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Entre Beijos e Brigas: Quando a Amizade Vira Guerra

Capítulo 1 – SN e Jay Park se encontram no telhado

Era uma tarde nublada, com o céu carregado e o vento soprando forte. No lugar mais alto do colégio, onde quase ninguém se aventurava a ir, Jay Park estava sentado no canto do telhado, com o corpo relaxado, as pernas esticadas e um caderno de desenhos apoiado nas coxas. Fones de ouvido pendurados no pescoço, lápis deslizando pelo papel como se o mundo lá embaixo não existisse.

Na folha, ele desenhava um rosto que parecia triste. Olhos fundos, expressão quebrada, cabelo bagunçado... mas ele não sabia quem era. Só desenhava o que sentia — e ultimamente, ele vinha sentindo um peso que não conseguia explicar.

Foi então que ele ouviu.

Passos apressados. Gritos abafados. Choro. O som de alguém desesperado subindo a escada que levava direto ao telhado.

Jay olhou por cima do ombro, curioso, e congelou.

Uma garota surgiu no topo. Correndo. Chorando. O rosto dela estava vermelho, os olhos inchados e as mãos tremiam. Ela passou direto por ele, como se nem tivesse notado que havia outra pessoa ali. E foi caminhando direto pra beirada do telhado.

Jay sentiu um arrepio na espinha.

Ele tirou os fones e se levantou devagar, sem fazer barulho.

A garota parou a um passo da borda. O vento balançava os cabelos dela enquanto ela olhava lá pra baixo. As lágrimas escorriam sem parar.

Jay deu um passo.

— Ei… — ele chamou, com a voz baixa, mas firme. — Você tá bem?

Ela nem virou. Só murmurou:

— Ninguém se importa…

Jay franziu a testa. Ele reconhecia aquela voz de vez em quando nos corredores, mas nunca tinha falado com ela. Sabia que o nome dela era SN, e que ela sempre andava sozinha. Mas ninguém sabia o que acontecia por trás do olhar calado.

Ela começou a levantar um dos pés, indo mais perto da borda.

Foi aí que Jay correu.

Sem pensar. Sem hesitar. Ele agarrou o pulso dela e puxou com força.

— NÃO!

A SN perdeu o equilíbrio. E no susto, o corpo dela virou e caiu — bem em cima dele.

Os dois rolaram no chão do telhado. Jay soltou um gemido de dor, mas segurou ela com força, pra garantir que não se machucasse. A SN tremia nos braços dele, respirando com dificuldade. O rosto dela estava enterrado no peito dele, e ela soluçava como se o mundo estivesse desmoronando.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, perguntou com calma:

— Você ia… se jogar?

Ela demorou pra responder. Só balançou a cabeça, ainda chorando.

— Eu… não aguento mais. Meu pai morreu quando eu era pequena. Ele me criou sozinho… mas se casou de novo. Agora ele só liga pra madrasta e pras filhas dela. Elas me odeiam. Me fazem sentir como um lixo. Nem em casa eu tenho paz…

Jay sentiu o coração apertar.

Ele ficou quieto por um momento. Depois respirou fundo, passou um braço em volta dela e disse:

— Você não vai mais passar por isso sozinha. Agora você tem a mim. E eu vou ficar do seu lado.

A SN o olhou nos olhos pela primeira vez. Havia dor ali… mas também uma faísca de surpresa.

Jay se levantou, com cuidado. Ela tentou se afastar, mas ele a segurou firme.

— Vem. A gente vai descer. Vou te levar até a diretora.

— Eu não quero problema… — ela sussurrou, quase sem voz.

— Não é problema. É cuidado. E você merece isso.

Sem dar espaço pra discussão, ele a pegou no colo. A SN tentou protestar, mas estava fraca demais. E, de alguma forma, se sentia… segura.

Jay desceu com ela nos braços. Os alunos nos corredores olharam assustados, mas ele não se importava. Foi direto até a sala da diretora.

Bateu na porta com o pé.

— Diretora! A gente precisa conversar. Agora.

Quando a diretora abriu e viu a cena, ficou em choque.

— O que aconteceu?!

