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O Intocável

01 ladra

Na máfia italiana, alianças são seladas com sangue… ou com casamento. Enzo Romano 30 anos, é o herdeiro de uma das famílias mais temidas da Cosa Nostra. Frio, impiedoso e inalcançável. Nunca amou, nunca se apegou. Ele vive entre o prazer e o controle — mas não permite que ninguém o toque. Nem física, nem emocionalmente.

Sua mãe uma mulher meiga e doce deu muito amor e carinho pra ele, filho único e tem como irmã Júlia que perdeu os pais muito cedo e como sua família era próxima eles acolheram ela como filha.

Conhecido como O Intocável, seu nome é sinônimo de poder… e solidão. Mas seus pai , Don Heitor Romano, está decidido a unir famílias em nome da paz poder e território.E para isso, escolheu uma noiva para o filho: Sofi Mancini, filha do temido e protetor Don Leonardo Mancini. Para Enzo, a decisão é absurda. Ele a vê como uma garota mimada, infantil, frágil demais para o seu mundo brutal. Mas Sofi não é o que parece. Criada longe dos holofotes da máfia, treinada pelos melhores assassinos e mestres de etiqueta da Itália, ela é a dama perfeita — e a arma perfeita. Letal, silenciosa, cheia de feridas que nunca cicatrizaram. Tudo o que seu pai queria era protegê-la do mundo. Agora, ele a entrega para um monstro... sem saber que ela também aprendeu a morder. Quando Enzo e Sofi se encontram, o jogo vira guerra. Ele quer dominá-la. Ela não aceita ser domada. Entre armas, alianças e traições, os dois vão descobrir que existem toques que queimam mais que balas. E que o amor... pode ser a única fraqueza capaz de destruir um Romano

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As paredes de mármore branco refletiam o brilho dos lustres de cristal. Os melhores vinhos da Toscana enchiam as taças de ouro. Violinos tocavam ao fundo. Tudo estava meticulosamente perfeito no salão principal da Villa Romano.

Mas Enzo estava furioso.

Sentado à cabeceira da longa mesa, com o paletó jogado sobre a cadeira e a camisa de linho desabotoada no colarinho, ele tamborilava os dedos contra o cristal da taça com impaciência. Os olhos escuros percorriam o salão à procura de seu pai, mas tudo o que encontrava eram sorrisos falsos e inimigos vestidos de ternos caros.

— Isso é uma piada, só pode ser — rosnou baixo, quase para si mesmo.

Ao seu lado, Don Heitor Romano sorriu como quem segura o mundo nas mãos.

— Não é uma piada, Enzo. É a aliança mais valiosa que a nossa família terá nos últimos trinta anos. E tudo o que você precisa fazer... é dizer sim.

— A filha do Mancini? — ele gargalhou, seco. — Você quer mesmo que eu me case com uma garotinha criada no campo? Deve estar brincando comigo, pai. Eu não me caso com ninguém. E muito menos com uma criança.

— Ela tem vinte e dois. E é tudo o que você nunca teve, filho: educação, estratégia, disciplina… e sangue puro.

Enzo apertou a mandíbula. O nome Mancini era um gosto amargo na sua boca. Desde garoto ouvira as histórias do amigo do pai — Don Salvatore Mancini, o rei silencioso de Nápoles, famoso por matar sem sujar as mãos e esconder segredos até do inferno.

E agora… os dois estavam selando mais forças com casamento?

Ridículo.

— Eu não fui feito pra isso. Você sabe. Não me peça pra amar. Eu não sou tocável.

— E quem disse que amor tem alguma coisa a ver com isso? — Heitor cortou, ríspido. — O que está em jogo aqui é o império Romano. Não o seu orgulho ferido.

— A Fumaça na Noite

O celular vibrou sobre a mesinha de madeira da varanda. Sofi estava deitada na rede, os olhos pregados nas estrelas, quando ouviu a voz grave e impaciente do pai.

