Capítulo 1 —
“O verdadeiro poder raramente entra pela porta da frente. Ele observa, avalia e sorri — antes de dominar.”
— Fragmento atribuído a Niccolò Machiavelli
Tudo começou numa noite de setembro.
A noite em Beaumont era uma pintura em movimento. Os vitrais da ala norte refletiam o brilho das lanternas que dançavam sob as árvores centenárias. O ar estava carregado de promessas e rivalidades latentes. Era o tradicional Baile de Apresentação dos Calouros, uma cerimônia antiga, quase mitológica, onde o futuro se media em olhares, sobrenomes e sorrisos treinados.
Tereza cruzou os portões com passos firmes.
Seu vestido azul royal desenhava sua silhueta com a precisão de um escultor. As costas nuas revelavam a curva elegante da espinha, enquanto a gargantilha de pérolas emoldurava o pescoço com uma sobriedade nobre. Seu cabelo negro estava preso em um coque baixo, perfeitamente polido. Em sua mão direita, uma bolsa bege discreta. Na esquerda, apenas intenções.
Ela não era uma herdeira. Não era filha de magnatas. Não tinha um sobrenome conhecido. Mas, ao pisar nos corredores de mármore da Beaumont, Tereza não parecia menos do que uma dinastia inteira.
— Quem é ela? — sussurrou uma veterana loira, apoiada no braço do namorado.
— Deve ser alguma transferida europeia… com esse ar de realeza blasé. — respondeu outra, com um tom entre o despeito e a curiosidade.
Tereza ouvia tudo. Não com os ouvidos, mas com os olhos. Mapeava os grupos, analisava os sorrisos falsos, reconhecia os olhares de desejo e as ameaças disfarçadas. Era a selva acadêmica em sua forma mais refinada — e ela era o predador silencioso.
No salão, lustres de cristal lançavam feixes de luz dourada sobre os rostos maquiados. Um quarteto de cordas tocava Vivaldi com arrogância estudada. Os veteranos estavam prontos para avaliar. Os calouros, para serem avaliados. Mas ela não se encaixava em nenhuma dessas categorias.
Foi então que escutou:
— Alex, você viu aquela garota? Está com a postura de quem já nasceu dentro da realeza. Mas aqui, meu amor, você sabe… só há uma rainha. — disse uma voz doce e venenosa.
Tereza não precisou virar para reconhecer a dona da frase. Bastou o apelido seguinte:
— Ursinho, dança comigo antes que aquele grupo da Kennedy me roube você?
“Ursinho”.
Tereza prendeu o riso nos lábios. Não por fraqueza, mas por estratégia. De relance, observou o casal à frente. A loira perfeita com colar de pérolas idêntico ao seu — mas de plástico — e o homem alto, de traços clássicos, cabelos castanhos dourados, terno sob medida. Ele parecia deslocado no próprio pedestal. Belo demais para ser ignorado, frio demais para ser conquistado com facilidade.
Alexander Van Doren.
Tereza ainda não sabia o nome. Mas agora sabia o apelido. E que era da loira. E que odiaria perdê-lo.
Celeste Davenport.
O nome veio depois, murmurado em uma conversa ao lado da mesa de champanhes. Filha do senador. Queridinha da alta sociedade. Um império dourado sobre saltos Louboutin. Mas os olhos dela já haviam registrado Tereza com o mesmo fervor que uma arma registra um alvo.
A tensão entre as duas não foi declarada — ainda. Mas o salão parecia entender.
Enquanto Celeste desfilava como uma monarca instituída, Tereza se movia como uma ameaça invisível, sem pedir licença. Observava todos. Até o professor que a olhou duas vezes.
Arthur Van Doren, o irmão mais velho de Alexander, professor de Direito Constitucional. Seu olhar cruzou com o de Tereza por três segundos. Longos o suficiente para ele erguer uma sobrancelha e ela sorrir, sem abaixar os olhos. Um gesto pequeno. Mas ali, uma guerra de egos começava.
A noite seguiu com danças, trocas de nomes e alianças silenciosas sendo costuradas sob as melodias barrocas. Tereza, no entanto, não dançou. Ela não foi ali para ser notada — ela foi para ser lembrada.
Quando deixou o salão, fez isso sem alarde. Mas vários pares de olhos a seguiram.
