NovelToon NovelToon

A Obsessão da Sombra

1

O cheiro nas roupas dele era a única coisa que eu podia ter. Esperei que ele saísse antes de entrar no quarto dele para o limpar, essa era a regra.

Quase nunca tivemos uma conversa que tivesse uma duração superior a cinco minutos, mas isso não me importava, eu só precisava de fazer o meu trabalho como sempre para continuar a estar perto dele.

Entrei no quarto dele, a cama como sempre estava desarrumada e havia uma toalha preta em cima da cama que ainda estava húmida. Peguei nas roupas que estavam espalhadas pelo chão e parei para as cheirar quando o perfume dele me entrou pelo nariz a dentro como de costume.

Aquele cheiro a caramelo deixava-me completamente viciado nele. Ele adorava aquele perfume, fazia questão de pôr antes de sair e deixava o quarto dele e as zonas por onde ele fosse passar com aquele cheiro. Eu disfarçava, nunca mostrei à frente dele que bastava ele passar de terno à minha frente e com aquele perfume posto que o meu sangue fluía todo para o meio das minhas pernas e eu ficava duro logo ali.

Sentei-me na cama dele tamanho king size. Peguei na almofada dele e passei a mão nela...Como eu desejei várias vezes poder durmir ao lado dele, mas isso não ia acontecer, ele nem gostava de homens e muito menos um estranho como eu.

Eu era apenas o tipo que tinha sido contratado por uma agência para lhe limpar a casa. Quando ele fez o pedido foi bastante específico: precisava que fosse um empregado interno e que respeitasse a privacidade dele. Ele queria uma sombra e eu aprendi demasiado rápido a sê-lo. As memórias do primeiro dia em que o vi pessoalmente voltaram à minha mente.

Naquele dia várias mulheres "esqueceram-se" da parte em que ele queria um homem e não uma mulher. Quando fui à entrevista o assessor dele comentou comigo que já tinha mandado embora pelo menos umas vinte candidatas.

- É normal, elas sabem quem ele é.- respondi enquanto ele me guiava pelos corredores do hotel onde estavam a ser feitas as entrevistas.

- Acompanhas o trabalho dele? - ele perguntou-me enquanto subia os óculos que tinham escorregado até à ponta do nariz. Ele era um homem que podia parecer desajeitado, mas na realidade aquilo era apenas uma máscara que ele usava para poder avaliar quem seria ou não uma ameaça perto do patrão dele. Mas eu nunca fui uma ameaça.

- É um dos Ceo's mais falados na comunicação social, é normal que saiba quem é ele. O trabalho que ele fez ao conseguir tirar este hotel da lama e transformá-lo num dos hotéis mais famosos e mais bem frequentados de Londres deixou-me pasmo...

- Vinhas cá antes?- ele perguntou-me antes de entrarmos na sala de reuniões. Ele pegou numa pasta de onde tirou o meu currículo e abriu a porta para eu passar.

- Uma ou duas vezes, quando a minha família vinha de férias eles costumavam ficar aqui hospedados. Entrei na sala seguido de Simon, ele pousou o meu currículo em cima da mesa de Will e ficou ao lado dele, com uma postura muito mais séria que antes, agora sim eu podia ver como ele era na realidade.

- Boa tarde, sou o Steven, vi o seu anúncio e resolvi vir candidatar-me. - ele olhou para mim de alto a baixo, aqueles olhos castanhos claros estavam a dar cabo de mim e ainda nem estava ali à cinco minutos. Ele pegou no meu currículo e leu-o. Simon foi apontando para algumas alíneas que ele tinha sublinhado e ele olhava de vez em quando para mim.

- Tens experiência neste tipo de trabalho?- Will perguntou-me.

- Sim, já desde os meus dezoito anos que sou empregado doméstico. Já tive várias casas a meu cargo, mas prefiro poder dedicar-me só a uma, por isso ser empregado interno seria o ideal. - Simon acenou com a cabeça, pelos vistos eu tinha dado uma boa resposta.

- Não gosto de me sentir observado na minha própria casa. As refeições teem de estar na mesa assim que eu chegar e não pode entrar no meu quarto quando eu estiver em casa, só depois de eu sair. As folgas pode pedir quando as precisar, tem duas por semana, mas se eu precisar de durante esses dias de alguma ajuda extra tem de estar disponível.

- Certo.- respondi. Ele voltou a olhar para o meu currículo e eu pude decorar o rosto dele. O cabelo dele ligeiramente comprido que ele deixava solto, caía-lhe para os olhos e ele passava a mãos pelos cabelos sem se aperceber que aquilo já era um hábito que ele tinha. A pele morena e aqueles lábios carnudos rosados...Ele levantou a cabeça e apanhou-me a olhar para ele fixamente.

