Liora achava ser apenas humana com os seus olhos azuis e a sua pele morena em volta tinha os seus cabelos ondulados, se perguntava de onde vinha tal “DNA”, talvez do seu pai, um mistério até para ela
Após atravessar a Ponte do Mundo e ser lançada em Étherea — onde a sua verdadeira herança desperta: uma loba da última linhagem puro-sangue. Enquanto tenta entender o seu destino, o temido rei lycan, Cael Dravorn, descobre a sua existência. Ele deveria matá-la..., mas algo ancestral os une. A guerra se aproxima, e o sangue deles pode salvar — ou destruir — dois mundos.
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Liora Silva cresceu acreditando ser apenas mais uma garota comum em meio ao concreto de São Paulo. Criada pela mãe, nunca soube nada sobre seu pai — um mistério envolto em silêncio, como se mencionar o nome dele fosse abrir uma porta para algo perigoso demais.
Mas tudo mudou quando foi aceita em uma universidade no exterior. Era sua chance de recomeçar. E, para chegar até lá, escolheu o caminho mais emblemático da nova era: a Ponte do Mundo — Arco Gaia, a estrutura colossal que conectava continentes em poucas horas. Uma obra de orgulho humano... mas também o ponto de cruzamento entre mundos.
Durante a travessia, uma falha energética rara atravessou a ponte. Em um instante, Liora foi sugada por um portal, desaparecendo da Terra e despertando em uma floresta antiga, úmida e viva. Seu corpo queimava por dentro. A dor rasgava seus ossos.
Foi ali, entre a névoa de Étherea, que ela se transformou pela primeira vez.
Não era humana.
Seu corpo assumiu a forma de uma loba negra majestosa, com olhos dourados e marcas prateadas no peito — um símbolo sagrado, esquecido há séculos. Dentro de si, a voz da loba ancestral lhe revelou a verdade: ela era filha de um Lycan puro-sangue, da linhagem mais antiga e extinta.
Ou, pelo menos, era o que o mundo pensava.
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A milhares de quilômetros dali, nos salões escuros do trono de pedra, o rei Cael Dravorn sentia algo que não compreendia. Um chamado antigo. Um distúrbio no sangue.
Cael era o último sobrevivente da família real Lycan. O trono foi tomado após uma chacina promovida pela aliança entre bruxas e vampiros, que caçaram e destruíram quase todas as linhagens puras. Ele sobreviveu. E tornou-se rei com as presas sujas de vingança.
Agora, governa Étherea com mãos de ferro, conhecido como o Rei Sanguinário. Nenhuma loba jamais resistiu à sua linhagem. Nenhuma foi capaz de gerar um herdeiro. Por isso, acredita que sua raça está condenada — e que ele será o último.
Até que ouve o sussurro de um nome antigo nas bocas das bruxas sobreviventes.
"A marca retornou."
"A última pura-sangue está viva."
Cael não acredita.
Mas parte para encontrá-la.
E, se for verdade...
Ele terá que decidir se mata a garota que carrega o legado proibido — ou se se curva ao destino que pode mudar o rumo de dois mundos.
Obs.: Eu quero muito reescrever o outro livro e dar um final para ele, então espero-me redimir com esse.
Boa leitura ❤️
Liora
O quarto estava uma bagunça de caixas abertas, livros empilhados e lembranças espalhadas. Liora dobrou com cuidado sua última blusa e suspirou, olhando ao redor como se gravasse cada detalhe daquele espaço. Seu coração batia rápido — não só pela empolgação de ir estudar fora, mas por uma estranha sensação no peito... como se algo estivesse prestes a mudar para sempre.
— Não acredito que você vai mesmo me deixar sozinha nesse quarto gelado — brincou Thaís, sua melhor amiga e companheira de faculdade até aquele momento.
— Você vai sobreviver. Vai pegar a coberta de emergência que eu deixei e fingir que ela tem meu cheiro — Liora sorriu, tentando conter a emoção.
— Idiota — Thaís riu, os olhos já marejados.
Depois de muitos abraços, risadas nervosas e promessas de chamadas de vídeo diárias, Liora fechou a última caixa e pegou sua mochila. O destino era a Europa, mas o caminho... passava pela estrutura mais ambiciosa da humanidade: a Ponte do Mundo – Arco Gaia.
