Capitulo 01—
A manhã surgira tímida no campus da Universidade de São Paulo, com o céu acinzentado cobrindo as copas douradas das árvores. Era como se o universo anunciasse que algo silenciosamente poderoso estava por acontecer. No meio daquela paisagem quase melancólica, Rubi surgia como um cometa: cabelos loiros ondulados perfeitamente arrumados, blazer azul marinho sobre um vestido justo, saltos que ecoavam com elegância. Ela não passava despercebida. Nunca.
Maribel, sentada no banco em frente à biblioteca de arquitetura, avistou a amiga e abriu um sorriso puro, carregado de empolgação.
Maribel: — Bom dia, Rubi!
Rubi: — Bom dia, minha florzinha! — respondeu com voz suave, embora seus olhos claros não deixassem escapar o leve desconforto que sentia diante da felicidade da amiga. — Você está radiante hoje… Até parece que ganhou na loteria.
Maribel (rindo nervosa): — Quase isso… Eu conheci alguém.
Os olhos de Rubi brilharam com interesse.
Rubi: — Alguém? Quem? Onde? Como? Vai, me conta tudo agora!
Maribel: — Pela internet! Ele se chama Heitor, é arquiteto, tem o próprio escritório… e é filho do dono de uma das maiores incorporadoras de São Paulo.
Rubi congelou por um segundo.
Heitor. Arquiteto. Rico. Influente. Um nome que soava como destino.
Rubi (com sorriso forçado): — Nossa, amiga… Que sorte a sua! E ele já sabe… sobre a prótese?
Maribel (baixando os olhos): — Não… Ainda não. Queria contar pessoalmente, quando nos encontrarmos hoje.
Rubi (segurando a mão dela com falsa ternura): — Vai dar tudo certo. Vai ser… inesquecível.
(💭…principalmente pra mim.💭)
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Mais tarde, na casa de Maribel
O relógio marcava 19h35. Na sala, a mãe de Maribel ajustava o vestido da filha: um modelo azul claro, delicado e romântico. Ela havia optado por um modelo longo, que escondesse discretamente a prótese na perna. A maquiagem era leve. A ansiedade, imensa.
No topo da escada, Rubi surgia triunfante com um vestido vermelho justo ao corpo, decote profundo e perfume que deixava rastros no ar. O cabelo estava impecável. Como sempre. Ela desceu com passos calculadamente suaves, mas firmes — como se estivesse entrando em cena.
Maribel (sem esconder o incômodo): — Rubi… esse vestido… você não acha que está um pouco demais?
Rubi (sorrindo com ar inocente): — Ai, amiga! Eu só vim te apoiar. Não é como se fosse um encontro pra mim.
(💭Mas quem disse que ele vai ser seu?💭)
A campainha tocou às 20h em ponto.
Rubi (descendo as escadas, imponente): — Eu atendo!
Ela foi até a porta. Ao abrir, deu de cara com Heitor: alto, impecável, terno sob medida, barba bem feita e olhos de tempestade. Ele ficou paralisado por um instante, encarando aquela mulher de beleza hipnótica.
Heitor sentiu o ar faltar.
Rubi (sorridente): — Você só pode ser o famoso Heitor…
Heitor (ainda impactado): — Sim… Sou eu. E… você é?
Rubi (descendo um degrau a mais, com charme): — Rubi. Melhor amiga da Maribel. Ela já está vindo, me acompanha até a sala?
Heitor (hipnotizado): — Claro…
(💭Que mulher é essa?💭), ele pensou.
(💭Pelo olhar dele… o jogo já começou.💭), pensou Rubi.
Maribel surgiu logo depois, um pouco trêmula, mas sorridente. Ao ver Rubi ao lado de Heitor, seu coração acelerou.
Maribel (apertando a mão dele): — Oi… você veio!
Heitor (educado): — Claro. É um prazer finalmente te conhecer.
Rubi: — Bem… vou servir um vinho enquanto vocês conversam.
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Na sala de estar
Rubi voltou com duas taças. O momento parecia calmo demais. Ela então se aproximou de Maribel com um sorriso doce e, ao estender a taça…
Rubi (fingindo tropeçar): — Ai! Que desastre…
O vinho tinto caiu direto no colo de Maribel.