- Pode começar quando?

- Quando quiser. - respondi com o coração aos pulos. Ele fez sinal a Simon e o assessor dele rodeou a secretária dele para vir ter comigo.

- Vamos, o resto tratas comigo.- saímos da sala de reuniões, mas antes consegui captar o cheiro daquele perfume dele doce, fechei os olhos por segundos para me lembrar daquele aroma e depois segui Simon para outra sala para podermos falar sobre a questão dos pagamentos. No dia seguinte bem cedo saí do meu apartamento de malas e bagagens feitas. A minha senhoria sabia que eu ia manter o meu apartamento, mas que estaria fora em trabalho e só iria lá nas minhas folgas.

Era essa a vantagem de não ter nada a que me apegasse, assim podia ir para onde me chamassem sem ter de lidar com despedidas e perder tempo.

De volta ao presente e ainda com um sorriso nos lábios levantei-me da cama dele e saí do quarto para meter as roupas para lavar. Eu não tinha muito trabalho naquela casa, eu nem sabia porque é que ele precisava de mim, mas eu aceitava todas as dádivas que me eram dadas e enquanto ele me quisesse ali eu seria uma pessoa muito feliz.

Desci as escadas a cantarolar, o robot aspirador já estava a limpar a casa sozinho. Andava de um lado para o outro a aspirar e a lavar o chão ao mesmo tempo. Meti a roupa na máquina de lavar e depois abri o frigorífico para ver o que teria de comprar para o jantar dele. Na realidade ele não era muito esquisito na comida, mas eu fazia questão de o presentear com os meus dotes culinários diariamente.

Fechei o frigorífico e fiquei ali parado a olhar o resto da casa. Realmente a casa era enorme. Ele vivia numa mansão que outrora tinha sido uma mansão de elite para os ricos de á seculos atrás. Simon disse-me na altura que ele tinha comprado a mansão e a tinha mandado quase demolir. Mas que depois de algum tempo acabou por ganhar gosto com a casa e depois de meses de obras ele a mandou redecorar ao gosto dele.

Paredes em mármore branco, chão em mármore branco...aquele homem tinha sérios problemas com o mármore, só podia. A única parte da casa que não era de mármore branco era onde ficava o corrimão das escadas, aí era de vidro fortificado e o andar de cima mal saíamos da escadas e víamos o corredor para os quartos essa parte, o chão também era vidro fortificado.

Uma equipa de limpezas vinha limpar os vidros da casa todas as semanas, e eu só tinha de tratar da roupa, arrumar as zonas comuns e fazer as refeições dele. Era o trabalho mais fácil de sempre. Mas o que me deixava desgostoso era o facto da distância que era mantida entre nós.

Ele passava o dia inteiro no hotel e muitas vezes viajava para concluir negócios no estrangeiro, quando ele ia de viagem só me avisava de um dia para o outro para lhe fazer a mala e só no dia em que regressava é que me avisava que ia precisar de ter o jantar na mesa.

Quando estávamos em casa, eu não ficava na mesma zona que ele. Se ele estava na sala eu ia para a cozinha ou ficava nas traseiras da casa no jardim. Eu não sabia se ele ia tolerar a minha presença, mas eu fazia questão de me manter longe dele, mas observava ele à distância como uma sombra.

2

Passei as manhãs nas limpezas e antes da hora de almoço já me tinha despachado, ele por norma não vinha almoçar a casa, almoçava sempre fora com o Simon no restaurante do hotel. Eu sentia ciúmes de Simon por isso mesmo sabendo que ele namorava com a irmã mais nova de Will. Simon tinha o previlégio de estar perto dele, de rir com ele sem ter de medir. as palavras que dizia. Já eu...bem, eu vivia de migalhas.

Subi as escadas até ao quarto dele com um monte de roupa que eu tinha para arrumar no armário dele. Eu já tinha feito a cama de lavado e os lençóis estavam já na máquina de secar roupa. Arrumei as roupas e depois deixei-me estar por ali no quarto dele. Não havia perigo em ser apanhado pois a ele mandava sempre mensagem a avisar que já ia a caminho de casa e era terrivelmente cedo ainda para ele regressar. As horas que ele passava longe de casa para mim eram pura tortura. Em cima da cómoda no quarto dele estavam algumas molduras de fotos dele com a irmã, noutras ele estava sozinho. Peguei no meu telemóvel e fotografei essas fotos, assim nos meus dias de folga ia poder olhar para ele mesmo estando longe dele.