— Sofia. Precisa voltar. Três dias. É o que você tem. — a ligação caiu antes mesmo que ela conseguisse abrir a boca.

Ela bufou alto e se levantou de um pulo, jogando o celular sobre a rede.

— Vovó, eu não queria ir... que raiva! — resmungou, cruzando os braços. — Ele acha que pode mandar em mim assim? Me largou aqui no interior uma vida e agora vem com urgência?

A avó apareceu na porta com um chá de camomila nas mãos.

— Ele é o Don, minha filha. E você… é a herdeira dele. Não adianta correr da sombra quando ela já vive em você.

Seu pai sempre disse que sua beleza era perigosa de mais e que você ia casar com trinta anos ele te escondeu o máximo que pode .

Sofi não respondeu. Pegou a mochila e saiu para dar uma volta pela praça da cidade. O vento da noite era úmido, a cidadezinha estava quase dormindo. Caminhou devagar, tentando aproveitar cada minuto de liberdade que ainda lhe restava.

Mas às 23h02, tudo mudou.

No fim da rua vazia, um som de passos apressados e gritos abafados. Sofi parou, em alerta. Três homens mascarados corriam em sua direção. Um deles estava caído, sangrando no canto da calçada, tentando se levantar. O outro apontava uma faca.

Instinto. Treinamento. Frieza.

Sofi agiu como se estivesse no meio de uma missão.

Correu em direção ao grupo. Com dois golpes precisos, desarmou o primeiro homem. O segundo tentou agarrá-la, mas ela girou o corpo, cravou o cotovelo em sua garganta e o derrubou no chão. O terceiro fugiu.

— Você é... — o homem ferido tentou falar, mas tossiu sangue.

— Cale-se. Levanta. Rápido. — ela o ajudou a se apoiar contra a parede. — Vai conseguir andar?

— Hm... muito inteligente. — ele sorriu de lado, o rosto sujo de sangue. — Vai ganhar um presente por isso.

Sofi franziu a testa, mas o olhar dela caiu em um objeto reluzente no bolso do terno rasgado dele.

Uma arma. Não qualquer arma.

Era uma relíquia. Um modelo italiano, cravejado, com o brasão da máfia gravado no cabo.

Ela reconheceu. A arma era cobiçadíssima por todo bom mafioso .

Sem pensar, enquanto ele se distraía chamando ajuda no rádio do pulso, Sofi puxou a arma discretamente e a enfiou em sua própria mochila.

— Teus homens estão vindo. Vou sumir antes que vejam meu rosto.

— Quem é você, garota? Seu nome — ele perguntou, ainda encostado na parede.

Mas ela já havia desaparecido.

Feita de fumaça. Silenciosa como a noite.

Em casa, Ana, a avó, quase caiu para trás quando viu a neta com o braço manchado de sangue.

— Menina! Sangue?! Que que é isso, Sofia?!

— Ajudei um estranho. Um mafioso, eu acho. Tava sendo atacado. Mas vô, eu… eu peguei algo que não devia.mais era uma relíquia eu sempre quis vovó kkk.

— Pelo amor de Deus, Sofia. Você quer virar alvo? E se reconhecerem você?

— É por isso que temos que ir agora. Vamos pra casa do papai. — ela já corria para o quarto, jogando roupas na mala.

— Agora? De madrugada?

— Agora. Arruma o que der, vô. — Ela olhou pela janela. — Antes que alguém descubra onde estou.

Na mesma noite, um carro preto cruzava a estrada de terra com os faróis apagados.

Sofia Mancini estava voltando pra máfia.

Mas não como uma noiva obediente.

E sim como uma bomba-relógio prestes a explodir.

02 Linda perigosa e ardilosa

A ponta do charuto tremia entre os dedos de Enzo Romano, mas não era pelo frio da madrugada — e sim pela raiva.

Ele girava a cadeira de couro na varanda da mansão, o olhar cravado no vazio, enquanto seus homens corriam como ratos atrás de uma sombra.

— Maldita ladrazinha… — murmurou, o maxilar trincado. — Me salvou? Sim. Me ajudou? Talvez.

