Entre Espadas e Silêncio
O começo do fim
Autora
Antes de começar, só lembrando que talvez você nem entenda o começo, mais já já vc vai entender 👍🏼
A floresta cheirava a fumaça.
Eu sentia a fuligem grudada no meu cabelo, na pele, nós dedos que tremiam de tanto apertar a pequena bolsa de couro pendurada no meu cinto.
Meus pés descalços sangravam.
Não fazia nem um dia desde que eles haviam vindo.
Homens com capas negras, cavalgando sem estandartes, sem nome.
Eles atravessaram a Aldeia com lâminas quentes e perigosas...
Silencioso, precisos, cruéis.
Lá eu vi o sangue dela...
Aquela que eu chamava de “eomma”
Mesmo eu sabendo que não era a minha mãe biológica... até um tempo atrás.
Flores sendo esmagadas por botas de ferro, pessoas sendo Esf@quëadäs por aquelas lâminas quentes.
Vi chamas devorarem o telhado de palha.
Não foi covardia, foi instinto.
Eu não chorei, nem gritei, apenas corri.
O sol estava se pondo, então me sentei encostada em uma árvore.
Eu fechei os tentando lembrar da última vez que me senti segura...
Não parecia ser de um animal.
Puxei a Adaga escondida sob a saia rasgada.
???
Não quero machucar você — disse uma voz baixa.
Um homem surgiu por entre os galhos, Tinha o rosto parcialmente coberto por um pano escuro, mas os olhos eram inconfundíveis: escuros, intensos, e perigosamente calmos, Não carregava nenhuma tocha, nenhuma arma visível, Só um olhar que parecia ver além da carne.
???
Está ferida — ele disse, olhando para os meus pés.
Kim Sarah
Quem é você? — respondi, sem abaixar a adaga.
???
Eu vi o que aconteceu na vila.–endureci na hora.
???
Então sabe que não devo confiança.
— Ou talvez seja o contrário.
O meu mundo tinha acabado horas atrás, e agora aparecia alguém com voz calma e olhos perigosos querendo conversar? Não fazia sentido.
Kim Sarah
Eles me chamam de traidora.
Kim Sarah
Disseram que fui eu quem envenenou o poço.
Kim Sarah
Se tivesse sido, todos estariam mortos, inclusive você.
Um sorriso pequeno, quase imperceptível.
???
Vem comigo — ele disse, estendendo a mão.
olho para a palma estendida. Não confio nele.
Mas confiava menos ainda no que o mundo deixaria que fizesse comigo se ficasse ali.
Aperto a adaga contra o braço, escondida, e pego a mão dele com a outra.
Se fosse uma armadilha… pelo menos eu ia morrer com a cabeça erguida.
Firme demais para alguém que dizia não querer me machucar.
Por um momento, hesitei. Não por medo — esse já fazia parte de mim como um osso a mais no corpo —, mas porque confiança era um luxo que eu tinha perdido junto com minha casa, minha mãe e meu nome.
Apenas "Kim Sarah" não significava mais nada.
Agora era: a fugitiva, a acusada, a amaldiçoada.
Caminhamos em silêncio pela floresta.
Eu não perguntava para onde íamos, ele não explicava. Apenas andava como se soubesse exatamente o que fazia.
Kim Sarah
Como se chama? — perguntei, sem saber por que.
???
Você não precisa saber.
Kim Sarah
E por que eu deveria ir com alguém que nem nome tem?
Ele parou. Me olhou com calma. E disse:
???
Porque sou o único que não quer te ver morta.
Minhas pernas doíam, e os cortes nos pés queimavam, mas eu não reclamava, Nunca fui de reclamar.
Desde pequena, aprendi que dor não é desculpa — é lembrança.
“Se está doendo, está viva”, dizia minha eomma.
Não gosto de chamar de mãe alguém que mentiu para mim a vida inteira. Mas também não consigo odiá-la.
Ela me ensinou a curar, A ferver raízes, a identificar venenos, a amarrar galhos quebrados, Me ensinou a entender os olhos de alguém que sofre, A distinguir febre de culpa.
Mas nunca me ensinou a fugir.
A floresta começou a abrir, e à frente surgiu uma clareira.
Havia pedras dispostas em semicírculo, como um altar.
No centro, uma fogueira já apagada. Ele se ajoelhou ali e começou a mexer em sacos de couro que estavam escondidos entre os arbustos.
???
Vamos ficar aqui por hoje — disse.