Maribel (sem graça): — Rubi! Meu vestido…
Rubi (ofegante): — Me desculpa, amiga! Eu sou tão atrapalhada…
Heitor: — Deixa que eu ajudo.
Ele se abaixou e pegou um pano para limpar o vinho. Foi então que o tecido da saia se moveu levemente… revelando o início da prótese.
Heitor (confuso): — Você… não me contou sobre isso.
Maribel (gaguejando): — Eu… eu ia contar. Só não sabia como…
Rubi (de canto, observando):
(💭E o vinho da inveja foi servido.💭)
Ele parecia digerir tudo ao mesmo tempo — o estranho “acidente” de Rubi, e, sobretudo, a descoberta inesperada sobre Maribel.
Meses depois…
Maribel e Heitor estavam noivos. A ferida da revelação cicatrizara, mas deixara marcas. Heitor dizia amá-la, mas algo entre eles nunca mais foi igual. E Rubi sabia disso. Ela se fazia presente. Sempre.
Noivos em jantares. Rubi se oferecendo para ajudar nos preparativos. Sorrisos cruzados. Toques quase imperceptíveis.
Heitor (olhando Rubi disfarçadamente):
(💭Essa mulher me tira o fôlego. E isso… me assusta.💭)
Rubi (retribuindo com um olhar sutil):
(💭Você ainda está lutando contra mim, mas não por muito tempo.💭)
Maribel, mesmo apaixonada, começou a sentir o incômodo da presença constante da amiga.
Mas Rubi era encantadora demais… até para desconfiar.
No silêncio do seu quarto, Rubi olhou-se no espelho.
Rubi (para si mesma): — Ele está quase… E quando estiver pronto, não será no altar que ela o terá.
(💭Será comigo. Em outro continente.💭)
E o plano já estava em curso.
🌹 Dossiê de Personagens – Novela Rubi
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👠 Rubi
• Nome completo: Rubi
• Idade: 23 anos
• Profissão: Estudante de Design de Interiores na Universidade de São Paulo
• Origem: Filha de costureira humilde, criada com poucos recursos e muitas ambições
• Aparência: Loira, cabelos ondulados, pele impecável, olhar penetrante e expressão confiante (imagem referencial recebida)
• Personalidade: Ambiciosa, manipuladora, estratégica e intensa.
• Ponto fraco: A sede por poder e reconhecimento — nunca acha que tem o suficiente.
• Segredos: Tem um caso com o noivo de sua melhor amiga. Planeja fugir para a Espanha com ele no dia do casamento.
• Relacionamentos:
• Melhor amiga (falsamente): Maribel
• Amante: Heitor
• Aliado e cúmplice: Loreto
• Relação conturbada: Cristina (irmã), Dona Rosário (mãe)
Capítulo 2 –
O casamento se aproximava. Maribel, sonhadora como sempre, fazia questão de envolver Rubi em todos os detalhes. Era sua melhor amiga. Sua confidente. Sua sombra iluminada. Mal sabia ela que a sombra estava se transformando em eclipse.
Heitor, em uma tentativa de surpreender Maribel, decidiu presenteá-la com um vestido novo para a festa de noivado.
Ele ligou para Rubi no meio da tarde.
Heitor (ao telefone): — Rubi, preciso de ajuda. Quero comprar um vestido especial para a Maribel. Você conhece o gosto dela melhor do que ninguém…
Rubi (com voz sedosa): — Claro, Heitor. Vai ser um prazer. Me encontra no shopping às quatro?
Heitor: — Estarei lá.
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No provador – shopping Jardins
Rubi surgiu com um vestido justo preto, salto agulha e um batom cor de vinho. Estava irresistível. Na loja, separou três opções para Maribel.
Rubi: — Essas aqui são delicadas… Mas essa última… é ousada. Você acha que a Maribel tem coragem de usar algo assim?
Heitor (olhando o vestido mais justo): — Acho que não. Mas gosto do corte…
Rubi (encarando-o com um sorriso insinuante): — Quer ver como ele veste num corpo parecido? Eu posso provar.
Ele hesitou. Ela não.
Entrou no provador e, discretamente, deixou a cortina levemente aberta. Heitor, distraído olhando o celular, foi capturado por um reflexo no espelho lateral. Paralisou.
Heitor (pensamento):
(Ela sabe o que está fazendo… E está fazendo por mim…)
Rubi virou-se com delicadeza, como se não soubesse estar sendo observada, deixando o vestido escorregar por seu corpo lentamente.