Jay respirou fundo.

— Ela precisa de ajuda. E eu não vou deixar mais ninguém ignorar isso.

Foi naquele momento que tudo começou.

Uma amizade estranha. Do nada. Intensa. Mas real.

Uma amizade que ia virar zoeiras, brigas, ciúmes… e talvez amor.

📘 Perfil do Personagem – Jay Park

Nome: Jay Park

Idade: 18 anos

Ano Escolar: 3º ano do ensino médio

Aparência:

Jay tem o cabelo castanho escuro, liso e geralmente um pouco bagunçado, como se ele tivesse passado a mão nele sem muito esforço. Usa óculos de aro fino, mas às vezes tira quando está desenhando ou lendo de perto. Os olhos são puxados, com um brilho calmo, sempre observando tudo ao redor. Ele tem um estilo simples: camisa de botão com suéter ou moletom neutro, calça jeans e tênis preto.

Personalidade:

Jay é o típico nerd calado que todo mundo subestima, mas que tem um coração gigante. Ele é fofo sem perceber — tipo quando empresta um livro e marca as partes favoritas com post-its, ou quando desenha a pessoa que gosta e finge que não é ela.

Ele é gentil com todo mundo, mesmo com quem o ignora. Sempre ajuda nos trabalhos em grupo, mesmo que prefira ficar em silêncio. Fala baixo, raramente se impõe… mas quando alguém está mal, ele é o primeiro a perceber.

É tímido às vezes, principalmente quando o assunto é ele mesmo. Foge de elogios e fica vermelho fácil quando alguém repara nele. Mas quando se trata de proteger alguém, ele cria coragem do nada e surpreende todo mundo.

Gostos:

🎨 Desenhar (principalmente pessoas tristes que ele vê nos corredores)

📚 Ler mangás e romances (ninguém sabe, mas ele ama histórias de amor)

🎧 Ouvir músicas lo-fi e R&B enquanto desenha

📖 Biblioteca \= lugar favorito da escola

☁️ Dias nublados (ele acha que combinam com ele)

Segredos:

– Ele já passou por ansiedade no passado, mas nunca contou pra ninguém.

– Tem um caderno cheio de desenhos da SN depois que eles se conheceram no telhado.

– Morre de medo de se apaixonar e ser rejeitado.

Frase que define ele:

"Prefiro ficar em silêncio... mas se você precisar de mim, eu falo alto por você."

📘 Perfil da Personagem – SN (Seu Nome)

Nome: SN (Seu Nome)

Idade: 17 anos

Ano Escolar: 3º ano do ensino médio

Aparência:

SN tem cabelos cacheados, sempre presos com uma xuxinha — às vezes no alto, às vezes em um coque desarrumado quando tá estressada. Tem a pele morena clara, olhos grandes e expressivos, quase sempre carregando um olhar triste ou distante. Veste roupas largas, geralmente de moletom ou camiseta, tentando passar despercebida. Mas mesmo sem tentar, ela tem uma beleza única e uma presença que chama atenção.

Personalidade:

SN é silenciosa, observadora e muito fechada. Carrega uma dor antiga no peito que nunca dividiu com ninguém. Não confia fácil nas pessoas e prefere ficar sozinha, mesmo que por dentro esteja gritando por alguém que enxergue ela de verdade.

Apesar de tudo, SN é forte. Aguentou coisas que muita gente não aguentaria. E mesmo quebrada, continua seguindo. Quando se apega a alguém, ela se entrega com intensidade — mas tem muito medo de ser rejeitada ou esquecida de novo.

Com Jay Park, ela começa a baixar a guarda aos poucos. Ela percebe que ele enxerga as dores dela sem que ela precise explicar. E isso começa a mudar tudo dentro dela.

História:

SN perdeu o pai biológico ainda pequena. Depois disso, viveu com o pai e a nova família dele — a madrasta e as duas meias-irmãs. Mas ao invés de carinho, recebeu desprezo.

Era tratada como um peso. As meias-irmãs zombavam dela, a madrasta ignorava sua existência, e o pai… se tornou ausente, cego pra tudo que acontecia dentro de casa.