Sentei devagar sobre uma pedra.
O cheiro do musgo era úmido, familiar.
Ele tirou um frasco de dentro da bolsa e o estendeu para mim.
O gosto era amargo, com notas de raiz e algo que me lembrava terra molhada.
Minutos depois, senti os dedos dos pés formigando.
Kim Sarah
Quem te ensinou isso? — perguntei.
???
Ninguém. Eu roubei o conhecimento.
Essa resposta ficou presa na minha mente.
Ele se sentou na pedra oposta e, pela primeira vez, tirou o pano do rosto.
A luz da lua o tocou de leve.
Pele clara, traços suaves, mas os olhos… os olhos continuavam duros.
Ele era jovem, Mais novo do que imaginei, Mas já tinha visto coisas demais.
Como eu.
Kim Sarah
Por que você me ajudou? — sussurrei.
???
Porque o mundo está cheio de monstros vestidos de reis.
E eu odeio reis.
Autora
Esses foi o capítulo..
Autora
Sinceramente eu estou escrevendo ela faz 2 dias.
Autora
Tentando ser mais profissional possível.
Autora
Estou lendo vários livros Medievais.
Autora
Todos sem graça mais ok.
Autora
Eu espero que vcs estejam gostando...
Autora
Vou ainda publicar alguns capítulos hoje.
Autora
Agora que eu peguei férias da escola.
Autora
Graças adeus o último ano.
Autora
Vou ter mais tempo pra fazer.
Autora
Curtam e comentam para me ajudar 👍🏼
Autora
E sobre a minha outra fic "Minha CEO diferente"
Autora
Quando eu tiver uma criatividade boa vou postar.
Autora
Não estou gostando do resultado 😕
Autora
Vou tentar melhorar.
A Primeira Fenda
Fechei os olhos, mas a fumaça ainda estava lá — nas narinas, na garganta, nos cílios.
Cada vez que piscava, via a casa pegando fogo de novo.
A silhueta da minha eomma caída no chão. Os gritos abafados. O som seco de botas marchando sobre madeira em chamas.
Não... eu não dormi, Só esperei o tempo passar.
Quando o céu começou a clarear e os pássaros cantaram pela primeira vez em dias, me levantei devagar.
Minhas pernas ainda estavam fracas, mas o líquido que ele me deu tinha ajudado.
A dor latejava como um lembrete gentil: “Você sobreviveu. Mas não saiu ilesa.”
O homem desconhecido estava encostado em uma árvore, de olhos fechados.
Parecia dormir, mas seu punho estava sobre a espada.
Eu poderia fugir naquele momento.
Me levantar, correr, desaparecer entre as árvores.
Mas não corri, Não sei por quê.
Talvez porque não tivesse mais pra onde ir.
Talvez porque, pela primeira vez em dias, alguém não tentou me matar.
Kim Sarah
Você não dorme? — perguntei.
Me sentei de novo, abraçando os joelhos.
O chão ainda estava frio da noite.
Esperei que ele dissesse mais
Tive vontade de jogar uma pedra na cabeça dele. Mas não fiz.
Kim Sarah
Me diz uma coisa, então — continuei. — Você acredita que eu envenenei o poço?
Ele se levantou, sacudiu o casaco e começou a apagar os restos da fogueira com o pé.
???
Eu acredito... que você é uma arma
???
E que alguém escolheu apontar você para o lugar errado.
Fiquei olhando pra ele em silêncio
Eu não sabia o que era pior: ser vista como culpada ou ser vista como algo sem vontade própria.
???
E você? — ele perguntou de repente. — Acredita que ainda é a mesma de antes?
Queria dizer que eu era a mesma que colhia flores ao amanhecer, que cantava para as crianças da vila, que lavava as mãos em silêncio antes de tocar qualquer paciente.
Mas a verdade era mais feia.
Kim Sarah
Não sei mais quem eu sou.
Ele assentiu. Como se essa resposta fosse a certa.
Passamos o dia andando pela floresta
Ele conhecia os caminhos como se tivesse nascido ali.
Sabia onde pisar sem fazer barulho, onde encontrar água limpa, como evitar armadilhas de caçadores.
Eu seguia atrás, em silêncio, sentindo a pele coçar de tanto barro seco.
Na cabeça, uma única pergunta girava:
Kim Sarah
💭"Por que ele está me ajudando?"💭
Ao entardecer, ele parou de repente.
Fiz o mesmo, instintivamente.
Não perguntei por quê. Apenas obedeci.
