A aparência da Júlia é morena clara, cabelo longo e liso, olhar intenso e boca marcada. Tem uma beleza suave, mas o jeito firme e decidido mostra que já sobreviveu ao inferno.
Morena clara, cabelo longo e liso, olhar intenso e boca marcada. Tem uma beleza suave, mas o jeito firme e decidido mostra que já sobreviveu ao inferno.
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Oi, eu sou a Laís! Melhor amiga da Júlia desde sempre - e não, não é exagero. A gente se conhece desde criança, lá na Rocinha, onde eu ainda moro. Sou aquela amiga que tá sempre pronta pra ouvir, dar um conselho (mesmo que ela nem sempre peça) e, claro, chamar pra um café ou um rolê quando a vida aperta.
Sou casada com o Pedro - ou PH, como todo mundo conhece por aqui - e juntos tocamos nossa vida no morro, com muito amor e cumplicidade. A Rocinha é o meu lar, minha raiz, e eu tenho orgulho de cada esquina e história que carrego desse lugar. Quer saber mais? Fica por aqui, porque tem muito pra contar!🌺
Loira de pele clara, cabelo liso e comprido. Olhos marcantes, boca desenhada e expressão segura. Estilo elegante com toque ousado. Ela tem aquele ar de quem sabe o que quer — e não aceita menos do que merece.
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Salve, família! Meu nome é Pedro, mas geral me chamam de PH. Sou cria da Rocinha, nasci e cresci aqui no corre. Hoje eu sou gerente da boca principal, tá ligado? É vida louca, mas é o que sustenta minha casa e minha coroa. Sou casado com a Laís, minha mulher, parceira firmeza que tá comigo em tudo.
A Júlia? Pô, essa aí é minha irmã, sangue de consideração mesmo. A gente se conhece desde pivete, correndo nas vielas do morro. Mesmo ela tendo saído daqui, nunca largou as raízes nem a gente. Eu tô sempre na contenção por ela, e ela por mim. Aqui é tudo no respeito e na lealdade, porque no meu mundo isso vale mais que ouro. Quer saber mais do que rola por aqui? Cola junto que eu te mostro como é que é a caminhada.⚔️
Negro, tatuado, estilo marcante. Jeito debochado, olhar de malandro que já viu o pior do mundo e sobreviveu sorrindo. Voz firme, riso que desafia.
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Qual é, meu nome é Lucas, mas aqui no morro geral só chama de Perigo. Sou o dono da Rocinha, quem manda na parada toda, tá ligado? Desde moleque fui subindo no corre e hoje tô no topo. PH é meu irmão de caminhada, de fechar em qualquer situação, meu parceiro de guerra. A gente cresceu junto nesse mundão e tá sempre na contenção um pelo outro.
Sou casado com a Bruna, ela vive no luxo que eu proporciono, mas, vou ser real, o bagulho já não é mais o mesmo que era no começo. Eu dou minhas escapadas, tá ligado, e ela sabe. Mas também, para que ela vai largar essa vida de rainha que eu dou? Mansão, ouro, tudo do bom e do melhor. No fim, cada um vive no conforto que escolheu. Aqui no meu mundo é assim: quem tá comigo tá protegido, mas quem vacila, conhece o peso. Quer entender mais como funciona? Vem comigo que eu te mostro.🥇
Branco, tatuado, barba rala e olhar penetrante. Corpo definido, presença imponente. Tem aquele charme obscuro de quem mistura poesia com crime.
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Eu sou o Felipe. Não sou de muita conversa, mas vou te falar um bagulho: a Júlia, essa mulher aí, eu amava ela de verdade. Ela me deixou, não sei por quê, porque eu sempre fiz tudo por ela. Cuidava, protegia, dava atenção, tava sempre ali, mas ela não entendia que isso era porque eu a amava. A gente brigava, mas no fundo, era tudo por amor, tá ligado? Eu só queria que ela fosse minha, que ninguém chegasse perto, que não olhasse pra outro cara. Ela não entendia que isso era para o bem dela, porque quem ama cuida, né?
Mas ela não viu isso e terminou comigo. Diz que eu sou possessivo, mas só queria ela perto, perto de mim, sem ninguém pra atrapalhar o nosso futuro. Eu só agi por amor, porque ninguém vai cuidar dela como eu cuidei. Ela é minha, sempre será, e no fundo eu sei que ela sabe disso. Eu só vou esperar o momento certo, porque quem ama, não desiste. E se for pra gente voltar, vai ser porque o destino quis.🥵
Moreno claro, discreto e observador. Barba feita, cabelo baixo. Passa tranquilidade, mas quando fala, é firme. Tem o tipo de presença que protege — calmo por fora, alerta por dentro.
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@Julia🌸
Capítulo 01🌸
A chuva caía pesada naquela manhã, batendo contra a janela do quarto e trazendo uma sensação de preguiça. Aquele som ritmado era quase um convite pra ficar na cama o dia inteiro, enrolada no edredom, com a cabeça longe das responsabilidades. Abri os olhos devagar, sem vontade nenhuma de encarar o relógio, mas sabia que precisava levantar. Três pacientes me esperavam, e mesmo que a preguiça estivesse vencendo, meu compromisso com eles sempre falava mais alto.