Heitor desviou o olhar… depois voltou.
O desejo crescia como fogo mal contido.
Rubi saiu do provador, os cabelos soltos, a respiração sutilmente acelerada.
Rubi (encarando-o): — E então… Aprovado?
Heitor (com a voz rouca): — Está… perfeito.
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No salão de Loreto – Vila Madalena
No dia seguinte, Rubi foi ao salão do seu amigo mais fiel: Loreto, cabeleireiro e fofoqueiro de elite.
Loreto: — Menina, você veio iluminar meu salão hoje, hein? O que tá tramando agora?
Rubi (rindo): — Nada demais, só quero estar perfeita pro noivado da minha melhor amiga…
Loreto (arqueando a sobrancelha): — Ah. A Maribel… Aquela doce florzinha. E o noivo dela… Um pão.
Rubi: — Aliás, me fala mais sobre ele. Quero impressioná-lo com uma surpresa no noivado.
Loreto (animado): — Heitor? Fácil. Ele adora uísque single malt, ouve jazz no fim de semana, joga tênis, faz trilhas e AMA comida tailandesa. Azul-marinho é a cor preferida dele, sabia? E vive indo na boate Lust, no Itaim. Todo sábado ele tá lá com os amigos de infância, se afogando em tequila e pecados.
Rubi (com sorriso triunfante): — Pecados… Hm. Adorei.
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Algumas semanas depois – Balada Lust
Era sábado. O som pulsava na boate Lust. A luz baixa, as pessoas dançando. Rubi surgiu como uma miragem: vestido dourado, costas nuas, salto matador. Heitor a viu primeiro de longe… depois bem perto.
Heitor (bêbado, surpreso): — Rubi? O que você tá fazendo aqui?
Rubi (com sorriso sedutor): — Saudade da pista, ué. Você vem sempre?
Heitor (rindo, com os olhos em chamas): — Sempre. Mas nunca esbarrei em você… com essa roupa.
Rubi (aproximando-se, roçando o dedo no colarinho dele): — É porque agora… você começou a me ver diferente.
Ele a puxou para dançar. As mãos escorregaram pela cintura, os olhos grudados. O álcool, o perfume, o corpo. Tudo era excesso.
Rubi sussurrou no ouvido dele: — Vem comigo?
Ele não respondeu. Apenas a seguiu.
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Motel – Suíte Diamante
O ambiente era escuro e perfumado. Lençóis brancos, espelho no teto, taça de vinho esquecida na mesa.
Rubi tirou o salto devagar, como num ritual.
Heitor a encarava em silêncio, perdido.
Rubi (caminhando até ele, suave): — Não precisa falar nada.
A química era bruta. O beijo foi urgente, os corpos se buscaram com fome. Os lençóis se desfizeram com facilidade. Ela montava o próprio destino ali, entre sussurros e promessas que jamais seriam cumpridas.
Foi intenso. Foi proibido. Foi o começo do fim.
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Manhã Seguinte – Suíte Diamante
O sol invadia o quarto em listras douradas. O lençol amassado denunciava a noite que fora tudo, menos tranquila. Heitor despertou primeiro, o peito nu suando leve, o olhar perdido entre a culpa e o vício.
Rubi, com o corpo coberto até a metade, dormia de lado, os cabelos caídos sobre o travesseiro como seda derramada. Os lábios entreabertos, a respiração tranquila, o perfume dela — ainda impregnado nos lençóis — fazia o quarto parecer um altar profano.
Heitor (pensamento, aflito):
(O que eu fiz? A Maribel… Isso não pode estar acontecendo. Mas meu corpo… meu corpo ainda queima por ela.)
Rubi (sem abrir os olhos, com a voz rouca e doce): — Bom dia, arquiteto… Está fugindo de mim ou de você?
Heitor (tentando se recompor): — Isso… Isso foi um erro. A gente passou do limite. Eu… não devia ter feito isso.
Rubi (estica-se lentamente, roçando os dedos nas costas dele): — Não fala como se fosse um criminoso, Heitor… Você não me forçou, e eu não implorei. Aconteceu. E foi… delicioso.
Heitor (olhando para ela, confuso, encantado, perturbado): — A Maribel… ela é boa demais. Ela confia em mim. Em nós.