Celeste a odiava sem conhecê-la.
Alexander a observava sem saber por quê.
E Beaumont, silenciosamente, começava a se curvar.
A corte tinha novos jogadores.
E a rainha acabara de chegar.
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Conhecendo Tereza
Nome Completo
Tereza Maria Fernandez Castillo
🗓 Idade: 21 anos
🌍 Nacionalidade: Estadunidense (mãe mexicana, pai cubano)
👁️ Aparência Física:
• Cabelos: Longos, lisos na raiz com babyliss nas pontas, negros como a meia-noite
• Olhos: Verdes intensos como esmeraldas, sedutores e intimidantes
• Pele: Tom oliva claro, traços latinos refinados
• Altura: 1,70m
• Corpo: Curvas discretas, postura imponente
• Presença: Impositiva, silenciosa, hipnótica
🧠 Personalidade:
• Estratégica, inteligente, analítica
• Ambiciosa: quer subir — e reinar
• Controlada, fria quando necessário
• Sedutora emocional, nunca se entrega
• Astuta e sarcástica com humor ácido
• Determinada, jamais esquece uma humilhação
🏠 Origem:
• Filha de Rosalía (costureira) e Miguel (jardineiro literato)
• Criada na periferia de Miami
• Cicatriz emocional: humilhação na infância por sonhar alto demais
• Bolsa integral na Universidade Beaumont, Boston
🎯 Objetivos:
• Ascensão social sem retorno
• Ser respeitada e temida
• Casamento estratégico (não amor)
• Vingança e poder
• Criar um legado memorável
⚖️ Fragilidades:
• Culpa ao machucar inocentes (mas racionaliza)
• Ama a mãe ferozmente, mesmo escondendo isso
• Medo de se apaixonar
• Desejo secreto de aceitação
• Solidão camuflada
✨ Frase que a define:
“Não vim para ser admirada. Vim para ser temida em silêncio.”
🧬 Estética e Símbolos:
• Cores: Creme, dourado pálido, preto e verde-esmeralda
• Flor: Orquídea branca
• Perfume: Amadeirado com jasmim e âmbar
• Estilo: Sofisticado, minimalista, imponente sem ostentar
Capítulo 2 — Ecos de uma Rainha Silenciosa
“Algumas mulheres entram em uma sala e acendem luzes. Outras desligam o mundo.”
— Clarice Lispector (fragmento adaptado)
A alvorada de segunda-feira repousava sobre os pátios de pedra da Universidade Beaumont como um véu de veludo dourado. Entre os arcos neoclássicos e colunas hercúleas, o tempo parecia dobrar-se diante da história. Era a primeira manhã oficial do semestre, mas os sussurros que preenchiam os corredores já falavam de impérios e ameaças — e o nome mais repetido era um só.
Tereza Maria Fernandez Castillo.
Na sala 203 da ala de Direito, não era a professora quem capturava a atenção dos alunos. Era ela. Sentada na terceira fileira, com a coluna reta, o conjunto bege cortado com perfeição milimétrica delineando sua figura, e um caderno de anotações abertas com caligrafia imaculada. Ela escrevia com a mesma frieza com que outros declaram guerra.
A cada olhar disfarçado, uma tensão velada crescia. Ela era o tipo de mulher que despertava mais perguntas do que respostas — e isso a tornava perigosa.
Nos fundos da sala, Celeste Amélia Davenport Langford adentrou como quem retorna a um trono. Os saltos ecoaram como decretos, e seu vestido creme, simples e milionário, não precisava provar nada. Mas bastou ver Tereza para que sua expressão endurecesse.
— Que surpresa ver você aqui, Celeste — comentou uma colega, com falsa naturalidade.
— Meu pai diz que até uma rainha deve conhecer as leis do reino que governa — respondeu, com um sorriso que não tocava os olhos.
E então, como um presságio, a porta se abriu novamente.
Alexander Henry Van Doren III.
O herdeiro dos Van Doren caminhava com a precisão de quem foi moldado para liderar desde o berço. Terno claro, suéter de cashmere, e um olhar que parecia atravessar paredes. Ao cruzar o olhar com Tereza, houve um segundo em que o tempo hesitou.
Ela não desviou.
Ele também não.
