No final do século XIX, nas entranhas enevoadas de Londres, o infame assassino conhecido como Jack, o Estripador, encontrou seu fim nas mãos do tempo — não pela justiça dos homens, mas pela decadência inevitável da carne. Seus crimes, banhados em sangue e segredos, tornaram-se lenda. Porém, o que ninguém sabia era que sua alma não encontrou descanso.
Quando seus olhos se fecharam pela última vez naquela cela escura, uma entidade antiga — a Deusa da Reencarnação Sombria — o observava. Ela não julgava o bem ou o mal, apenas oferecia ciclos.
"Se quiseres retornar... pagará com o peso da inocência." Sem hesitar, Jack aceitou.
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Num mundo distante, repleto de fadas, dragões, espíritos vingativos, elfos e horrores mitológicos, uma jovem camponesa chamada Helena Viatrix dava à luz em uma noite marcada por eclipses triplos e trovões arcanos. As parteiras diziam que nenhuma alma deveria nascer naquele dia. Mas nasceu.
O nome da criança?
Alice Beatriz Viatrix.
Uma bebê de olhos intensamente vermelhos, que não chorava. Em seu primeiro olhar, Helena sentiu um calafrio — como se alguém a observasse de dentro de sua própria filha. Ainda assim, com o amor que só uma mãe solitária pode ter, ela apertou a menina contra o peito.
"Você é tudo o que eu tenho neste mundo, Alice... mesmo que o mundo diga que você não devia existir."
Helena vivia nos limites do vilarejo de Thornveil, cercado por florestas assombradas e lagos encantados. Era uma herbalista e curandeira, respeitada, mas temida. Os aldeões murmuravam que seu sangue era misturado com magia antiga.
Alice crescia em silêncio. Nunca sorria. Mas aprendia rápido demais. Aos dois anos, já pronunciava palavras em línguas mortas. Aos três, via os espíritos que sussurravam nas paredes. Aos quatro, invocou — sem querer — uma sombra com olhos como os seus. Helena chorava à noite, rezando que sua filha não fosse amaldiçoada.
Mas Alice lembrava. Não tudo. Apenas fragmentos.
Navalhas. Gritos. Becos escuros.
Ela não compreendia os sentimentos humanos, mas sabia manipular os medos daqueles à sua volta. Ao mesmo tempo, Alice se via fascinada por criaturas mágicas — não por bondade, mas por curiosidade cirúrgica. "O que existe dentro de um dragão?", perguntou certa vez.
Quando completou seis anos, uma nova força despertou. Não apenas a consciência de quem ela foi, mas a alma dos mortos que ela matou, agora transformados em espíritos vingativos, começaram a persegui-la. Em Thornveil, rumores de uma “menina amaldiçoada” cresceram.
A Deusa da Reencarnação Sombria observava — satisfeita.
O destino de Alice Beatriz não era apenas o de reencarnar. Era o de decidir. Seria ela novamente um monstro... ou algo ainda mais perigoso?
E que daria uma ótima vida a sua mãe e sempre a protegeria de tudo e todos mesmo que tivesse que sujar suas mãos com sangue de seus inimigos. primeira coisa a perceber que sua mãe era uma pessoa muito bondosa e a tratava muito bem ele se lembrou de sua infância que no outro mundo sua antiga mãe o odiava só por ter nascido mais dessa vez ele tem uma ótima mãe
A pequena hospedagem de Helena Viatrix era simples, mas acolhedora. Localizada perto da trilha que levava à floresta de Nymbria, recebia viajantes, caçadores de monstros e estudantes de academias mágicas em busca de ingredientes raros. Com duas mesas de madeira antiga, uma lareira sempre acesa e um aroma constante de canela e raízes secas, o lugar era um ponto de repouso em um mundo hostil.