Mas roubou a minha arma.

Levantou-se num salto, chutando a cadeira para trás. Pegou o copo de uísque e o atirou contra a parede.

O estilhaço bateu contra o chão como sua paciência.

Giovane, que observava tudo com calma de serpente, deu um leve sorriso.

— Então... ficou interessado nela, foi?

Nossa ,esse tiro deve ter doído …

— foi de leve …Interessado? — Enzo deu uma gargalhada cínica. — Eu vou caçar aquela dama da noite.

Linda. Perigosa. Ardilosa.

Ela fugiu como fumaça... mas deixou o cheiro dela em mim.

Giovane ergueu uma sobrancelha.

— Sabe o que é mais divertido, Enzo? Você parece mais ofendido por ela ter sumido… do que pela arma.

— Doce ilusão.— Enzo aproximou-se, o olhar flamejante. — Ela roubou a minha arma de 12 milhões.

Arma única, leiloada pela máfia. Peça histórica. E ainda por cima… com meu nome gravado.

— Ladrazinha barata... — Giovane murmurou, quase sorrindo.

Um dos soldados entrou apressado na sala.

— Senhor, vasculhamos tudo. As câmeras, os arredores, nada. Nenhuma pista. Não deixou rastros, nem digitais.

Ela não é uma qualquer.

— Não… — Enzo rosnou. — Ela é uma maldita sombra.

Mas sombras só existem quando há luz.

E eu vou colocar holofotes sobre esse país inteiro até ela aparecer.

Dois dias depois

Enzo voltou ao local da emboscada.

Refez os passos dela, observou o beco, o sangue seco no chão.

Ficou parado ali por minutos, como se pudesse sentir a presença dela no ar.

— Você é esperta, ladrazinha — murmurou, os olhos cerrados. — Mas ninguém me desafia e vai embora impune.

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Sofi

O sol ainda nem havia rompido o céu quando o carro escuro cruzou os portões da mansão Mancini.

Sofi saiu do banco do passageiro e respirou fundo. A madrugada pesava nos ombros, mas o que mais a incomodava era o cheiro do sangue seco ainda impregnado na pele.

Na varanda, Leonardo, seu pai, apareceu com um robe de cetim e olhos semicerrados.

— Filha? O que faz aqui a essa hora?

Ela tirou a mochila das costas com um suspiro pesado.

— Fui dar uma volta na praça… — disse, tentando manter a calma — … e vi uma movimentação estranha. Uns caras tentaram matar um sujeito. Eu me meti. Achei melhor vir logo. Não dava pra ficar mais lá.

Leonardo estreitou os olhos, mas assentiu com a cabeça.

— Fez bem, minha menina. Vai dormir. Mais tarde a gente conversa com calma.

Sofi caminhou até ele, abaixou a cabeça e murmurou:

— Benção, pai.

— Deus te abençoe, minha guerreira.

Ao entrar, Ana, sua avó, ja cozinha, preparando chá.

— va tomar um banho …murmurou, mas mesmo assim a acolheu com um beijo na testa.

— sim vó ,E eu trouxe mais do que sujeira… trouxe problema. Mas agora é tarde. Vou indo .

Preciso dormir e a senhora também .

Horas depois, o som de socos secos ecoava no ginásio subterrâneo da mansão.

Sofi treinava como se lutasse contra inimigos invisíveis. Cada golpe era forte, preciso, carregado de algo que ninguém conseguia ver — mas todos sentiam.

Sangue nos olhos. Fúria nos punhos.

Leonardo observava de longe, em silêncio. Os olhos marejados, o peito orgulhoso.

— Que forte você ficou… — murmurou. — Estou cheio de orgulho, filha. E… saudades. Muitas.

Sofi parou o golpe por um instante. Olhou para o pai. Suada, ofegante, séria.

— Eu também senti falta, pai. Mas falta não me impede de lutar.

E agora… acho que tem gente me procurando.

Leonardo franziu o cenho.

