A MODAS LUXXO é uma empresa de moda sensual de alto padrão, com sede em um arranha-céu de vidro no coração de Manhattan, Nova York. Referência em luxo, ousadia e sofisticação, atende uma clientela exigente e poderosa.
Seus andares abrigam departamentos internacionais, showrooms exclusivos, estúdios fotográficos e salas onde decisões milionárias são tomadas.
O ambiente é competitivo, elegante e carregado de tensão — exatamente como os personagens que se movem dentro dele.
......................
Júlia Moreau — 26 anos
Cargo: Secretária Executiva Sênior
Qualidades: Inteligente, organizada, fluente em 5 idiomas, discreta, estrategista
Defeitos: Controladora, cínica quando desafiada, emocionalmente reservada
Ambição: Alta — quer chegar ao topo sem perder a classe
Descrição:
Com um currículo impecável e uma presença que comanda sem esforço, Júlia é o tipo de mulher que não precisa levantar a voz para ser notada. Sempre elegante, fala pouco, observa tudo. É considerada a alma silenciosa da empresa. Todos a respeitam. Poucos a conhecem de verdade.
......................
Eduardo Santoro — 32 anos
Cargo: CEO e fundador da MODAS LUXXO
Qualidades: Visionário, disciplinado, exigente, estrategista de alto nível
Defeitos: Frio, controlador, impaciente com erros, workaholic
Ambição: Máxima — não aceita perder, nem em negócios, nem em controle
Descrição:
Construiu o império LUXXO do zero, com pulso firme e uma mente afiada. Respeitado e temido, suas decisões são rápidas, definitivas e quase sempre certeiras. Poucos sabem o que se passa por trás de seu olhar calculista.
......................
Heitor Moretti — 36 anos
Cargo: Diretor de Expansão Internacional
Qualidades: Carismático, diplomático, inteligente, observador
Defeitos: Manipulador, ambíguo, sedutor demais para ser confiável
Ambição: Alta — mira os cargos mais altos e sabe como se aproximar deles
Descrição:
Recém-contratado, Heitor chegou com promessas ousadas de levar a marca para novos patamares globais. Sofisticado e bem relacionado, fala a língua dos investidores. Desperta curiosidade por onde passa, mas ninguém sabe exatamente de onde veio — nem o que realmente quer.
......................
Narrado por Júlia
O silêncio do 38º andar da LUXXO era elegante e calculado. Os corredores cheiravam a dinheiro, poder e perfeição. Nenhum som além do salto firme de Júlia Moreau, que caminhava até a sala de reuniões com a confiança de quem não precisava ser anunciada.
Vestia um blazer preto ajustado, saia lápis que desenhava sua silhueta e um batom vinho profundo que não pedia licença — apenas marcava presença.
— O Sr. Moretti a aguarda. Pode entrar — disse a assistente, sem sustentá-la no olhar por muito tempo.
Júlia respondeu com um leve sorriso e entrou.
Heitor Moretti estava de pé, diante da parede de vidro. Terno escuro impecável, barba por fazer, postura segura. Ou pelo menos parecia, até o instante em que virou e os olhos pousaram nela.
Houve um micro descompasso.
Sutil, mas perceptível.
— Srta. Moreau — disse ele, estendendo a mão. — Prazer em conhecê-la.
Ela apertou com firmeza.
— O prazer vai depender de como essa entrevista terminar, Sr. Moretti.
O sorriso dele hesitou.
Ela se sentou com naturalidade, cruzando as pernas com precisão. Sabia o que causava. Sabia o efeito. E não pedia desculpas por isso.
— Seu currículo é impressionante. Fluente em cinco idiomas, sólida experiência internacional... — Ele folheava os papéis, mas os olhos sempre voltavam para ela. — O que a motivou a tentar uma vaga na LUXXO?
— Desafios — respondeu, direta. — E o fato de ser uma empresa que trabalha com sensualidade, luxo e ousadia. Três coisas que me definem.
Heitor pigarreou, tentando manter a compostura.
— Prezamos por postura, foco e sigilo. Especialmente no cargo de confiança que está sendo aberto.
— Eu sou a definição de confiança. Mas não confunda isso com submissão. Eu entrego resultados, não obediência cega.
