Casada Por Obrigação
Capitulo 1
Apresentação dos personagens principais:
O dia amanheceu chuvoso e friento. As janelas da casa estavam fechadas e eu podia ouvir o ronco de Ruth vindo de um dos corredores.
Débora
Ela está dormindo de porta aberta de novo!
Indago e começo a ir na direção do som e como era de se imaginar, a porta do quarto dela estava aberta. Ruth estava dormindo pesadamente e uma parte do seu corpo estava praticamente batendo no chão.
Fechei a porta e fui para a cozinha, onde a Dona Lupita estava fazendo o nosso delicioso café da manhã.
Débora
Bom dia! — digo adentrando a cozinha e me aproximando da mesa. — o que temos para hoje, meu doce?
Lupita sorriu lindamente e respondeu o meu bom dia com muito entusiasmo.
Lupita
Bom dia minha linda. Hoje teremos o seu preferido, bolo de abacaxi. — respondeu Lupita ao levantar a tampa que cobria o bolo.
Débora
Mmm...minha boca chegou a salivar!
Lupita desinforma o bolo e momentos depois eu pego e trago para a mesa.
Uma xícara cheia de café estava ao lado e eu não esperei muito para começar a comer aquela delícia. Realmente, Lupita sabe o que faz!
Ao está no terceiro pedaço, Lupita se aproximou de mim e perguntou curiosa.
Lupita
Não será hoje a assinatura dos papéis? Ou mudaram a data mais uma vez, querida? — pergunta Lupita.
Engoli o último pedaço de bolo com dificuldade e lembrei que às 10 horas da manhã, eu e Ruth teremos que assinar os papéis de casamento!
Débora
Eu nem lembrava mais, senhora Lupita. Aah...perdi totalmente o ânimo agora...
Respondo desanimada e Lupita me demonstra um sorriso reconfortante.
Lupita
Eu sei o quanto você e a sua irmã odeiam essa ideia, mas vocês não podem acabar com esse acordo.
Lupita
Os seus pais fizeram ele em vida e tenho certeza que há algum motivo especial por trás disso.
Lupita está conosco desde que me entendo por gente. Ela serviu aos meus pais e sempre que pode está falando deles com a gente.
Os meus pais morreram quando eu tinha 8 e Ruth 6 anos. Éramos jovens demais e creio que por este motivo não temos lembranças convictas deles.
Débora
Estou ciente e não estou brava, de verdade. — suspiro e brinco com a faca. — mas eu não queria casar… não assim, sem ter uma convivência com o meu noivo.
Ruan nunca quis manter aproximação, ele sempre quis se manter longe e por mais que a dona Carolina tentasse aproximar-nos, ele sempre fugia.
Gabriel não é diferente, ele não trata Ruth mal, mas também nunca quis aproximação.
Lupita
Eles são garotos complicados, mas sei que vocês vão conseguir se dar bem.
Minutos depois Ruth apareceu na cozinha, com o cabelo emaranhado e uma cara de sono.
Ruth
Não dormir nada essa noite!— diz ao bocejar.
Débora
Imagina se tivesse...
Ruth encarou-me com cara de poucos amigos e eu apenas neguei com a cabeça enquanto pegava a minha revista.
Capitulo 2
10 minutos antes do horário marcado, estávamos chegando na mansão dos Sanna.
Era uma mansão enorme e com uma vasta área de mata verde. Ruth ficou encantada com o jardim e eu tentei o máximo não demonstrar a minha aflição.
Um mordomo se aproximou de nós e nos levou para o escritório do senhor Marcos, pai do Ruan e Gabriel.
Na sala havia somente os nossos noivos, os pais e um senhor que ficaria responsável por pegar nossas assinaturas.
Marcos
Sejam bem-vindas, meninas.
O senhor Marcos cumprimentou-nos com um aperto de mão e a senhora Carolina já veio nos abraçando e beijando.
Carolina
Como estão? — perguntou ela a sorrir.
Ruth
Mal. — respondeu Ruth com o seu tom de sempre.
Débora
Vamos tentar lidar o melhor possível com essa situação. — respondi sendo sincera e senti o olhar do Gabriel sobre nós e depois ele desviou o olhar.
Ruan
Se a gente já assinou, por qual motivo precisamos continuar aqui? Só falta elas assinarem, certo?
Ruan indagou irritado e sua mãe revirou os olhos.
Carolina
Você permanecerá onde está, Ruan. Precisamos falar da moradia de vocês a partir de hoje. Onde irão morar e como será as suas vidas...
Ruan
Será um inferno, como já está a ser!
Ruan cortou sua mãe com ignoraria e o seu pai apenas suspirou, como se já esperasse por uma resposta daquela.
Segurei a minha língua de chicote e observei que Ruth estava calma demais, calma até demais para o meu gosto.
Quando ela está assim, significa que ela tomou " aqueles " medicamentos.
Ruth
Já podemos assinar? — boceja. — estou cansada e com sono, quero ir embora o quanto antes.
Ruth perguntou e aquela sua pergunta calma meio que acalmou os nervos de Carolina, que já estava prestes a esganar o Ruan ali mesmo.
Marcos
Podem assinar, meninas. Desculpa pelo comportamento inadequado do inútil do meu filho.
Marcos direcionou um olhar matador para Ruan e ele continuou com aquele olhar desafiador, como se nada que ele fizesse fosse mudar a sua forma de agir.
Perguntei relutante e Marcos afirmou com a cabeça. Ruan já sem paciência, levantou-se e saiu do escritório e Gabriel foi logo em seguida.