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A biblioteca central era um santuário de silêncio e inteligência. E era ali que Tereza florescia. Os dedos passeavam pelas lombadas dos livros como quem escolhe confidências. Rousseau. Locke. Montesquieu. Os verdadeiros tronos do poder estavam entrelinhas, e ela sabia disso.
Foi então que Nolan Elijah Hayes surgiu, sorrindo como se o mundo fosse fácil.
— Café? — disse, pousando uma xícara diante dela sem convite. — Não queria interromper sua aura enigmática, mas… você realmente está dominando esse lugar.
Ela ergueu os olhos, estudando-o como quem analisa uma obra de arte sem assinatura.
— O que quer em troca? — perguntou, sem afeto, mas com um leve traço de ironia.
— Um nome, talvez. Ou uma dança intelectual.
— Tereza. E danço melhor com palavras do que com pés.
Nolan sorriu, mas foi interrompido por uma cena ensaiada: uma loira esbarrou propositalmente na mesa, derrubando parte do conteúdo da bolsa ao chão.
— Ai! Que desastre — disse, em um tom tão artificial quanto as mechas do cabelo. — Me desculpa, foi sem querer…
Tereza se abaixou com calma, recolheu um de seus livros e, ao devolver o olhar, cravou:
— É natural tropeçar quando se caminha sem propósito… ou sem espinha.
Nolan sufocou o riso. A loira se afastou ferida em silêncio.
— Você é mais afiada do que elegante. E olha que ser elegante já era um exagero — comentou ele, fascinado.
— Só corto quando preciso. E sempre com precisão cirúrgica.
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Do outro lado do campus, no jardim da ala Leste, Celeste observava tudo. Ao seu lado, Alexander permanecia em silêncio. Mas os olhos dele estavam voltados para a biblioteca.
— Ela não é como nós — disse Celeste, tensa. — É uma intrusa. Uma sobrevivente. E você sabe o que acontece quando deixamos um lobo entrar no salão.
Alexander respondeu com um desdém sutil:
— Às vezes, o lobo não quer atacar. Só observar a hipocrisia das ovelhas.
— Vai se deixar enfeitiçar por ela também?
Ele virou o rosto lentamente, sem sorrir.
— Eu não me deixo. Eu escolho. — E se afastou, deixando Celeste com o silêncio que mais odiava: o da dúvida.
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À noite, quando os pórticos de Beaumont projetavam sombras longas sobre os jardins vazios, Tereza caminhava sozinha. Seus saltos tocavam a pedra com a segurança de quem já conhecia o final da história.
Ela sabia: ainda era vista como uma nota dissonante entre os acordes aristocráticos daquele mundo. Mas havia uma diferença entre pertencer… e dominar.
E Tereza não desejava pertencimento.
Ela desejava o trono.
E, no fundo, Beaumont já começava a se curvar.
Conhecendo Celeste
Nome completo:
Celeste Amélia Davenport Langford
🗓 Idade:
22 anos
🌍 Nacionalidade:
Estadunidense, com ascendência britânica e francesa
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👁️ Aparência Física:
• Cabelos: Longos, lisos, loiro platina com um leve brilho dourado . Impecavelmente escovados, sempre soltos ou presos em coques clássicos com precisão cirúrgica.
• Olhos: Azuis-acinzentados, quase translúcidos. São frios, analíticos e julgadores — como se tudo fosse medido e classificado ao olhar.
• Pele: Claríssima, com acabamento impecável, como porcelana antiga. Nunca bronzeada.
• Altura: 1,75m
• Corpo: Alta, magra, postura impecável e andar elegante, como uma modelo de passarela treinada por tradição, não por vaidade.
• Traços faciais: Delicados, simétricos. Lábios finos, nariz reto, queixo marcado. Sua beleza é aristocrática e distante.
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💎 Estilo e Estética:
• Estilo pessoal: Alta-costura discreta. Peças de marcas como Chanel, Dior e Carolina Herrera. Sempre em tons frios: branco, azul-marinho, cinza-pérola, bege.
• Maquiagem: Minimalista e clássica. Batons nude ou rosados, delineado fino, pele de porcelana. Nunca ousada, nunca comum.
• Acessórios: Discretos e caros — brincos de pérola, broches de família, relógios suíços.
• Perfume imaginário: Uma fragrância limpa, floral e gélida, como jasmim com notas de gelo e almíscar branco.