Foi acumulando tristeza, mágoas e silêncio. E um dia, tudo ficou pesado demais. Ela subiu até o telhado da escola, pronta pra desistir. Mas aí, ela encontrou Jay Park.

Gostos:

☁️ Gosta de dias frios, onde pode se esconder em um moletom gigante

🎧 Música é o refúgio dela (sempre com fone no ouvido)

🖋️ Escreve em um diário que ninguém conhece

🌙 À noite, deita e imagina uma vida diferente

🍞 Ama pão doce, mesmo que não admita

Segredos:

– Já pensou várias vezes em desaparecer

– Sonha em sair de casa e morar sozinha, longe de tudo

– Começa a desenhar escondido depois de ver os desenhos do Jay

– Nunca teve um amigo verdadeiro antes de Jay

Frase que define ela:

"Eu só queria que alguém ficasse... mesmo depois de conhecer tudo que eu escondo."

Capítulo 2 – Explicando tudo para a diretor

Jay Park entrou na sala da diretora carregando a SN no colo, o coração batendo acelerado. A diretora arregalou os olhos ao ver os dois assim.

— O que aconteceu? — ela perguntou, preocupada.

Jay respirou fundo, tentando manter a voz firme.

— Ela estava no telhado... querendo se jogar.

A diretora ficou chocada, mas rapidamente passou a mão no rosto, tentando se recompor.

— Meu Deus... Por que ela faria isso?

Jay olhou para a SN, que ainda estava quieta, com os olhos marejados e o rosto escondido.

— A mãe dela morreu quando ela era pequena, e o pai casou de novo... — Jay começou, explicando o que sabia. — Ela vive com o pai, a madrasta e as meias-irmãs, mas elas são malvadas com ela. Ela estava se sentindo sozinha, sem ninguém pra ajudar.

A diretora assentiu, com um olhar triste.

— Isso é muito sério. Vamos garantir que ela tenha apoio, Jay. Obrigada por agir rápido e salvar a SN.

Jay sentiu um alívio pequeno, mas sabia que isso era só o começo.

— Eu só quero que ela fique bem... — disse ele, olhando para a SN.

A diretora pegou o telefone e começou a ligar para o serviço de apoio psicológico da escola.

Jay ficou ali, segurando a mão da SN com cuidado, prometendo pra si mesmo que ela não ia mais passar por isso sozinha.

A sala estava silenciosa. O clima era pesado, mas a presença de Jay ali ainda dava à SN uma sensação de segurança que ela não conseguia explicar.

Minutos depois, a porta se abriu com um leve rangido.

— Com licença… — disse uma voz suave.

Era a psicóloga da escola, uma mulher de olhar calmo, cabelo preso num coque simples e um crachá pendurado no pescoço. Ela entrou com cuidado, como se não quisesse assustar ninguém.

— Eu sou a professora Jiyeon, psicóloga aqui da escola. Posso conversar com você, SN?

A garota assentiu devagar, ainda encolhida na poltrona da sala da diretora.

A diretora, com uma prancheta na mão, se aproximou devagar.

— SN… você sabe onde está seu pai agora? A gente precisa avisar ele sobre o que aconteceu, tá bom?

SN hesitou. Os dedos dela tremiam em cima do moletom. Depois de alguns segundos, ela respondeu com a voz baixa, quase sussurrando:

— Eu não sei... meu pai é caminhoneiro. Ele viaja por vários meses… às vezes só volta no feriado ou no início do mês. Quase nunca atende.

A diretora olhou com um misto de preocupação e pena.

— Você tem o número dele?

A SN balançou a cabeça e tirou da mochila um caderninho velho, com capa rasgada e folhas soltas. Entregou para a diretora, que abriu com cuidado até encontrar o número rabiscado numa página amassada.

Ela discou. Chamou. Chamou de novo. Nada.

— Ele não atendeu… — a diretora murmurou, desligando.

A psicóloga se aproximou mais da SN e, com carinho, segurou ela num abraço apertado.

— Vai ficar tudo bem. Agora você não tá mais sozinha, tá? Eu tô aqui. E a gente vai te ajudar.

