“Sob a Lua e o Lótus”
Quando a Lua Encontrou o Lótus
O céu estava encoberto. As nuvens se arrastavam lentamente, como se carregassem segredos que o mundo não deveria ouvir. O vento soprava pesado, e até os espíritos pareciam silenciosos naquele dia.
O som grave dos tambores cerimoniais ecoava por toda a ilha da Academia Seonghwa, o local onde os herdeiros dos Cinco Reinos treinavam suas habilidades, protegiam os legados e... enfrentavam seus destinos.
Os alunos se reuniam no grande pátio central, observando os navios mágicos atracarem no porto sagrado.
— “Aquele é o navio do Reino da Lua Negra...” — sussurrou alguém.
— “Eles mandaram alguém da Floresta Sombria este ano...” — murmurou outro, com medo.
Quando o navio negro, com inscrições prateadas, finalmente parou, um silêncio pesado tomou conta.
Dos degraus, desceu Lee Min-ha.
Cabelos negros como a própria noite, olhos que cintilavam em dourado quando a luz batia, e uma presença... que fazia até o ar ficar mais denso.
Ela caminhava com passos firmes, segurando com força o colar que trazia no pescoço — uma lua minguante atravessada por três garras.
— (voz baixa, tensa) — “É... ela...” — comentou um aluno.
— (assustado) — “Da linhagem da floresta... metade loba... metade feiticeira...”
Min-ha fingiu não ouvir. Mas ouviu. Sempre ouvia.
Do outro lado do pátio, sob a bandeira branca com o lótus dourado, Han So-yeon segurava seu próprio pingente, apertando-o com força. O coração disparou no instante em que viu aquela garota.
Seus olhos se encontraram.
Por alguns segundos... só existiam elas.
Han So-yeon
Pensamento ) “O que... quem é ela? Por que... por que eu não consigo desviar o olhar?”
Choi Hae-won
(percebeu na hora.
tom sarcástico) — “Uau. Você tá praticamente hipnotizada. Cuidado, vai babar.” _ disse, segurando uma risada.
Han So-yeon
Gaguejando) — “Cala a boca, Hae-won! Eu... eu só... só tô... observando...” — respondeu , desviando rápido.
Choi Hae-won
Cruzou os braços, sorrindo.
— “Observando... Aham. Tá bom.”
Enquanto isso, do lado de Min-ha, Kang Dae-hyun caminhava em silêncio.
Kang Dae-hyun
(voz firme) — “Eles estão olhando.”
Lee Min-ha
(fria) — “Deixa olharem. Já tão acostumados a olhar.”
Kang Dae-hyun
Dae-hyun respirou fundo, olhando de canto pra So-yeon.
(tom provocativo) “Principalmente... alguém... tá olhando até demais.”
Lee Min-ha
(Revirou os olhos.
cerrando os dentes) “Cala a boca, Dae-hyun.”
De repente, um vento forte soprou. As fitas das bandeiras se soltaram, giraram no ar... e duas delas — a branca do Lótus e a preta da Lua — se entrelaçaram e caíram no chão, exatamente aos pés de Min-ha e So-yeon.
Um murmúrio percorreu os alunos.
— “Isso... isso é um sinal...” — cochicharam.
Nesse momento, a voz da diretora Dama Eun ecoou:
Dama Eun
(voz alta e firme) — “SILÊNCIO!” — bateu o cajado no chão. — “Sejam bem-vindos à Academia Seonghwa. Aqui, vocês carregarão não só o nome de seus reinos... mas também o peso dos seus destinos. E lembrem-se...” — sorriu, misteriosa — “Nem todo destino é imutável.”
Lee Min-ha
Pensamento) “Ótimo. Isso vai ser... divertido...” disse, ironicamente, sentindo que... algo nela nunca mais seria o mesmo depois de hoje.
Destinos Cruzados
No salão principal, os alunos se agrupavam, esperando o quadro de cristal mágico revelar as turmas.
So-yeon olhava nervosa para o painel, apertando o pingente de lótus.
Han So-yeon
(baixa) “Por favor... que ela não esteja na minha sala... que não esteja...”
