Não Sou Frágil Alfa
Premissa
Luan é um ômega que foge das expectativas da sociedade.
Frio calculista e extremamente reservado ele sobreviveu a um sequestro e abuso quando era apenas uma criança algo que marcou profundamente seu corpo e sua mente.
Desde então desenvolveu um medo e ódio profundo por alfas e betas aprendendo a lutar manipular e esconder seu verdadeiro cheiro com perfeição.
Aos 18 anos Luan entra para uma renomada escola onde os ômegas são constantemente vigiados e vigiados já que sua natureza os torna alvo fácil de alfas desequilibrados.
Mas Luan não é alvo fácil.
Ele só tem um objetivo manter-se invisível terminar os estudos e sumir da sociedade dominada por instintos.
Mas tudo muda quando conhece Cael um alfa dominante misterioso e com um passado ainda mais obscuro que o dele.
Cael não demonstra nenhum interesse sexual por ômegas… mas há algo em Luan que o intriga. E Luan pela primeira vez não consegue decifrá-lo.
Quando corpos começam a aparecer próximos à escola brutalmente assassinados e com marcas semelhantes ao que Luan sofreu no passado velhas feridas voltam a sangrar.
E talvez o monstro que destruiu sua infância esteja mais perto do que nunca.
Ou talvez… nunca tenha saído de dentro dele.
Prólogo – O Instinto da Presa
A primeira lembrança de Luan era o cheiro.
Ferro suor e pânico.
Misturado ao aroma sufocante de um cio forçado ainda que ele tivesse apenas oito anos.
Ele não lembrava o rosto.
Nem o nome. Só a voz baixa quase gentil demais para alguém que fazia coisas tão monstruosas.
Ômegas são feitos para isso Luan… você vai entender quando crescer.
Ele não entendeu. Nunca quis entender. E passou os dez anos seguintes fugindo de qualquer explicação.
Desde aquele dia Luan não suportava ser tocado. Odiava o som de passos atrás de si. Aprendeu a controlar a respiração para não demonstrar medo mesmo quando o corpo inteiro tremia. E aprendeu a se defender com as mãos com facas com palavras cortantes.
Seus feromônios? Bloqueados com pílulas e essências. Seu cheiro natural? Ninguém sabia como era. Ninguém saberia.
Ele havia se tornado invisível.
Até agora.
Até Cael.
O Lobo Entre os Cordeiros
O céu estava nublado como se refletisse o humor coletivo da turma naquele início de excursão.
O ônibus avançava lentamente pela estrada de terra cercado por árvores densas e antigas em direção ao velho casarão onde passariam o fim de semana para um projeto de história.
Para a maioria dos alunos era apenas uma viagem entediante. Para Luan era uma armadilha em movimento.
Ele se sentava na última fileira de capuz escuro fones de ouvido conectados embora não houvesse música alguma tocando.
Ele apenas queria parecer inacessível. Invisível.
Como sempre fazia.
Dario: Eu juro se essa viagem durar mais uma hora eu vou me jogar pela janela.
Ômega 1: Vai fazer um favor pra humanidade.
Luan
*murmura para si*
Eles não vão chegar perto. Só mais dois dias. Aguenta.
Era o que repetia para si mesmo como um mantra.
Você sempre se esconde aí atrás, ômega?
uma voz grave o tirou da falsa paz.
Luan
Só não gosto de gente barulhenta.
Cael
Entendo.
Você não fede como os outros
Luan
O que você quer dizer com isso?
Cael
Nada...Só observação.
Luan
(Sera que....Ele sabe... Ele sentiu…)
O ônibus estacionou em frente à construção antiga.
As portas rangeram ao abrir e os alunos desceram em algazarra.
Garota ômega: Que lugar horroroso… parece cenário de filme de terror
Alfa: *Jogando o ombro sobre ela*
Perfeito pra ver quem é corajoso de verdade.
Garota ômega: *empurra ele rindo*
Sai de cima de mim idiota.
Luan...chamou a professora beta a única autoridade ali. Seu quarto é o do segundo andar número quatro. Você vai dividir com Kyo e Elian. Entendido?