SN não respondeu, mas deixou as lágrimas caírem em silêncio enquanto se apoiava naquele abraço.

Foi nesse momento que Jay voltou na sala. Ele tinha ido ao banheiro lavar o rosto, respirar… tentar se acalmar. Quando voltou, a primeira coisa que fez foi ir até SN e segurar a mão dela de novo.

Ela tremia ainda, e ele apertou de leve, sem dizer nada.

Mas ao segurar a manga do moletom dela, Jay percebeu que tinha algo estranho.

A barra do casaco estava levantada um pouco. E ali, embaixo da manga larga, ele viu marcas. Vários cortes. Alguns antigos. Outros mais recentes.

Jay arregalou os olhos. O coração disparou.

— SN… — ele chamou, com a voz embargada.

Ela tentou esconder o braço rápido, mas ele segurou com cuidado.

A psicóloga olhou e ficou em choque.

— Meu Deus… você fez isso com você?

SN abaixou a cabeça. Não conseguia falar. Só chorou em silêncio.

Jay olhou pra diretora, firme.

— Não deixem ela voltar pra casa. Por favor. Ela não pode ir pra lá agora.

A diretora respirou fundo, concordando.

— A gente vai acionar o conselho tutelar e os serviços sociais. Vamos garantir que ela fique segura hoje.

Jay segurou mais forte a mão dela e sussurrou:

— Eu tô aqui. Eu não vou soltar.

SN não disse nada. Mas naquele momento, pela primeira vez, ela acreditou. Talvez, só talvez… ela tivesse encontrado alguém que realmente se importava.

Capítulo 3 – Um lugar chamado abrigo

Jay Park olhava para a diretora com um olhar firme, determinado, coisa rara pra alguém normalmente tão calado.

— Eu posso tentar encontrar outros parentes dela — disse ele. — Mas até lá... ela pode ficar no meu apartamento. Eu moro com a minha mãe. Ela vai entender.

A SN olhou pra ele surpresa, os olhos arregalados. Ninguém nunca tinha oferecido isso antes. Ninguém nunca... se importou assim.

A diretora, mesmo hesitante no começo, viu a seriedade nos olhos do Jay. E então assentiu.

— Tudo bem, Jay. Mas ela vai precisar de roupas, tá muito frio lá fora. Você pode ir até a casa dela buscar algumas coisas?

Jay concordou imediatamente.

— Sim. Mas hoje ela não volta lá. Amanhã cedo eu passo lá sozinho e pego o que der. Agora... vamos pra casa.

SN ficou em silêncio. Mas, pela primeira vez, ela não sentiu medo de ir com alguém. Sentiu... segurança.

No apartamento de Jay Park

O apartamento era pequeno, mas aconchegante. Tinha cheiro de comida caseira e era bem arrumado. A mãe dele estava no trabalho, então a casa estava quieta.

Jay deixou a mochila dele no canto e olhou pra SN.

— Você quer tomar um banho primeiro? — ele perguntou, um pouco tímido. — Pode usar essa roupa. Minha mãe ia levar pra igreja amanhã pra doação… então, fica à vontade.

Ele entregou pra ela uma camiseta larga, calça de moletom e um casaco de lã quentinho, junto com um par de meias felpudas.

SN segurou as roupas com as duas mãos, como se estivesse recebendo um presente raro.

— Obrigada...

Ela entrou no banheiro e fechou a porta com cuidado. O banho quente caiu sobre os ombros dela como um abraço. Pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu o corpo relaxar. Não havia gritos, nem olhares de desprezo, nem portas batendo. Só silêncio e vapor quente.

Enquanto isso, Jay estava na cozinha, preparando o jantar. Nada muito elaborado — arroz, ovos, legumes refogados e um pouquinho de kimchi. Simples, mas feito com carinho.

Ele olhou em direção ao banheiro e perguntou alto, mas com delicadeza:

— SN, tá tudo bem aí? Seu jantar tá pronto.

— Tô saindo! — ela respondeu, a voz mais leve do que antes.

