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Sombras do Destino

Capítulo 1 – O Retorno

Capítulo 1 – O Retorno
O som dos pneus sobre o asfalto molhado ecoava pela estrada vazia. Era uma noite fria, típica de outono, e a névoa cobria parte da estrada como um véu fantasmagórico. Dentro do táxi, Alana mantinha os olhos fixos na janela, observando as luzes da cidade que cresceu, mas que há sete anos deixou para trás.
Aos 23 anos, estava de volta. O mesmo lugar onde tudo começou... e onde tudo terminou.
Motorista do táxi
Motorista do táxi
— Tem certeza que é aqui, moça?
Perguntou o motorista, olhando pelo retrovisor.
Ela assentiu.
Alana
Alana
— Sim. Pode deixar aqui mesmo.
Pagou a corrida e desceu, a mala puxando o seu braço para trás, como se até ela resistisse a esse reencontro. A mansão dos Callahan continuava igual: imponente, cercada por muros altos, com janelas que pareciam olhos atentos ao redor.
Alana respirou fundo e apertou o interfone.
Após alguns segundos, a voz que ela não ouvia desde os 16 anos soou rouca e fria:
— Quem está aí?
Alana
Alana
— Sou eu... Alana.
Sua voz tremeu.
Alana
Alana
— Voltei.
Silêncio.
Depois, o portão se abriu devagar. Alana engoliu em seco e entrou. As lembranças vieram como um vendaval: risos na piscina, festas no jardim, o toque quente das mãos de Liam Callahan em seu rosto... e depois, o sangue. A traição. A noite em que tudo ruiu.
Liam estava parado na entrada da casa, mais alto, mais sério. Seus olhos verdes agora eram quase opacos.
Liam
Liam
— Você voltou mesmo.
Disse ele, a voz baixa.
Liam
Liam
— Depois de tudo.
Alana encarou-o com firmeza.
Alana
Alana
— Eu vim buscar respostas. E você é o primeiro da lista.
--
Continuar.
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▪ Alana Idade: 17 anos Personalidade: Determinada, inteligente, curiosa e emocionalmente intensa. Gosta: Ler à noite, mistérios, música clássica, observar a chuva. Não gosta: Mentiras, sentir-se controlada, gritos.
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▪ Liam Callahan Idade: 18 anos Personalidade: Frio por fora, observador, leal, protetor em silêncio. Gosta: Silêncio, noites nubladas, vinho tinto, enigmas. Não gosta: Ser tocado sem permissão, traições, controle.
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Capítulo 2 – Ecos no Escuro

