Entre Rosas e Sangue
O Primeiro Passo
O pouso foi suave, mas Isabella sabia que nada a partir dali seria.
Do lado de fora da janela do jatinho particular, Seul os recebia com céu limpo e vento leve — como se não soubesse da tempestade que estava chegando.
Luca Rossi ergueu a taça de vinho branco, ainda sentado.
Luca seo Rossi
Bem-vindos à Coreia do Sul, meus filhos.
— Agora sim, a Rosseon vai florescer neste lado do mundo também.
Valentina seo Rossi
*Revirou os olhos, absorta no celular.*
— Contanto que eu não precise fingir simpatia por empresários coreanos em coquetéis lotados… tudo bem.
Rafael seo Rossi
*resmungou sem desviar os olhos do celular.*
— Só espero que aqui o dinheiro circule mais rápido do que na Itália. Estou cansado de clientes com medo de sujar as mãos.
Luca seo Rossi
Rafael, Valentina… vocês dois vão cuidar das negociações internas. Isabella será o rosto da empresa. Ela já sabe o que fazer.
bella seo rossi
*Em silêncio, ergueu o olhar da janela e sorriu com a frieza típica*
— O silêncio é onde se escondem os gritos mais altos, appa.
— Eu gosto disso.
[Três dias depois – frente ao prédio da Rosseon Coreia]
A fachada da Rosseon Group em Seul era quase intimidadora: vidro, mármore e silêncio. Funcionários andavam como se estivessem numa passarela. Isabella caminhava com firmeza, seguida por Marcelo, Clara, e Ji-seok
Marcelo
Tudo pronto. Os contratos locais foram assinados. Só falta ela…
Clara Bianchi
Lembra que isso não é Milão, Isabella. Aqui as pessoas escutam mais do que falam.
bella seo rossi
Ótimo. Elas terão mais a dizer quando eu terminar com elas.
Lee Ji-seok
A imprensa quer uma entrevista ainda hoje. Devo agendar?
bella seo rossi
Não. Eu falo quando for interessante. Por enquanto, que falem de mim sem saber nada.
Na calçada movimentada em frente à Rosseon, Min-ha vinha distraída, rindo com Hyun-woo e So-yeon, carregando livros.
Kang Min-ha
*Ai! Merda! — esbarra em Clara e quase derruba a bolsa dela*
— Me desculpa, me desculpa mesmo!
Clara Bianchi
Você nunca olha pra frente, não?
Jung Hyun-woo
Olha quem fala… tá achando que tá numa passarela?
Clara Bianchi
*Limpando o casaco*
— Devia prestar mais atenção. Isso aqui é o centro da cidade, não o recreio.
Yoon So-yeon
Tá tudo bem. Vamos embora, Min-ha.
Mas nesse instante, o olhar dela encontrou o de Isabella.
Um segundo. Dois.
bella seo rossi
*Baixinho, só pra si mesma*
— Você…
So-yeon franziu a testa, desconfortável. Ela desviou o olhar e puxou a amiga.
Yoon So-yeon
*Sussurrando*
— Vamos. Essa gente tem cara de problema.
Marcelo
*Baixo, para Isabella*
— É ela, não é?
bella seo rossi
*Olhos fixos em So-yeon*
— Era pra ela estar longe... mas parece que o destino não entendeu o recado.
Isabella passou lentamente por So-yeon, sem parar. Só deixou um leve toque no ombro dela — acidental... ou não. Um gesto calculado.
bella seo rossi
*Em italiano, quase um sussurro*
— Bellissima. Quanto tempo…
So-yeon virou de leve, confusa. Mas Isabella já tinha desaparecido no prédio.
Sinais do Destino
A porta de madeira bateu atrás deles com um rangido leve. O interior da casa térrea, simples e acolhedora, tinha o cheiro reconfortante de chá verde recém-feito e bolinhos de arroz deixados na mesa. Pela janela da sala, a luz do fim da tarde dourava os móveis antigos.
So-yeon chutou os tênis perto da porta e se jogou no chão da sala, sobre um tapete macio. Min-ha e Hyun-woo vieram logo atrás, já pegando os copos de chá que estavam no bule de cerâmica azul.
