Entre Pétalas e Promessas
"Sob a Névoa das Magnólias"
Mensagens — Minji 🍃 → Grupo 'Casa da Vovó Soo-jin'
Minji
[07:21] Minji: A névoa está espessa hoje.
> [07:21] Minji: As magnólias estão quase todas abertas. Vovó disse que elas florescem quando algo novo está prestes a acontecer.
> [07:22] Minji: Será que é só superstição?
Pensamento interno — Minji 🍃
Minji
> Acordei com o som dos sinos do templo. O campo parecia flutuar. Há uma melancolia bonita nas manhãs aqui. O chá de gengibre ainda está quente. O croquis de ontem continua sobre a mesa, inacabado. Ainda não consegui desenhar o sorriso da Vovó sem parecer inventado.
Mensagem de voz — Vovó Soo-jin 🎋
(áudio simulado)
Avó Soo-jin
> “Minji-ya, não se esqueça da feira de primavera. Vai começar às nove. E precisamos entregar sua ilustração ao senhor Park para o cartaz do festival. Ele adora aquelas flores que você pinta, mesmo que sempre ache que faltam passarinhos.”
Mensagem – Minji 🍃 → Vovó Soo-jin 🎋
Minji
> [08:02] Minji: Eu ainda não sei pintar passarinhos.
> [08:02] Minji: Mas prometo tentar.
📱 Grupo ‘Advogadas em Movimento’ — Yuna 💼
Yuna
> [05:55] Yuna: A reunião com o consórcio foi adiada.
> [05:56] Yuna: Isso significa que o meu fim de semana está... tecnicamente livre. Mas não sei o que fazer com “tempo livre”.
> [06:00] Yuna: Minha mãe sugeriu que eu visite a senhora Soo-jin. Ela disse que eu era muito ligada a ela quando criança.
> [06:02] Yuna: Alguém sabe como é voltar ao campo depois de 15 anos?
Hyejin
> [06:03] [💬 Hyejin respondeu]: “Geralmente vem com cheiro de terra e memória.”
Jisoo
> [06:04] [💬 Jisoo respondeu]: “E muitos insetos.”
Pensamento interno — Yuna 💼
Yuna
> O que me assustava mais? A lentidão do campo ou a memória do tempo que deixei lá?
> Se eu for mesmo... será que ela ainda me reconhece?
> Será que o campo saberá quem eu me tornei?
📱 Mensagem direta — Yuna 💼 → Minji 🍃
Yuna
> [09:13] Yuna: Olá. Suponho que você é a neta da senhora Soo-jin, certo?
> [09:14] Yuna: Meu nome é Yuna. Eu... costumava passar alguns verões aí, há muito tempo.
> [09:15] Yuna: Sua avó convidou-me para visitar. Posso aparecer hoje?
Mensagens — Minji 🍃 → Yuna 💼.
Minji
> [09:16] Minji: Oi, Yuna. Ela falou de você algumas vezes. Diz que você era “tempestade com alma gentil”.
> [09:17] Minji: Claro que pode vir. Estamos indo à feira da primavera. Tem pétalas por todo o lado.
> [09:18] Minji: Se vier, traga um casaco leve. O campo engana com sol e vento.
Yuna chegou ao vilarejo por volta das dez horas. O carro desacelerou entre estradas curvadas, cercadas por macieiras e cercas de madeira envelhecida. Minji a observava de longe, sentada sob uma tenda de flores com croquis no colo.
— Você é Yuna, então? — disse Minji, com um sorriso contido.
Yuna hesitou. Ela não esperava que a neta da senhora Soo-jin fosse tão… serena.
— Sou. E você deve ser a ilustradora das flores sem pássaros.
Ambas riram. A quebra no silêncio foi como a primeira pétala que se solta de uma flor madura: delicada e inevitável
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ — Yuna 💼, Minji 🍃, Vovó 🎋
Avó Soo-jin
> [11:27] Vovó Soo-jin 🎋: Minji, leve Yuna até o campo de magnólias. Elas devem gostar de reencontrar alguém que sabe escutar.
Yuna
> [11:28] Yuna: Escutar flores é uma habilidade que ainda não adquiri.
