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Tráfico de Sentimentos

1. Tipo Certo de Problema

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Lucian
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Lucian sempre odiou aquele beco. Muito estreito. Muito escuro. Muito... silencioso. Silêncios demais nunca traziam coisa boa.
Mas naquela noite, ele estava ali. Não por escolha — nunca por escolha —, e sim porque Daniel, seu melhor amigo, tinha se enfiado onde não devia. De novo. Dívidas com o tipo errado de gente. Gente armada. Gente que falava com os olhos. Gente como Ryan.
Lucian nunca tinha visto o tal Ryan pessoalmente, mas já ouvira o suficiente. O líder da gangue Crow’s Teeth. Frio. Impiedoso. Sedutor. Um predador em pele de homem.
E, ainda assim, ali estava ele, andando por aquele beco fedendo a sangue velho e fumaça, com o coração batendo mais forte do que deveria.
Quando chegou no final do corredor escuro, havia três homens. Dois armados. E um sentado com as pernas abertas e um cigarro aceso entre os dedos. Ryan.
Ele não parecia assustador à primeira vista. Estava de moletom escuro, cabelo jogado para trás, as tatuagens subindo pelo pescoço. Mas os olhos... Os olhos eram outra história.
Cinzentos. Gélidos. Atentos demais para alguém tão relaxado. Ryan ergueu o olhar quando Lucian se aproximou e soltou a fumaça devagar.
Ryan
Ryan
Você é o médicozinho? — ele perguntou, voz rouca, com um sorrisinho no canto dos lábios.
Lucian engoliu em seco.
Lucian
Lucian
Estudante de medicina. E estou aqui pelo Daniel.
Ryan soltou uma risada curta.
Ryan
Ryan
Sempre tem um idiota com um herói atrás. Mas e você? É idiota ou herói?
Lucian cerrou os punhos.
Lucian
Lucian
Só quero pagar a dívida dele e acabar com isso.
Ryan se levantou devagar. Alto. Imponente. O tipo de homem que sabe o poder que tem no próprio corpo. Ele andou em direção a Lucian como se deslizasse. Chegou perto demais. Perto o suficiente para que Lucian sentisse o cheiro de cigarro, couro e algo perigosamente viciante.
Ryan
Ryan
Eu gosto dos dois tipos — sussurrou Ryan, tão perto que os lábios quase roçaram o ouvido de Lucian. — Os idiotas e os heróis. Mas sabe de quem eu gosto mais?
Lucian tentou manter a postura, mas a voz falhou um pouco.
Lucian
Lucian
De quem?
Ryan sorriu. Devagar. Predador.
Ryan
Ryan
Dos que fingem que não têm medo… mas têm.
E antes que Lucian pudesse reagir, Ryan ergueu a mão e segurou seu queixo, obrigando-o a olhar diretamente para aqueles olhos prateados e cortantes
Ryan
Ryan
E você, Lucian... é exatamente esse tipo.
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Ryan
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A maioria das pessoas sabia a hora de recuar.
O estudante, no entanto, não.
Ryan observou Lucian dar um passo para trás, os olhos firmes mesmo com o maxilar tenso. Aquela coragem contida — ou fingida — era divertida. Ele já tinha visto muitos homens se quebrarem com bem menos. Mas aquele ali...
Lucian parecia feito de vidro blindado. Frágil por fora. Perigoso por dentro.
Ryan apagou o cigarro contra a parede de tijolos e virou para os seus homens com um gesto de mão.
Ryan
Ryan
Sumam.
Eles hesitaram. Só um pouco. Mas obedeceram. Sempre obedeciam.
Agora estavam só os dois no beco.
Lucian ainda tentava parecer inatingível. Típico dos bons meninos tentando sobreviver no lado errado da cidade.
Ryan
Ryan
Por que você veio mesmo? — Ryan perguntou, dando um passo mais perto.
Lucian
Lucian
Já falei. O Daniel. Eu quero pagar o que ele te deve
Ryan deu uma risadinha baixa, quase um rosnado.
Ryan
Ryan
Fofo. Mas eu não cobro só dinheiro.
Lucian franziu o cenho, e Ryan soube exatamente onde a mente dele foi. Gostou da tensão. Gostou da forma como o outro desviou o olhar por um segundo, como se estivesse tentando entender se era ameaça ou convite.