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🧠 Personalidade:
• Fria e racional: Celeste nunca se exalta. Quando se vinga, é com elegância, precisão e sorriso.
• Orgulhosa: Sabe de onde veio e acredita que pertence ao topo. Qualquer ameaça é tratada como insolência.
• Educada até a crueldade: Suas ofensas são sempre elegantes, suas palavras venenosas vêm revestidas de gentileza.
• Invejosa em silêncio: Jamais admitiria invejar alguém, mas algo em Tereza a incomoda — profundamente.
• Altamente competitiva: Foi criada para vencer. Nunca aprendeu a perder — e isso a torna perigosa.
• Carismática e influente: Sabe como brilhar em público, como conquistar plateias e manipular opiniões sem parecer forçada.
✨ Frase que a define:
“O mundo já é meu. Mas se alguém ousar tocá-lo… eu o transformo em cinzas.”
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🏰 Família e Origem:
• Pai: William Davenport, diplomata e ex-ministro da Justiça.
• Mãe: Madeleine Langford, socialite francesa, descendente de duques europeus.
• Criada em internatos suíços, fluente em francês, latim e italiano. Tocava piano e fazia equitação antes dos 10 anos.
• Cresceu cercada por criadas, governantas e regras invisíveis. Nunca se sentiu amada, mas foi moldada para reinar.
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🎯 Objetivos e Ambições:
• Manter o nome Davenport no topo: Celeste acredita que tem a responsabilidade de proteger o legado da família.
• Casar com Alexander Van Doren: Mais do que amor, é uma união estratégica entre duas dinastias.
• Destruir qualquer ameaça silenciosa: Ela não tolera ser desafiada — e Tereza, com sua beleza e inteligência, é uma afronta que precisa ser eliminada.
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⚖️ Contradições e Fragilidades:
• Teme ser substituída, mas jamais admitiria. Sua beleza e posição foram sempre garantias de sucesso — até Tereza surgir.
• Não sabe como lidar com o “popular” — cresceu entre elites, e o carisma genuíno de Tereza a incomoda.
• Ama Alexander de forma sufocada, mas jamais se permitiria mostrar fraqueza.
• Tem momentos de solidão profunda, mas afoga isso em perfeição.
🤝 Relações-Chave:
• Alexander Van Doren (noivo): Relação construída com base em aparências. Ela quer mantê-lo — por amor, orgulho e política.
• Tereza Fernandez (rival): Tudo o que Celeste despreza… e teme. É o oposto dela, mas ocupa os espaços que antes eram só seus.
• Lazaro Montenegro: A única pessoa que a confronta sem medo. Têm uma relação ambígua, quase incestuosa, de poder e provocação.
• Madame Moreau: A respeita, mas percebe que nunca será uma mente livre. Moreau prefere Tereza, e isso a fere.
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🧬 Símbolos e Significados:
• Flor simbólica: Lírio branco — pureza aparente, veneno oculto.
• Animal simbólico: Cisne — gracioso, mas territorial e agressivo se ameaçado.
• Cor simbólica: Azul-gelo — distante, aristocrática, fria.
• Elemento simbólico: Gelo — bonito, intocado, perigoso quando quebra.
Capítulo 3 —
“Toda aproximação é um cálculo. Toda hesitação, uma vantagem. Quem domina o tempo, domina o outro.”
— Fragmento atribuído a Madame Moreau
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A manhã amanhecia úmida e silenciosa em Beaumont. O orvalho ainda repousava sobre os gramados esmeraldinos, e os primeiros estudantes atravessavam os corredores como peças de xadrez sendo reposicionadas. O jogo havia começado — e poucos sabiam que já estavam sendo manipulados.
Na cafeteria principal do campus, Nolan estava encostado no balcão, mexendo distraidamente o café com uma colher. Seu sorriso habitual estava ali, mas seus olhos pareciam procurar algo — ou alguém.
— Esperando por mim? — disse Tereza, surgindo por trás com um tom morno e despretensioso.
Nolan se virou com um brilho nos olhos.
— Achei que teria que usar armadilhas mais sofisticadas para fisgar sua atenção. Mas se veio por vontade própria, já estou vencendo.
Tereza sorriu, mas era um sorriso de controle, não de entrega.
— Nunca subestime uma mulher que escolhe onde pisa. Eu só volto onde vejo utilidade.