Kang Min-ha
Cê viu a cara daquela mulher? Eu juro, se ela me olhasse por mais um segundo eu desmaiava.
Jung Hyun-woo
Aquela não era uma mulher. Era tipo… uma estátua de mármore com batom caro e alma de assassina.
Yoon So-yeon
*Cansada*
— Vocês viram como ela me olhou?
Kang Min-ha
*Zoando*
— Ai, So, tá se achando agora? Vai ver ela ficou apaixonada por você no meio da rua.
Jung Hyun-woo
*Encenando*
— "Me esbarrei… e encontrei o amor da minha vida no meio de um ataque de classe social." Que romântico.
Yoon So-yeon
*Olhar distante*
Não é isso. Foi estranho. Aquela mulher me olhou como se… como se me conhecesse.
— E... eu não conheço gente assim.
Kang Min-ha
Talvez ela tenha te visto em alguma campanha antiga?
Yoon So-yeon
E cadê o da..
Antes que So-yeon terminasse de perguntar, a voz do pai ecoou da cozinha.
Yoon Tae-hwan
So-yeon-ah! Vem aqui um minuto, por favor.
Ela se levantou, pisando devagar pelas tábuas de madeira antigas, e lançou um olhar brincalhão pros amigos.
Yoon So-yeon
Já volto, detetives
[Na cozinha ]
Ele estava sentado na cadeira , com uma pasta sobre a mesa . O rosto calmo, mas com um traço de nervosismo nos olhos.
Yoon Tae-hwan
Sei que ainda falta uma semana pra sua faculdade voltar, mas…
— Queria que você considerasse essa oportunidade.
Ele entregou a pasta para ela. Dentro, uma ficha impressa com informações de uma empresa. O nome chamou atenção imediatamente:
> Rosseon International Group – Coreia | Entrevista agendada: amanhã, às 10h.
Yoon So-yeon
*Franzindo a testa*
— Entrevista? Eu nem me inscrevi...
Yoon Tae-hwan
Um antigo conhecido me ajudou. Sei que você não gosta quando eu me meto, mas essa empresa é grande, poderosa. Tem várias áreas — marketing, imagem, branding… você se encaixaria bem.
Yoon So-yeon
Não tem nada a ver comigo. Eu só queria um trabalho simples até as aulas voltarem.
Yoon Tae-hwan
Você precisa tentar. Precisa sair um pouco dessa bolha.
— O que aconteceu no passado já passou, filha.
Yoon So-yeon
E se não tiver passado?
Yoon Tae-hwan
Então encara. Com firmeza. Como sua mãe faria.
Yoon Tae-hwan
Dez da manhã. Rua Cheongdam 82. Sede central da empresa. Vai, nem que seja só pra dizer que tentou.
“Você Está Tentando Me Seduzir?”
A manhã estava cinzenta, mas o nervosismo dentro de So-yeon era mais agudo que qualquer neblina.
Hyun-woo, Min-ha e Da-in a acompanhavam até o enorme prédio espelhado da Rosseon International Group. Todos olhavam ao redor como se estivessem entrando num filme caro demais pra pertencerem ali.
Kang Min-ha
Tem certeza que isso aqui é uma empresa e não o QG dos Vingadores?
Jung Hyun-woo
Eu vi três seguranças sorrirem e nenhum deles piscou. Isso é ilegal.
Han Da-in
So, respira. É só uma entrevista. Você vai entrar, sorrir, responder três perguntas e sair contratada porque você é maravilhosa,amiga
So-yeon riu,e ajeitou a gola da blusa bege que escolheu. Cabelo preso, pouca maquiagem. Queria parecer “normal”.
Yoon So-yeon
Obrigada por virem comigo.
— Agora vão embora antes que pensem que vocês sao meus seguranças
Kang Min-ha
*Abraçando*
—Boa sorte, guerreira
Jung Hyun-woo
*Rindo *
E se a entrevistadora for que nem aquela mulher de ontem… corre.