Nos últimos tempos pensei várias vezes em instalar alguma câmara no quarto dele sem ele perceber, assim podia ver ele durmir...ou em outras ocasiões...Não era invadir a privacidade dele, apenas era uma maneira de eu dormir descansado sem a preocupação de saber se ele estava bem ou não.

Olhei à minha volta, se no resto de casa tudo era em mármore branco então o quarto dele era o oposto. Toda a mobília era preta, a cama era preta e até parte dos lençóis eram pretos, eu é que fazia questão de meter de vez em quando lençóis brancos para haver ali alguma coisa que fosse menos dark.

As paredes eram de um branco marfim acetinado. A cabeceira da cama era almofadada preta também e eu imaginei inúmeras vezes como seria ele ali deitado na cama ou encostado na cabeceira a ler algum livro...Fechei os olhos e imaginei ele de tronco nú deitado na cama, tapado apenas com um lençol. Só de imagunar fiquei logo duro, abri os olhos e instintivamente meti a mão dentro dos meus boxers, a dor de estar tão duro sem ter ele ali para matar a minha fome era uma coisa que me torturava diariamente. Tirei a mão de dentro dos boxers, respirei fundo e saí ali do quarto. Não me ia tocar ali no quarto dele, seria uma invasão de privacidade e eu não tinha chegado ainda a esse ponto.

Desci a escadas ainda a tentar controlar a minha excitação e ouvi de repente o meu telemóvel. Peguei nele e vi o nome dele no ecrã.

- Vamos ter dois convidados para jantar hoje, tens tudo para fazer uma boa refeição ou precisas de ir às compras?- ele perguntou mal eu atendi a chamada. Não havia nunca tempo para dizer "olá " ou até mesmo "boa tarde".

- Depende dos convidados.

- É a Josie mais o Simon.- ele disse impaciente.

- Sim, irei preparar uma refeição que eles de certeza vão gostar.

- Quando estivermos a caminho aviso.- ele respondeu e desligou a chamada mesmo sem eu ter tido tempo de responder. Olhei para o ecrã e voltei a guardar o telemóvel, o que eu não dava para que ele ao menos se despedisse de mim nas chamadas ou até mesmo me falasse quando chegasse a casa. Abri o frigorífico e percebi que provavelmente Josie ia reclamar por eu não ter feito nenhuma sobremesa e Simon ia precisar quase de uma tonelada de alface para se sentir um homem feliz.

- Okay, vamos às compras. - Saí de casa já irritado, ele devia ter-me avisado mais cedo que havia convidados para jantar. Fui ao mercado mais próximo da casa, mas ainda não sabia ao certo o que cozinhar. Passei pelo talho e vi um belo pedaço de lombo de porco recheado com ananás e ameixas, seria uma boa escolha e era só meter a carne no forno, quando ele chegasse ela já estaria pronta ou a faltar muito pouco tempo para estar. Acabei por levar dois rolos recheados com ananás e ameixas, eu sabia que Josie ia acabar por me pedir para levar o resto para casa, ela amava os meus cozinhados e eu amava o irmão dela. Passei na sessão dos legumes e quando estava a meter uma alface no carrinho vi James, o meu único amigo. Ele mal me viu aproximou-se de mim com o seu sorriso habitual.

- Vieste às compras comprar o jantar do maridinho?- ele disse num tom de gozo e eu ri.

- Quem me dera que fosse marido...mas não. Ele vai ter convidados lá em casa e eu quero que ele tenha uma mesa apresentável para depois não reclamar comigo. - James deixou de sorrir e adotou uma postura ligeiramente mais séria.

- Ainda continua sem te tratar bem?

- Ele trata bem, não posso esperar melhor tratamento da parte dele. - Sou o empregado dele, queres que me trate como?

- Steven, não o defendas. Mesmo à uns tempos me disseste que ele nem quer saber se ali estás em casa, só quer as coisas feitas.

Sim, mas ele paga-me para isso.- ele suspirou e passou a mão pelos cabelos tingidos de vermelho demasiado curtos para o meu gosto.

- Precisas de ajuda com as compras ?- ele acabou por perguntar. O pai dele era dono do mercado e bastava que eu lhe pedisse e ele ia mandar alguém entregar as compras a minha casa, correcção, a casa de Will, mas eu não podia perder tanto tempo.

- Não, da próxima vez peço ajuda, agora tenho mesmo de me despachar.

- Quando tens folga?

- Ainda não lhe pedi nenhuma,tenho de ver e depois combinamos algo.

