Eu já não sei mais o que fazer! Ele não para de chorar.
Já tentou dar mamadeira? Ele ainda é um bebê. Deve estar com dois aninhos, pobrezinho.
O que os policiais disseram?
Só fui informada que a família toda morreu no acidente.
Coitadinho, ficar órfão assim tão cedo.
Quelo o bebê, dá o bebê pro neném.
Será que tinha mais um bebê no acidente?
Não sei! O policial só me disse que ele era o único sobrevivente.
Eu estou com ele no colo há mais de duas horas, o meu braço está cansado, ele é bem grande.
Coloque no berço.
Já tentei! O berreiro fica maior.
Me daqui, eu tive uma ideia, sabe aquela garotinha recém nascida que foi deixada aqui na porta ontem?
Sim, o que tem ela?
Ela é um bebê, vamos colocar os dois juntos no berço, quem sabe ele se acalme.
A funcionária do orfanato, pega a bebê e leva para o berço com o garoto, ele nem abre os olhos, cansado de tanto chorar, passo o braço protetor por cima da bebê, aconchegando o seu corpinho ao dela, que suspira feliz e os dois dormem.
Não acredito! Deu certo!
Creio que ele tinha um irmão ou irmã.
E assim elas fizeram todos os dias, o garotinho de dois anos, só se acalmava na presença da bebê.
SEIS ANOS DEPOIS
Amelie _ Austin? Austin? Você não acredita! Eles gostaram de mim, eu serei adotada, terei uma mamãe e um papai.
Austin _ Parabéns!
Amelie _ Você está triste?
Austin _ Estou preocupado. Quem vai cuidar de você agora?
Amelie _ O meu novo papai e a minha nova mamãe! Vou ficar com saudades de você!
Austin _ Eu também terei saudades. Vou ficar aqui sozinho.
Amelie _ Eu vou perguntar para a minha nova mamãe, se posso ter um irmãozinho.
Austin _ Eu não sou o seu irmão, sou seu namorado.
Amelie _ A Agnes disse que não podemos namorar, somos crianças.
Austin _ Você é a única pessoa que eu amo nesse mundo todo.
Amelie _ Você não conhece o mundo todo!
Austin _ Mesmo quando crescer e puder sair daqui, ainda assim vou amar você.
Amelie _ De qualquer forma vou pedir a ela para te adotar. Podemos crescer juntos, não vamos nos separar.
Austin _ Hum
Amelie _ O que está fazendo?
Austin _ Escrevendo as nossas iniciais nessa árvore.
Amelie _ Me dê o canivete.
Austin _ O que vai fazer?
Amelie _ Só as nossas iniciais não significam nada. Vou fazer um coração. Agora sim, Amelie ama Austin para sempre!
Austin _ O primeiro A é o meu! AUSTIN AMA AMELIE PARA SEMPRE.
A despedida foi dolorosa, mas ele sabia que era melhor para ela ter uma família. Ela foi feliz com uma mala pequena nas mãos e a cabeça cheia de sonhos de finalmente pertencer a uma família.
Amelie _ Não chore Austin, prometo que vou voltar para te buscar.
E depois de seis meses, Amelie foi devolvida ao orfanato. Mas ela já não era a garotinha feliz que saiu dali. Era uma garotinha que teve os seus sonhos pisados, a única alegria em sua vida era rever o seu amigo Austin.
Austin _ Amelie! Você voltou ! Agora posso ser feliz de novo.
Ela dá um passo para trás e não deixa que ele a abrace.
Austin _ O que foi? Não sentiu a minha falta?
Amelie _ Muito, Austin, chorei muito, pois você não estava lá.
Austin _ Eu fiquei esperando, mas a sua nova mãe não quis me adotar, não é mesmo?
Amelie _ Não, não quis, e você não sabe a sorte que teve.
Austin _ O aconteceu com você lá? Você parece muito triste!
Amelie _ Nada! Austin? Você pode me abraçar agora?
Ele a abraça e ela chora no ombro dele, molhando a sua camisa e nesse dia, Austin decide que sempre vai proteger Amelie, ninguém nunca mais vai fazer a sua melhor amiga chorar.
Com paciência e amor Austin consegue fazer com que Amelie conte o que aconteceu. E os dois choram juntos abraçados embaixo da árvore deles.
Ele promete a ela que nunca vai abandoná-la.
Mas o mundo, infelizmente, não é como gostaríamos que fosse.