Rubi (levantando-se devagar, deixando o lençol escorregar até a curva da cintura): — E ela continuará confiando. Porque eu não sou burra, Heitor. Não vou contar. E você também não.
Heitor (engolindo seco, fascinado pela imagem à sua frente): — Isso… não pode acontecer de novo.
Rubi (caminha até ele, se senta no colo, só de calcinha): — Claro que não. A não ser… que aconteça.
(sussurrando no ouvido dele) — Você ainda me quer, arquiteto? Porque eu… já estou te querendo de novo.
Ele não resistiu.
Manhã Seguinte – Suíte Diamante
O sol invadia o quarto em listras douradas. O lençol amassado denunciava a noite que fora tudo, menos tranquila. Heitor despertou primeiro, o peito nu suando leve, o olhar perdido entre a culpa e o vício.
Rubi, com o corpo coberto até a metade, dormia de lado, os cabelos caídos sobre o travesseiro como seda derramada. Os lábios entreabertos, a respiração tranquila, o perfume dela — ainda impregnado nos lençóis — fazia o quarto parecer um altar profano.
Heitor (pensamento, aflito):
(O que eu fiz? A Maribel… Isso não pode estar acontecendo. Mas meu corpo… meu corpo ainda queima por ela.)
Rubi (sem abrir os olhos, com a voz rouca e doce): — Bom dia, arquiteto… Está fugindo de mim ou de você?
Heitor (tentando se recompor): — Isso… Isso foi um erro. A gente passou do limite. Eu… não devia ter feito isso.
Rubi (estica-se lentamente, roçando os dedos nas costas dele): — Não fala como se fosse um criminoso, Heitor… Você não me forçou, e eu não implorei. Aconteceu. E foi… delicioso.
Heitor (olhando para ela, confuso, encantado, perturbado): — A Maribel… ela é boa demais. Ela confia em mim. Em nós.
Rubi (levantando-se devagar, deixando o lençol escorregar até a curva da cintura): — E ela continuará confiando. Porque eu não sou burra, Heitor. Não vou contar. E você também não.
Heitor (engolindo seco, fascinado pela imagem à sua frente): — Isso… não pode acontecer de novo.
Rubi (caminha até ele, se senta no colo, só de calcinha): — Claro que não. A não ser… que aconteça.
(sussurrando no ouvido dele) — Você ainda me quer, arquiteto? Porque eu… já estou te querendo de novo.
Ele não resistiu.
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Encontro 2 – Escritório de Heitor
Duas semanas depois.
Era quase noite. A cidade começava a brilhar pelas janelas do 20º andar do edifício onde ficava o escritório de Heitor. Rubi chegou sem avisar — salto fino, vestido preto com fenda até a coxa e batom vermelho como sangue fresco.
Heitor (surpreso): — Rubi? O que você tá fazendo aqui?
Rubi (sentando-se sobre a mesa de mármore): — Te devolvendo uma maquete que ficou na minha casa depois daquela noite… lembra?
Ela tirou a caixa da bolsa. Mas dentro havia apenas uma garrafinha de uísque, dois copos e um bilhete: “Para repetir o erro, com gosto.”
Heitor (sorrindo apesar de si mesmo): — Você é impossível.
Rubi (cruzando as pernas lentamente): — E você é previsível. Tranca a porta, Heitor. Eu vim pra ser tua distração de fim de expediente.
Ele hesitou por meio segundo.
Depois, trancou a porta.
Foram beijos vorazes contra a parede de vidro com vista para a cidade, mãos impacientes, desejos engavetados explodindo como se o tempo fosse limitado. Os papéis voaram da mesa. A gravata foi arrancada. O mundo inteiro ficou em silêncio — exceto os dois.
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Encontro 3 – Noivo e amante
Era a véspera da reunião final do casamento. Maribel estava em casa, preparando lembrancinhas. Rubi estava… em um hotel, no centro da cidade, com Heitor.
Ela vestia apenas um robe de seda cor champanhe e uma taça de vinho branco na mão. Sentada sobre o carpete felpudo, esperava ele sair do banho.
Heitor (saindo do banheiro, de toalha): — Isso não faz sentido, Rubi…
Rubi (olhando-o de cima a baixo): — A única coisa que não faz sentido é como você resistiu tanto tempo.