Era os dois. Sempre era os dois.
Lucian
Lucian
Qual é o seu preço, então? — Lucian disse, firme, mesmo com a voz tensa.
Ryan se aproximou até os corpos quase se tocarem. Sentiu a respiração de Lucian acelerar, mesmo com o rosto parado. Corajoso demais pro próprio bem.
Ryan
Ryan
Um favor — respondeu Ryan, sussurrando. — Quando eu quiser, do jeito que eu quiser. Só isso.
Lucian
Lucian
E se eu não aceitar?
Ryan sorriu.
Ryan
Ryan
Então Daniel paga com dor. E você vai ouvir os gritos dele da sua cama arrumadinha de estudante certinho.
Lucian mordeu o lábio. Não de maneira sedutora — de raiva contida.
Ryan adorou.
Lucian
Lucian
Eu aceito — ele disse, por fim.
A voz era baixa. Quase um sussurro. Mas firme. Como uma sentença.
Ryan sentiu um arrepio passar pela espinha. Fazia tempo que alguém o intrigava daquele jeito. E mais tempo ainda desde que se sentiu desafiado por alguém com olhos tão bonitos.
Estava claro: Lucian era problema.
Mas Ryan sempre teve uma fraqueza por esse tipo de problema.
E agora, ele o tinha nas mãos.
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2. O Favor

Faziam duas semanas desde o beco. Duas semanas desde o olhar cinza e a ameaça disfarçada de flerte. Duas semanas desde que Lucian perdeu o controle — mesmo fingindo que não.
Mas o mais irritante era como o nome dele ainda tinha gosto.
Ryan
O nome pairava na mente de Lucian como fumaça de cigarro que não ia embora. Entrava pelos pulmões, queimava devagar.
Lucian odiava isso.
Daniel
Daniel
Você não tá ouvindo nada do que eu tô dizendo, né? — disse Daniel, largado no sofá do pequeno apartamento que dividiam. — Tô falando da Rayza! A mina me deu um fora com classe, mano. Classe e raiva. Você tinha que ver.
Lucian piscou, voltando à realidade.
Lucian
Lucian
Foi mal, tô cansado.
Daniel
Daniel
Cansado ou assombrado?
Lucian lançou um olhar rápido. Daniel levantou as mãos.
Daniel
Daniel
Tô brincando. Quer dizer… mais ou menos. Desde aquela noite, você anda estranho. E nem fala mais do Ryan. O que aconteceu entre vocês dois?
Lucian se levantou, indo direto para a pia da cozinha.
O nome dele de novo. O sabor de perigo na boca.
Lucian
Lucian
Nada aconteceu, Daniel. Eu só impedi que você levasse uma surra. Só isso.
Mas a verdade é que algo sim aconteceu. Algo que ele não conseguia esquecer.
O toque firme no queixo. O calor do corpo próximo. Os olhos que enxergavam mais do que deviam.
E a pior parte: Lucian tinha sentido alguma coisa ali. Um desejo envenenado. Uma fome que ele passou a vida inteira tentando sufocar.
Ele ligou a torneira e deixou a água correr nas mãos, como se pudesse apagar o calor que ainda sentia.
Foi quando o celular vibrou.
Número desconhecido
Mensagem recebida: > "Dívidas se cobram, anjo. Tá na hora do seu favor."
O coração de Lucian deu um salto. Não precisava de assinatura. Sabia quem era.
Ryan.
E talvez, no fundo, ele quisesse essa mensagem desde o primeiro segundo que saiu daquele beco.
A mensagem ficou na tela por tempo demais.
Lucian encarava aquelas palavras como se fossem dinamite.
"Tá na hora do seu favor."
Podia apagar. Fingir que não viu. Jogar o celular na parede.
Mas, no fundo, já sabia que ia responder.
Porque parte dele queria ir.
E foi.
A rua onde Ryan marcara o encontro parecia saída de um pesadelo úmido e escuro. Fábrica abandonada. Silêncio quebrado só pelo zumbido de lâmpadas quebradas piscando no alto.
Lucian desceu da moto com o coração batendo forte — e não só de medo. Era raiva. Era ansiedade. Era desejo escondido sob mil camadas de autopreservação.
Ryan estava lá.
