「秋の終わりの声」– A Voz no Fim do Outono 🍁
O outono chegou cedo naquele ano. As folhas começaram a cair antes do previsto. E com elas, veio ele.
Ryota Oshima vive em Tsukihama, uma vila pequena no interior do Japão onde nada parece mudar… até que Naoki Oyama aparece, transferido de uma escola distante, no meio de novembro — uma época estranha para mudanças.
Silencioso. Pálido. Inexplicável.
Há algo nele que não combina com o som das folhas secas nem com a rotina fria do colégio. Ryota sente que há uma voz oculta por trás do olhar daquele garoto — uma voz que ninguém mais ouve.
Mas quando coisas estranhas começam a acontecer — sonhos compartilhados, lembranças que não são suas, sussurros entre os ventos — Ryota percebe que está cada vez mais envolvido.
E mesmo que sinta medo… ele não quer se afastar.
Afinal, talvez o que ele mais temia… não fosse Naoki. Mas o silêncio depois que ele for embora.
— personagens principais
Nome: Naoki Oyama
Kanji: 小山 直樹
Leitura: おやま なおき (Oyama Naoki)
Idade: 17 anos
Aniversário: 2 de dezembro
Signo: Sagitário
Tipo sanguíneo: AB
Altura: 1,80m
Cor favorita: Preto escuro com reflexo azulado
Aroma que lembra ele: Folha molhada e fumaça de incenso
Comida favorita: Batata-doce assada (yaki-imo) comprada de caminhão na rua
Hobby: Ficar em silêncio. Observar o lago. Escutar coisas que não devia.
Medo: que seja esquecido por alguém que ama
Voz: Baixa, suave, porém firme. Parece que ele sussurra até quando fala normal
Lugar favorito: Às margens do Lago Suginami, onde tudo parece parado no tempo
Nome: Ryota Oshima
Kanji: 大島 涼太
Leitura: おおしま りょうた (Ōshima Ryōta)
Idade: 17 anos
Aniversário: 18 de setembro
Signo: Virgem
Tipo sanguíneo: A
Altura: 1,76m
Cor favorita: Azul acinzentado
Aroma que lembra ele: Papel antigo e chá de jasmim
Comida favorita: Nikuman (pãozinho recheado no vapor) — especialmente no outono
Hobby: Desenhar no caderno sem mostrar pra ninguém, observar folhas caindo
Medo: alguém o conhecer de verdade
Voz: Suave, às vezes hesitante, mas sincera
Lugar favorito: Um banco antigo de madeira atrás da escola, onde ele assiste o pôr do sol.
Se você chegou até aqui, seja bem-vinde à minha primeira história publicada no NovelToon.
"A Voz no Fim do Outono" é uma história BL com tons de melancolia, romance lento e mistério leve, inspirada por obras como "O Verão em que Hikari Morreu", mas com uma pegada mais emocional e romântica.
Acompanhe Ryota Oshima, um garoto marcado pelo luto, e Naoki Oyama, um novo aluno que carrega um segredo envolto por folhas secas e silêncios.
Esse não é um romance explosivo.
É uma história que fala sobre memórias, saudade, conexões que nem a morte pode apagar — e aquele sentimento estranho que a gente não sabe se é amor, dor… ou os dois.
Obrigada por ler até aqui. Espero que essa história toque seu coração assim como tocou o meu ao escrever 💛🍂
Se você gostar, comente ou apenas sinta. Isso já vai significar o mundo pra mim.
— Com carinho,
Ryuu
[Narrado por Ryota Oshima]
A escola parecia mais silenciosa naquela manhã.
Talvez fosse o vento.
As folhas de outono já cobriam metade do pátio, e o ácer da frente estava perdendo cor rápido demais. A cada dia, algo sumia do cenário…
Como se o mundo estivesse ficando cansado.
Eu sentia isso também.
Estava rabiscando algo no meu caderno — nada importante, só folhas secas e sombras — quando o professor entrou carregando uma prancheta e um anúncio seco:
— Temos um aluno novo hoje.
A turma mal reagiu. Era novembro. Quem troca de escola no fim do semestre?
— Oyama Naoki — continuou ele. — Acabou de se transferir. Espero que o recebam bem.
Então ele entrou.
A mesma presença. A mesma calma incômoda.
Cabelos pretos, olhos muito escuros, expressão neutra.
Ele não parecia um estudante comum. Parecia parte de outro cenário — como se tivesse saído de dentro da floresta.
Foi ele.