🌑 Capítulo 2 – Ecos no Escuro
A noite estava fria, o vento soprava entre as janelas altas da mansão Callahan, assobiando como se quisesse contar segredos esquecidos. Alana não dormira. Desde que chegara àquele lugar, um peso invisível repousava sobre os seus ombros, como se os olhos da própria casa a observassem.
Ela desceu as escadas em silêncio, os degraus de madeira rangendo sob os seus pés. O hall estava escuro, exceto por uma única vela acesa sobre a lareira. Os quadros antigos nas paredes pareciam a encarar, congelados no tempo.
— Não devia andar sozinha à noite — disse uma voz rouca.
Alana se virou de súbito, o coração disparando. Um rapaz de olhar enigmático surgiu das sombras do corredor. Vestia uma camisa social escura e um sobretudo preto. Os olhos, de um tom cinza profundo, analisavam-na com intensidade.
Alana
Alana
— Quem é você?
Perguntou ela, tentando disfarçar o susto.
Liam
Liam
— Liam Callahan.
Ele deu um meio sorriso.
Liam
Liam
— E você é a nova herdeira da maldição.
Alana arqueou as sobrancelhas.
Alana
Alana
— Perdão?
Liam se aproximou lentamente, sem tirar os olhos dela.
Liam
Liam
— Essa casa... não acolhe ninguém por acaso. Se o seu pai lhe mandou para cá, é porque algo está por vir. Algo perigoso.
Ela cruzou os braços.
Alana
Alana
— Você fala como se isso fosse um aviso.
Liam
Liam
— É um aviso.
Os dois se encararam por alguns segundos. O silêncio foi quebrado apenas pelo som de um relógio antigo marcando três da manhã.
Alana então tirou o colar do bolso do casaco. A pedra roxa brilhou levemente, como se reagisse à presença de Liam. Os olhos dele se fixaram no objeto, sérios.
Liam
Liam
— Esse colar... você sabe o que ele é?
Alana
Alana
— Não. Minha mãe me deu antes de morrer. Disse para eu nunca tirá-lo do pescoço.
Liam ficou tenso.
Liam
Liam
— Esse colar pertenceu à primeira dama da mansão. Dizem que ela foi traída e assassinada pelos próprios aliados... e que a sua alma ainda vive aqui, presa na joia.
Alana segurou o colar com mais força.
Alana
Alana
— Isso é só uma história.
Liam
Liam
— Aqui, as histórias têm o péssimo hábito de se tornarem reais.
Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Tentou mudar de assunto.
Alana
Alana
— E por que você está aqui, Liam?
Ele deu de ombros.
Liam
Liam
— Sou como você. Enviado pra cá por um pai que preferiu manter seus segredos a explicar verdades.
Antes que ela pudesse responder, um estalo ecoou pela mansão. Alto. Seco. Como madeira se quebrando.
Liam
Liam
— Vem do porão.
Sussurrou Liam.
Alana
Alana
— Do porão?
Alana deu um passo para trás.
Alana
Alana
— Você vai até lá?
Liam
Liam
— Você vem comigo.
Ela hesitou, mas algo dentro dela dizia que fugir não adiantaria. A verdade a seguiria de qualquer forma.
Pegaram uma lanterna antiga na estante e caminharam juntos pelo corredor até uma porta escondida atrás de um biombo. Liam girou a chave com dificuldade. As dobradiças rangiam como se não fossem abertas há anos.
Degraus de pedra conduziam para baixo, para o escuro.
Alana
Alana
— Se alguma coisa acontecer.
Murmurou Alana
Alana
Alana
—, eu vou te culpar.
Liam riu de leve, mas seus olhos continuaram atentos.
Liam
Liam
— Justo.
Ao descerem, o cheiro de umidade e mofo ficou mais forte. O porão era grande, cheio de caixas, objetos antigos e tecidos cobrindo móveis. Mas no centro... algo os aguardava.
Alana iluminou com a lanterna. No chão, havia marcas de sangue seco. E gravado na parede, com algo cortante, estava um símbolo circular riscado por uma cruz. O mesmo símbolo grafitado do lado de fora da casa.
Alana
Alana
— Você reconhece isso?
Ela perguntou, tensa.
Liam assentiu.
Liam
Liam
— É o símbolo de uma antiga irmandade. E se ele está aqui... então tem alguém que quer que a gente encontre.
Alana sentiu seu coração bater mais forte.
Algo muito maior que ela estava se formando nas sombras.
E o destino... já havia começado a se mover.
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Continuar