Dois anos depois, um parente dele, finalmente o encontra, o seu avô mora em outro país, e os advogados o levam para viver com o avô materno.
Austin _ Eu não vou sem a Amelie!
Agnes_ Infelizmente, você não pode levá-la. Quem sabe se você explicar ao seu avô o que ela significa para você, ele a adote e mande buscá-la.
Os dois sentam-se embaixo da árvore conversando.
Austin _ Não deixe ninguém adotar você!
Amelie _ Nunca mais! Não quero passar por aquilo de novo.
Austin _ Eu vou falar com o meu avô e assim que ele aceitar eu mando te buscar.
Amelie _ E como vou saber que é você mesmo? Se só o advogado vier como agora?
Austin _ Vamos combinar uma senha secreta que só nós dois saberemos, se a pessoa não falar a senha, você não vai.
Amelie _ Qual a senha?
Austin _ Embaixo da figueira dois corações vão se amar para sempre.
Amelie _ Está bem! Mesmo que demore, não vou esquecer.
Mas na hora da despedida, os dois se sentem angustiados, Austin sabe que não pode deixar a sua amada desprotegida, ele já tem quase onze anos e já sabe que o mundo é cruel.
Austin _ Eu tive uma ideia! Você vai comigo.
Amelie _ Como assim eu vou com você?
Austin _ O advogado trouxe uma mala grande e algumas roupas para mim. Vou deixar as roupas para trás e você vai na mala.
Amelie _ A Agnes disse que a Europa é longe, como vou ficar o tempo todo na mala, sem água e sem comida?
Austin _ Vai ao banheiro e faça todo o xixi que você puder. Eu vou na cozinha pegar algo para você comer na viagem.
Ele vai pegar água e comida a coloca na mala e diz para ela ficar quieta.
O plano das duas crianças, dá certo até o aeroporto, contudo a bagagem tem que ir separada. O menino se recusa a soltar a mala e o advogado, acostumado com crianças, o convence que sua mala ficará mais segura no compartimento de bagagem.
A mala vai para a esteira e os dois esperando o embarque são cercados pela polícia do aeroporto. Sequestro de criança.
Depois de explicada aos policiais a traquinagem das crianças, a menina é entregue ao conselho tutelar à espera de alguém do orfanato, e o garoto vai embora chorando, sem poder nem dar um último abraço na amiga. Ele grita angustiado do portão de embarque.
Austin_ Amelie não me esqueça, eu nunca vou esquecer você!
AMELIE
A minha vida sempre foi essa sequência de altos e baixos. Esperei o Austin por muito tempo, ele não veio como eu sabia que não viria. É sempre assim, fazemos planos, mas os planos nunca dão certo.
Não deixei mais ninguém me adotar, mas quando fiz treze anos, ainda no orfanato, nós íamos para uma escola pública e lá conheci a melhor pessoa do mundo, a minha professora de música. Ela me amou desde o primeiro instante, e eu a ela, é uma mulher incrível, eu comecei a visitá-la sempre depois da aula, com a permissão da Agnes, mas antes me certifiquei que ela não tinha marido. Nos tornamos melhores amigas, e eu gostava do piano, aprendi muito com ela e já não me sentia tão sozinha.
Um dia ela perguntou porquê eu não queria ser adotada, então disse o de sempre, estava esperando o Austin. Ela me disse que queria me adotar, e eu acabei concordando, mas antes fiz a Agnes prometer que daria o meu novo endereço para o Austin.
Moramos em Connecticut até conseguir bolsa na escola de música mais conceituada do país. The Juilliard School em Nova York. Me apavorei, eu não queria de jeito nenhum sair de perto dela. Mas ela fez a minha inscrição com um vídeo de uma peça musical que eu mesma compus e toquei ao piano.
E pela segunda vez eu contei o que aconteceu quando fui adotada. O homem que me acolheu como filha abusou de mim, com apenas seis anos. Aconteceu até a mulher dele, o pegar saindo do meu quarto, eu não sei o que aconteceu entre os dois, mas no dia seguinte, ela disse que ia me devolver para o orfanato, desde que eu nunca contasse para ninguém o que aconteceu. Se eu abrisse a boca ela mandaria me buscar e deixaria ele fazer o que quisesse comigo. Então eu mantive segredo.
A Mabel, minha mãe, ficou indignada, queria abrir um processo contra ele, mas eu não queria ser exposta dessa maneira, e sei que não ia adiantar nada, era a palavra de uma órfã, adotada por uma professora pobre, contra a palavra de um magnata poderoso.