— Alguém da praça?

— Talvez o homem que salvei. Ou quem ele era. Mas se vierem atrás de mim, não vão encontrar a neta da Ana.

Vão encontrar a filha do Leonardo Mancini.

03 ela não sai da minha cabeça

No escritório revestido de madeira escura e livros antigos, Enzo andava de um lado para o outro, como uma fera enjaulada. Os olhos ardiam. A paciência estava em ruínas.

— Papai, eu preciso achar aquela ladrazinha! — rosnou. — Aquela mulher… ela me desafiou. Me ajudou, sim, mas depois… me roubou. A arma. A mais cara. A minha favorita!

Heitor ergueu os olhos do jornal com calma.

— Justo essa arma? A relíquia de 12 milhões? — suspirou. — Merda…

Que mulher ardilosa.

— Linda, maravilhosa, ardilosa… — Enzo jogou o copo de uísque contra a parede. — Ladrazinha!

Eu vou te achar. Eu juro que vou te achar.

Heitor o observou em silêncio por alguns segundos. Depois soltou uma risada baixa, carregada de ironia.

— Interessante... meu filho, chamando uma mulher de linda.

Isso é novo. Está mesmo afetado, hein?

Enzo travou a mandíbula.

— Não começa.

— Só estou dizendo… — Heitor se levantou, ajeitando os punhos da camisa — …se vai se aventurar , que seja agora. Porque amanhã…

— O quê?

— Amanhã temos um jantar. Na casa dos Mancini. Sua noiva chegou.

Você vai conhecê-la oficialmente. Vai se sentar à mesa com ela. E vai ser agradável.

Silêncio.

Enzo piscou, sem expressão.

— Péssimo.

— É o que temos, Enzo. Vai. Coloque sua melhor cara de mafioso apaixonado.

Ou finja, pelo menos.

Enzo saiu da sala sem responder, o coração batendo com fúria e adrenalina.

O que ele não sabia…

é que o destino estava rindo dele naquele momento.

Porque a mulher que ele jurou encontrar…

era a mesma que ele estava prestes a noivar.

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Enzo Romano

A música estava alta, o ambiente quente. Gente demais. Vozes demais.

Pensamentos demais.

Entrei naquela boate como sempre: sem intenção de ficar, sem intenção de sentir.

Só queria o silêncio que o caos às vezes traz.

Foi então que a vi.

Morena. Corpo escultural. Vestido justo demais pra ser elegante, mas apertado o suficiente pra fazer os olhares sangrarem.

Ela me viu também. Atração instantânea.

Ou talvez só instinto.

Instinto eu conheço. Amor, não.

Não trocamos nomes. Apenas olhares.

E alguns minutos depois, estávamos no quarto da cobertura.

O paletó caiu primeiro. Depois a camisa. Depois os limites.

Ela tentou me tocar no rosto.

— Não. — Minha voz saiu baixa, firme. — Não toca. Só sente.

Peguei minha gravata e amarrei os pulsos dela no alto da cama.

Ela gemeu de surpresa. Eu sorri.

Ali, no controle, no domínio absoluto… era onde eu encontrava paz.

Breve, mas suficiente.

Não teve delicadeza. Nunca tem.

O prazer, pra mim, sempre foi mais sobre poder do que entrega.

Ela era bonita, sim. Quente, intensa. Mas não era diferente das outras.

Não despertava nada além de suor e cansaço.

Quando tudo acabou, me levantei.

Desamarrei suas mãos sem pressa. Joguei a gravata de lado. Fui até o banheiro.

Joguei a camisinha no vaso. Dei descarga.

Na saída, coloquei algumas notas sobre a mesa.

Ela me olhou. Esperava algo? Talvez uma palavra. Um elogio. Uma mentira qualquer.

— Obrigada pela fuga, — eu disse, pegando o paletó. — Mas agora volta pro mundo.

Saí sem olhar pra trás.

E, ainda assim…

a droga da ladrazinha ainda não saía da minha cabeça.

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