"Quando eu era criança tinha medo de fantasmas, mas acabei-me tornando a rainha deles."
A voz dela ecoou no silencioso do escritório luxuoso, abafada pelas paredes cobertas de livros antigos e sombras densas. Sentada numa poltrona de veludo escuro, pernas cruzadas, ela girava lentamente um anel dourado no dedo — o mesmo anel que pertencia ao pai antes de ser traído por quem mais confiava.
Chamam-me de muitas coisas: bruxa, sombra, maldição de Moscovo.
Mas antes de tudo isso, eu era apenas Leonor Duarte.
Filha de banqueiros portugueses, nascida em Lisboa, criada em colunas de mármore, línguas estrangeiras e lições de poder. Desde pequena aprendi que a verdadeira força está no silêncio. No olhar. No saber esperar.
O meu mundo caiu aos 17 anos. Um irmão invejoso, um amante traidor e uma emboscada cruel — tudo planado para apagar o nome Duarte do mapa e dividir os espólios como hienas sobre um corpo ainda quente. Dizem que morri naquele incêndio.
Talvez tenham razão.
A Leonor de antes morreu. A que nasceu depois, nasceu nas sombras da Rússia, onde ninguém pergunta de onde vem, apenas quanto está disposto a pagar.
Eu construí o meu império no submundo de Moscovo, entre sussurros, contratos sujos e olhares desviados. Sou conhecida como Leoa fantasma — predadora invisível, sempre à espreita, sempre mais perto do que pensam. Outros chamam-me Sombra Dourada, uma ironia cruel para quem brilha demais antes de desaparecer.
Mas até as sobras têm algo a perder.
No meio das cinzas eu salvei apenas uma coisa: Inês, minha irmã caçula. O último fio que me liga a quem eu fui.
Ela é a única alma que ainda pode olhar-me sem medo. A única que me chama "irmã sénior", mesmo quando a minhas mãos estão sujas de sangue.
Por ela... Eu hesito.
E esse mundo, hesitar é morrer.
Olá queridos(as) to muito feliz que essa e a minha prima novela, to um pouco nervosa também, qualquer erro de digitação por favor falem-me e isso por hoje espero que gostem beijos e ate a próxima.
O relógio marcava três da manhã quando Leonor empurrou a porta do quarto mais protegido de toda a Moscovo. Passou pelos sensores, pelas câmaras escondidas, pelos guardas que nem ousavam levantar os olhos para encará-la.
Ali dentro, nada lembrava o resto do seu reino de mármore e vidro. O quarto era quente, paredes pintadas em tons suaves, livros infantis alinhados em prateleiras baixas, bichos de pelúcia repousando numa poltrona ao lado de uma pequena cama de dossel.
Inês dormia, respirando fundo, com a mãozinha fechada ao redor de um coelho de pelúcia que tinha uma orelha costurada de tantas vezes rasgar. Leonor aproximou-se em silêncio, ajoelhou-se ao lado da cama e, por um instante, a sua expressão de mármore cedeu lugar a um sorriso tão leve que até o fantasma dela parecia humano.
Inês — Mana... — murmurou a voz sonolenta da menina, abrindo os olhos lilás reflexo pálido dos dela.
Leonor — Dorme, pequena leoa. Estou aqui. Sempre estarei.
Inês sorriu e voltou a fechar os olhos, mergulhando outra vez no sono seguro que só existia naquele quarto. Leonor encostou os lábios na testa dela, como se esse simples toque fosse mais perigoso do que todas as armas que guardava nos seus cofres secretos.
No andar de baixo, enquanto isso, num salão de reuniões iluminado por lâmpadas frias, três homens folheavam relatórios e fotos borradas, tentando entender como uma mulher sozinha havia tomado metade do submundo russo.
Primeiro indivíduo — Nada de família, nada de amantes, nada de vícios…
— resmungou o mais velho, batendo o dedo num arquivo — Essa vadia não sagra por ninguém.
O mais jovem ergueu uma foto, ampliou o rosto infantil que aparecia ao fundo de uma câmera de segurança quebrada. Um sorriso discreto brotou na sua boca.
Terceiro indivíduo — Todo predador tem um filhote que protege. É questão de tempo até vermos se a Leoa Fantasma defende o território... Ou defende o ninho.
Os outros dois riam baixo, brindando em copos de uísque importado. Do lado de fora, neve caía fina sobre Moscovo, sufocado todos os sons — menos ou sussurros de guerra que se espalhavam como um incêndio silencioso.
No quarto, Leonor ergueu-se devagar, olhos fixos na janela embaçada pela geada. Ali, envolta em ternura, ela sabia que o mundo lá fora não dormiria enquanto não roubasse dela a única coisa que ainda pulsava viva em seu peito.