— E onde você vê utilidade em mim?
Ela se aproximou o suficiente para que ele sentisse o perfume — discreto, mas memorável.
— Você é carisma em estado bruto. Acessível. Exuberante. Querido por todos. Um elo com o lado “solar” da elite. Eu, por outro lado, sou a sombra em que a luz teme tropeçar.
— E quer que eu brilhe por você?
— Não. Quero que ilumine o que desejo que vejam.
Ele gargalhou, mas algo dentro dele soube: ela não brincava. Era sedução, mas não pela conquista — era estratégia.
— Você sempre fala em códigos?
— Eu sempre falo em camadas. O mundo só presta atenção na superfície. Eu, não.
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Mais tarde, no corredor da ala Leste, Celeste passava cercada de duas colegas, os cabelos perfeitamente alinhados e o olhar mais afiado do que seus saltos Louboutin. Ao avistar Nolan e Tereza conversando próximos às janelas, reduziu o passo.
— Ela está se aproximando dele — disse uma das colegas.
— Claro que está. É o mais fácil do tabuleiro. O bobo que pensa ser rei.
— E o Alexander?
Celeste apertou levemente a clutch de couro.
— Esse… é mais difícil de manipular. O problema é que ela sabe disso.
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Na aula seguinte, Direito Constitucional com o professor Arthur Van Doren, o ambiente parecia diferente. O irmão mais velho de Alexander era conhecido por sua rigidez e ironia seca. Mas quando os olhos dele cruzaram com os de Tereza ao entrar, houve algo que nem ele conseguiu esconder: curiosidade disfarçada de vigilância.
— Senhores e senhoras, Direito Constitucional não é um amontoado de leis — disse ele ao começar — mas sim uma construção de poder. E onde há poder, há sempre alguém querendo tomá-lo.
Tereza não desviou o olhar. Arthur percebeu.
— Senhorita…?
— Fernandez.
— Excelente. Senhorita Fernandez, diga-me: o que é o poder, juridicamente falando?
— O poder, professor, é a capacidade de manter as aparências enquanto se manipula os bastidores. O Direito apenas o legaliza.
Arthur arqueou uma sobrancelha.
— Uma visão… pragmática. Diria até, perigosa.
— A verdade costuma ser.
O silêncio que se seguiu foi denso. Arthur caminhou lentamente até a frente da mesa.
— A senhorita acaba de sintetizar toda a essência de Montesquieu com a frieza de Maquiavel. — E então, sorriu. — Continue assim, ou vai acabar lecionando no meu lugar.
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Ao final da aula, Arthur recolheu os materiais, mas deixou um bilhete sobre a carteira de Tereza. Breve. Preciso.
“Convido-a para o grupo avançado de debates jurídicos. Se aceitar, nos encontraremos na biblioteca esta sexta. A.V.D.”
Tereza leu, dobrou o papel e o guardou na bolsa. Sem pressa. Sem surpresa.
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Do alto da escadaria do bloco central, Celeste observava tudo com olhos semicerrados. O mundo que sempre dominou parecia, pela primeira vez, estar fugindo das mãos. Alexander havia se tornado mais introspectivo. Nolan estava orbitando em torno da nova ameaça. E Arthur — sempre tão intocável — havia rompido o protocolo.
— A sombra chegou — murmurou Celeste para si mesma. — E está tomando forma.
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Naquela noite, Tereza permaneceu acordada até tarde no quarto reservado aos bolsistas da ala internacional. Diante do espelho, tirou o brinco com delicadeza e sorriu para o próprio reflexo.
A beleza era sua armadura.
A inteligência, sua lâmina.
Mas era o silêncio… que ela usava para matar.
Conhecendo Alexander
Nome completo:
Alexander Henry Van Doren III
🗓 Idade:
25 anos
🌍 Nacionalidade:
Estadunidense, com ascendência holandesa, britânica e francesa
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👁️ Aparência Física:
• Cabelos: Castanho-escuros, levemente ondulados, sempre penteados para trás ou com um ar propositalmente desalinhado — como se tivesse acabado de sair de uma reunião internacional ou de um editorial de moda.
• Olhos: Azuis profundos, quase cinzentos. De expressão firme, intensa, e ao mesmo tempo melancólica. São olhos que analisam, e raramente revelam.