(pausa, se levantando e caminhando até ele) — Eu posso ser tua amante em silêncio. Te dar o que ela nunca vai conseguir. Ousadia. Fome. Desejo. Posse.
Heitor: — E o que você quer com isso?
Rubi (encostando os lábios no pescoço dele): — Tudo. Mas por enquanto, só você… nu… e embaixo de mim.
⸻
A partir dessa noite, Rubi se tornou mais do que um erro. Ela era um vício. E Heitor… já não era mais dono de si.
Enquanto Maribel sonhava com o véu e o buquê, Rubi preparava o salto que destruiria o altar.
💍 Heitor Monteiro
• Nome completo: Heitor Ferraz
• Idade: 30 anos
• Profissão: Arquiteto renomado, dono de um escritório próprio
• Origem: Filho de família rica e influente em São Paulo
• Aparência: Moreno, barba bem feita, olhar intenso e presença elegante
• Personalidade: Carinhoso e íntegro à primeira vista, mas ao se envolver com Rubi, torna-se obsessivo, possessivo e emocionalmente volátil
• Ponto fraco: O desejo incontrolável por Rubi
• Segredos: Mantém um relacionamento com Maribel enquanto trai com Rubi e organiza uma fuga para a Espanha
• Relacionamentos:
• Noiva: Maribel
• Amante: Rubi
• Motorista e confidente: Caetano
Capítulo 3 –
O relógio marcava 2h47 da manhã. A cidade silenciava. A brisa entrava pela fresta da janela, trazendo consigo um frio sutil — mas Rubi ardia. Sentada na beirada da cama, com a camisola de seda escorregando pelas coxas, ela revisava calmamente o conteúdo da mala: vestidos justos, lingerie preta, passaporte renovado, euros recém-trocados, um frasco do perfume de jasmim que Heitor adorava… e um salto vermelho como a própria tentação.
Nada ali era supérfluo. Cada peça era uma armadilha.
Seu celular vibrou sobre a mesa.
📲 Mensagem de Heitor:
“Está decidido. Compramos as passagens. Partimos em um mês. Para Madrid. Com você, eu abandono tudo. Maribel. Minha vida inteira.”
Rubi sorriu de leve, deslizando os dedos sobre os lábios.
Não havia batom. Só controle. E um brilho cruel no olhar.
Rubi (pensamento):
(“Abandonar tudo…” Que adorável. Ele acha que está fugindo comigo. Mas, na verdade, está indo direto pra minha armadilha.)
Ela fechou a mala, calmamente, e a escondeu no compartimento secreto do armário — um projeto de Loreto, claro. Estava tudo no lugar.
Agora… só faltava manter o teatro.
⸻
Vida dupla – Parte 1: Heitor e Maribel
À luz do dia, Heitor era o noivo exemplar. Gentil, romântico, dedicado. A cada passo dado com Maribel, escondia uma mentira nova.
— Te trouxe flores. — disse ele, entregando um buquê de tulipas azuis.
— Você sempre lembra que são minhas favoritas… — sorriu Maribel, emocionada, puxando-o para um beijo inocente.
Ele a abraçou, mas seus olhos se perdiam atrás dela. Seus pensamentos… estavam em outro corpo.
Heitor (pensamento):
(Ela é doce, pura, frágil… Mas com Rubi… eu sou homem. Animal. Pecado. Vivo.)
Enquanto Maribel falava sobre buffet e músicas da cerimônia, Heitor respondia com acenos mecânicos, lembrando-se da noite passada, quando Rubi se ajoelhou diante dele com um sorriso de perigo nos lábios e mãos que sabiam o caminho exato entre o controle e o prazer.
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Vida dupla – Parte 2: Rubi e Maribel
Rubi seguia seu papel com perfeição. Vestia-se em tons suaves. Cabelos soltos. Voz melódica. A melhor amiga. A confidente.
Estavam na loja de vestidos, experimentando modelos para o ensaio fotográfico pré-casamento.
— E esse? — perguntou Maribel, saindo do provador com um vestido em renda off-white.
— Está divina, florzinha. Ele vai chorar quando te vir no altar. — disse Rubi, ajustando o véu com delicadeza.
Maribel (doce, inocente):
— Eu queria tanto que você fosse feliz também, Rubi. Você merece alguém que te admire, que veja quem você é de verdade.
Rubi (pensando):
(Ah, minha querida… alguém já me admira. Só que à noite. Pelado. E dizendo meu nome como se estivesse sendo salvo.)