- Já te oiço dizer isso à quatro meses! Desde que lá estás que se te puser a vista em cima durante uma hora ou mais é muito.

- Deixa de reclamar...- disse-lhe quando passei por ele apressado com o carrinho das compras para as ir pagar.

Saí do mercado e quase corri para casa, meti logo a carne no forno e só depois me lembrei que com toda aquela conversa com o meu único amigo que me tinha esquecido de trazer algo para a sobremesa.

Olhei para dentro dos armários da cozinha, achei três tabletes de chocolate de culinária e vi dentro do frigorífico que ainda existiam bastantes ovos. Okay...uma mousse de chocolate caseira podia vir a salvar-me a noite. Meti o chocolate a derreter em banho maria enquanto olhava se tinha alguma mensagem no meu telemóvel: nada de nada, ele não me tinha dito mais nada desde que me tinha ligado. Fiz uma careta, acabei de derreter o chocolate e quando a mousse ficou pronta sentei-me no sofá da sala enorme creme que ele tinha na sala e ali fiquei alguns minutos a descansar. O pior veio depois. Adormeci no sofá instantes, acordei com o apito do forno, a carne estava mais do que pronta e ainda me faltava fatiá-la, fazer um puré para a acompanhar e a bendita mega salada de Simon.

Corri para a cozinha , abri o forno e tirei de la de dentro a carne, mas ao tirar salpicos do molho espirraram para a minha a minha mão e queimei-me. Quase deixei o tabuleiro com a carne cair. Meti o tabuleiro em cima da bancada e meti a mão debaixo de água fria. Ao fim de alguns segundos tirei a mão e fiz um curativo para conseguir continuar a trabalhar. Uma hora depois tudo estava pronto e eu fiquei à espera de uma chamada de Will. Meia hora depois ele ligou para me dizer que já vinham a caminho. A mesa já estava posta, fiquei orgulhoso do meu trabalho.

Agora era só mesmo esperar os convidados.

3

Mal eles chegaram Josie veio logo a ter comigo para me elogiar, o jantar ainda não tinha sido servido, mas ela já amava o cheiro. Ela chegou perto de mim e cheirou o ar como se estivesse a detetar todos os aromas do jantar que estava prestes a ser servido.

- A sobremesa?- ela perguntou quando depois abrou a porta do frigorífico para poder espreitar lá para dentro..

- Mousse de chocolate caseira...Não tive tempo de fazer mais nada...- ela deu um gritinho de felicidade e quase pulou.

- Adorooooo, ansiosa pela sobremesa, por mim até saltava já para essa parte, mas o Will não ia gostar que o fizesse. Como estão as coisas cá por casa?Ele anda a comer bem?- ela viu a minha mão ligada por me ter queimado e tapou a boca com a mão. - Que aconteceu???

- Uma pequena queimadura, o molho da carne espirrou para cima de mim, amanhã estou bem...Não vai para a sala?

- Steven, já disse para me tratares por "tu", eu não sou carrancuda como o meu irmão, podes estar à vontade comigo. - sim, ela era mais descontraída e tinha menos peso em cima dela, já Will ele carregava o peso das empresas da família nas costas dele. Josie foi para a sala e pouco tempo depois Will entrou na cozinha já sem o blazer e a gravata, vê-lo assim fez o meu coração palpitar com mais força.

- Conseguiste ter tudo pronto a tempo?- ele perguntou quando olhou para o tabuleiro onde a carne estava.

- Sim. Posso já servir?

- Podes.- ele olhou para a minha mão e eu escondi-a atrás das costas.

- Vou já servir o jantar então.

- Não, deixa que eu e eles cá nos desenrascamos...queimaste-te?

- Foi apenas um acidente de trabalho. Nada mais.- por dentro eu estava a ponto de o abraçar. Ele estava preocupado comigo.

- Se precisares tira o dia amanhã. Eu posso ir comer ao restaurante.

- Não é necessário. Obrigado.