O garoto do lago.
Dois dias atrás.
Na floresta atrás da escola.
Ele perguntou se eu conseguia ouvir…
E depois sumiu.
Naoki não se curvou. Não sorriu. Só olhou em frente, com aquele olhar que parece furar a pele.
— Pode se sentar ali, ao lado do Oshima.
Ao meu lado.
Meu peito apertou.
Ele andou devagar. Silencioso. Como se o mundo ao redor dele se calasse sozinho.
Se sentou. Não disse nada.
A aula continuou, mas pra mim, os sons ficaram abafados. As palavras no quadro se embaralhavam. Eu só conseguia pensar:
“Por que ele está aqui?”
“Por que ele se lembra de mim?”
“Como ele sabia do lago?”
O intervalo chegou.
E foi ali que ele me passou um papel dobrado, com calma quase irritante.
Eu hesitei. Meus dedos estavam gelados.
Abri o bilhete. A caligrafia era reta. Firme. Precisa.
*“Você esteve no lago. Eu também estive lá."*
*"Mas não era a primeira vez que te via.”*
Meu corpo ficou frio.
Virei de lado, tentando disfarçar. Ele me olhava como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.
Como se já tivesse ouvido tudo que meu coração não dizia.
— Como você sabia que eu... — sussurrei.
Ele desviou o olhar para a janela.
— Eu reconheço pessoas que sonham acordadas — disse.
— O quê?
Ele continuou, baixo:
— E eu sei quando alguém foi esquecido por alguém que não devia.
O vento entrou pela janela aberta, carregando folhas secas que dançaram por alguns segundos sobre as carteiras.
Alguns alunos riram.
Mas eu não consegui rir.
Porque ele ainda me olhava.
Naoki esticou a mão e pegou uma folha que havia caído bem na minha carteira.
Segurou-a entre os dedos como se fosse de vidro.
— Essa é sua primeira folha do outono — disse.
— ...E daí?
Ele sorriu, mas parecia triste.
— Quando ela mudar de cor de novo… vai ser tarde demais.
Eu não consegui prestar atenção no resto do dia.
As palavras no quadro viraram borrões, os sons à minha volta pareciam vir debaixo d’água, e o tempo… o tempo estava estranho.
Devagar.
Quase parado.
Naoki Oyama não falou mais comigo durante a aula.
Ele apenas ficou ali, ao meu lado, como se aquilo fosse o lugar dele desde sempre.
E o mais estranho: ninguém parecia achar nada estranho.
Na hora da saída, esperei um pouco pra sair depois de todo mundo. Não queria esbarrar nele. Não queria ver seu rosto.
Mas queria também. Queria muito.
A verdade é que algo nele me incomodava… e ainda assim, me prendia.
Aquela folha na minha carteira ainda estava comigo.
Guardei dentro do estojo sem pensar. Nem sei por quê.
(é o amoorrr, que mexe com minha cabeça me deixa assiimm. Sorry, volte a ler <3)
Na caminhada até em casa, o vento do final de tarde estava mais frio que o normal.
As árvores pareciam cochichar.
Caminhei devagar pela trilha que corta a floresta — a mais rápida até meu bairro — quando percebi que não estava sozinho.
Ele estava ali.
De novo.
Naoki.
Encostado numa árvore, perto da ponte de madeira que passa sobre o riacho.
Me esperando?
— ...Você me seguiu? — perguntei, tentando soar firme.
— Não. — Ele olhou para as folhas aos pés. — Eu já estava aqui.
Silêncio.
— Você mora por aqui? — tentei.
— Não.
— Mas...
— Eu só venho quando alguém vai passar.
Eu ri, meio nervoso.
— Isso é pra ser poético ou só esquisito mesmo?
Ele finalmente olhou pra mim. Seus olhos escuros estavam úmidos com a luz dourada do entardecer.
E por um momento, parecia que ele ia dizer alguma coisa real.
— Você se lembra — disse.
— Lembro do quê?
— Da primeira vez.
Aquilo me fez gelar por dentro.
Porque no fundo… uma parte de mim lembrava sim.
Do lago.
De um garoto pálido.
Do cheiro das folhas molhadas.
De uma presença que estava lá antes de mim.
— Eu te vi lá — sussurrei. — Mas… não tinha ninguém comigo. Foi…
— Foi no ano passado, não foi? — ele interrompeu.
Meus pés congelaram. Meu coração também.
Porque sim. Foi no ano passado.
Depois do acidente.