— Vai chegar minha hora. Enquanto isso, ver você feliz já me preenche. — disse Rubi, tocando o rosto da amiga com carinho.
⸻
Preparativos do plano
No salão, Loreto finalizava uma escova no cabelo de Rubi enquanto ela respondia mensagens de Heitor no celular.
— Então você vai mesmo fugir com o noivo da tua melhor amiga?
— Não estou fugindo. Estou levando o que me pertence. — respondeu ela, sem piscar.
— E se ele se arrepender? — perguntou Loreto.
— Então vai ter que arcar com o preço. Mas depois de mim, querido, nenhum arrependimento vem sem dor.
(pausa)
— Você cuidou da agência?
— Tudo feito. Nome falso. Justificativa perfeita. Você vai pra Espanha como bolsista da Escola de Design de Interiores de Madrid.
— Como a vida é generosa com quem sabe pedir direito… — disse ela, rindo.
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No jantar – A tensão explode
Na casa de Maribel, o jantar entre amigos era regado a vinho chileno e elogios vazios. Heitor estava ao lado da noiva. Rubi, frente a frente com ele. Olhares trocados. A tensão sexual flutuava sobre a mesa.
Cristina comentava sobre a educação da pequena Fernanda. Caetano ria de um caso do trânsito. Mas entre Rubi e Heitor, o tempo parava.
Rubi passou a sobremesa para Maribel com um guardanapo dobrado. Dentro dele, um bilhete escrito à mão, com batom rosa queimado:
📜 “Faltam 20 dias. Você ainda é meu? Ou vamos fingir que não sabemos o caminho de volta?”
Heitor leu o bilhete escondido. Bebeu o vinho inteiro de uma vez.
Maribel encostou a cabeça no ombro dele.
— Você está estranho, amor. Está tudo bem?
Heitor (sorrindo com esforço): — Só cansado. Mas tudo bem.
Rubi (pensamento):
(Cansado agora… e completamente esgotado depois de mim.)
⸻
Última noite antes do aviso
O flat de Rubi era o esconderijo das verdades. Lá, Heitor se despiu de culpas — e roupas.
Ele entrou e já a encontrou deitada, de costas, nua, com o lençol cobrindo apenas parte do corpo. A música de fundo era francesa. A luz, vermelha. O quarto, embriagado de jasmim.
— Você está se arriscando demais. — disse ele.
— O que é a vida sem risco? — respondeu ela, estendendo a mão.
Ele se aproximou. Os beijos vieram fortes, rápidos, seguidos de mordidas, suspiros, sussurros entre o prazer e a traição. Ela sentou-se sobre ele, dominando-o com movimentos precisos, olhos cravados nos dele.
Heitor (ofegante): — Isso… isso é loucura.
Rubi (sorrindo enquanto rebola sobre ele): — Loucura é pensar que pode escapar de mim agora.
Depois, deitados, ela sussurrou com a voz baixa:
— Você está mesmo pronto? Madrid não é um ensaio.
— Eu já fui seu. Agora… eu sou seu cúmplice.
— Então vamos. E que o mundo nos julgue. Mas que ninguém se atreva a nos impedir.
⸻
Faltam 15 dias.
O relógio corria. A mala seguia escondida. O plano estava selado.
E enquanto Maribel organizava a última prova do vestido…
…Rubi experimentava lingeries novas para o dia da fuga.
Porque Rubi nunca planejava um erro. Ela arquitetava um impacto.
E o impacto estava prestes a acontecer.
👩🦽 Maribel
*finje que ela tem uma prótese na perna esquerda dela*
• Nome completo: Maribel Duarte
• Idade: 27 anos
• Profissão: Estudante de Direito
• Origem: Filha de um grande empresário de São Paulo \(Arthur Duarte\)
• Aparência: Beleza delicada e clássica, cabelos lisos e longos, usa uma prótese na perna direita
• Personalidade: Doce, sensível, fiel e romântica — mas com uma força interna admirável
• Ponto fraco: Confiar cegamente em Rubi
• Segredos: Escondeu a deficiência física de Heitor no início do relacionamento
• Relacionamentos:
• Melhor amiga \(sem saber da traição\): Rubi
• Noivo: Heitor
• Pai protetor: Arthur
• Desconfiada de: Cristina
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