Eles riram, mas o frio no estômago da So-yeon não passou.
[Recepção – Rosseon Group]
O saguão era silencioso e luxuoso. Piso de mármore escuro, quadros modernos nas paredes e um aroma leve de chá de jasmim no ar.
So-yeon se aproximou da recepção e respirou fundo.
Yoon So-yeon
Bom dia. Eu… tenho uma entrevista marcada para às 10:00. Yoon So-yeon.
A recepcionista, impecável num terno branco, sorriu educadamente e digitou algo no computador.
Recepcionista:
— Ah, sim. A senhorita está agendada. Um momento.
— voce pode seguir o Sr. Matteo Rossi, até a sala 32.
Um homem elegante surgiu do corredor com passos leves e um sorriso simpático. Alto, cabelo castanho escuro bem cortado, olhos intensos — havia algo familiar nele, mas So-yeon não sabia o quê.
Matteo seo Rossi
Yoon So-yeon?
— Me siga, por favor. Vamos subir.
Corredor de vidro – Andar superior]
Enquanto caminhavam, Matteo lançava olhares curiosos. So-yeon mantinha o olhar em frente, mas sentia o peso do ambiente.
Yoon So-yeon
Você é… dono da empresa?
Matteo seo Rossi
*rindo*
Não exatamente. Digamos que sou um dos irmãos da CEO. Mas sou o mais divertido, segundo as más línguas.
Ela riu, mas ficou tensa por dentro. Irmão da CEO?
Yoon So-yeon
(pensando )
"Esses olhos... tem algo nesses olhos..."
Quando a porta se abriu, So-yeon levou um susto.
Ali, recostada no sofá preto de couro ao fundo da sala — dormia uma mulher.
O cabelo caía levemente sobre o rosto, as pernas cruzadas, o casaco aberto revelando um top de seda preto e a calça de alfaiataria. Mesmo adormecida, era como se o ambiente inteiro girasse ao redor dela.
Matteo seo Rossi
*rindo, alto*
— Ei, bella addormentata! A sua candidata chegou!
Isabella se mexeu lentamente, abrindo os olhos com uma expressão entre cansaço e irritação — até que viu So-yeon.
A expressão mudou.
Não era surpresa.
Não era susto.
Era algo entre lembrança
bella seo rossi
*Voz rouca, calma*
Yoon So-yeon.
Você não mudou nada.
Yoon So-yeon
*Congelou*
...Desculpa?
Matteo seo Rossi
Vou deixar vocês à vontade. Boa sorte, senhorita So-yeon.
Ele saiu com a porta se fechando suavemente atrás.
---
Silêncio.
Isabella se levantou devagar, ajeitando o casaco. Olhou para So-yeon como se a estudasse. Como se visse algo que ninguém mais via.
bella seo rossi
Está nervosa?
Yoon So-yeon
*Engolindo seco*
— Um pouco. Não achei que... fosse ser entrevistada por você.
bella seo rossi
Que coincidência, não é?
— Ou talvez… não tanto.
So-yeon deu um passo pra trás. O cheiro do perfume de Isabella era suave, mas quase hipnótico.
Yoon So-yeon
*olhar firme*
— Se isso for algum tipo de brincadeira, eu—
bella seo rossi
*Cortando, sorrindo de lado*
— Relaxa. Eu não mordo. A não ser que peça.
So-yeon ficou vermelha na hora. Virou o rosto.
Yoon So-yeon
Se você está tentando me seduzir… esquece.
— Eu tenho namorado.
bella seo rossi
*Calma, provocativa*
— Ah…
— É uma pena. Eu só ia te oferecer o cargo.
— Mas gosto de saber quando alguém reage assim só por ouvir minha voz.
Yoon So-yeon
*seria*
Eu não quero o seu dinheiro. Se é isso.
bella seo rossi
Não. Mas talvez queira algo que você perdeu…
— E nem percebeu ainda.
Yoon So-yeon
*Franziu o cenho*
— A gente se conhece?
bella seo rossi
*Sorriso frio*
— A pergunta certa seria: por que você esqueceu?
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