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Sombra e Desejo

sinopse

Num país escondido do resto do mundo, onde a beleza se mistura com o perigo, o destino cruza dois homens que jamais deveriam se encontrar.

Erik Moreau comanda a máfia de Kavros com mãos de ferro. Frio, calculista e implacável, ele é temido por todos — menos por ele. Rodrigo Villar, herdeiro de um império bilionário no Brasil, chega a Kavros em busca de respostas sobre a misteriosa morte do pai… mas acaba entrando num jogo muito mais perigoso: o da sedução e do poder.

Eles se chocam como tempestade e gasolina. Rodrigo é ousado demais para fugir. Erik é dominador demais para recuar. O desejo é intenso, proibido, ardente — e a cada encontro, os dois se afundam mais em uma paixão que beira a obsessão.

Entre sequestros, atentados, alianças traiçoeiras e noites de prazer sem limites, Rodrigo vai descobrir que em Kavros, nada é o que parece… e que o amor pode ser tão letal quanto uma arma engatilhada.

chegada em Velmir

O jato particular pousou em meio à névoa pesada de um fim de tarde escuro em Velmir, capital de Kavros, um país que não aparecia em mapas comuns. Rodrigo Villar desceu os degraus da aeronave com óculos escuros cobrindo parte do rosto e um casaco de couro que abraçava seu corpo com perfeição. Seu cheiro exalava poder — e perigo. Ele não estava ali por turismo.

Seu pai, o magnata Jorge Villar, havia morrido duas semanas antes. A causa? Oficialmente, um ataque cardíaco. Extraoficialmente? Rodrigo sabia que tinha coisa podre naquela história. E todas as pistas levavam a Kavros. Mais precisamente a um nome que circulava como sussurro entre os homens mais perigosos do mundo: Erik Moreau.

— Sr. Villar? — Um homem alto, de terno preto e olhos opacos o esperava com um carro blindado. — O Sr. Moreau pediu que eu o leve à mansão.

Rodrigo ergueu uma sobrancelha.

— Achei que o grande chefão da máfia gostasse de fazer suas próprias recepções.

O homem apenas sorriu sem humor.

— Ele prefere observar antes de agir.

A viagem até a mansão foi silenciosa. Pelas janelas escuras, Rodrigo via uma cidade marcada por extremos: luxo em um lado da rua, miséria no outro. Aquilo era diferente de tudo que ele conhecia. Aquilo era território de Erik.

Ao chegarem, os portões de aço se abriram como se recebessem um rei. Rodrigo desceu do carro, impressionado com o tamanho da propriedade. A mansão era sombria e sedutora, envolta por jardins perfeitamente podados e câmeras que giravam discretamente. Ao entrar, foi conduzido até um salão amplo, com lareira acesa e um perfume amadeirado no ar.

E então ele apareceu.

Erik Moreau.

O homem era uma visão. Alto, ombros largos, barba cerrada, olhos acinzentados que pareciam ler a alma de Rodrigo com um simples olhar. Ele vestia uma camisa preta semiaberta, mostrando parte do peito marcado por cicatrizes — e poder.

— Rodrigo Villar... — sua voz era grave, firme, e soava como um aviso. — Finalmente nos encontramos.

Rodrigo o encarou com um leve sorriso irônico.

— Finalmente conheço o homem que pode ou não ter matado meu pai.

Erik deu uma risada seca. Caminhou devagar até um bar lateral, pegou um copo de cristal e serviu whisky para os dois.

— Se eu tivesse matado seu pai, você estaria morto antes mesmo de sair do Brasil. — Estendeu o copo. — Mas gostei da ousadia.

Rodrigo aceitou a bebida, seus dedos roçando os de Erik por um segundo longo demais. O olhar dos dois travou. O ar ficou mais denso. A tensão entre eles não era só política... era física. Quente.

— O que você sabe sobre a morte dele? — Rodrigo perguntou, firme.

— Sei que ele estava envolvido com gente perigosa. Gente que não perdoa traições. — Erik se aproximou mais, os olhos fixos nos lábios de Rodrigo. — E sei que, se você não for cuidadoso, vai terminar do mesmo jeito.

Rodrigo deu um passo à frente, enfrentando o olhar gelado de Erik com o próprio fogo nos olhos.

— Eu sei me cuidar, Moreau. Não sou um menino assustado. E você também não parece ser o tipo que se assusta fácil.

Um sorriso perigoso surgiu nos lábios de Erik.

— Não, eu não me assusto. Mas... confesso que gosto de quem provoca.

A tensão entre os dois era quase insuportável. Rodrigo sentia seu corpo inteiro reagir à presença daquele homem. E pela forma como Erik o encarava, ele sabia que o sentimento era mútuo.

Erik se aproximou mais, colando seus corpos, a respiração quente roçando a pele de Rodrigo.

— Se vai ficar em Kavros, vai ter que jogar com minhas regras. E nesse jogo... eu sempre fico por cima.