Alice Beatriz, aos seis anos, ajudava nas tarefas — silenciosa, observadora. Diferente das outras crianças, ela não fazia birra nem pedia brinquedos. Aprendera, em sua vida passada, que sentimentos eram fraqueza. Mas... a forma como Helena a olhava, com ternura e sacrifício, começou a corroer esse gelo.
> “Você está com frio, querida?”
“Não... mas você está cansada.”
Essa foi a primeira vez que Helena chorou em frente à filha. Não de tristeza, mas de emoção. Alice percebeu que, naquele mundo, sua existência era desejada. Não um fardo, não um monstro. Só... uma menina.
E pela primeira vez em muitas existências, Jack não sentiu ódio.
> "Então... é assim que uma mãe deveria ser..."
Naquela noite, enquanto limpava o salão da hospedagem, algo brilhou diante de seus olhos. Um som metálico, como o de sinos longínquos.
[Sistema de Alma Desperto]
Nome: Alice Beatriz Viatrix
Raça: Humana (Anfitriã de Alma Reencarnada)
Classe Primária: Criança Comum
Classe Oculta: Réquiem Sangrento (Selada)
Título: A Herdeira da Noite
Atributos:
Força: 12
Destreza: 14
Inteligência: 19
Vontade: 21
Carisma: 8
Corrupção Residual: 2%
Amor Verdadeiro Recebido: 1 (Helena Viatrix)
Habilidade Única: OLHOS COPIADORES [Ativo]
> Capaz de copiar qualquer feitiço, habilidade marcial ou técnica mágica observada, mesmo que uma única vez. Cópias armazenadas na “Galeria da Alma”. Não há limite atual.
Atenção: cópias complexas requerem compreensão emocional e instinto assassino adormecido.
Observação: A alma hospedeira está sendo modificada pelo afeto materno. Corrupção diminuindo.
Alice sorriu levemente — um gesto raro em seu rosto sempre impassível.
> “Neste mundo... talvez eu possa renascer por completo. Talvez...”
Mas ela sabia que sua natureza sombria não estava destruída — apenas adormecida. E com o surgimento das janelas de habilidade, novos perigos se aproximariam. Viajantes suspeitos começaram a frequentar a hospedagem. Alguns tentavam sondar sua mãe. Outros traziam livros proibidos sobre reencarnações e almas ancestrais.
Alice copiava feitiços sem que percebessem. Um feitiço de fogo azul aqui. Um kata de espada élfica ali. Cada fragmento, um novo degrau.
Mesmo assim, ela limpava pratos, escovava o cabelo da mãe, e aprendia receitas com ervas.
> “Se for para proteger minha mãe... voltarei a matar.”
Mas dessa vez, pelos motivos certos.
Na penumbra da hospedagem Viatrix, o som de rodas de carroça e passos pesados anunciou a chegada de novos hóspedes. Eram seis viajantes encapuzados, cada um com uma presença inquietante. Diziam estar em missão de pesquisa mágica, oferecendo moedas douradas em excesso para permanecerem três noites. Helena, cansada, sorriu e os recebeu com hospitalidade.
Alice, porém, congelou no instante em que viu seus rostos.
Seus olhos não tinham reflexo. Seus sorrisos não tinham alma.
E logo a verdade se revelou a ela — através de seus Olhos Copiadores, ela viu a aura real de cada um. Nenhum era humano.
Todos eram demônios.
Nível 50 cada um.
Disfarçados com magias ilusórias e glamour infernal.
Almas manchadas de pactos antigos.
OS SEIS DEMÔNIOS DO CÍRCULO OCULTO:
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Zar’Kurath, o Escriba da Dor
Classe: Arcanista do Caos
Habilidade: "Grimório Vivo" – invoca magias seladas de eras esquecidas.
Especial: Magia de selamento da alma. Pode isolar o espírito de um ser.
Aparência real: Corpo coberto de inscrições vivas, olhos sem pupilas.
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Belmora, a Donzela das Máscaras
Classe: Ilusionista de Sangue
Habilidade: "Espelho de Identidade" – pode assumir a forma e voz de qualquer ser tocado.