Minji
> [11:28] Minji: Eu posso ensinar. Mas elas gostam de silêncio.
Yuna
> [11:29] Yuna: Então talvez eu tenha que calar o ritmo da cidade por um tempo.
Ambas caminharam entre magnólias. O campo estendia os seus braços floridos, como se quisesse abraçá-las. Minji falava pouco, mas apontava cada flor como se apresentasse velhas amigas. Yuna caminhava com passos que ainda lembravam os de uma mulher de salto — mesmo usando tênis.
No fim da tarde, sentaram-se sob uma cerejeira. O céu era rosa, como uma aquarela indecisa.
— Sabe o que a sua avó disse? — perguntou Minji.
— O quê?
— Que algumas promessas só brotam quando não há pressa.
Yuna olhou para o campo como quem olha pela primeira vez para algo que sempre existiu. E Minji sentiu — pela primeira vez — que havia algo novo se formando ali. Não exatamente um amor ainda. Mas talvez o solo onde ele poderia crescer.
"Caminhos Entrelaçados"
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ – Minji 🍃, Yuna 💼, Vovó 🎋
Avó Soo-jin
> [08:14] Vovó Soo-jin 🎋: Vocês vão à cachoeira hoje? O caminho está cheio de lírios.
Minji
> [08:15] Minji 🍃: Podemos ir, sim. Mas Yuna ainda está se acostumando com os insetos.
Yuna
> [08:15] Yuna 💼: Estou batalhando contra uma borboleta que acha que meu cabelo é um ninho.
Pensamento interno — Minji 🍃
Minji
> Ela tem um humor inesperado. Chegou cheia de pressa interior, mas já está a rir com a vovó. E com os lírios. Acredito que ela não percebe que fala com as flores como se fossem velhas amigas.
> Será que ela lembra de quando esteve aqui antes?
📱 Mensagem direta — Minji 🍃 → Yuna 💼
Minji
> [08:47] Minji: Preparei um caderno e lápis para você. Caso queira escrever ou desenhar durante a caminhada.
Yuna
> [08:47] Yuna: Eu não desenho.
Minji
> [08:48] Minji: Mas talvez desenhe pensamentos.
Yuna
> [08:48] Yuna: Você sempre fala assim... como quem planta palavras.
Pensamento interno – Yuna 💼
Yuna
> Minji tem olhos como lagoas quietas. Olhar que não exige respostas, só presença. O campo parece seguir o ritmo dela — ou talvez seja o contrário.
> E eu? Eu pareço um relógio barulhento aqui.
O sol filtrava-se por entre as árvores enquanto elas seguiam a trilha sinuosa. Minji andava com passos lentos, tocando as folhas como quem pede licença à natureza. Yuna, apesar dos tênis novos e da mochila estruturada, tropeçava em raízes expostas e distraía-se com libélulas que atravessavam o seu caminho.
— Tem certeza de que essa trilha é segura? — Yuna perguntou, fingindo calma.
— Para quem respeita o silêncio, ela sempre foi — respondeu Minji, com sorriso leve.
Chegaram à cachoeira depois de vinte minutos. A água caía com força mansa. Yuna tirou os sapatos, molhou os pés e sentiu a tensão dissolver-se com a correnteza.
📱 Mensagem de voz – Yuna 💼
Yuna
> “Eu lembrava disso… mas não com detalhes. Lembrava do som da água… e da senhora Soo-jin dizendo que esse lugar curava dores de dentro. Eu achava que era só poesia. Hoje, talvez não seja.”
Mensagens – Minji 🍃 → Yuna 💼
Minji
> [11:12] Minji: Não é só poesia. É memória líquida.
Yuna
> [11:13] Yuna: Você devia escrever livros.
Minji
> [11:14] Minji: Eu desenho silêncio. As palavras escapam-me.
Yuna
> [11:15] Yuna: E mesmo assim elas me encontram.
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ – Vovó 🎋
Avó Soo-jin
> [12:01] Vovó Soo-jin 🎋: Minji-ya, encontrou o colar que deixei com os lírios? Era da sua mãe.