O silêncio que se seguiu foi mais eloquente que qualquer elogio.
— E o ambiente masculino da diretoria? — ele perguntou. — A senhorita se sente confortável sob esse tipo de pressão?
Ela sorriu com os lábios. Não com os olhos.
— Homens no topo nunca me intimidaram. Alguns, inclusive, se desconcertam antes de mim.
Heitor apertou a caneta entre os dedos.
Ela sabia o jogo. Sabia até onde podia ir sem cruzar a linha. E ele soube, ali mesmo, que dificilmente encontraria outra como ela.
Quando a entrevista terminou, Júlia se levantou com elegância.
— Se quiser alguém que siga regras, contrate outra. Se quiser alguém que crie as estratégias, me diga quando começo.
Girou a maçaneta e abriu a porta.
Mas parou.
Ali, parado no corredor, havia um homem que não precisava dizer nada para ser notado. Terno cinza escuro, presença firme, olhar que perfurava.
Eduardo Santoro.
Os olhos dele baixaram lentamente até os dela. Medindo. Lendo.
Nada foi dito.
E ainda assim, a tensão entre eles preenchia o corredor.
— Com licença — disse Júlia, com um tom calmo e desafiador.
Eduardo se moveu apenas o suficiente para deixá-la passar, mas os olhos acompanharam cada passo.
Dentro da sala, Heitor ajeitava papéis.
— Quem era? — Eduardo perguntou, sem rodeios.
— A nova candidata. Forte. Direta. Brilhante.
Eduardo murmurou um "hum" seco.
Mas os olhos ainda estavam fixos na porta.
Ele não sabia quem era aquela mulher.
Mas sabia que seria um problema.
Do tipo que ele não decidia se queria resolver… ou alimentar.
Narração: Eduardo Santoro
Ela passou por mim como se soubesse exatamente o efeito que causava.
Perfume sutil, mas marcante. Olhar firme. Queixo erguido. Rosto indecifrável.
Por um segundo — apenas um — eu esqueci o que tinha vindo fazer naquele andar.
A mulher que saiu da sala do Heitor não era só bonita.
Ela era presença.
Do tipo que ocupa espaço sem pedir.
Do tipo que aprendi, com o tempo, a evitar.
Assim que a porta se fechou, entrei.
— Quem era?
Heitor recolhia papéis, tentando disfarçar o impacto evidente.
— Júlia Moreau. Candidata à vaga de secretária executiva. Fluente em cinco idiomas, passagem por multinacionais, liderança em negociações externas, e…
Ele falava, mas minha mente ainda estava presa no olhar dela.
A forma como não piscou. Como não baixou os olhos.
Ela não me viu como superior.
Ela me leu. Me testou.
— …e tem personalidade forte. Diferente. Parece saber exatamente o que dizer e como se portar — concluiu, cruzando os braços.
— Percebi — murmurei, indo até a janela.
A cidade parecia distante. Quieta demais.
O oposto do que aquela mulher representava.
Júlia Moreau.
Nome forte. Postura afiada.
Provocante, mesmo sem dizer uma palavra fora do lugar.
— Impressionou você — comentei, sem disfarçar a provocação.
Heitor riu, meio contido.
— Ela causa isso. Mas é mais que aparência. Tem consistência. Está à altura do que você precisa ao seu lado.
Ele estava certo.
Mas eu também sabia o risco.
— Preciso de alguém que se encaixe no ritmo da empresa. Não que vire o centro dela.
— Ela sabe se colocar. E sabe se destacar. Pode ser útil. Ou perigosa. Mas acho que vale o risco.
O silêncio que seguiu foi longo o suficiente pra eu ouvir minha própria respiração.
Ela mexeu comigo.
E eu odeio admitir isso.
Por isso mesmo, não vou delegar essa decisão.
— Marque uma nova conversa com ela — disse, virando-me de volta.
Heitor piscou.
— Você quer… entrevistá-la?
— Se ela vai ficar sentada na minha sala, dia após dia, quero mais que o currículo. Quero ler a cabeça dela. Entender os limites.
E, por dentro, eu queria vê-la de novo.
As curvas.
A voz.
O cheiro.