Joguei as pernas pra fora da cama, enfiei os pés na minha pantufa felpuda e vesti o roupão que estava pendurado na cadeira. Ainda sonolenta, desci as escadas até a cozinha. A cafeteira já estava ligada, e o cheiro de café fresco invadia o ambiente. Me sentei à mesa, fechei os olhos por um instante e juntei as mãos.
- Obrigada, Deus, por mais um dia. Que eu tenha sabedoria e paciência pra lidar com tudo que vier.
Após meu pequeno momento de oração, tomei o café com calma, aproveitando cada gole quente pra despertar de vez. Em seguida, subi para o banho. A água quente correndo pelo meu corpo era um alívio contra a preguiça que insistia em me acompanhar. Escolhi uma calça de alfaiataria confortável, uma camisa branca de tecido leve e finalizei com um blazer cinza. Um visual que equilibrava conforto e profissionalismo, do jeito que eu gostava.
Assim que entrei no carro, liguei a rádio e deixei tocar. Uma música qualquer começou, e mesmo sem conhecer a letra, me peguei cantando junto, inventando palavras no meio. Ri de mim mesma quando errei o ritmo, mas continuei. O trânsito estava tranquilo, e a chuva tinha virado apenas uma garoa leve. Cheguei ao consultório antes do previsto.
- Bom dia, Sara! - Cumprimentei minha secretária com um sorriso.
- Bom dia, Júlia! Tá com uma cara de quem venceu uma guerra pra sair da cama. - Ela riu, ajeitando a mesa de recepção.
- Nem me fala, amiga. Mas bora lá, porque o dia promete.
Fui direto pra minha sala, coloquei minha bolsa na cadeira e comecei meu pequeno ritual: arrumei os travesseiros do sofá, ajustei a iluminação pra ficar mais aconchegante e borrifei o cheirinho de lavanda pelo ambiente. Tudo precisava estar perfeito para os pacientes.
Logo em seguida, minha primeira paciente chegou. Era Júlia, uma adolescente de 16 anos que vinha enfrentando o impacto da separação dos pais.
- Oi, Júlia. - A cumprimentei com um sorriso acolhedor. - Pode entrar, fica à vontade.
Ela sentou no sofá, com os ombros meio caídos e o olhar tímido.
- Oi... - respondeu baixinho.
- Me conta, como você tá hoje?
Ela suspirou antes de responder.
- Tá difícil, sabe? Minha mãe não para de chorar, meu pai parece que nem liga, e eu tô no meio disso tudo. Parece que minha vida virou de cabeça pra baixo.
- Imagino como deve ser pesado pra você lidar com isso. - Falei, tentando criar um espaço seguro pra ela se abrir mais. - Você tem se sentido culpada por tudo isso?
Ela abaixou a cabeça, e uma lágrima escorreu pelo rosto.
- Às vezes, sim. Fico pensando se a culpa não é minha. Tipo, será que se eu fosse uma filha melhor eles ainda estariam juntos?
Peguei um lenço e estendi pra ela.
- Júlia, deixa eu te dizer uma coisa: o que tá acontecendo entre seus pais é uma questão deles, não sua. Você não tem culpa da decisão que eles tomaram. É difícil, eu sei, mas você precisa lembrar que não é responsável pelos sentimentos ou escolhas deles.
Ela enxugou as lágrimas, mas o olhar ainda estava pesado.
- Eu só queria que tudo fosse como antes, sabe? Que eles fossem felizes juntos de novo.
- Eu entendo. É normal sentir isso. Mas a gente vai trabalhar juntas pra lidar com esses sentimentos, um passo de cada vez.
Ela assentiu com a cabeça, e passamos os minutos seguintes conversando sobre estratégias pra ela lidar com o momento difícil. Quando a sessão acabou, senti que ela saiu um pouco mais leve.
O dia seguiu mais tranquilo. Quando terminei a última consulta, Sara veio com uma proposta inesperada.
- Júlia, que tal a gente ir no baile da Rocinha hoje?
Olhei pra ela, surpresa.
- Ih, Sara, não sei, não. Tô exausta. Acho melhor ficar em casa e descansar.
- Ah, vamos, vai! Eu nunca fui num baile, mas se for contigo, fico mais segura.
Pensei por alguns segundos. A verdade é que fazia tempo que eu não ia no morro, e talvez fosse bom voltar às minhas raízes, nem que fosse por uma noite.
- Tá bom, mas só se você se arrumar lá em casa.
Ela sorriu, animada.
- Combinado!
Fomos até a casa dela pra pegar algumas roupas, e depois seguimos pra minha casa. Quando chegamos, liguei pro PH pra avisar.
- PH, tô subindo aí pro baile hoje.
- Tá de sacanagem, Júlia? Vai mesmo?
- Vou, mas já tô avisando pra não ter problema.
- Relaxa, vou deixar um espaço reservado pra vocês. Só não arruma confusão, hein?
- Ih, Júlia no baile? O mundo tá acabando! -Laís falou um pouco distante
- Não exagera, Laís. Só tô acompanhando a Sara.