• Pele: Clara, com um leve bronzeado natural, como quem frequenta campos de golfe em finais de semana restritos.
• Altura: 1,86m
• Corpo: Elegante e atlético, definido, mas não musculoso em excesso. Ombros largos, porte imponente.
• Traços: Maxilar bem definido, nariz reto, lábios finos, sorriso raro — mas quando aparece, derruba impérios. Sua beleza não é óbvia, é magnética.
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🎩 Estilo e Estética:
• Vestuário: Ternos sob medida de alfaiataria italiana (Tom Ford, Ermenegildo Zegna), camisas claras e bem cortadas, sempre com um toque de sobriedade elegante. Quando informal, adota suéteres de cashmere, blazers de linho e mocassins refinados.
• Perfume imaginário: Notas de âmbar, tabaco e couro com toques de bergamota — sofisticado e inesquecível.
• Postura: Retilínea, calculada. Anda com segurança e fala com precisão. Nunca usa mais palavras do que o necessário.
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🧠 Personalidade:
• Reservado e enigmático: Alexander aprendeu cedo que mostrar demais é dar munição ao mundo. Ele prefere observar antes de agir.
• Altamente inteligente: Especialista em direito internacional e negociações. Nunca reage por impulso — ele lê pessoas como contratos.
• Frio na superfície: Mas quem chega perto percebe: há algo ferido, não curado.
• Sutilmente rebelde: Criado para ser o sucessor perfeito, mas carrega um incômodo silencioso com a farsa da elite.
• Moral ambígua: Tem um código próprio, que pode ir contra as aparências familiares. É o tipo que destrói um império para salvar uma única pessoa — se essa pessoa fizer sentido para ele.
• Sarcasmo elegante: Seu senso de humor é fino, cortante, e raramente acessível.
✨ Frase que o define:
“Sou educado demais para destruir em público. Mas não espere clemência no silêncio.”
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🏰 Origem e Família:
• Família: Filho de Henry Van Doren II, um magnata financeiro que controla bancos internacionais e tem influência em cortes judiciais.
• Mãe: Eleanor Marchand-Van Doren, herdeira de uma casa de joias francesa e embaixadora da Unesco.
• Criado entre mansões, protocolos, armas e tratados, Alexander fala cinco idiomas, toca piano clássico e pratica esgrima desde os sete anos.
• Estudou em internatos britânicos e suíços, com educação de elite e acesso às estruturas de poder global.
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🎯 Ambições e Dilemas:
• Responsável por legado: Sabe que seu destino é comandar, herdar, e manter a linhagem — mas questiona se isso o define.
• Busca autenticidade: Mesmo cercado por luxo e promessas, Alexander deseja algo real. Talvez seja isso que o intriga em Tereza.
• Rejeita falsidade: Odeia convenções vazias — inclusive o relacionamento forçado com Celeste.
• Tem um passado obscuro: Rumores de um escândalo na Europa envolvendo uma jovem de origem humilde e uma renúncia emocional que o marcou profundamente.
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⚖️ Contradições:
• Pode parecer frio, mas se entrega de forma devastadora quando ama.
• Deseja liberdade, mas se vê preso na jaula dourada do nome Van Doren.
• Enxerga Tereza como uma ameaça… e como uma possível salvação.
• Odeia jogos — mas é mestre em jogá-los.
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🤝 Relações-Chave:
• Celeste Davenport: Noiva política. Bela, estratégica, ideal aos olhos da elite. Mas entre eles não há mais fogo — apenas gelo, tensão e obrigações. Celeste o chama de “ursinho” como uma tentativa infantil de marcar território. Ele tolera, mas despreza.
• Tereza Fernandez: Uma incógnita. Ele não a entende, e isso o fascina. Sua inteligência o desafia, sua ousadia o provoca. É a primeira mulher que não o trata como herdeiro, mas como alvo.
• Lazaro Montenegro: Meio aliado, meio rival. Ambos se respeitam intelectualmente, mas têm visões opostas de poder.
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🧬 Símbolos e Estética:
• Cor simbólica: Azul-petróleo — profundo, frio, misterioso.
• Flor simbólica: Cipreste — nobre, imponente, silencioso.
• Elemento: Ar — invisível, cortante, vital.
• Animal simbólico: Lobo cinzento — reservado, inteligente, alfa sem alarde.
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