Queria analisar de perto aquela mistura perigosa de sutileza e ousadia.
Heitor assentiu.
— Ainda hoje?
— Ainda hoje. Traga ela ao meu escritório no fim da tarde. Diga que é apenas um alinhamento. Nada formal. Vamos ver como ela se comporta… sem script.
Quando ele saiu, fiquei alguns minutos sozinho. Encostei na mesa. Fechei os olhos.
Não era só atração.
Era o fato de que ela me enxergou.
Não como CEO.
Não como chefe.
Mas como homem. Como desafio.
E o pior?
Ela parecia disposta a ganhar esse jogo.
Mas eu sou Eduardo Santoro.
E controle é a única coisa que nunca perdi ainda.
Heitor já havia saído. A sala estava em silêncio.
Deveria estar lendo os relatórios sobre o lançamento da nova campanha internacional. Ou fechando o contrato com o grupo asiático. Mas minha mente não voltava para nada disso... voltou pra ela.
Júlia Moreau...
A mulher que entrou na minha empresa com a naturalidade de quem já era parte dela.
Me levantei, caminhei até o bar, servi um pouco de whisky com gelo. Coisa leve. O suficiente pra cortar o ruído da inquietação
-Voltei à mesa, peguei o celular, um gesto quase automático. Só queria saber… quem era ela fora daqui.
Instagram.
Busca.
@juliamoreau_
Perfil aberto. Óbvio.
As primeiras fotos eram exatas como ela: organizadas, pensadas, bonitas sem esforço.
Cafés bem iluminados. Jantares sofisticados. Um salto na calçada. Um vinil tocando. Sempre sozinha, sempre dona da cena.
Tudo limpo, quase estratégico.
Continuei rolando.
Até que parei.
Uma festa...
O enquadramento era preciso demais pra ser casual. Alguém a fotografou — mas ela sabia. Estava preparada pra ser vista.
Vestido amarelo. Extremamente curto.
Na altura do quadril, o cós subia como se desafiando o limite do aceitável.
No busto… nada além do tecido fino. Sem sutiã.
Os seios marcavam o pano como dois pontos de exclamação silenciosos. O bico visivelmente saliente. Duros.
Ela usava óculos escuros à noite.
O cabelo solto caía em camadas perfeitas sobre os ombros.
A boca entreaberta, como se dissesse vem, mas não tão fácil.
Uma linha entre o proibido e o elegante.
Nenhuma legenda.
Porque ela sabia.
Sabia o que aquela foto fazia. Sabia o que causava.
E, mais ainda, sabia quem teria coragem de rolar até lá.
Bloqueei o celular, deixando-o de lado.
Controle.
É disso que eu vivo.
Mas naquela tarde, às 16h38, eu tive que admitir — nem sempre é disso que eu respiro.
Olhei para o relógio.
Faltavam vinte e dois minutos para ela entrar naquela sala.
E, por mais que eu não deixasse transparecer nada…
ela ia saber.
Ela sempre sabe.
Pontualmente às 17h.
Ela entrou.
Desta vez, sem guia, sem anúncio, sem hesitação.
Júlia Moreau atravessou a porta do meu escritório com a mesma postura que eu só via em investidores experientes e chefes de conselho.
Saia preta justa, com uma fenda discreta que revelava parte da coxa cada vez que ela cruzava as pernas com naturalidade.
Camisa de seda vinho, com um decote sutil — apenas o suficiente para insinuar a linha do colo, sem escancarar.
Nada vulgar. Nada exagerado. Mas cada peça parecia feita para me testar.
O cabelo estava preso com perfeição milimétrica, mas algumas mechas escapavam com leveza, emoldurando o rosto com charme calculado.
Ela não se vestia apenas para impressionar.
Ela se vestia para provocar.
Para perturbar o equilíbrio de quem achasse que estava no controle.
Eu estava de pé, ao lado da estante de vidro, revisando relatórios que não consegui terminar ao longo do dia — não por falta de tempo, mas de foco.
Ela me tirou o foco. Desde cedo.
— Sr. Santoro — disse, com um leve aceno de cabeça. — Me disseram que queria uma conversa de alinhamento.
— Feche a porta, por favor — respondi, virando-me devagar.