Respirei fundo e peguei o contrato e sem pressa comecei a ler cada cláusula.
O contrato estaria nos beneficiando muito bem.
Débora
Eu não sabia que os nossos pais tinham tantos negócios assim.
Indago encarando Marcos e ele sorriu.
Marcos
Os seus pais eram pessoas de alto nível, tinham muitas propriedades e filiais. E agora elas pertencem a vocês, as verdadeiras donas de toda essa fortuna.
Os olhos de Ruth arregalaram como se ela não soubesse que éramos ricas.
Assinei o contrato e passei para Ruth, que com mãos trêmulas assinou o seu nome.
Ela resmungou e eu sorri.
Débora
Ainda precisam falar conosco, certo? — pergunto e eles afirmam com a cabeça.
Marcos pediu para o senhor levar o contrato e depois um funcionário entrou com uma bandeja cheia de aperitivos.
Ruth não perdeu tempo e já começou a comer. Eu peguei a xícara de chá e Carolina sentou-se novamente assim que retornou do banheiro.
Marcos
Os meninos já escolheram as casas. Eu queria que eles escolhessem individualmente, mas ambos não querem morar separados.
Carolina
Ruan falou que assim fica mais fácil para se livrarem de vocês.
Carolina indagou e a gente se entreolhou.
Capítulo 3
Débora
Se livrar de nós? Como assim? — Pergunto, sentindo um frio na espinha. Mas era um frio de adrenalina...
O senhor Marcos sorriu sem jeito e dona Carolina respondeu por ele.
Carolina
Não se preocupem, queridas. Esses meninos não farão nada, podem ficar tranquilas.
Ruth me encarou e percebi a mensagem que ela estava me passando. " Se eles tentarem, eles que irão sumir."
Ruth
Estamos tranquilas, muito, mas muito tranquilas.
Ruth respondeu com um sorriso lindo, que fez Carolina se afastar um pouco, provavelmente notando as reais intenções de Ruth por trás das suas palavras.
O senhor Marcos, após dar mais um gole no seu café, colocou a xícara em cima da mesa e começou a falar:
Marcos
Eu sei que as duas não estão felizes com esse casamento, mas desejo de coração que vocês se deem bem. Sei que não será fácil, conheço muito bem os filhos que tenho.
Marcos deu uma pausa dramática e eu percebi ter mais bolo nesse angu.
Débora
Se depender de nós, não haverá nenhuma desavença. — Gravem bem essas palavras, pois...eu estava mentindo...
Após mais alguns minutos conversando e conhecendo um pouco mais sobre os nossos "maridos ", fomos levadas até o carro da família e o motorista estava encarregado de nos deixar na nossa mais nova casa antes do anoitecer.
Passamos na nossa antiga casa só para buscar as nossas coisas e depois já estávamos na estrada novamente.
Ruth estava dormindo pesadamente e eu segurava a bolsa que estava com os medicamentos dela, os quais ela usava quando tinha algum ataque de pânico ou falta de ar.
Eu e a minha irmã nascemos com problemas no pulmão, então para vivermos em paz, precisamos usar bombinha pelo menos duas vezes ao dia, fora os medicamentos passados para nós pelos médicos.
Uma fina garoa começou cair e eu encolhi-me ainda mais no banco de trás do carro, sentindo um vazio enorme no peito.
Quando chegamos no condomínio, o motorista falou que logo estaríamos em casa. A nossa casa era a oitava da rua, não ficava muito distante da portaria.
Era uma casa muito bonita e no segundo andar eu conseguia ver o vislumbre de alguém, só não conseguia distinguir quem era.
Débora
Com licença, o senhor poderia me ajudar com a minha irmã? Ela está apagada e não vai acordar tão cedo.
Pedi e o motorista me ajudou. Ele levou Ruth para dentro e depois veio buscar as malas.
Ele se despediu e eu suspirei, observando o redor com admiração. Os móveis eram impecáveis e a decoração não ficava atrás. Tudo era chique e emanava grana e poder.
Suspirei ao ouvir passos vindo na direção da escada. Levantei meu olhar e avistei o Gabriel, que descia com um olhar de sono.
Débora
E... desculpa incomodar, mas poderia me falar onde fica os nossos quartos? Tenho que deixar essas coisas lá. — Perguntei-lhe e o mesmo olhou para as bagagens, depois para Ruth, que dormia pesadamente.
Gabriel
Os nossos pais não disseram nada? A casa tem somente dois quartos, Ruth ficará comigo e você ficar com o Ruan.
Ele respondeu passivamente, mas as suas palavras feriram o meu ego. Eu dormir com um desconhecido? Não, eu simplesmente não posso dormir bem ao lado de alguém que com toda certeza quer me matar.
Débora
Eles...não chegaram nessa parte.
Débora
Não podemos ficar em quartos separados?
Perguntei e Gabriel negou com a cabeça.
Gabriel
Eu ir contra a palavra da minha mãe? Jamais! Ruan pode até bater de frente com eles, mas eu não. O primeiro murro ou chute que eu levar dela, eu choro.
Gabriel respondeu, dava para notar o medo que ele tinha ao falar de sua mãe.
Débora
Certo...então, leva ela para o quarto, por favor. Eu vou logo atrás com as coisas dela.
Gabriel assentiu e pegou Ruth nos braços com cuidado, para não acordar ela. Ele é bem atencioso, por mais que seja reservado, ele ainda prioriza a vida das pessoas. Ou talvez ele só esteja fingindo ser gentil...
Para mais, baixe o APP de MangaToon!