Capítulo 3 – O Enigma de Helena

Capítulo 3 – O Enigma de Helena
A manhã chegou pesada na mansão Callahan, mas o sol parecia incapaz de romper as nuvens espessas. Alana acordou com o peso do porão ainda ecoando em sua mente. As marcas na parede, o símbolo circular com a cruz... algo dizia que não era apenas história. E, pior ainda, que aquele algo estava vivo.
Ao tomar seu café na ampla sala de jantar, ela percebeu Liam encostado ao batente da porta, com a expressão discreta, o cenho franzido. Havia algo em seus olhos que ia além da usual preocupação — era urgência.
Alana
Alana
— Boa manhã.
Ela cumprimentou, mesmo sem muito entusiasmo.
Liam
Liam
— Precisamos conversar.
Liam respondeu de forma contida.
Liam
Liam
— E não é só sobre o símbolo do porão.
Curiosa, Alana sentiu os músculos do corpo se tensionarem. Ela sabia que, ao entrar naquela casa, havia cruzado um ponto de não-retorno. E agora, as peças começaram a se encaixar.
Alana
Alana
— O que foi dessa vez?
Liam inclinou-se sobre a mesa, aproximou-se e baixou a voz:
Liam
Liam
— Ontem à noite, ouvi alguém no salão de baile. Dois passos marcados, sapatos de couro fino. Fui até lá e só encontrei uma sombra... mas o eco dos passos continuava.
Alana sentiu o sangue gelar. O salão de baile fora interditado há anos — lugar de festas antigas, como se ainda guardasse as vozes de quem um dia dançou ali.
Alana
Alana
— Então...?
Ela encorajou.
Liam
Liam
— Quero que você vá comigo lá, à noite. Mas precisamos de reforço.
Ela respirou fundo.
Helena entrou no salão exatamente às sete da noite — o resto chegou junto a ela. A vela sobre o centro da mesa grande chamou atenção de Alana, que vacilou numa fração de segundo.
Liam
Liam
— Helena.
Liam sussurrou, firme.
A figura parou, sorriu sem alegria.
Helena Valente
Helena Valente
— Boa noite, senhores.
Disse ela, com voz suave, mas fria.
Helena Valente
Helena Valente
— Ouvi dizer que haveria um baile fantasma hoje. E, por favor, não me chame de “senhora”. Detesto formalidades desnecessárias.
Alana manteve-se em silêncio. A tensão entre os três era palpável. Liam estendeu a mão:
Liam
Liam
— Precisamos que nos acompanhe.
Helena Valente
Helena Valente
— Por que eu?
Helena ergueu o olhar, impaciente.
Liam
Liam
— Você o faz bem.
Ele respondeu com firmeza.
Liam
Liam
— E... além disso, conhece essa casa melhor do que qualquer um.
O sorriso de Helena se alargou, quase sardônico.
Helena Valente
Helena Valente
— Verdade.
Helena Valente
Helena Valente
— Mas que jogo estamos jogando, exatamente?
Ela se aproximou de Alana. Olhos verdes penetrantes, avaliando-a como siamesa de uma partida silenciosa.
Helena Valente
Helena Valente
— Quer se juntar à equipe dos curiosos? Vai precisar de inteligência e discrição.
Ela disse com leve ironia.
Alana
Alana
— E o que você ganha com isso?
Helena Valente
Helena Valente
— Gosto do risco. E de respostas.
Helena destralhou os cabelos por trás da orelha, tirou do bolso um espelho antigo com moldura barroca.
Helena Valente
Helena Valente
— e posso ser útil.
Liam olhou para ela, depois para o espelho que brilhava com luz própria.
Liam
Liam
— Essa deve ser a única maneira de você desculpar sua entrada tão pontual...
Helena Valente
Helena Valente
— E sem convite.
Finalizou Helena, cruzando os braços com postura confiante.
Eles saíram para o salão de baile, cuja porta rangeu ao abrir quando Helena usou uma chave antiga, tirada da bolsa. Os três entraram.
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No interior, as paredes espelhadas refletiam apenas sombras. A atmosfera do lugar era pesada, o cheiro de veludo velho misturado com resina de madeira. A única luz vinha da lareira apagada e das estrelas que se filtravam pelas janelas baforadas.
Liam
Liam
— Fiquem atentos.
Instruiu Liam, a lanterna logo iluminando um canto. Ao longe, ouviram um sussurro abafado. Um som de respiração contra as tábuas do chão.
Helena levantou o espelho.
Helena Valente
Helena Valente
— Sirva como catalisador
Sussurrou. O objeto refletiu um ponto de luz e por breves segundos uma bruma fraca apareceu no espelho, como um reflexo de presença.
Helena Valente
Helena Valente
— ali.
Alana sentiu o coração acelerar.
Helena Valente
Helena Valente
— Atrás daquele véu escuro.
Apontou Helena.
Helena Valente
Helena Valente
— há uma passagem. Só visível por quem sabe onde procurar.
Liam empurrou uma parte da cortina de veludo, revelando uma porta pequena e entalhada, levando a uma escadaria ainda mais profunda. Eles se entreolharam, a troca de olhares carregada de expectativa.
Liam
Liam
— Vamos.
Disse Liam.
Antes de descerem, Helena sussurrou ao ouvido de Alana:
Helena Valente
Helena Valente
— Boa sorte, alma curiosa.
E juntou-se a eles.
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A escadaria ruía levemente sob seus pés. A escuridão agora os envolvia por completo, exceto pela luz tremeluzente da lanterna. À medida que desciam, o ar ficava mais frio, o silêncio mais pesado.
Alana
Alana
— Está sentindo isso?
Perguntou Alana, voz trêmula de frio e medo.
Liam
Liam
— A presença.
Respondeu Liam
Liam
Liam
— está mais densa.
Eles alcançaram o chão de pedra lisa e úmida, marcada com mais símbolos iguais aos do porão. Helena iluminou de perto.
— Aqui. Uma inscrição em latim. “Animae in tenebris vocant.” — Sua voz ecoou — “Almas chamam na escuridão.”
O silêncio reinou por alguns segundos.
Alana
Alana
— Então são vozes de almas presas.
Murmurou Alana.
Helena Valente
Helena Valente
— Mais que vozes.
Helena cortou
Helena Valente
Helena Valente
—. As almas se comunicam. E o colar dela responde.
Alana tocou o colar que ainda brilhava em seu colo — houve um clarão repentino, e vozes, sussurros que arrancaram arrepio de sua alma.
Liam engoliu.
Liam
Liam
— Precisamos sair.
Disse ele, mas na voz havia dúvida.
Mas longe dali, no núcleo daquela escuridão, um novo enigma estava prestes a ser revelado.
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Helena Valente Personalidade: Sarcástica, intensa, encantadoramente manipuladora; sempre tem um comentário afiado pronto. Gosta: Dança clássica, enigmas, provocar tensão, jogos mentais. Não gosta: Ordens diretas, ser ignorada, vulnerabilidade emocional.
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Continuar

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