Ela não me deixou perder a bolsa na Juilliard, deixou a vida dela por mim, e nos mudamos para Nova York.
Ainda moramos juntas, terminei a escola e faculdade na Juilliard e agora faço curso de graduação e toco na orquestra filarmônica de Nova York.
Ainda estou no começo da carreira, mas a minha mãe sempre apostou em mim, diz que eu serei uma grande pianista.
Esse verão terei a oportunidade de me apresentar a uma grande multidão. Teremos um concerto de música clássica no Park. E o maestro nos disse que virá um grande pianista de fama Internacional ouvir a nossa orquestra, e quem sabe ele goste e convide alguém do nosso grupo para tocar com ele.
Estava em casa sentada ao piano e lembrei do Austin, que saudades tenho dele. Até hoje nem um namorado eu tive, já passei por psicóloga, minha mãe acha que tenho algum trauma dos homens, mas eu digo para a psicóloga e para a minha mãe, eu não tenho trauma, só não quero namorar por hora.
Não vou dizer que o que aquele monstro fez não me marcou, sim, marcou, mas eu já esqueci, ou senão esqueci, procuro não pensar, ele não merece nem sequer o meu pensamento.
Mabel _ Isso foi lindo!
Viro para ela que está chorando.
Amelie _ Porquê está chorando?
Mabel_ Não sei! Essa música me tocou fundo. Você a compôs?
Amelie _ Só estava brincando com o pensamento longe.
Mabel _ Ainda bem que comprei esse aparelho que grava tudo que é tocado no piano. Vou reproduzir para você ouvir.
Amelie _ Essa é a música que sempre ouço nos meus sonhos, mas nunca consigo me lembrar para tocar.
Mabel _ Escreva para não esquecer. Será que é original ou você já ouviu em algum lugar?
Amelie _ Eu não sei se já ouvi, mas nos meus sonhos ela sempre toca.
Eu escrevo as notas que acabei de tocar.
Mabel _ Pode tocar no concerto de verão.
Amelie _ Não posso me arriscar assim. E se já ouvi antes e não lembro? Posso ser acusada de plágio. Você já ouviu?
Mabel _ Acho que não! Mostre ao seu professor e pergunte se ele conhece.
Amelie _ Qualquer dia eu mostro, agora preciso ir, não quero me atrasar para o ensaio.
Chega o dia tão esperado do concerto no Park
Eu toquei com a alma, fomos muito aplaudidos, depois de terminar o concerto, combinei com a minha mãe de encontrá-la no lado esquerdo do palco e me dirigi para lá.
Um homem segura o meu braço e eu puxo, antes mesmo de olhar quem é.
Homem _ Amelie?
Amelie _ Eu te conheço?
Homem _ Se não me reconhecer vou ficar magoado.
Ele me dá um sorriso charmoso
Amelie _ Austin?
Austin _ Sim, sou eu!
Amelie _ Eu reconheci os seus olhos azuis.
Austin _ Eu não sabia que tocava.
Amelie _ Aprendi! Como me reconheceu?
Austin _ Fui ao orfanato e me disseram que você veio para Nova York estudar na Juilliard, como o concerto é de alunos, resolvi tentar a sorte.
Amelie _ Esperei por você por muito tempo!
Austin _ Éramos crianças, quando fui para a França viver com o meu tio
Amelie _ Não era avô?
Austin _ Sim, avô, é que ele morreu logo, e fiquei com meu tio.
Amelie _ Eu preciso encontrar a minha mãe.
Austin _ Soube que foi adotada que bom.
Eu olho para ele e penso que realmente, ele esqueceu tudo a meu respeito.
Austin _ Você vai me dar seu telefone não é mesmo?
Senti tanto a falta dele que achei que o sentimento seria instantâneo, quando nos víssemos novamente.
Austin _ Está pensando muito, não gostou de me rever?
Amelie _ Claro que sim! Você foi o meu melhor amigo e confidente. Está bem, anota o meu número.
Ele tira o celular e grava o meu número e já me liga.
Austin _ Só para ter certeza de que você não me deu o número errado.
Amelie _ E, porquê daria?
Austin _ Já se passou muito tempo.
Amelie _ Sim, acho que sim. Nem nos conhecemos mais.
Austin _ Podemos nos conhecer de novo.
Amelie _ Podemos.