Depois de conversar um pouco, começamos a nos arrumar. Sara estava animada, e confesso que a energia dela acabou me contagiando. Quando terminamos, estávamos prontas pra uma noite diferente.
O baile seria um recomeço, um momento de descontração e um retorno às origens. E, no fundo, eu sabia que seria inesquecível.
@Júlia🌸
A noite tava com aquela energia boa, mas chuvosa. Saí do banho enrolada no meu roupão, enquanto Sara folheava uma revista jogada no sofá.
- Bora, Júlia? Tu ainda tá enrolando, hein.
- Calma, mulher. Tô me arrumando. E, olha só, vamos de Uber hoje, tá? Quero beber tranquila e não quero stress de dirigir.
Ela riu, largando a revista.
- Tá certíssima! E depois?
- Dormimos na casa da Laís. Não tem erro.
Sara já abriu o celular e começou a chamar o carro. Enquanto isso, terminei de passar meu gloss e ajeitar o vestido. Nada muito extravagante, mas confortável e bonito. Quando descemos, o Uber já tava encostado. O motorista abriu o vidro e nos olhou com um sorriso.
- Boa noite, moças! Tão indo causar hoje, hein?
Dei uma risadinha.
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Boa noite! Só um pouquinho, nada demais.
Entramos, e Sara puxou conversa logo de cara, elogiando o som que ele tocava no rádio. Era funk antigo, daqueles que te fazem cantar junto sem nem perceber. O motorista riu, interagindo com ela, enquanto eu conferia meu celular. O PH já tinha deixado um recado:
PH: "Jujuba, tá tudo no esquema. Dois motoboy na entrada te esperando. Fala meu nome que eles te levam direto."
Eu: "Certo, irmão. Tamo junto."
Assim que chegamos no ponto combinado, os dois motoboys estavam lá, esperando. Um deles se adiantou, acenando.
- Cês são a irmã do PH, né?
- Isso mesmo. Bora?
- Só subir, dona.
Subimos na garupa, eu e Sara rindo do vento gelado. Não demorou muito e já estávamos na casa da Laís. Ela abriu a porta com aquele sorriso de sempre.
- Achei que nem vinham mais!
- E perder uma sexta dessas? Jamais.
Depois de alguns minutos de conversa rápida, o PH apareceu, já ajeitando a camisa.
- Aí, Ju, tá bonitona hoje, hein. Mas na moral? Se comporta lá no baile. Não quero marmanjo se engraçando contigo, tá ligado?
- Relaxa, PH. Eu sei me virar.
Ele deu aquela encarada básica, mas não insistiu. Pegamos uma moto pra descer pro baile. O clima tava quente, com o som já tomando conta do morro. Luzes piscavam no céu, gente passando pra lá e pra cá.
Assim que chegamos, senti os olhares. Alguns conhecidos, outros nem tanto. As pessoas cochichavam, e dava pra perceber que não estavam acostumadas a me ver por ali. Sara, por outro lado, tava deslumbrada com o clima.
- Júlia, isso aqui é incrível! Como você não vem mais vezes?
- Porque não tenho paciência pra muita confusão. Mas hoje abri uma exceção.
Laís puxou a gente direto pro meio da pista, onde o som tava mais alto. Começamos a dançar, e a sensação de liberdade era inegável. O ritmo, o calor, tudo ali fazia a gente esquecer do resto do mundo.
Mas, como sempre, o PH tava de olho. Ele circulava pela festa, cumprimentando um ou outro, mas com o olhar fixo na gente. Não demorou muito pra ele se aproximar.
- Jujuba, já vieram me perguntar de tu umas cinco vezes, na moral. Os cara tão achando que tu tá solteira.
Ri, achando graça da indignação dele.
- E o que você disse?
- Disse que tu é minha irmã e que é melhor nem tentar. Mas, mano, se liga. Tu tá chamando muita atenção.
- PH, calma. Eu só tô aqui dançando, nem fiz nada.
- Não interessa. Esses cara aqui só olham. Não gosto.
Laís, que ouvia a conversa, deu risada.
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PH, larga de ser chato. Deixa ela curtir.
Ele resmungou algo, mas se afastou, ainda de olho.
Depois de um tempo dançando, resolvi pegar uma água. No caminho, fui parada por um rapaz.
- Ei, cê é irmã do PH?
Assenti, sem paciência pra conversa.
- Sou. Algum problema?
- Não, não. Só queria saber mesmo. Tá curtindo o baile?
Antes que eu pudesse responder, PH surgiu do nada, com aquele jeito bravo dele.
- Algum problema aqui?
O rapaz se afastou imediatamente, levantando as mãos.
- Nada, PH. Só trocando ideia.
PH olhou pra mim.
- Viu só? Tô falando. Não confio nesses caras, Ju
- Tá bom, tá bom. Você venceu.
Voltei pra pista, rindo sozinha. Apesar do jeito protetor e, às vezes, exagerado, não dava pra negar que era bom ter alguém como o PH por perto. A noite continuou, cheia de música, risadas e um pouco de confusão. Mas, no final das contas, era disso que eu sentia falta.
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