Minji
> [12:02] Minji 🍃: Não ainda. Mas vou procurar.
Yuna
> [12:03] Yuna 💼: Ela usava um colar de lírios?
Avó Soo-jin
> [12:04] Vovó Soo-jin 🎋: Sim. Era dela desde jovem. Você brincava com ele quando tinha cinco anos, Yuna. Chamava de “pétalas guardadas”.
Yuna
> [12:05] Yuna 💼: Eu não lembrava disso...
Pensamento interno – Yuna 💼
Yuna
> Porque esses lugares carregam tanto de nós que esquecemos? Um colar, uma trilha, uma frase dita há vinte anos. E agora, tudo parece tão perto. Como se a minha infância estivesse me espiando.
> Será que posso... voltar, sem perder o que me tornei?
De volta à casa, Minji convidou Yuna para ver os seus desenhos. O ateliê ficava ao lado do quarto de Soo-jin, com janelas amplas voltadas para o campo. Pincéis descansavam em potes de barro. Croquis de flores, animais e cenas de infância espalhavam-se em papéis amarelados.
— Você pintou isso? — Yuna perguntou, apontando para uma imagem de duas mãos entrelaçadas sob um céu cor-de-rosa.
Minji assentiu.
— São mãos que se reconhecem antes dos corpos entenderem — disse, tocando levemente a borda da folha.
Yuna sorriu, mas seu olhar vagava entre desenhos e lembranças.
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ – Yuna 💼
Yuna
> [17:47] Yuna: Vovó Soo-jin, posso dormir aqui essa noite?
Avó Soo-jin
> [17:48] Vovó Soo-jin 🎋: A casa sempre teve espaço para corações em trânsito.
Minji
> [17:49] Minji 🍃: Posso preparar o futon com cobertas de lavanda.
Yuna
> [17:50] Yuna 💼: Nunca vi alguém preparar silêncio com tanta gentileza.
Pensamento interno – Minji 🍃
Minji
> Ela vai dormir aqui. Pela primeira vez desde que chegou, parece estar menos armada. E pela primeira vez, senti vontade de escrever uma carta, mesmo sem saber o que dizer. Talvez desenhe uma.
Yuna observava o céu estrelado da varanda. Minji estava ao lado, com um caderno no colo. Avó Soo-jin dormia, envolta em cobertas antigas que ainda carregavam cheiro de flores secas.
— Obrigada por hoje — disse Yuna, quebrando o silêncio.
— Obrigada por voltar — respondeu Minji, sem hesitar.
O vento dançava entre as folhas. As magnólias dormiam. Mas entre elas, algo começava a germinar — não um amor declarado, mas um afeto presente, constante, como raízes que se preparam para florescer.
"Festival das Flores e Palavras Não Ditas"
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ — Minji 🍃, Yuna 💼, Vovó Soo-jin 🎋
Avó Soo-jin
> [06:07] Vovó Soo-jin 🎋: Hoje é dia de pétalas. O festival começa às nove, mas os lírios já chegaram antes.
Minji
> [06:08] Minji 🍃: Estou terminando os cartazes com os desenhos.
Yuna
> [06:10] Yuna 💼: O vestido que trouxe não combina com campo e flores.
Avó Soo-jin
> [06:11] Vovó Soo-jin 🎋: Então troque o vestido... ou troque o olhar. Às vezes é o olhar que não encaixa.
Pensamento interno — Yuna 💼
Yuna
> Ela sempre fala assim. Como se tivesse bordado poesia no café da manhã. Um vestido não encaixa? Talvez seja eu que ainda não estou confortável com esse ritmo mais lento, mais profundo.
📱 Mensagem direta — Yuna 💼 → Minji 🍃
Yuna
> [07:34] Yuna: Preciso de ajuda com o cabelo. Nunca lidei com vento e gramado em eventos.
Minji
> [07:35] Minji: Venha até o ateliê. Posso fazer uma trança com ramos de lavanda.
Yuna
> [07:36] Yuna: Isso parece... bonito demais para mim.
Minji
> [07:37] Minji: Não precisa ser bonito. Só precisa ser seu.
