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Meu Vizinho

Nota da Autora

Oi, meus amores.

Se você chegou até aqui, eu preciso te agradecer. Porque abrir um livro, começar a ler e se permitir mergulhar em um universo novo nunca é um passo pequeno. Ainda mais quando esse universo é tão intenso, tão denso, tão perigoso quanto o que você vai encontrar aqui.

Essa é a minha primeira obra, a primeira história que decidi colocar no mundo, e a primeira vez que escolhi compartilhar algo que nasceu das minhas noites acordadas, das minhas ideias bagunçadas, dos meus sentimentos mais escondidos. Escrever não foi leve. Criar esses personagens não foi simples. Porque tudo aqui vem carregado de intensidade, de peso, de dor, de desejo, e de tudo aquilo que a gente tenta fugir, mas que, de alguma forma, nos persegue.

Eu não estou aqui para te prometer um conto de fadas.

Eu não estou aqui para te entregar um amor leve, macio, previsível.

Eu estou aqui para te oferecer um amor que sufoca.

Um amor que não cabe nas regras, que ultrapassa limites, que atravessa zonas proibidas. Um sentimento que aperta o peito, que rasga a pele e que, mesmo assim, a gente continua querendo.

Essa história não vai te oferecer atalhos.

Aqui, o certo e o errado caminham juntos, lado a lado.

Aqui, você vai tropeçar em decisões que machucam, em desejos que consomem, em entregas que são tão perigosas quanto necessárias. Você vai encontrar personagens que erram, que fogem, que se aproximam e que se afastam. Eles vão te tirar do eixo. Eles vão te fazer questionar. Vão te fazer sentir. E, talvez, você os ame exatamente por isso.

Essa não é uma história de amores permitidos.

É uma história de amores que queimam. Que bagunçam. Que sufocam.

Aqui, o perigo não está só do lado de fora. Ele está dentro. Dentro de cada um. Dentro de cada escolha. Dentro de cada toque.

E eu quero te avisar: se você decidir continuar, você vai entrar em um território onde o limite entre paixão e destruição é muito fino. Um território onde nem sempre você vai saber para onde correr. Um território onde, às vezes, o maior medo é perceber que o que você quer é exatamente aquilo que te disseram que era errado.

Eu escrevi cada linha dessa história me permitindo sentir. Me permitindo errar. Me permitindo não fugir. Me permitindo aceitar aquilo que, muitas vezes, a gente tenta esconder.

Essa história é sobre tudo o que a gente quer calar.

Sobre tudo o que a gente deseja, mas não confessa.

Sobre tudo o que queima, mas a gente insiste em tocar.

Se você chegou até aqui, obrigada por me dar a sua confiança.

Obrigada por me permitir te levar para esse mundo.

Obrigada por me permitir te arrastar para essa confusão de sentimentos.

Boa leitura.

Se perca.

Com carinho,

Anny

> E antes de você mergulhar… deixa eu te contar uma coisa:

Algumas histórias não vêm para nos confortar.

Algumas vêm para nos devorar.

Se prepare para sentir.

Se prepare para se perder.

Se prepare para amar aquilo que talvez você não deveria.

Porque o perigo nem sempre vem com sirenes.

Às vezes ele vem com um sorriso.

Às vezes ele vem com um nome.

Às vezes ele vem com um toque que a gente nunca mais esquece.

Anny.. 💛

AVISO DE CONTEÚDO +18

⚠️ AVISO DE CONTEÚDO +18

Este livro é indicado exclusivamente para maiores de 18 anos.

Contém cenas de sexo explícito, conflitos familiares, violência emocional, e relacionamentos complexos — incluindo a temática de meio-irmãos.

É uma história que transita entre o desejo e a dor, o proibido e o inevitável.

Se você não se sente confortável com esse tipo de conteúdo, talvez essa não seja a leitura ideal para você neste momento.

Lembre-se: esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, nomes, situações ou locais reais é mera coincidência.

DEDICATÓRIA

Para os que amam na escuridão.

Para os que desejam o que não podem ter — e ainda assim tocam.

Para quem já se afogou no próprio peito e escolheu não voltar à tona.

Este livro é para quem entende que o amor, às vezes, também arde, corrói e vicia.

Que nem todo toque é leve. Nem todo beijo é doce. Nem toda promessa é feita para durar.

Mas mesmo assim, há quem escolha ficar.

Há quem escolha queimar — e queima junto.

Há quem deseje… mesmo sabendo que não deveria.

E se você entende isso —

Se você já se perdeu nos olhos de alguém que deveria manter distância —

Este livro é seu.

Com todas as minhas sombras,

Annelise💛

capítulo 01- Onde Tudo Começa.

A minha história nunca foi simples. Crescer em uma casa comandada por uma mulher como minha mãe, Lorena Ross, é como caminhar todos os dias sobre um campo minado — cheio de regras, expectativas e silêncios cuidadosamente escolhidos.

Lorena é uma mulher de presença marcante, daquelas que não precisam levantar a voz para conquistar uma sala inteira. Seus cabelos ruivos perfeitamente alinhados, a postura ereta e as roupas impecáveis sempre a faziam parecer intocável. Trabalha para o governo em assuntos que, para mim, sempre pareceram confidenciais demais. Uma mulher sofisticada, fria para quem não a conhece, mas que carrega uma força capaz de sustentar o mundo com as próprias mãos.

E, bom, talvez eu seja como ela, no fundo. Embora eu lute contra isso.

Me chamo Nina Ross, tenho 21 anos e sou a filha mais velha dessa casa silenciosa demais. O tipo de casa em que as paredes sabem mais do que as pessoas. Eu deveria estar na faculdade agora, talvez construindo algo pra mim, mas a vida não me deu essa chance no tempo que eu esperava. Quando minha mãe decidiu se casar novamente, tudo mudou.