Mais até lá, que tentem.
Que se atrevam!
Irei fazer as apresentações dos personagens que já apareceram.
Leonor Duarte: Charmosa, impotente, elegante, calculista autoritário e intimidante.
Idade: 27 anos
Gosta: Passar o maior tempo positivo com Inês.
Não gosta: que mexam no que e seu (Inês).
Leonor Duarte é uma rainha de ferro construída sobre cinzas — implacável com o mundo, mais feita de carne viva quando se trata de proteger sua última flor.
Inês Duarte: Carinhosa, dose, curiosa, esperta, falante e alegre.
Idade: 11 anos
gosta: Comer, cuidar da irmã, flores, ler livros, música, dormi com a mana, cuidar do Nero
Não gosta: ver a irmã machucada, ficar sozinha, fogo, filme de terror.
Inês é a única cor viva no castelo cinzento de Leonor — frágil como uma flor, mas com raízes fortes o bastante para amolecer a rainha mais cruel.
Leonor detestava a luz do dia.
Era à noite que se sentia viva, inteira, invencível — uma rainha entre sombras. Mas, às vezes, cedia ao desejo proibido de ser apenas mana.
Naquela manhã cinzenta de Moscovo, sentou-se no chão, de costas para a lareira acesa, com Inês aninhada entre suas pernas, penteado devagar os fios dourados da menina. A pequena tagarelava, alternando entre histórias de contos de fadas e perguntas sobre o que existia fora daqueles muros.
Inês — mana... quando eu crescer, posso ir lá fora sozinha?
— perguntou Inês, virando o rosto para encará-la com aqueles olhos lilases que queimavam mais de mil tochas.
Leonor suspirou, prendendo uma mecha de cabelo atrás da orelhinha dela.
Leonor — Talvez. Quando você for mais forte que eu.
Inês — Mais forte? — Inês riu baixinho. — Você é a mulher mais forte do mundo!
Leonor sorriso de canto, mas seus olhos não sorriram junto.
Leonor — Eu sou forte porque preciso ser. Você será forte porque quer ser, Inês. É diferente.
A menina franziu a testa, tentando entender o que só o tempo poderia ensinar. Então, mudou de assunto como só as crianças sabem fazem.
Inês — Você tem fantasmas de verdade mana?
Leonor — Muitos. — Leonor sussurrou, encostado o queixo no topo da cabeça dela. — Mas nenhum pode te machucar enquanto eu estiver aqui.
Inês sorriu satisfeita, puxou o colar de ouro descreto que Leonor usava e ficou brincando com o pingente — um leão minúsculo, símbolo do que foi perdido, lembrança do que ainda resta.
Ali, no calor da lareira, Leonor desejou que o mundo parece. Só por um instante.
Na penumbra de um galpão abandonado, do outro lado da cidade, vozes furiosas de misturavam ao som de papéis sendo rasgados e jogados no chão.
Indivíduo mais velho — Quem foi o idiota que vazou isso?! — berrou o homem mais velho, esmagado um envelope com fotos queimadas nas bordas.
Indivíduo do meio — Não vazaram. Roubaram, senhor. Alguém invadiu o arquivo morto do banco de dados de Lisboa. Pegaram tudo: relatórios, perícias, registros do incêndio…
Indivíduo mais velho — E por que só agora estamos sabendo?
Indivíduo do meio — Porque quem pegou... não quer vender. Ainda não, pelo menos.
O homem mais jovem, o mesmo que descobriu a foto de Inês, levantou uma tremida: um vulto dourado entre chamas, o rosto de Leonor meio escondido pela fumaça.
Indivíduo mais novo — Ela sabe quem fez isso. Aposto minha cabeça.
Indivíduo mais velho — Então ache esse arquivo rosnou o mais velho. — E ache a fonte antes que a própria Leoa fantasma cale essa boca para sempre.
No fundo da sala, ninguém percebeu que, escondidas dentro de um cofre selado, Leonor guardava a única foto intacta daquele dia — uma lembrança que jamais queimaria, não importa quantos fantasmas viessem caçá-la.
Oiii meus queridos(as), bom dia, boa tarde ou boa noite, como vocês estão?
Eu vim aqui avisar os dias de atuação da obra que seriam nos dias 3,13 e 23, não se preocupem estarei atualizando sempre nesses dias, e se eu ficar muito ansiosa para postar o capítulo eu vou postar conserteza. Mas autora se você postar antes você não vai postar no dia oficial? Não gente, eu vou postar sim.
Bom meus amores e isso por hoje eu espero que tenham gostado, e por favor se tiver algum erro me falem que eu irei tomar mais cuidado na hora de digitar, beijos e até a próxima.😘😘
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