Preparativos para o Festival
Minji escovava cuidadosamente o cabelo de Yuna. A janela aberta deixava o aroma das flores invadir o ambiente. O silêncio entre elas não era desconfortável — era íntimo. Minji inseria pequenos ramos de lavanda entre as mechas com delicadeza ritual.
— Você não parece uma advogada hoje — comentou Minji, com sorriso tímido.
— E você não parece uma estranha — respondeu Yuna, olhando o reflexo das duas no espelho antigo.
A atmosfera era de algo suspenso. Como um segredo prestes a ser sussurrado — e ainda não era hora.
📱 Grupo ‘Festival das Flores — Comitê Local’ — Minji 🍃, Sr. Park 🌿, Yuna 💼
Sr. Park
> [08:49] Sr. Park 🌿: Os cartazes ficaram lindos, Minji. Até Yuna virou uma flor.
Minji
> [08:50] Minji 🍃: Flor urbana. Com espinhos de bom argumento.
Yuna
> [08:50] Yuna 💼: Espinhos são defesa. Mas também são parte da beleza.
Pensamento interno – Minji 🍃
Minji
> Ela começa a entender. O campo não pede que você se transforme, só que você se revele. Yuna está florescendo — ainda tímida, mas já visível.
Início do Festival
Bandeiras coloridas tremulavam entre as casas. O cheiro de comidas típicas misturava-se ao perfume das flores. Crianças corriam com coroas de pétalas. Senhoras costuravam histórias em voz alta. Minji expunha as suas ilustrações sob uma tenda azul. Yuna ajudava a organizar os papéis jurídicos da comunidade — tímida, mas sorridente.
Um menino puxou a saia de Yuna.
— Você é a moça das flores que vieram da cidade? — perguntou, inocente.
Yuna agachou-se.
— Sou só alguém tentando lembrar como se escuta os passarinhos.
Minji, ao longe, desenhou a cena.
📱 Grupo ‘Casa da Vovó Soo-jin’ — Vovó 🎋
Avó Soo-jin
> [13:44] Vovó Soo-jin 🎋: Yuna, seu sorriso voltou para casa antes de você.
Avó Soo-jin
> [13:45] Yuna 💼: Talvez ele tenha tirado férias comigo.
Minji
> [13:45] Minji 🍃: Ele parece gostar da vista.
Pensamento interno — Yuna 💼
Yuna
> Como algo tão simples pode ser tão profundo? Estou rindo mais. Sentindo mais. E há algo nos olhos de Minji — não declarados, mas presentes. Não sei se é amor. Mas sei que é acolhimento.
O Cartaz do Festival
Durante o fim da tarde, o cartaz principal do festival foi revelado. A imagem mostrava duas mulheres sob uma árvore, cercadas por crianças e flores. Um traço delicado, cores suaves. Minji havia desenhado sem dizer para quem era — mas todos reconheceram.
— São vocês duas — disse Sr. Park, orgulhoso.
Yuna olhou para Minji. Quis dizer algo, mas o silêncio parecia mais apropriado.
Minji desviou o olhar. Mas sorriu. Um sorriso cheio de pétalas não ditas.
📱 Mensagem direta — Yuna 💼 → Minji 🍃
Yuna
> [18:13] Yuna: Você desenhou o meu sorriso. Mesmo quando nem eu sabia onde ele estava.
Minji
> [18:14] Minji: Ele estava aqui. Nas flores. No vento. Esperando você voltar.
Noite após o festival
Sentadas sob a cerejeira, agora iluminada com lanternas de papel, Minji e Yuna partilhavam chá de hibisco. A noite era morna. Vovó Soo-jin dormia na poltrona da varanda, embalada por músicas tradicionais que vinham de longe.
— O que você mais gostou hoje? — perguntou Minji.
— Da coroa de pétalas que me deram... e do momento em que você trançou o meu cabelo — respondeu Yuna.
Ambas ficaram em silêncio.
— Tem algo que você gostaria de dizer? — sussurrou Minji.
Yuna olhou para ela. Os seus olhos tinham a calma de quem reconhece o início de uma nova estação.
— Que às vezes, as flores nascem mesmo onde o concreto achava que não havia espaço.
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