Encostado na parede, cigarro entre os dedos, expressão preguiçosa demais pra quem comandava gangues e ameaçava vidas.
Quando viu Lucian, ele sorriu. Devagar. Como se estivesse esperando por ele há dias — ou pior, como se soubesse que Lucian viria.
Ryan
Ryan
Você veio — disse Ryan, como quem ganha uma aposta.
Lucian
Lucian
Você disse que era o favor.
Ryan
Ryan
É — respondeu o outro, apagando o cigarro no chão. — E antes que seu cérebro decente vá longe demais... não vou te pedir pra matar ninguém. Ainda não.
Lucian bufou.
Lucian
Lucian
Que reconfortante. — revirou os olhos
Ryan deu dois passos. Parou bem perto. Os olhos o examinavam como se pudessem abrir sua pele.
Ryan
Ryan
Eu preciso de alguém inteligente. Que saiba calar a boca. E que eu possa controlar com um dedo. Você serve.
Lucian
Lucian
Controlar? — Lucian cerrou os olhos. — Eu não sou um dos seus cães.
Ryan encostou um dedo no peito dele, firme.
Ryan
Ryan
Não. Você é muito mais divertido que eles. Por isso eu quero você do meu lado. Só por um tempo. Em silêncio. Sem perguntas.
Lucian hesitou.
Lucian
Lucian
E se eu disser não?
Ryan sorriu, inclinando-se até que suas bocas quase se tocassem.
Ryan
Ryan
Vai dizer?
Silêncio
Lucian odiava como o corpo reagia ao tom dele. Ao cheiro dele. Àquela aura que dizia “você tá ferrado” e ainda assim fazia parecer convite.
Lucian
Lucian
O que eu tenho que fazer? — ele perguntou, enfim.
Ryan deu um passo pra trás, satisfeito.
Ryan
Ryan
Só assistir hoje. Observar. Ficar no canto. Se for esperto, vai aprender rápido. Se for burro... bom, a gente vai se divertir também.
Lucian respirou fundo.
Ele estava entrando num mundo onde não pertencia. Mas parte dele... queria pertencer.
E Ryan sabia disso.
Vem, anjo. Hoje é só o começo.

3. Ainda Tá Tremendo, Anjo?

O cheiro de gasolina, metal velho e pólvora pairava no ar.
Lucian estava encostado numa parede fria, os olhos atentos, os dedos trêmulos no bolso do casaco.
Ryan havia dito: “Só observa. Hoje, você é sombra.”
Mas a cena diante dele fazia tudo parecer pessoal demais.
Três homens estavam ajoelhados, mãos amarradas, olhos vendados. Um deles tremia. O outro chorava baixinho. O terceiro murmurava alguma oração.
E Ryan?
Estava sentado. Perna cruzada. Copo de uísque na mão. Assistia tudo como se fosse uma peça de teatro entediante.
Lucian queria falar. Perguntar. Correr. Mas ficou.
Ficou porque algo nele precisava entender até onde aquele mundo ia. E porque Ryan o encarava de vez em quando — como se estivesse avaliando o quanto ele aguentava antes de quebrar.
Um dos homens de Ryan se aproximou dos ajoelhados com algo nas mãos. Lucian só percebeu o que era quando ouviu o barulho seco da pancada.
O primeiro gritou.
Lucian respirou fundo, virou o rosto. Mas Ryan já estava lá, ao seu lado, quase como se tivesse lido a mente dele.
Ryan
Ryan
Isso assusta? — sussurrou, a voz baixa, mas quente no ouvido.
Lucian não respondeu.
Ryan sorriu.
Ryan
Ryan
Você ainda não viu nada, anjo. Isso aqui é só... barulho.
A parte mais feia é o silêncio depois.
Lucian virou o rosto para ele. O olhar era duro, mas o coração estava disparado.
Lucian
Lucian
Por que me trouxe aqui?
Ryan olhou fundo, com calma.
Ryan
Ryan
Porque quero ver o que te quebra. E o que te excita.
Foi rápido. Um movimento quase invisível. Mas o toque veio — uma mão fria e firme pousou na cintura de Lucian, puxando-o um centímetro para mais perto. Só um centímetro. Mas foi o bastante.
Lucian não recuou.
