Entre Sombras e Cicatrizes (Drarry)
Capítulo 1 — Reencontros
O tempo tinha sido gentil com Harry Potter — ao menos por fora.
Os jornais mágicos ainda publicavam manchetes sobre O Menino que Sobreviveu, mas, entre os corredores silenciosos do Departamento de Mistérios, ele era só mais um bruxo com olheiras profundas, marcas de batalhas antigas e uma varinha sempre pronta, mesmo quando não precisava estar.
Foi numa manhã nublada de quinta-feira que Kingsley Shacklebolt entrou na sala de Harry e disse, sem cerimônia:
kingsley Shacklebolt
— Você vai ter um novo parceiro. Começa hoje.
Harry suspirou, sem sequer levantar os olhos dos pergaminhos.
Harry Potter
— Não preciso de um parceiro.
kingsley Shacklebolt
— Precisa sim — respondeu Kingsley com aquele tom definitivo de Ministro da Magia.
Quando Harry finalmente olhou para a porta, sentiu seu coração falhar um compasso.
Harry Potter
— Não… — murmurou, quase inaudível.
Draco Malfoy estava encostado no batente, usando um terno preto ajustado, sem a arrogância juvenil de Hogwarts, mas com os mesmos olhos frios e cortantes de sempre. Ou quase. Havia algo diferente ali. Uma sombra. Uma culpa que Harry reconhecia bem — porque também carregava a sua.
Draco Malfoy
— Potter — disse Draco, seco. — Parece que o destino adora brincar com a gente.
O silêncio entre eles era tão denso quanto feitiços proibidos. Um duelo prestes a acontecer — mas dessa vez, as armas seriam palavras, memórias… e talvez, sentimentos enterrados demais para serem ignorados.
Harry se levantou devagar.
Harry Potter
— Vamos direto ao ponto: não estou aqui para ser seu amigo.
Draco ergueu uma sobrancelha, um sorriso enviesado brincando nos lábios.
Draco Malfoy
— Ótimo. Detesto desperdício de afeto.
Mas mesmo enquanto trocavam farpas, havia um olhar. Um relance.
Algo ali… ainda não dito.
E seria apenas o começo.
autora
primeiro capítulo por isso é curtindo 🫠
autora
até a próxima galerinha
Capítulo 2 — Ecos do Passado
O elevador desceu lentamente até o nono nível do Ministério. O silêncio entre eles era espesso, cortante. Não era mais o silêncio da guerra, e sim o de um terreno novo, instável. Como se palavras mal ditas pudessem desmoronar qualquer trégua tênue que restava.
Harry Potter
— O que você está fazendo aqui, Malfoy? — Harry perguntou, enfim.
Draco Malfoy
— Trabalhando. E você?
Harry Potter
— Você sabe o que quero dizer.
Draco finalmente se virou. Seus olhos cinzentos estavam mais opacos do que Harry se lembrava — como se a luz que um dia houve ali tivesse sido arrancada à força.
— Eu cansei de fugir da minha própria história. Trabalhar com maldições antigas e objetos instáveis parece mais fácil do que enfrentar o nome "Malfoy" todo dia.
Harry quase respondeu algo mordaz, mas… se calou. Ele entendia. Mais do que gostaria de admitir.
Quando as portas do elevador se abriram, foram recebidos por uma sala de luz baixa e corredores de pedra fria. Era como se o próprio tempo escorresse por aquelas paredes. O Departamento de Mistérios tinha esse efeito: transformava tudo em sussurros e sombras.
A primeira missão foi imediata.
bruxa dos cabelos violeta
— Relatos de atividade mágica instável em uma mansão esquecida em Godric’s Hollow — informou uma bruxa de cabelos violeta. — Riscos altos. Ninguém voltou desde ontem.
Harry Potter
— Godric’s Hollow?
Draco Malfoy
— Sua cidade natal, não é?
Harry assentiu, engolindo memórias indesejadas.
Harry Potter
— Ótimo lugar pra recomeçar.
Draco Malfoy
— Ou pra encerrar o que nunca terminou.
Capítulo 3 — As Paredes Falam
A mansão era um esqueleto do passado. Janelas partidas, tapeçarias rasgadas pelo tempo e pelo esquecimento. Ao entrarem, o ar parecia vibrar com magia contida — antiga, dolorosa.
A luz dançou pelas paredes, revelando algo surpreendente: um espelho enorme, rachado em mil fragmentos, no centro da sala.
Draco Malfoy
— Espelho da Perdição — murmurou Draco, se aproximando com cautela. — Dizem que reflete não o que você quer… mas o que você esconde.
Harry sentiu um calafrio.
Harry Potter
— Não parece seguro. Vamos isolar a área e…
Mas então, Draco parou. Fitava o espelho com o rosto pálido, rígido.
Draco Malfoy
— Ele está… me mostrando… você.
Harry Potter
— Como assim?
Draco virou o rosto devagar, tentando esconder o tremor na voz.
Draco Malfoy
— Não sei. Não entendo. Mas você está lá. Mais jovem. Hogwarts. A Sala Precisa. E você está me… salvando.
Harry não sabia o que responder. Ele se aproximou e, por reflexo, olhou também.
No espelho, ele viu Draco. Caído. Ferido. E viu a si mesmo ajoelhado ao lado dele. Chorando. Segurando sua mão com força.
Harry recuou, o coração aos saltos.
Harry Potter
— Isso é impossível.
Draco sorriu de forma amarga.
Draco Malfoy
— Ou é só a verdade que nunca dissemos.
O espelho estalou. Uma rachadura nova.
E então, uma rajada mágica explodiu da moldura, lançando os dois contra a parede.
Harry tossiu, se levantando com dificuldade.
Draco estava desacordado, mas respirando.
Harry o puxou para perto, o protegendo com o corpo enquanto o espelho brilhava numa luz branca, quase cega.
???
> — A verdade cobra seu preço. Estão prontos para pagá-lo?
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