Depois daquilo que a gente não falava em casa.
Depois que Haruki morreu.
— Como você sabe disso? — perguntei, mais sério agora.
Naoki se virou.
Não respondeu.
— Você conhecia ele? Conhecia o Haruki?
Ele se afastou lentamente, os passos leves sobre as folhas secas.
— Não — disse. — Mas talvez ele me conhecesse.
E então ele se foi.
Simples assim.
Como se não tivesse dito nada demais.
Naquela noite, não consegui dormir.
Sonhei com folhas queimando, com sinos tocando no meio da floresta e…
Com uma voz.
A voz dele.
Mas o que mais me assustou no sonho foi oque que ele disse no fim.
— Quando a última folha cair…eu vou junto com ela.
> Fim do Capítulo 2
Acordei com o coração batendo rápido.
A luz da manhã mal entrava pela janela. Estava nublado.
Cinza.
Silencioso.
Levantei devagar, sentindo a pele arrepiar.
Minha mão foi direto pro estojo, sem pensar.
Quando abri, lá estava ela.
A folha.
Amarelada.
Frágil.
Exatamente como no dia anterior.
Mas agora, no canto inferior da folha…
Havia uma marca.
Como se alguém tivesse escrito com carvão, leve demais pra ser lido.
Ou talvez fosse só minha mente.
Talvez.
O dia seguinte chegou com uma neblina estranha.
Era como se o outono estivesse perdendo a cor. Como se o mundo estivesse… embaçado.
Na escola, tudo parecia normal.
Menos ele.
Naoki Oyama.
Sempre quieto. Sempre calmo.
Sempre ali.
Sentado ao meu lado como se aquele lugar tivesse sido feito pra ele.
E mesmo sem falar nada, ele parecia saber tudo.
Eu não falei com ele a manhã toda. Mas o silêncio entre nós era tão denso que chegava a doer.
Ele me olhava de vez em quando, com aquele olhar…
Como se soubesse que eu lembrava.
Como se estivesse esperando que eu perguntasse.
E eu queria perguntar.
Mas perguntar o quê?
No almoço, sentei sozinho, perto da janela da biblioteca.
O vento balançava as cortinas levemente. As folhas secas giravam no ar como lembranças vivas.
Foi quando ouvi passos.
Ele sentou ao meu lado, sem pedir permissão.
A mesa era só nossa.
O mundo inteiro parecia longe.
— Você sonhou com o lago de novo? — ele perguntou, baixinho.
Meu coração parou por dois segundos.
— Como você…
Ele me olhou.
— Eu também sonhei.
— Comigo?
Ele não respondeu. Apenas tirou algo do bolso.
Era uma folha.
Igual à minha.
Mesma cor. Mesma forma.
Mas no centro… uma marca.
Preta.
Redonda.
Parecia… uma queima.
Como se tivesse sido tocada por fogo — ou por um segredo.
— O que é isso? — perguntei.
— Uma prova.
— De quê?
Ele sorriu, com tristeza nos olhos.
— De que a gente já se encontrou antes.
— Isso foi no lago…?
Ele assentiu.
— Mas não foi só uma vez.
Silêncio.
— Eu não lembro… — confessei.
— Você não lembra ainda.
No final da aula, esperei todos saírem antes de levantar.
Fui até a professora de história. Ela sempre foi gentil comigo, desde que… desde o ano passado.
— Sensei — falei, baixinho. — O aluno novo… o Oyama-kun. Ele… já estudou aqui antes?
Ela ergueu uma sobrancelha.
— Oyama Naoki?
Assenti.
— Não que eu saiba. É a primeira vez que ouço esse nome. Por quê?
— Só… me pareceu familiar.
Ela sorriu.
— Às vezes a gente tem essa impressão.
— Sim… talvez seja isso.
Mas algo na forma como ela olhou pra mim no final…
Como se também quisesse perguntar algo…
Ou como se ela mesma não lembrasse direito.
Naoki me esperava na porta da escola.
Como se já soubesse que eu ia procurá-lo.
— Você me seguiu?
Ele olhou pro céu.
— Eu só fico onde o vento sopra as lembranças certas.
— Você fala como se já soubesse o que vai acontecer.
— Talvez eu saiba.
Dei um passo mais perto.
— Então me diz.
— O quê?
— Quem é você de verdade?
Naoki me olhou nos olhos.
Sério. Triste. Intenso.
— Eu sou alguém que lhe ama há muito mais tempo do que pode lembrar.
>fim do capítulo 3
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