Choi Hae-won
(Deu uma risada)
“Awn... tá com medinho, princesa?” cutucou.
Han So-yeon
(bufando) — “Não é medo... é... precaução...”
O quadro brilhou, e os nomes apareceram.
Turma 3-A:
Han So-yeon
Lee Min-ha
Choi Hae-won
Kang Dae-hyun
Jin Soo-bin
(em choque) — “O QUÊ?!” — gritaram So-yeon e Min-ha ao mesmo tempo.
Choi Hae-won
Segurou tanto o riso que quase caiu.
— “Ai, universo... você realmente ama me dar entretenimento grátis.”
Do lado de Min-ha, Dae-hyun fechou a cara
Kang Dae-hyun
(voz seca) — “Isso... isso vai dar problema.”
E como se não bastasse, Jin Soo-bin surgiu do nada, sorrindo, mãos nos bolsos.
Jin Soo-bin
“Olha... essa sala aqui... ou vai ser a mais poderosa da história da Academia...” — sorriu, piscando — “... ou a que mais vai sair faísca e destruição.”
Lee Min-ha
Respirou fundo, olhando pra So-yeon, depois desviou rápido.
— (cerrando os dentes) — “Perfeito. Só faltava isso...”
Han So-yeon
Apertou tanto o pingente que os dedos chegaram a doer.
— (pensamento) — “Por quê? Por que o universo tá brincando comigo desse jeito?!”
Dama Eun surgiu no centro, batendo seu cajado mais uma vez.
Dama Eun
(voz poderosa) — “Aqueles que compartilham a mesma sala... compartilham também destinos entrelaçados. Que os espíritos estejam atentos...” — sorriu, enigmática — “Pois este ciclo... mudará tudo.”
E, sem que percebessem... naquele exato momento...
O primeiro fio do destino começou a ser puxado.
O salão ainda estava cheio de murmúrios. Uns riam da situação, outros olhavam com cara de “isso vai dar ruim”.
Lee Min-ha
Cruzou os braços, respirando fundo, tentando fingir que aquilo não a afetava.
— (tom seco) — “Ótimo... só o que eu precisava.” — resmungou, encarando o quadro.
Do outro lado, So-yeon apertava tanto o pingente que parecia que ia quebrar.
Han So-yeon
(baixa) — “Por quê... por quê comigo?” — sussurrou, bufando.
Choi Hae-won
(tom debochado) — “Olha, se vocês vão ficar se encarando assim o ano inteiro, melhor já casar logo.” — riu, cruzando os braços.
Han So-yeon
Arregalou os olhos, completamente vermelha.
— (gaguejando) — “C-CA-LA-BO-CA, HAE-WON!!! Não fala besteira!!!”
Jin Soo-bin se aproximou, mão no bolso, sorrindo daquele jeito charmoso que todo mundo conhecia.
Jin Soo-bin
(rindo) — “Ah, essa sala... tá prometendo. E olha que nem começou a primeira aula ainda.” — piscou, olhando de canto pra Min-ha. — “E você... garota da Lua... cuidado. Aqui, todo mundo te observa.”
Lee Min-ha
Ergueu uma sobrancelha, olhando diretamente pra ele.
Lee Min-ha
(tom afiado) — “E você... devia parar de olhar tanto, antes que suas sobrancelhas peguem fogo... acidentalmente, claro.” — sorriu de canto, sarcástica.
Kang Dae-hyun
(voz firme) — “Soo-bin, para de provocar. Min-ha, não arruma briga no primeiro dia.” — cruzou os braços.
Jin Soo-bin
Soo-bin ergueu as mãos.
— “Tá, tá... paz, paz...” — sorriu, recuando um passo. — “Só tô quebrando o gelo... ou incendiando, sei lá...”
O sinal mágico ecoou, vibrando no chão e no ar.
Uma voz mágica guiava os alunos:
— “Turma 3-A... Pavilhão Oeste... Sala 7...”
Min-ha respirou fundo e olhou de canto pra So-yeon.
Por algum motivo que ela não entendia... só de cruzar aquele olhar, seu peito apertava.
