita de costas,” ele ordenou, a voz grave, sem afeto.

Ela obedeceu.

Sem uma palavra.

Apenas virou o corpo e fechou os olhos.

Gavin não a beijou.

Não tirou sua roupa.

Não a tocou com carinho.

Apenas abriu o zíper da própria calça, se posicionou entre as coxas dela pegou o lubrificante e lambuzou o seu membro o deixando bem molhado para não machucar, e a penetrou de uma vez. Rápido. Cru. Frio.

Como se o sexo fosse uma punição — ou um lembrete de que ela era dele, mesmo sem desejo.

Valentina não gemeu.

Não reagiu.

Ele segurou seus quadris com força, empurrando como se fosse sozinho no ato.

Ela apenas olhava o teto, esperando passar.

Contando as rachaduras invisíveis.

Respirando fundo.

— “Tá apertadinha hoje, hein?” — ele murmurou com um riso debochado.

— “Ficou com saudade do meu pau, é isso?”

Ela engoliu em seco.

— “Gozou, Valentina?” — ele perguntou, com a respiração pesada.

— “Gozou gostoso, porra?”

Ela mentiu.

Como sempre.

— “Gozei, sim…” — a voz saiu baixa, morna, apagada.

— “Boa garota.” Já foi vê para tirar o CHIP eu quero um filho Valentina — ele disse, e com mais três estocadas, terminou dentro dela.

— Já fui, ela disse um pouco ofegante pois ele estava indo rápido e forte, seu corpo balançava bastante. Mais ela mentiu ela não tinha ido tirar o CHIP.

Ele ficou ali por segundos, ainda enterrado, respirando como um homem que acabou de descarregar o próprio ego. Depois saiu, limpou-se com o lençol e foi direto ao banheiro.

Valentina continuou deitada.

As coxas molhadas.

O coração seco.

Ela não chorava mais.

Nem sentia raiva.

Apenas… existia.

---

Enquanto ouvia o som do chuveiro, sua mente foi puxada para o passado.

Para o dia em que ele a bateu.

A única vez.

---

Ela havia saído com Aria para um evento de mulheres líderes. Estava linda. Usava um vestido vermelho justo, batom escuro, salto alto. Quando chegou em casa, Gavin estava deitado no sofá, com o controle remoto na mão e uma garrafa pela metade.

— “Foi caçar homem, foi?” — ele disse, com desdém.

— “Fui representar minha empresa. Coisa que você nunca faz.”

— “Tá se achando gostosa agora?”

— “Tô me achando tudo que você não sabe valorizar, Gavin.”

Ele se levantou.

Andou até ela com os olhos injetados.

Ela não recuou.

— “Você quer mesmo saber?” — ela disse, encarando. — “Sabe por que você nunca me toca direito? Porque seu pau é fino. Tão fino quanto sua personalidade.”

O tapa veio com força no rosto dela.

O som seco ecoou pelo hall.

Mas ele não esperava o que veio depois.

Valentina caiu de joelhos por segundos, mas levantou com os olhos cheios de fúria.

— “Você me bateu, seu merda?” — ela cuspiu. — “Achou que eu era o quê? Sua boneca? Sua cadela de estimação?”

E ela revidou.

Um soco fechado bem no queixo dele.

Ele cambaleou para trás, chocado. Não com a dor — mas com o fato de que ela revidou.

— “Nunca mais encosta em mim assim. Nunca.” — ela gritou. Eu não sou sua boneca Gavin

— “Porque se fizer, eu vou te enterrar com as próprias mãos. E ninguém vai saber.”

Gavin ficou em silêncio. Chorou depois.

Pediu desculpas. Implorou.

Disse que estava bêbado, estressado, arrependido.

E ela acreditou — ou quis acreditar.

Ele nunca mais levantou a mão.

Mas também... nunca mais a tocou com desejo.

---

A água do chuveiro parou.

Ela voltou ao presente.

Valentina se levantou devagar.

Foi até o closet, pegou outra camisola, entrou no quarto de hóspedes e trancou a porta.

Ali, ela se despiu.

Entrou no banho, deixou a água escorrer pela pele e se abraçou.

Não chorou.

Mas também não sentiu nada.

No espelho, depois, olhou para o próprio corpo.

Ainda bonito. Ainda jovem.

Mas cada vez mais apagado.

Gavin a fazia sentir como um objeto de vidro — útil, bonito à vista, mas inútil por dentro.

Ela pegou o celular.

Abriu a conversa com Aria.

Escreveu:

> *“Eu preciso fazer alguma coisa por mim. Qualquer coisa.”*

E antes de se arrepender, apertou enviar.

Porque naquela noite, Valentina Monroe decidiu:

Ou ela quebrava as regras…

Ou as regras quebrariam ela.

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