Talvez por orgulho. Talvez por curiosidade. Ou talvez porque o cheiro de Ryan — aquele misto de fumaça, couro e pecado — já estivesse entranhado demais nele.
Ryan
Ryan
Tá com medo de mim? — Ryan perguntou, voz rouca, baixa.
Lucian mordeu o lábio, ainda encarando os olhos cinzentos. Não respondeu. Não precisava.
Ryan se aproximou mais, e a boca dele chegou perto da pele do pescoço de Lucian. Não beijou. Não tocou. Só pairou. Só ameaçou. E isso foi pior. Muito pior.
Lucian engoliu seco.
Ryan sorriu, como se sentisse cada reação dele — como se controlasse tudo.
Ryan
Ryan
O medo fica bonito em você, anjo.
E então ele se afastou. Voltou para o meio da sala como se nada tivesse acontecido.
Lucian ficou parado, respirando como se tivesse corrido quilômetros. O som de outro grito cortou o ar.
Mas agora, o que mais ecoava dentro dele era a voz de Ryan.
E o pior? Ele queria ouvir mais.
.
No outro dia
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A aula já tinha começado, mas Lucian não conseguia focar. A caneta tremia entre os dedos. As palavras no quadro pareciam sem sentido. Nada parecia real desde ontem.
Ele lembrava do sangue no chão. Dos olhos vendados. Mas, mais do que isso, lembrava do jeito como Ryan sussurrou no ouvido dele. Do quase-toque. Do quase-beijo. Do quase-ataque cardíaco.
A voz dele ainda estava ali, martelando na mente. Lucian não sabia se odiava ou queria ouvir de novo.
Daniel
Daniel
Ei, Lucian — chamou Daniel, cutucando seu ombro. — Você tá aqui ou viajando?
Lucian piscou.
Lucian
Lucian
tô... cansado.
Daniel
Daniel
Você tá estranho, mano. Nem olhou pro quadro em meia hora. E não me vem com esse papo de “só cansaço”.
Lucian fechou o caderno com força.
Lucian
Lucian
Depois a gente conversa, beleza?
Daniel ergueu as mãos, rendido, e voltou a rabiscar o próprio caderno. Lucian pegou o celular e digitou sem pensar.
Lucian
Lucian
“O que você quer comigo, Ryan?”
A resposta veio em segundos.
Ryan
Ryan
“Vira à esquerda no final do corredor. Agora.”
O coração de Lucian deu um salto. Levantou antes de pensar duas vezes.
O corredor estava vazio, como se o tempo tivesse pausado. Ryan estava encostado na parede, de braços cruzados, com o mesmo sorriso lento de sempre.
Ryan
Ryan
Que saudade do seu jeitinho obediente.
Lucian parou a alguns passos dele.
Lucian
Lucian
O que você tá fazendo aqui?
Ryan
Ryan
Te observando — disse Ryan. — Preciso ver se o trauma passou. Ou se ainda tá transtornado.
Lucian cruzou os braços, defensivo.
Lucian
Lucian
Ontem você me levou pra uma cena de tortura e tentou me seduzir no meio do sangue. Desculpa se isso não some da noite pro dia.
Ryan arqueou uma sobrancelha.
Ryan
Ryan
Eu não tentei. Você que ficou parado esperando. De olhos fechados, até.
Lucian corou. O sangue subiu até as orelhas.
Lucian
Lucian
Eu... não... — começou, mas Ryan interrompeu.
Ryan
Ryan
Você quer uma explicação, Lucian? Tá bom. Você me atrai. Me irrita. Me intriga. E eu quero você do meu lado, porque nunca vi ninguém se segurar tanto… com os olhos queimando daquele jeito.
Silêncio
Lucian sentia o ar pesar entre eles. A raiva lutava com o desejo, o medo com a curiosidade.
Lucian
Lucian
Você é doente — murmurou.
Ryan se aproximou.
Ryan
Ryan
E você é viciado no meu veneno. Faz o quê com isso?
Lucian não respondeu. Mas também não recuou.
Ryan
Ryan
— Ainda tá tremendo, anjo?
Lucian olhou nos olhos dele.
Lucian
Lucian
Eu não vou entrar nesse jogo.
Ryan sorriu, sussurrando:
Ryan
Ryan
Já entrou.
Lucian ficou ali, respirando rápido, tentando entender se aquilo era um flerte, uma ameaça ou um aviso. Talvez fosse tudo ao mesmo tempo.