Rodrigo riu, um som baixo, provocante.

— Veremos.

O toque foi inevitável. O primeiro beijo foi bruto, intenso, cheio de domínio e desafio. A explosão de desejo que invadiu os dois era selvagem — proibida. Eles não se conheciam, mas seus corpos pareciam falar uma língua antiga. Uma língua de fome.

Mas no mundo de Erik, nada era simples. E naquela mesma noite, Rodrigo descobriria o preço de brincar com fogo.

sangue na escuridão

O gosto de Erik ainda estava em seus lábios quando Rodrigo acordou com um sobressalto. O quarto era escuro, enorme, silencioso demais. O lençol de cetim escorregava pelo seu peito nu, e o perfume amadeirado que antes parecia sedutor agora carregava tensão.

A noite anterior havia sido... selvagem.

Erik o havia despido como se dominasse cada pedaço de seu corpo, e Rodrigo — por mais que odiasse admitir — se deixou dominar. Mas não era apenas desejo o que latejava dentro dele agora. Era desconfiança. Aquela mansão era uma prisão disfarçada de luxo.

Levantou-se devagar, vestindo uma calça preta que encontrara jogada perto da cama. Os pés pisaram frios no chão de mármore. Ao sair do quarto, foi recebido por dois homens armados no corredor.

— Precisa mesmo disso tudo? — Rodrigo ergueu as sobrancelhas.

Um dos homens apenas respondeu:

— Ordem do patrão. Segurança total.

Ele riu com deboche.

— Ou vigilância total?

Ignorado, seguiu adiante. Desceu as escadas e entrou no salão principal. Erik estava lá. Camisa branca aberta até a metade, tomando café e olhando um dossiê. Ao vê-lo, ergueu os olhos sem sorrir.

— Dormiu bem?

— Como um prisioneiro num hotel cinco estrelas — Rodrigo respondeu, se aproximando. — Seus capangas são charmosos, mas falta bom-dia.

Erik fechou o dossiê e se levantou. Caminhou até Rodrigo e parou bem perto, como fazia questão de fazer com frequência.

— Eu te salvei ontem. Não esquece disso.

— Me salvou? — Rodrigo deu uma risada cínica. — Eu não lembro de estar em perigo. A não ser que seu beijo conte como ataque...

— Não ontem à noite. — Os olhos de Erik endureceram. — Hoje de madrugada, tentaram entrar na mansão. Queriam você.

Rodrigo sentiu o estômago revirar.

— Como assim?

Erik caminhou até um canto e jogou sobre a mesa um celular quebrado, todo ensanguentado.

— Um dos meus homens pegou o bastardo antes que ele chegasse até seu quarto. Mas ele não estava sozinho. — Ele o olhou nos olhos. — Alguém quer você morto, Villar.

Rodrigo sentiu um arrepio percorrer a espinha. Sabia que sua presença ali causaria agitação, mas não esperava um atentado tão rápido.

— Foi você que me botou no radar. — Ele acusou. — Desde que cheguei aqui, você me mantém sob seus olhos como se eu fosse propriedade sua. Talvez isso tenha chamado atenção demais.

Erik se aproximou novamente, pegando-o pelo queixo com firmeza.

— Você é propriedade minha. Pelo menos enquanto estiver em Kavros.

Rodrigo puxou o rosto, irritado.

— Eu não sou um brinquedo de mafioso.

— Não. — Erik sorriu com malícia. — Mas você ainda não entendeu que esse jogo aqui não é o mesmo que você joga nas empresas do seu papai. Aqui não tem assembleia. Aqui, ou você domina... ou é dominado.

Rodrigo sentiu uma mistura insana de raiva e excitação. O jeito que Erik o tratava o deixava furioso, mas também acendia algo dentro dele que não conseguia explicar. Era como gasolina jogada num fogo que já ardia.

— Me diz uma coisa, Moreau. — Rodrigo se aproximou, rosto a rosto. — Você tá me protegendo... ou me usando como isca?

Erik olhou nos olhos dele.

— Ainda não decidi.

A tensão sexual explodiu de novo. E, mesmo com sangue seco no ar e ameaças à espreita, eles se agarraram ali mesmo, sobre a mesa do salão. Rodrigo sentiu o peso do corpo de Erik, a força das mãos, a brutalidade deliciosa daquele momento.

Mas antes que o prazer explodisse, um dos homens armados entrou correndo na sala.

— Senhor! Encontramos outro corpo. No jardim leste. Era um dos nossos. Foi torturado.

O silêncio foi mortal. Erik se afastou de Rodrigo, olhos frios, expressão fechada.

— Quem for que está por trás disso... — ele murmurou — acabou de assinar a própria sentença de morte.

Rodrigo olhou pela janela. O jardim estava tomado por escuridão. Mas no fundo de sua mente, uma pergunta martelava:

Será que ele conseguiria sair vivo de Kavros... ou já era tarde demais?

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