Lee Min-ha
( pensamento) — “O que é isso...? Por que... ela... me afeta desse jeito?”
So-yeon percebeu o olhar e desviou na mesma hora, apertando o colar.
Han So-yeon
Pensamento) — “Para. Para, So-yeon... Ela é só uma aluna. Uma aluna... linda... NÃO! UMA ALUNA. UMA PROBLEMA!”
No caminho até a sala, os grupos se formavam. Hae-won, como sempre, andava pulando de um lado pro outro. Soo-bin ia rindo, provocando todo mundo. Dae-hyun, em silêncio, atento a cada movimento.
E as duas... tentavam fingir que não estavam conscientes uma da outra.
Quando chegaram na sala, uma parede enorme se iluminou. Nela, estavam os símbolos dos cinco reinos — e um círculo mágico no chão que começava a brilhar.
Dama Eun apareceu projetada no meio da sala, como um holograma mágico.
Dama Eun
“Sejam bem-vindos, Turma 3-A. Antes das aulas começarem, vocês passarão pelo Ritual de Conexão. Esse selo mágico irá analisar suas energias... e determinar afinidades, compatibilidades e... alertas.” — sorriu de forma levemente sinistra.
Todos se olharam, meio tensos.
Hae-won quebrou o silêncio:
Choi Hae-won
Afinidade...? Tipo... pra saber quem é alma gêmea de quem?” — riu, dando uma cotovelada em So-yeon.
Han So-yeon
Arregalou os olhos.
— “Pelo amor dos espíritos, para, Hae-won!!!” — sussurrou, vermelha.
Jin Soo-bin
Entrou na brincadeira:
— “Ihhh... cuidado, So-yeon. Vai que... dá match...” — piscou, olhando disfarçadamente pra Min-ha.
Lee Min-ha
Cruzou os braços, rosnando baixinho
Lee Min-ha
(tom seco) — “Se alguém mais abrir a boca, eu juro que eu apago a luz dessa sala inteira.” — respondeu, e as sombras do canto da sala começaram a se mover, discretamente.
Kang Dae-hyun
Bateu o pé no chão, firme.
— “Chega. Foca. Vamos acabar logo com isso.”
Um círculo de luz se acendeu no meio da sala.
A voz mágica ecoou:
— “Aproximem-se do selo. Toquem o centro... e deixem que ele revele seus laços.”
Todos se olharam. Soo-bin foi o primeiro.
Jin Soo-bin
(sorrindo) — “Beleza... bora ver se a chama aqui combina com alguém...” — e tocou. O selo brilhou em laranja e vermelho.
Depois foi Dae-hyun. O selo brilhou em azul-claro com rajadas de branco.
Hae-won colocou a mão e a luz ficou azul-turquesa, rodeada de névoa.
Quando So-yeon colocou a mão, uma luz dourada e branca explodiu no círculo, quase ofuscando os olhos dos outros.
E então... Min-ha respirou fundo e, meio contrariada, tocou.
O círculo ficou... preto com dourado, um tom que nunca havia aparecido antes.
O selo tremeluziu. A luz do lótus (So-yeon) e da lua (Min-ha) começaram a se puxar, como se fossem fios magnéticos.
O círculo disparou um pulso de energia que quase derrubou todo mundo.
Choi Hae-won
(gritando) — “QUE ISSO?!” — exclamou segurando no braço de Soo-bin.
Min-ha e So-yeon se olharam, assustadas. O selo brilhava justamente entre as duas, conectando seus símbolos.
A voz do selo soou, alta, para toda a sala:
— “Laços proibidos detectados. Conexões espirituais fora dos parâmetros comuns. Risco elevado. Destino... alterado.”
Um silêncio absoluto caiu na sala.
Jin Soo-bin
Nossa... isso... isso vai dar MUITO o que falar...” — sussurrou, sorrindo, quase se divertindo com o caos prestes a acontecer.
Min-ha fechou os punhos, o olhar dourado vibrando.
So-yeon segurava o colar, sem conseguir entender se queria fugir... ou ficar.