Ela saiu do banheiro com o cabelo cacheado ainda molhado, preso de novo com a xuxinha. Usava as roupas largas que ele emprestou e segurava as mangas com as mãos. Jay sorriu de leve.

Sem falar nada, ele pegou um casaco de lã e entregou pra ela, junto com as meias quentinhas.

— Tá muito frio. Usa isso.

SN vestiu tudo sem reclamar. Depois, sentaram juntos à mesa.

Ela olhou o prato desconfiada e cheirou a comida.

— O que é isso...? — perguntou, franzindo o nariz. — Tem cheiro bom, mas... nunca comi.

Jay deu uma risadinha tímida.

— Nada demais. Só arroz com ovo e legumes. Minha mãe faz isso quando tá com pressa. É tipo... a nossa comida de conforto.

SN pegou o garfo e começou a comer devagar. Depois de algumas mordidas, ela parou e olhou pra ele de novo.

— Tá gostoso...

Jay olhou surpreso.

— Sério?

Ela assentiu.

— Sério. Muito melhor do que qualquer coisa que tinha na minha casa.

Os dois continuaram comendo em silêncio, mas era um silêncio confortável. Aquele tipo raro que existe só quando duas pessoas começam a se entender... sem precisar dizer tudo.

Jay a observou por um momento e pensou: ela merece muito mais que isso. Mas por enquanto... eu vou dar o que eu puder.

Depois do jantar, Jay e SN lavaram a louça juntos. Nenhum dos dois falava muito, mas o clima era calmo, tranquilo... coisa rara na vida dela.

Depois, eles foram pra sala e se sentaram no sofá. Jay pegou o controle remoto e ligou a televisão.

Passava um dorama qualquer, daqueles com dublagem engraçada. Eles riram de uma cena boba e, por um instante, esqueceram do mundo.

SN olhou em volta, abraçando as pernas e se encolhendo um pouco.

— Jay… — ela murmurou. — Sua mãe… ela vai ficar brava com você por eu estar aqui?

Jay olhou pra ela e balançou a cabeça com um sorriso leve.

— Não. Minha mãe faz dois turnos no hospital. Ela é médica, vive ocupada. Às vezes, só volto a ver ela no fim de semana. Mas se eu contar o que aconteceu, ela vai entender. Ela é o tipo de pessoa que cuida dos outros… igual ela me ensinou.

SN assentiu devagar.

— Ela parece legal… você tem sorte.

Jay deu um sorriso triste.

— Eu tenho sim. Mas também… tem coisa que falta, sabe?

Ele ficou em silêncio por um momento, olhando pro teto, como se buscasse alguma lembrança escondida.

— Meu pai era capitão da Marinha. Ele era tudo pra mim quando eu era pequeno. Forte, engraçado, meio bravo, mas... herói, sabe?

SN prestava atenção em cada palavra.

— O que aconteceu com ele?

Jay respirou fundo.

— Ele sumiu. Tava numa missão no mar, mas o navio enfrentou uma tempestade. Nunca encontraram o corpo. Nunca acharam ele. Só deram ele como desaparecido… presumido morto.

SN abriu a boca devagar, sem saber o que dizer.

— Sinto muito…

Jay balançou a cabeça, ainda olhando a TV, mas sem realmente prestar atenção no que passava.

— Eu... ainda acho que ele tá vivo. Sabe aqueles filmes onde o pai aparece anos depois numa ilha, barbudo e todo fodido, mas vivo? Às vezes eu penso isso. Que um dia ele vai bater na porta e dizer "filho, eu voltei".

SN sorriu de leve.

— Eu acho que, se alguém pode voltar assim, é o pai de alguém como você.

Jay olhou pra ela, surpreso com a resposta. Ela sorriu fraco, e ele retribuiu.

A sala ficou em silêncio de novo, mas não era mais o mesmo silêncio pesado do telhado. Era um silêncio de conforto. De companhia.

Os dois ficaram ali, lado a lado, assistindo qualquer coisa na TV, como se fosse algo normal. Como se fossem só dois adolescentes curtindo uma noite qualquer.

Mas no fundo… os dois sabiam que aquela noite mudaria tudo.

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