Na estação de embarque, sua mãe a esperava em silêncio, os olhos fixos nela como se quisesse gravar cada traço do seu rosto.
— Cuida de você, filha — disse a mãe, segurando sua mão com força. — E não se esquece de quem você é... mesmo que descubra que é mais do que pensa.
Liora franziu o cenho, mas a mãe apenas sorriu triste e se afastou, sem mais explicações.
Dentro do metrô de alta velocidade da ponte, o cenário parecia algo saído de um sonho futurista: paredes de vidro curvo, trens suspensos, e um céu alaranjado se estendendo sobre oceanos. Ela respirou fundo e se preparou para a viagem mais longa — e mais estranha — da sua vida.
Cael Dravorn
Enquanto isso, a quilômetros dali — ou talvez em outra realidade — o Rei Lycan de Étherea, Cael Dravorn, caminhava entre colunas negras de pedra, onde os ecos das vozes se tornavam lamentos antigos. A sala de conselhos estava cheia de tensão.
— Vinte pessoas desapareceram nos últimos sete ciclos, Majestade — disse Raek, seu braço direito, com olhos de guerra. — Todas próximas da fronteira norte. Bruxas ou vampiros não agem assim sem deixar sinais. Algo... está mudando.
Cael fechou os olhos por um momento. Seu rosto esculpido em silêncio, mas seus olhos brilhavam com inquietação âmbar.
— Eles estão sondando. Procurando fraquezas — respondeu ele. — Mas não vão encontrar nenhuma.
— Ainda acredita que não existe fraqueza, meu rei?
— Não. Eu não tenho fraqueza — sua voz cortou o ar como uma lâmina.
Ele se levantou, imponente, a capa escura arrastando-se atrás de si, e fitou o trono com desprezo. Ele não governava por direito... governava por sobrevivência. E sentia que algo antigo estava se movendo, como uma tempestade silenciosa prestes a explodir sobre Étherea.
Era madrugada.
O corpo de Cael, exausto, afundou no sono sem sonhos…
Ou pelo menos, era o que pensava.
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O Sonho
Ele caminhava numa floresta que não conhecia.
O céu estava dividido entre escuridão e aurora.
A brisa cheirava a tempo antigo, como pergaminhos queimados.
> Nenhum som.
Apenas o farfalhar das folhas e o eco distante de um uivo — baixo, feminino, ancestral.
Então ele a viu.
No alto de uma pedra envolta em névoa,
uma loba gigante, branca como ossos de lua,
com olhos dourados que brilhavam como sóis mortos.
> Sua presença era esmagadora.
Ela não rosnava.
Ela esperava.
Cael tentou se mover, mas seus pés estavam pesados.
Sentia como se fosse um filhote diante de um trono invisível.
— “Você…” — sussurrou.
— “Quem é?”
A loba desceu da pedra sem som.
Caminhava sobre a relva como se o mundo a obedecesse.
> E quando se aproximou, ele viu o símbolo da coroa antiga de Lytheria queimado no peito dela.
Ela era mais que uma loba.
Ela era a primeira.
A raiz.
A mãe de todos os Reais.
> E então ela falou — sem boca, sem som.
Dentro da mente. Dentro da alma.
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> "O ciclo está girando novamente,
Em algum lugar entre os dois, o destino já estava a ser tecido. E quando a loba e o rei se encontrassem, nada permaneceria como antes.
Obs. O que vocês estão a achar meninas, prometi-me redimir então vou terminar esse até o próximo mês ❤️
Juro de dedinho, podem me cobrar kk😄😄
O chão sob seus pés já não era o mesmo. Quando abriu os olhos, Liora sentiu o ar mais denso, carregado de aromas que ela nunca havia sentido — folhas antigas, flores selvagens e... sangue. O céu sobre ela era roxo, com nuvens douradas que se moviam como fumaça viva. Estava deitada sobre musgo macio, em uma floresta que pulsava.
Ela tentou se levantar, mas uma dor atravessou seu peito, espalhando-se pelo corpo como fogo líquido.
Então, a voz surgiu. Baixa, firme, profunda.
— Finalmente acordou.
Liora não viu ninguém. A voz estava... dentro dela.
— Quem... quem é você?
— Sou o que você sempre foi, mas nunca enxergou. Sua loba. Sua essência. Sua verdadeira natureza.