O noivo dela? Leonardo Albuquerque. Um homem influente, com negócios pesados, também ligado ao governo. Alguém que, aos olhos do mundo, parece perfeito para ela. Eu finjo aceitar. Fingir virou um talento meu. A adaptação nunca foi uma opção, foi uma necessidade.

E no meio de tudo isso, existe Isadora. A pequena Isadora, com seus cinco anos e os mesmos cabelos ruivos que parecem carregar o selo da nossa família. Ela é diferente de mim. Ela é a luz, a leveza que ainda sobra nesse lugar. Isadora é espontânea, carinhosa, uma criança que não entende a complexidade que nos cerca. Talvez ela nunca entenda. Talvez, no fundo, eu nem queira que ela entenda.

Nosso passado não é algo que eu possa contar em uma tarde qualquer. Ele é tecido em camadas de decisões, de perdas e de segredos que ainda me assombram. Meu pai não está mais presente, e sobre isso minha mãe raramente fala. As memórias que eu tenho dele são como fitas antigas: borradas, frágeis e incompletas. Mas, de alguma forma, ele ainda pesa aqui. Em mim.

E foi nesse cenário — uma mãe sofisticada demais, uma irmã pequena demais e uma casa grande demais — que eu fui jogada.

Não sei se sou forte como a Lorena, nem se sou doce como a Isadora. O que sei é que estou presa entre as duas. E talvez... talvez seja nesse espaço que eu vá me perder. Ou me encontrar.

É assim que começa.

– A Mudança

O relógio da sala marcava quase cinco da tarde quando Lorena chegou. Como sempre, os saltos ecoaram pelo mármore antes mesmo da porta se abrir. O som dela chegando sempre foi como um alerta natural, um aviso de que a casa estava prestes a se recompor, a se alinhar diante da presença dela.

Isadora estava esparramada no sofá, as bochechas coradas de tanto brincar, os cachinhos ruivos grudados na testa de tanto correr. Eu a observava enquanto ela ria alto, brincando com as mãos pequenas da babá que cuidava dela quando minha mãe se atrasava. A babá era gentil, paciente. Era uma das poucas que Isadora gostava de verdade.

— Mãe! — Isa gritou, pulando no sofá ao ouvir o barulho da chave na porta.

Lorena entrou como quem carrega o mundo nos ombros, mas ainda assim, com a elegância de sempre. O blazer bege marcava sua cintura fina, os cabelos ruivos estavam presos num coque baixo, sem um fio fora do lugar. Ela parecia cansada, mas sorriu assim que Isadora correu em sua direção.

— Oi, meu amor. — Ela a pegou no colo com um suspiro leve e a abraçou com força. — Estava com saudades.

— Você demorou hoje. — A Isa fez bico, brincando com o colar delicado que Lorena usava.

— É, o trabalho foi puxado. — Ela olhou pra mim por cima do ombro da Isa. — Oi, Nina.

— Oi. — Respondi seca, ainda sentada no tapete, fechando a tampa de um quebra-cabeça que nem era meu, mas que me distraía.

Lorena pousou a bolsa na poltrona e fez um gesto pra babá, que logo entendeu que podia se retirar.

— Precisamos conversar — disse, enquanto sentava-se no sofá, acomodando a Isa no colo.

Não gostei do tom. Conhecia bem aquela voz. Era o tom de quem vinha com bomba.

— O que foi agora? — Cruzei os braços, já me preparando para o impacto.

Lorena respirou fundo antes de soltar as palavras que mudariam tudo.

— Nós vamos nos mudar.

O silêncio foi imediato.

— O quê? — Minha voz saiu mais alta do que deveria. — Como assim, se mudar? Por quê?

— Recebi uma proposta de trabalho irrecusável. Vamos morar na Califórnia.

Isadora soltou um gritinho animado, batendo palmas.

— Eu vou morar na Califórnia? Aquele lugar dos filmes, né, mamãe? Eu vou ter uma casa nova? Eu vou poder surfar?

Eu não consegui sorrir. Meus olhos arderam de raiva, de indignação.

— Não! Você não pode fazer isso! — Levantei num impulso, o coração batendo forte no peito. — Eu não vou deixar minha vida aqui! Minhas amigas... a Gabi!

— A gente pode fazer chamadas de vídeo — Lorena tentou amenizar, como se fosse fácil. — Você vai poder visitá-la nas férias.

— Não é a mesma coisa! — Disparei. — Eu não quero ir. Eu não pedi pra isso.

Isadora, no colo dela, murchou um pouco ao ver minha reação. Ela estava dividida — empolgada com o novo e triste por deixar suas pequenas amizades.

— Meu trabalho exige. E você sabe, Nina, que nós precisamos dessa mudança. Não é negociável.

Eu me virei de costas, tentando controlar a respiração. Eu não queria chorar ali. Não queria dar a ela esse gosto.

— Você só pensa em você. — Sussurrei, baixo o suficiente para que talvez ela não ouvisse. Mas ela ouviu.

— Eu estou pensando no nosso futuro. — Ela respondeu firme, como sempre.

Me afundei no sofá, sentindo como se o chão estivesse escapando sob meus pés.

Isadora se aninhou no colo da minha mãe e, mesmo empolgada, murmurou:

— Eu vou sentir falta das minhas amiguinhas…

E tudo dentro de mim gritava que, no fundo, eu só queria ficar. Eu só queria a minha cidade. Eu só queria continuar ao lado da Gabi. Mas parecia que, mais uma vez, ninguém se importava com o que eu queria.

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