Austin _ Vou te ligar e saímos para conversar.
Amelie _ Tchau, preciso ir.
Vou encontrar a minha mãe com um sentimento de estranheza.
Mabel_ Quem era o rapaz conversando com você? Só o vi de costas.
Amelie _ O Austin.
Mabel _ O Austin? O seu Austin?
Amelie _ Ele não é o meu Austin, nem parecia o meu amigo de antes.
Mabel _ Normal, ele tinha quantos anos a última vez que se viram?
Amelie _ Eu tinha oito e ele dez.
Mabel _ Você mudou e é lógico que ele mudou também. Vão se ver outra vez?
Amelie _ Sim, ele ficou de ligar.
Mabel _ A propósito, você estava incrível lá, mas não tocou a sua música.
Amelie _ Eu ainda não pesquisei, se ela existe ou é minha.
Mabel_ Eu me senti mal e um rapaz me ajudou. Ele foi buscar ajuda, mas já estou melhor.
Amelie _ Tem certeza mãe?
Mabel_ Tenho, creio que foi a emoção de ver você no palco.
Vamos embora conversando e vou me lembrando do Austin. A alegria de revê-lo aos poucos, vai me invadindo. Ele está tão lindo. Sempre foi um menino bonito, eu amava aqueles olhos e adorava a covinha do queixo, mas agora ele está de tirar o fôlego.
Não vejo a hora de revê-lo.
(Foto tirada da Internet)
AMELIE
O Austin me ligou naquele mesmo dia e combinamos de sair para jantar.
Mabel _ Você está pronta?
Amelie _ Já troquei de roupa três vezes, estou muito nervosa.
Mabel_ Nervosa porque é o seu primeiro encontro ou nervosa porque é o Austin?
Amelie_ Porquê é o Austin. Preciso perguntar qual é o sobrenome dele agora, acho que o avô mudou, pois, não o encontrei nas redes sociais.
Mabel_ Vista o azul, você fica linda com ele.
Amelie _ Obrigada mãe.
Termino de me arrumar e ouço a buzina do carro dele, desço as escadas correndo.
Mabel_ Ele não vem te buscar na porta?
Amelie_ Mandou mensagem que está com pressa.
Mabel_ Certo.
Eu saio ao seu encontro e penso que ele deveria ter chegado mais cedo e entrar para conhecer a minha mãe.
Entro no seu carro e ele mal me cumprimenta e já sai a toda.
Amelie _ Está com medo de perder as reservas?
Austin _ Não, porquê?
Amelie _ Você mal me cumprimentou.
Austin _ Ah, desculpe, fui criado na França, acho que não sou um cavalheiro. kkkk
Amelie _ Achei que os franceses fossem mais cavalheiros que os americanos.
Austin_ Creio que o meu tio era um homem rude.
Amelie_ Você mudou de sobrenome? Nunca encontrei você nas redes sociais.
Austin_ Eu era um ninguém, sem sobrenome, mas agora uso o sobrenome da minha família materna.
Amelie _ Você tinha o sobrenome do seu pai, eu é que nunca tive, nem parentes, nem sobrenome.
Austin _ Fale-me de você, o que tem feito esses anos todos.
Amelie _ Depois que a minha professora de música me adotou, eu basicamente estudei. Ganhei uma bolsa para a Juilliard e viemos para Nova York, ela continua sendo professora de música e eu consegui uma vaga na orquestra. E você quando chegou da França?
Austin _ Há alguns meses.
Ele para o carro e entramos no restaurante. É um lugar simples, mas, eu não me importo.
Jantamos e conversamos, mas ele não toca no assunto do passado.
O estranho é que não temos conexão nenhuma quando estamos perto um do outro.
Austin _ Porquê está me olhando assim?
Amelie _ Eu não sei, você parece diferente.
Austin_ Você também parece diferente, nós crescemos.
Amelie _ Você se casou?
Austin_ Não, estava esperando a minha princesa.
Ele segura na minha mão e sorri, me causa estranheza novamente, mas o sorriso é o mesmo. Então resolvo deixar isso de lado e pensar só no reencontro.
Amelie _ Me conte como foi a sua vida na França.
Ele conta da infância com o tio, sempre enfatizando o quanto são ricos e que ele viveu muito bem. Se vangloria das coisas que tem. Não que eu me importe, mas se é tão rico assim, porque dirige um carro popular e me trouxe a um lugar com o padrão abaixo do que ele está acostumado?