Ryan
Ryan
Vamos logo. Preciso de você
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A tensão entre eles ainda não tinha sumido. Nem se dissolvido. Ela só mudou de forma — de palavras afiadas para silêncios densos. Lucian entrou no carro e bateu a porta. Ryan ligou o motor sem dizer nada.
O rádio tocava algo instrumental e sombrio. Lucian ajeitou o cinto sem tirar os olhos da estrada à frente.
Lucian
Lucian
Vai me contar o que tá acontecendo ou só quer minha companhia como da última vez mesmo?
Ryan deu um sorrisinho, mas não era divertido. Era tenso. Amargo.
Ryan
Ryan
Os Jäger invadiram um armazém nosso. Estavam atrás de armas, mas… parece que alguém os avisou de algo maior. Eu preciso saber quem.
Lucian virou o rosto pra ele.
Lucian
Lucian
Tá dizendo que tem um traidor entre vocês?
Ryan não respondeu. Só apertou o volante.
Lucian
Lucian
Você acha que fui eu? — Lucian perguntou, seco.
Ryan
Ryan
Se eu achasse, não estaria te levando comigo.
Ryan
Ryan
Ou já estaria com uma arma apontada pra sua cabeça.
Lucian riu.
Lucian
Lucian
E quem disse que você conseguiria puxar o gatilho?
Ryan olhou de relance, e dessa vez o sorriso foi quase... orgulhoso.
Ryan
Ryan
Gosto quando você responde.
Ryan
Ryan
Te deixa mais real.
Lucian
Lucian
Eu sempre fui real. Você que só via o que queria.
Silêncio.
Dessa vez, o bom.
Eles pararam o carro.
Luzes vermelhas no beco.
Sons abafados.
Ryan carregou a arma.
Ryan
Ryan
Fica perto. É território dos Jäger. Qualquer movimento errado, e a gente vira alvo.
Lucian respirou fundo.
O coração disparado.
O coração disparado.
De expectativa, de caos e de saber que estava, mais uma vez, se jogando de cabeça nisso tudo.
Dentro do galpão, o cheiro era de óleo, pólvora e ferrugem. Ryan andava com confiança. Lucian, com os olhos em tudo. Logo ouviram vozes abafadas.
Ryan
Ryan
Ali — Ryan apontou com a cabeça.
Ryan
Ryan
Dois dos nossos estão cercados.
Ryan
Ryan
E ali no fundo... os Jäger. Quatro caras, armas em punho. Mas tem um problema.
Lucian
Lucian
Qual?
Ryan
Ryan
Um deles é novo.
Ryan
Ryan
Eu conheço todos. Esse não.
Lucian apertou os olhos e então viu.
Lucian
Lucian
Esse cara… eu já vi ele antes.
Lucian
Lucian
Ele tava rondando a faculdade semana passada. Perto da quadra.
Ryan olhou com mais atenção. A tensão aumentou.
Ryan
Ryan
Filho da put@. Estavam me espionando por sua causa.
Lucian
Lucian
Por minha causa? — Lucian virou de frente.
Lucian
Lucian
Eu nem sabia que eles existiam até você me arrastar pro seu mundo, lembra?
Ryan fechou os punhos.
Ryan
Ryan
Eles sabem que você importa.
Ryan
Ryan
E isso te torna uma fraqueza.
Lucian
Lucian
Não sou sua fraqueza — Lucian respondeu, firme. — E também não sou sua posse.
Ryan encarou. Sério. O rosto a centímetros do dele.
Lucian
Lucian
Não é você que manda em mim — Lucian continuou, a voz baixa e cortante. — Então se quer minha ajuda, aprende a lidar com isso.
Ryan
Ryan
E se eu disser que não quero lidar?
Ryan
Ryan
Que eu quero controlar tudo, inclusive você?
Lucian
Lucian
Então pode ir se fod*r.
Lucian
Lucian
Porque a única coisa que você vai conseguir é me perder.
Silêncio.
E então, lá fora, um tiro.
Lucian e Ryan se viraram ao mesmo tempo.
Ryan
Ryan
Depois a gente termina essa conversa — Ryan murmurou. — Se nenhum de nós morrer.
Eles correram juntos para o som da confusão.

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