No segundo seguinte, ouvi galhos estalando.
Três homens surgiram no caminho, vestidos com couro escuro e rostos sujos. Um deles sorria como quem tinha encontrado ouro.
???
Olha só… a floresta nos presenteou hoje — disse o maior, passando os olhos do homem para mim. — E essa florzinha aí?
Não disse nada. Não se mexeu, Só olhou.
O homem se aproximou mais um passo.
???
Vamos, moça. Vem com a gente. Melhor do que ficar seguindo um mudo por aí. Aposto que ele nem sabe o que fazer com uma mulher.
Eu já tinha pego a adaga do cinto.
Só não sabia se teria força pra usá-la.
Então, em um movimento tão rápido que eu quase não vi, Jungkook sacou a espada.
Um golpe. Um corte limpo.
O homem que sorria… caiu.
Os outros dois congelaram.
Quem… quem é você? — gaguejou um deles.
o homem deu um passo à frente.
Ninguém importante. Só mais um homem que odeia covardes.
Eles fugiram. Sem olhar pra trás.
Eu fiquei parada. Tremendo. Não de medo, mas de adrenalina
Ele limpou a lâmina na roupa do homem caído e guardou a espada.
???
Vamos — disse, sem emoção.
Mas quando passou por mim, vi sua mão tremer por um segundo.
E era tudo o que eu precisava pra saber que ele não era tão frio quanto fingia.
Andamos por um tempo em silêncio, até não ouvirmos mais passos atrás de nós.
Kim Sarah
Tu mataste-o… com um único golpe. — Minha voz saiu baixa, quase sem acreditar.
???
Ele merecia. — respondeu o homem, sem olhar pra mim.
Kim Sarah
Tanta frieza, assim? É sempre assim contigo?
Ele parou de andar. Virou-se de leve.
???
Achas que gosto de matar?
???
Quando se vive no lodo do mundo, mocinha… não há espaço pro decoro. Há quem mate, e há quem morra. Só isso.
Havia algo no jeito como ele dizia isso. Não orgulho. Não culpa. Apenas cansaço.
Sentei numa pedra próxima e tirei as botas.
Sangue seco colava nos tornozelos.
O homem olhou, tirou um pano da bolsa e veio até mim. Agachou-se.
???
Deixa que eu cuido disso.
Segurei o pano antes que ele tocasse meu pé.
Kim Sarah
Por que está me tratando como uma donzela ferida? Eu lutei pra viver. Eu fugi sozinha.
Kim Sarah
Não me arrastei pra cá chorando.
???
Sei disso. Mas tu sangras. E quem sangra… precisa parar de sangrar.
Kim Sarah
Tu fala como um velho.
Foi rápido, quase imperceptível. Mas sorriu.
???
Talvez eu seja. Por dentro.
Ele limpou meus pés com cuidado
Mais cuidado do que eu esperava. Do que merecia.
Kim Sarah
Tens mãos de curandeiro. — comento.
Kim Sarah
Foste ensinado a matar também?
???
Não. Isso aprendi sozinho.
Ele terminou o curativo e se afastou um pouco.
???
Devemos ir. Ainda temos duas léguas até o abrigo. E se chover...
Kim Sarah
O que é esse “abrigo”? — perguntei, calçando as botas.
Kim Sarah
Não confio em lugares seguros.
???
Nos levantamos e seguimos pela trilha.
As folhas secas estalavam sob nossos pés, mas de algum jeito, tudo parecia mais quieto do que antes.
Éramos dois estranhos com sangue nas mãos e peso nos ombros.
E por alguma razão, isso já era mais do que qualquer outro me oferecera nos últimos dias.
Autora
O começo foi minha prima que escreveu, aquela intrometida.
Autora
Curtam e comentam para me ajudar.
Sem Nome, Sem Promessas
A chuva começou como uma ameaça — vento úmido, cheiro de terra molhada. Depois, caiu como uma sentença.
???
Por aqui — disse ele, puxando um galho que cobria uma abertura no chão.
Era uma caverna, Pequena, Escura, Fria, Mas seca.
Entrei sem discutir. Meus pés estavam duros, e minha capa encharcada colava no corpo como um castigo.
Kim Sarah
Tu vive aqui? — perguntei, enquanto ele acendia uma tocha improvisada.
???
Quando não estou correndo.
Kim Sarah
Sempre estás correndo?
Encostei no canto e me encolhi ali.