Ela obedeceu. Sem pressa. Quando se virou, tinha aquele leve sorriso nos lábios.
Um sorriso que dizia “sei o que estou fazendo” e “duvido que você saiba lidar”.
Sentou-se, cruzando as pernas com elegância. A fenda recuou um pouco mais.
Minha caneta estava firme. Mas os olhos… esses precisavam de contenção.
— Gostei do seu desempenho com o Sr. Moretti — comecei. — Mas ainda tenho dúvidas se você é a pessoa certa para trabalhar ao meu lado.
— O senhor costuma decidir isso com base em currículo ou teste de resistência? — rebateu, tom neutro, como se falasse do clima.
— Com base em como a pessoa lida com pressão. Autoridade. Limites.
— E com desejo?
Silêncio.
Eu a encarei.
Ela não piscou.
— Ou nunca confundiu essas coisas? — completou, recostando-se na cadeira.
Teste.
Claro que era um teste.
Queria saber se eu era como os outros, se desmoronaria diante de uma provocação.
Mas não. Eu sou diferente. Pelo menos precisava ser.
— Meu interesse aqui é profissional, Srta. Moreau. Minha empresa não é lugar para joguinhos.
— Ainda bem. Detesto jogos. Mas adoro observar quem tenta escondê-los — disse, sorrindo leve.
Levantei-me, caminhando até a frente da mesa.
— Suponha que eu a contrate. Sabe o que será exigido?
— Excelência. Sigilo. Frieza. Imparcialidade.
— E o que entrega?
— Tudo isso. Com um detalhe extra: entrego resultado até quando ninguém acredita ser possível. E com classe.
— Heitor mencionou que fala cinco idiomas — disse, recostado. — Quero ouvir.
Júlia inclinou a cabeça, como desafiando um jogo que já sabia vencer.
— Inglês, francês, espanhol, italiano e coreano.
— Fale uma frase em cada — pedi, casual, com olhar atento.
Ela cruzou as pernas lentamente, apoiou uma das mãos na coxa e começou:
— “Sometimes, what you don’t say is louder than what you do.”
(Às vezes, o que você não diz fala mais alto do que o que você diz.)
Sua voz em inglês era clara, afiada, com frieza calculada.
— “Il controllo è un’illusione che pochi sostengono davvero.”
(O controle é uma ilusão que poucos sustentam de verdade.)
O italiano soava como uma provocação direta. Uma cutucada ao meu ego.
— “El poder no siempre está en quien manda, sino en quien observa.”
(O poder nem sempre está em quem manda, mas em quem observa.)
No espanhol, o tom era mais macio. Quase sensual.
— “Le silence est une forme d’intelligence.”
(O silêncio é uma forma de inteligência.)
Em francês, cada palavra parecia dançar com precisão cirúrgica.
Então ela se inclinou para frente, os olhos presos aos meus, e murmurou em coreano:
— “당신은 나를 이해하지 못하지만, 나는 당신을 이미 읽었어요.”
(Você não consegue me entender, mas eu já li você por completo.)
Fiquei em silêncio.
— Traduza — pedi, mesmo já pressentindo.
Ela repetiu, sem tirar os olhos dos meus:
— “Você não consegue me entender, mas eu já li você por completo.”
Sorriu. Sem arrogância. Só certeza.
Aquilo incomodava mais do que uma sedução aberta.
Ela não precisava tentar. Já tinha vencido o primeiro round.
Não se moveu. Não recuou. Nem um centímetro.
Apoiei as mãos na mesa. Nos encaramos.
Dois estrategistas. Dois polos opostos com uma tensão invisível entre eles.
Não disse mais nada. Apenas estendi a mão.
— Bem-vinda à Luxxo, Srta. Moreau.
Ela se levantou, apertou firme e respondeu:
— Vai ser um prazer... trabalhar tão perto do senhor.
Seus olhos desceram aos meus lábios antes de soltar a mão.
Quando saiu, o silêncio era ensurdecedor.
Sentia o cheiro dela no ar. A presença não se foi.
E naquele instante, mesmo sem admitir...
Eu soube.
Ela não era só mais uma.
Ela era o risco.
O tipo que faz você perder o controle... devagar, até não conseguir mais recuperá-lo.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!