— Isso é um sonho. Uma alucinação...
— Não. Isso é Étherea. E chegou a hora de despertar.
Liora caiu de joelhos. Seu corpo começou a mudar — não com dor, mas com força. Garras emergiram. Seus olhos tornaram-se dourados. Seus músculos ganharam impulso, e um rugido selvagem escapou de sua garganta. Em segundos, a garota tornou-se uma loba esguia e poderosa, de pelagem escura com reflexos azuis.
Ela correu pela floresta.
Pela primeira vez, sentiu-se livre.
Durante dias, vagou por Étherea em sua forma animal, guiada pelo instinto e pela loba interior. Caçou, correu, sentiu a brisa fria tocar seus pelos, bebeu de riachos cristalinos e se banhou em uma cachoeira prateada, onde as águas pareciam sussurrar histórias antigas. Ali, voltou à forma humana, rindo, solta... selvagem.
Mas a liberdade tinha um preço.
Em uma noite sem lua, Liora sentiu. Estava sendo observada.
As folhas não se moviam. Os animais silenciaram. O instinto gritou em sua mente: Corra. Mas não havia nada à vista. E mesmo assim... o medo apertou seu peito.
Ela se escondeu sob raízes de uma árvore imensa e, exausta, adormeceu.
Foi despertada pelo som de rodas.
Uma carruagem de madeira escura, puxada por criaturas que pareciam veados com chifres de pedra, parou diante dela. Do lado de fora, uma senhora de cabelos brancos como névoa olhava diretamente para ela.
— Essa menina não é daqui, disse a velha, com voz baixa, mas firme.
Ao seu lado, uma garota com olhos violetas e cabelos trançados observava Liora com curiosidade e empatia.
— Podemos levá-la, vó? — perguntou a menina. — Ela parece... perdida.
A velha hesitou por um momento, então assentiu.
— Entre, filha. Está segura agora. O mundo ainda não está pronto para você... mas eu estarei. Chamo-me Mareth, e essa é minha neta, Nyra. Vem conosco. Há muito que precisa aprender.
Liora entrou na carruagem. Por fim, alguém a acolhia.
Mesmo sem saber o que era... ou quem poderia vir atrás dela.
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O Rei Lycan (ON)
A lua cheia cortava o céu de Étherea como uma lâmina pálida. Dentro dos muros da fortaleza de pedra negra, o rei Cael Dravorn caminhava sozinho até os jardins vazios do palácio. A noite estava estranha. Densa. O ar cheirava a pinho... e a perfume.
Sem aviso, seus olhos ficaram pesados. A escuridão o tomou antes que pudesse resistir.
Ele sonhou.
Estava em uma clareira iluminada por uma luz azulada que parecia emanar do chão. No centro dela, uma loba de pelagem negra, esguia, de olhos dourados como o sol nascente, o observava com uma intensidade assustadora — e, ao mesmo tempo, íntima.
Seu próprio lobo — a fera ancestral que Cael mantinha contida dentro de si — apareceu à margem da visão, como um espelho negro com olhos âmbar flamejantes.
— Ela é a escolhida, Cael.
— A última. A prometida.
Cael tentou se mover, falar, resistir. Mas seu corpo estava preso. Preso àquele olhar. Àquela presença. Àquele destino.
A loba se aproximou, roçando o focinho contra o dele. Não havia ameaça. Apenas reconhecimento.
— Ela me pertence. E você a encontrará. Ou ela encontrará você.
Então, tudo virou fumaça.
Cael acordou de súbito, arfando. O cheiro da floresta era real. O frio da terra sob seu corpo era real. E ele estava nu, deitado entre galhos partidos e musgo molhado.
Seus punhos estavam cheios de terra. Havia marcas de garras nas árvores ao redor.
— O que... aconteceu? — murmurou, com a voz rouca.
Ele nunca perdia o controle assim. Nunca.
Transformações noturnas? Não desde a adolescência.
Sonhos com aquela força? Nunca com emoção. Nunca com... desejo.
Seu lobo interior rosnou em silêncio dentro dele.
— Ela está vindo, Cael. E você vai precisar dela. Ou vai ser destruído por ela.
O rei olhou para o céu e sentiu — pela primeira vez em anos — o coração bater com algo que não era raiva ou vingança.
Era medo.
Era fome.
Era... destino.
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