Ele sempre fala que ele merece a família que ele tem. Eu não entendo o porquê disso. Será que é para jogar na minha cara que eu não dei a mesma sorte?
Terminamos o jantar e ele me convida para dar uma esticada.
Amelie _ Não posso amanhã levanto cedo, preciso ir para casa.
A cara que ele faz emburrado, me lembra o velho Austin e eu sorrio me sentindo melhor.
Ele me leva até em casa e tenta me beijar.
Amelie _ Austin, não! Nós acabamos de nos reencontrar.
Austin _ E daí? Você sempre gostou de mim, soube que chorou muito depois que eu fui embora.
Amelie _ Quem te contou isso?
Austin _ A Isis, eu a reencontrei também. Sabe que ela sempre teve uma queda por mim.
Amelie _ Ela gostava é de infernizar a minha vida.
Austin_ Éramos todos crianças! Posso pelo menos beijar o seu rosto?
Amelie _ Claro!
Nos abraçamos, ele beija o meu rosto e eu saio do carro, novamente ele não me acompanha até a porta.
Vou deitar com uma sensação estranha, mas sonho com ele, cuidando do meu joelho ralado, me ensinando a andar de bicicleta, cada vez que eu caia, ele beijava o meu machucado.
Acordo renovada e vou para a Juilliard, assim que entro na sala de aula, me mandam chamar no conselho. Vou com o meu coração acelerado, sempre esperando pelo pior. Não consigo ser positiva, a minha atuação foi ótima ontem, não pode ser notícia ruim.
Entro na sala com o coração nas mãos. Estão todos reunidos, o meu professor, que é o meu mentor, no conservatório, o maestro da orquestra, o reitor e o outro homem que já vi, mas não me recordo de onde.
Amelie _ Mandaram me chamar?
Maestro _ Sim, querida, entre deixe-me apresentá-la a um dos maiores compositores da atualidade. Esse é Carl Hoffmann.
Eu olho para o homem que está totalmente pálido, fala algo em alemão, que eu não entendo.
Carl_ Desculpe, prazer senhorita Muller, o seu sobrenome também é alemão?
Amelie _ Sim, minha mãe é descendente de alemão.
Carl_ Ele ainda vive? Gostaria de conhecê-la.
O maestro estranhando aquela conversa, tanto quanto eu, já pula para o assunto
Maestro_ O Sr. Hoffmann mandou te chamar, pois, gostou muito da sua apresentação de ontem.
Carl_ Gostar é um eufemismo! Eu amei, você é verdadeiramente talentosa.
Amelie _ Obrigada Sr. Hoffmann, o elogio vindo do senhor, tem um peso enorme, já que é tão talentoso e brilhante no seu trabalho.
Carl_ Pode me chamar de Carl, tenho certeza que poderemos trabalhar juntos. O seu professor me mostrou o seu vídeo de inscrição na escola, era uma adolescente e já tinha tanto talento!
Amelie _ Obrigada. Aprendi muito aqui no Instituto.
Professor _ Ela toca violino como há muito tempo não ouvia alguém tocar.
O Carl olha para ele e parece se sentir mal.
Ele estava de pé e eu o seguro pelo braço, quando ele cambaleia.
Maestro _ Você está bem Carl? Sente-se aqui.
O homem senta e coloca a cabeça no joelho respirando, e diz algo em alemão, o reitor parece entender e olha-me com atenção.
Carl_ Podem arrumar um violino? Eu gostaria de a ouvir tocar.
Acho aquilo tudo muito bizarro, mas concordo em tocar para ele.
O professor me dá o violino e eu começo a tocar uma peça antiga, de uma das alunas do conservatório. O homem chora de soluçar e eu fico angustiada e paro de tocar. Ele me diz para continuar. Eu toco a peça inteira.
Novamente ele diz algo em alemão, chorando.
Carl_ Porquê escolheu essa música?
Amelie _ Eu gosto dela, a ouvi pela primeira vez aqui no conservatório, por isso resolvi aprender a tocar violino, eu só tocava piano, por causa dessa música, ela toca o meu coração.
Carl_ Não foi sua mãe quem te ensinou?
Amelie _ Não, a minha mãe não toca violino, só piano.
Carl_ Eu não entendo! Tem que ser ela!
Reitor _ Não é Carl, nós também pensamos isso.
Professor _ Foi uma perda inestimável, mas infelizmente não é ela!
Carl_ Preciso ver por mim mesmo!
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