- Podes ir recolher-te então.- saí da cozinha, ainda olhei para trás com medo que ele não se soubesse orientar, mas Josie e Simon apareceram para ajudar. Fui para o meu quarto, tirei a ligadura e passei uma pomada para ligaduras, no dia seguinte estaria muito melhor. Deitei-me na cama e fiquei ali ainda algum tempo de olhar perdido no teto brancondo meu quarto. Apeteceu-me voltar à sala de jantar, servir eles, mas depois lembrei-me do que ele me tinha dito e não quis que ele se chateasse comigo. Acabei por adormecer em cima da cama e acordei a meio da noite com fome. Fui tomar um banho, mudei de roupa e fui para a sala ainda descalço na esperança que Josie não tivesse levado os restos todos, cozinhar não estava nos meus planos àquela hora. Entrei na cozinha, acendi a luz e fui direto ao frigorífico, abri a porta e suspirei de alívio ao ver uma caixa com rolo de carne e outra com puré. Fui ao armário, tirei um prato, mas depois ouvi barulho vindo do escritório. Larguei o prato em cima da bancada silenciosamente e fui ver o que se passava. Will estava dentro do escritório, estava a ver algo no computador dele e gemia. Não precisei de fazer muitas contas para perceber que ele estava a masturabar-se. A minha vontade era entrar na sala e ajudar ele a terminar, mas os gemidos dele até a mim me estavam a fazer ficar duro. Ele não tinha dado pela minha presença, se eu fizesse algo ele estava tão concentrado que nem ia dar por nada. Meti a mão dentro dos meus boxers, eu estava tão duro que já me dóia e eu sabia que tinha de me aliviar. Comecei também a masturbar-me, virei-me mesmo para a porta e olhei para ele o tempo todo pela pequena abertura que ele tinha deixado. Segurei os meus gemidos, sufoquei-os com a mão que tinha ligada e aumentei a rapidez com que massajava o meu membro. Os gemidos dele deixavam-me maluco. Com medo que ele terminasse antes de mim aumentei a rapidez dos meus movimentos e mordi o meu lábio inferior quando por fim terminei. Trémulo, ainda a recuperar as minhas forças olhei para dentro da sala e ele continuava a masturbar-se, mas depois do nada parou frustrado. Inclinou a cabeça para trás, respirou fundo e voltou a subir as calças do pijama dele. O que raio se tinha passado?! Saí dali o mais depressa possível e fui para a cozinha servir-me caso ele saísse do escritório e me encontrasse. Já eu tinha o meu prato cheio e ainda a respirar como se tivesse acabado de correr uma maratona quando o vi entrar na cozinha a transpirar.

- Pensei que estavas a dormir...- ele comentou desconfiado quando me viu sentado a comer como se não tivesse visto ele momentos antes a masturbar-se.

- Tive fome.- respondi sem me preocupar em olhar para ele.Sinceramente tive medo que o meu olhar me denunciasse.

- Okay. A minha irmã disse que a comida estava ótima e que a sobremesa era divinal. Ela quer a receita.

- Amanhã mando por si a receita.- respondi. Ele tirou uma garrafa de água do frio e levou-a com ele, ouvi ele subir as escadas segundos depois para o quarto dele. Larguei o garfo e inclinei-me para trás na cadeira, respirei fundo sem perceber ao certo o que tinha acontecido com ele, mas tudo tinha solução...Mal acabei de comer saí pé ante pé até ao escritório dele. Abri o portátil dele e fui logo ver o histórico de pesquisas dele: óbvio que ele tinha ido a um site porno, mas quando abri o video não estranhei nada, eram apenas casais a comerem-se em posições que eu ia amar fazer com ele, sem ser isso não havia ali mais nada. Limpei o histórico, fechei o computador e saí do escritório dele em silêncio ainda a tentar juntar peças que eu nem sabia onde andavam. Se calhar ele gostava de outro tipo de coisas, se calhar daquele sexo bruto...podia ser isso, mas eles estavam a ser meio brutos...Será que ele não estava com muita disposição? Tipo ter a cabeça cheia com problemas da empresa e por isso não se conseguiu concentrar? Ou...será que ele não gostava de mulheres??? Não, não era isso de certeza, ele tinha uma fama enorme de ser o galante da empresa e mesmo Simon dizia que todas as semanas ele tinha uma companhia diferente. Risquei essa hipótese da minha mente. Devia ser uma das outras, mas eu não ia pensar mais nisso, não podia pôr em causa a sexualidade dele nem por sombras. Toda aquela confusão deixou-me sem sono, além disso já tinha descansado antes. Optei por ficar no meu quarto a navegar na Internet no meu telemóvel, fui a sites de espionagem, depois a sites que vendiam camaras de segurança e acabei por ver um onde podia encomendar uma câmara de espionagem do tamanho de um cubo de açúcar.

- É perfeita para o quarto dele...Preciso de saber ao certo o que se passa com ele.- no dia seguinte assim que ee saísse para trabalhar eu ia à procura da loja e ia meter câmaras em toda a casa em locais que ele não viesse a descobrir. Não era invadir a privacidade dele, apenas era uma questão de preocupação com ele. Sim, disse isso a mim mesmo várias vezes e essa opção foi a mais certa a tomar naquele instante.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!