E naquele instante, ambas entenderam uma coisa:
Nada na vida delas seria normal daqui pra frente.
Entre Sombras e Luz
O selo no chão finalmente se apagou, mas a tensão... não.
So-yeon ficou imóvel, segurando o pingente com tanta força que seus dedos tremiam. Sua respiração estava descompassada, seu peito apertava.
Min-ha encarava o chão, mas, na verdade, tentava controlar algo muito mais difícil: o lobo dentro de si que agora rugia, inquieto, como se tivesse reconhecido algo... ou alguém.
Dama Eun reapareceu, projetada magicamente, com aquele sorriso misterioso que fazia qualquer um desconfiar de tudo
Dama Eun
(voz calma, mas firme) — “Hmmm... interessante... muito interessante...” — ela tocou o queixo, observando as duas. — “Parece que teremos... um ciclo bem agitado.”
Jin Soo-bin
(cruzando os braços) — “Eu diria... bem mais do que só agitado.” — piscou.
Kang Dae-hyun
(voz firme) — “Isso não é normal. Esse selo nunca deu esse tipo de alerta.”
Choi Hae-won
(brincando) — “Olha, não sei vocês, mas... isso aí... isso é coisa de destino. E destino, amorzinho... não se discute.”
Han So-yeon
(bufando, vermelha) — “CALA A BOCA, HAE-WON!” — gritou So-yeon, quase tropeçando pra trás.
Lee Min-ha
( respirou fundo, virou as costas e começou a caminhar até a janela, cruzando os braços)
Lee Min-ha
(fria, tentando parecer indiferente) — “Isso não significa nada. Só... só uma falha no selo.” — sua voz vacilou, mesmo tentando parecer firme.
Dama Eun
Sorriu, segurando o riso.
Dama Eun
(tom enigmático) — “Oh... pequena loba... se você acha que destino erra... bem-vinda à Academia Seonghwa. Aqui, até o que parece acaso... nunca é.”
O sino mágico tocou.
— “Fim do ritual. Primeira aula: Defesa Espiritual. Local: Floresta Sagrada. Início em 15 minutos.”
Choi Hae-won
Perfeeeito. A primeira aula já é na floresta. Adivinha quem vai se perder primeiro?” — olhou direto pra Soo-bin.
Jin Soo-bin
(rindo) — “Eu? Capaz. Quem vai se perder é você, que segue qualquer borboleta brilhante que aparece.” — piscou, saindo andando.
Dae-hyun olhou sério pras duas (Min-ha e So-yeon).
Kang Dae-hyun
(voz baixa) — “Se vocês duas... causarem algum colapso espiritual na floresta... eu não vou conseguir ajudar muito ” — virou e seguiu pra porta.
So-yeon cruzou os braços, olhando de canto pra Min-ha.
Han So-yeon
(resmungando, emburrada) — “Nem queria tá na mesma aula que você...” — falou baixo, mas claramente pra ela ouvir.
Min-ha virou lentamente, encarando-a. Seus olhos dourados brilharam, um sorriso meio debochado surgiu no canto dos lábios.
Lee Min-ha
(arqueando uma sobrancelha) — “Ótimo. Assim temos um acordo. Fica fora do meu caminho... e eu fico fora do seu.”
Porém... nenhuma das duas conseguiu manter aquele olhar por muito tempo. Era como se algo invisível puxasse uma pra outra, como ímãs.
O clima ficou estranho. Intenso. Pesado e, ao mesmo tempo, elétrico.
Choi Hae-won
(de longe, observavando e cruzando os braços)
Choi Hae-won
pensamento) — “Ai... essas duas... ou elas vão se matar... ou vão se beijar. E eu aposto na segunda opção...” — mordeu o lábio pra não rir.
O grupo seguiu rumo à trilha que levava à Floresta Sagrada, onde a primeira aula aconteceria. Mas... o que ninguém sabia... é que algo naquela floresta estava... diferente.
O céu ficou mais nublado.
As folhas começaram a se mexer... mas não tinha vento.
Os pássaros, que antes cantavam, ficaram em silêncio.
E bem no fundo da floresta...
Uma sombra antiga... desperta.
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