A pedra era áspera, mas o calor da chama aliviava um pouco a sensação de abandono que me acompanhava.
Ele tirou a capa, a espada, a bolsa.
Sentou-se longe de mim, como se mantivesse uma linha invisível entre nós dois.
Uma linha que nenhum de nós queria cruzar — ainda.
Kim Sarah
Quanto tempo vais ficar comigo? — perguntei.
???
Até achares teu próprio rumo. Ou até alguém te achar antes.
Kim Sarah
Tu falas como se eu fosse só um problema a ser resolvido.
Só me virei de lado, fingindo que o tom não doía.
Kim Sarah
E tu? Não tens pra onde ir?
???
Eu já fui aonde precisava. Agora… só evito voltar.
Silêncio. Só o som da chuva caindo como tambores na terra lá fora.
Kim Sarah
Não vais me dizer teu nome, mesmo?
Kim Sarah
O decoro exige que ao menos me digas como te chamam.
Ele sorriu com um canto da boca, pela primeira vez parecendo alguém com alma.
???
E o que tu farás com meu nome, hm? Vai bordá-lo numa manta? Vai rezar por mim à noite?
Kim Sarah
Talvez. — retruquei. — Ou talvez precise de um nome para gritar quando quiser te amaldiçoar.
Ele soltou uma risada seca.
???
Chama-me como quiseres, então.
Ele lançou um olhar rápido, afiado, mas não respondeu.
Kim Sarah
Vou te chamar de "lobo". — murmurei. — Sempre à espreita. Nunca em bando.
Naquela noite, dormimos no mesmo abrigo.
Abri os olhos devagar, e vi que o fogo já havia se apagado. O lobo — ele — estava em silêncio, sentado contra a parede, olhos abertos como se não tivesse dormido nem por um segundo.
Kim Sarah
Que cheiro é esse...? — perguntei, sussurrando.
Lobo
Fica quieta. — ele respondeu baixo, puxando a espada devagar.
Foi quando ouvi. O rosnado.
A silhueta do animal apareceu na entrada da caverna, arrastando uma carcaça na boca.
Era um urso negro, e não dos pequenos. Seu pelo estava molhado, os olhos em fúria. Devia ter seguido o cheiro do sangue até ali. E não gostava de intrusos.
O homem se pôs de pé devagar, com a espada em mãos. Não avançou. Sabia que lutar num espaço tão pequeno seria suicídio.
O urso, ao ver movimento, largou a presa no chão e rugiu — um som que fez a pedra tremer.
Lobo
Recua. Devagar. — ele disse sem me olhar.
Lobo
Por onde? — sussurrei.
Ele apontou com a cabeça para uma rachadura no fundo da caverna, quase invisível no escuro.
Lobo
Atrás da pedra. Agacha-te. Vai.
Me arrastei. O urso avançou dois passos, mas não atacou. Ainda avaliava se éramos ameaça.
O homem jogou o cantil com força contra a parede oposta. O som ecoou, e o urso se virou com fúria.
Corri agachada, entrando por entre as pedras apertadas. O cheiro era úmido, de musgo e terra antiga.
Me arranhei, rasguei a manga, bati o joelho, mas saí do outro lado. Ele veio logo atrás, suando, respirando rápido.
A caverna dava para um desnível de pedras e raízes. Escorregamos ladeira abaixo até cair numa poça de lama.
Lobo
Tu estás bem? — ele perguntou, se levantando.
Kim Sarah
Acho que deixei metade da minha pele lá dentro. — murmurei.
O rugido veio atrás de nós, abafado. O urso não seguiu. Tinha voltado para sua presa.
Caímos sentados, ofegantes. Minhas mãos tremiam.
Kim Sarah
Acontece muito? — perguntei.
Lobo
Só nos bons dias. — ele respondeu, e sorriu.
Dessa vez, eu ri também.
Baixo, Sujo de lama, Rasgada, Mas ri.
Lobo
Tu riste. — ele disse, surpreso.
Kim Sarah
Tu sorriu primeiro. Estás amolecendo?
Lobo
Jamais. — ele disse. Mas o canto da boca dele entregava o contrário.
O sol começava a subir pelas árvores, e a floresta agora parecia menos cruel. Pelo menos por uns minutos.
Levantei-me e olhei para a trilha adiante.
Kim Sarah
E agora, lobo? Qual é o próximo passo?
Ele se levantou também, limpando a espada na barra da própria camisa.
Lobo
Agora? Agora vamos encontrar algo que não queira nos matar.
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