Ele apenas assentiu e começou a subir as escadas. Mas ao dobrar o corredor a voz de Cael surgiu atrás dele. Baixa certeira.
Cael
Você bloqueia bem o cheiro. Mas não completamente.
Luan
*para sentindo o coração dispar... virando devagar*
Do que você tá falando?
Cael
Estou falando que você finge ser invisível mas tem um cheiro interessante... diferente. Real.
Luan
Você...está sentindo meu cheiro? Mesmo com o bloqueador?
Cael
Talvez.... Mas não se preocupe. Não vou contar pra ninguém.
Cael
Porque ainda estou decidindo o que fazer com essa informação.
Cael
(Droga. Droga. Droga. Ele sabe. E está brincando)
Beta: Aposto que esse lugar é assombrado.
ômega: Tem cara de ser. Aposto que alguém morreu aqui.
Luan estava à margem do círculo. Como sempre.
Sentado em uma pedra braços cruzados de olhos semicerrados observando as chamas.
Cael
Por que você finge tanto Luan? Você treme por dentro e parece feito de gelo por fora. Isso é instinto ou trauma?
Cael
Não estou fazendo nada. Só... observando. É o que você faz também não é? Você observa todo mundo. Sabe onde cada um está. Quem é ameaça. Quem é descartável.
Luan
Eu não sou como vocês.
Cael
E eu não sou como eles....
Luan
Não finge que me entendeu.
Um silêncio tenso se formou entre eles. O estalo da lenha queimando parecia mais alto.
Luan
Você quer saber o que eu sou de verdade? Eu sou um monstro que aprendeu a parecer normal.
E você deveria manter distância.
Cael
Eu gosto de monstros Luan. São mais... honestos que o resto.
A Trilha dos Mortos
Professora: Certo turma. Mochilas prontas....repelente no corpo e nada de se afastar do grupo. Vamos fazer uma trilha leve até a clareira dos cedros. Depois voltamos para o almoço.
Elian
Isso tem cara de cilada.
Alfa: Relaxa nerd. Se algum bicho aparecer a gente joga o ômega mais fraco pra ele.
Luan que ouvia tudo com aparente indiferença apertou a alça da mochila.
Ele não era o mais fraco. E que tentassem. Ele sabia onde enfiar a lâmina que carregava escondida na bota.
A floresta os envolveu assim que deixaram a clareira.
As árvores altas e os galhos retorcidos filtravam a luz deixando tudo com uma tonalidade esverdeada e abafada.
O grupo seguia conversandobrindo todos menos Luan e Cael.
Os dois caminhavam próximos mas não juntos. Luan à esquerda da trilha sempre atento.
Cael alguns passos atrás mãos nos bolsos o olhar pregado na nuca de Luan.
Cael
Você anda como quem espera ser atacado.
Cael
Você também cheira como quem sangrou.
Luan
*Rosna virando com raiva*
Fala mais uma palavra e eu te corto.
Cael
Finalmente uma reação sincera. Estava começando a achar que você era feito de pedra.
Luan
Por que está me seguindo?
Cael
Porque você é o único aqui que me interessa.
Luan parou. O grupo já estava adiante ele e Cael estavam praticamente sozinhos agora.
O vento passou entre as folhas levando com ele um cheiro metálico. Algo que Luan conhecia bem.
Luan
Para de me testar.....Cael.
Cael
Não estou testando. Estou… estudando....Você me lembra alguém.
Mas o cheiro...
Ele sentiu antes de ver.
Ferro. Podre. Umidade. Morte
Luan saiu da trilha ignorando os gritos da professora ao longe.
Rofessora: Luan?Volta aqui...Onde pensa que está indo?
Cael foi atrás silencioso. Luan se abaixou entre as árvores o coração acelerando sem permissão.
Ali meio coberto por folhas e lama estava um corpo.
De um jovem. Provavelmente outro estudante. Marcas de mordidas e garras cobriam o pescoço e braços. Os olhos estavam abertos a boca entreaberta em um último grito que ninguém ouviu.
A mesma marca. A mesma técnica. As mesmas feridas...
Para mais, baixe o APP de MangaToon!