Especial: Venenos emocionais — manipula memórias alheias.
Aparência real: Rosto trocando de forma a cada minuto. Voz de múltiplas camadas.
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Drekthar, o Ceifador Cego
Classe: Espadachim Sombrio
Habilidade: "Véu das Lâminas" – invoca espadas invisíveis que cortam mana.
Especial: Vê o “instinto assassino” dos outros. Pode caçar reencarnados.
Aparência real: Olhos costurados, corpo coberto de lâminas embutidas.
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Lil’neth, a Sussurradora
Classe: Invocadora de Parasitas
Habilidade: "Ventre Inverso" – gera criaturas que se infiltram em corpos vivos.
Especial: Canta para atrair espíritos do medo.
Aparência real: Boca no ventre, cabelos compostos de vermes mágicos.
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Mor’Gaveth, o Risonho
Classe: Bardo Macabro
Habilidade: "Canção do Fim" – cada nota drena vitalidade e ânimo.
Especial: Rir ativa maldição de confusão mental.
Aparência real: Rosto congelado em um sorriso largo e olhos chorando sangue.
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Asheram, o Caçador de Almas Reencarnadas
Classe: Executor Infernal
Habilidade: "Garganta Rubra" – se alimenta da alma de reencarnados para roubar suas habilidades.
Especial: Detecta fragmentos de vidas passadas.
Aparência real: Armadura feita de crânios e pele costurada de outros reencarnados.
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Durante o jantar, eles fingiam ser acadêmicos gentis, contando piadas e elogiando a comida de Helena. Mas Alice via tudo. Cada gesto era parte de um teatro macabro. Eles não estavam ali por acaso. Eles estavam atrás dela.
> “Eles sentem minha alma reencarnada...”
“O último... o Executor... ele sabe exatamente quem eu fui.”
Alice recolheu-se ao seu quarto. Sua mão tremia levemente — algo que não acontecia desde que foi enforcado em sua vida passada. Agora, não era medo por si mesma.
Era medo de que machucassem Helena.
> “Se for para proteger minha mãe... eu voltarei a ser o que era. Não como Jack. Mas como Alice Beatriz — filha dela.”
Enquanto a lua tingia o céu de vermelho pálido, os seis demônios se reuniram em segredo, no porão da hospedagem.
> “A herdeira está aqui.”
“O fragmento da alma do Estripador é mais poderoso do que esperávamos.”
“Ela ainda não despertou por completo.”
“Então vamos quebrá-la... matando o que ela mais ama.”
Na madrugada do segundo dia, a aldeia caiu em silêncio absoluto.
Alice acordou com o som de estalos mágicos. Ao olhar pela janela, viu um círculo infernal marcado no chão do vilarejo, desenhado com o sangue dos moradores. As casas estavam vazias. Nenhuma criança chorava. Nenhuma fogueira acesa.
Todos haviam sido levados. Incluindo sua mãe.
Um bilhete foi deixado na entrada da hospedagem, cravado com uma adaga feita de osso:
> "Venha sozinha à Colina das Três Gargantas.
Ao pôr do sol, daremos um novo corpo ao Abismo."
— Assinado, o Círculo Oculto
Alice caiu de joelhos. Pela primeira vez desde sua reencarnação, as lágrimas vieram. Não de fraqueza. Mas de fúria.
> “Vocês tocaram na única coisa que me fez querer viver.”
E naquele instante, os Olhos Copiadores se ativaram sozinhos. Como se reagissem à dor emocional, mostraram a Alice uma tela viva com todas as habilidades que ela havia armazenado até agora:
Kata da Lâmina Élfica – Dança Lunar (Lv. 32)
Feitiço de Fogo Azul – Lótus Ardente (Lv. 25)
Barreira de Sangue – Escudo de Carmesim (Lv. 27)
Caminho de Invisibilidade Sombria (Lv. 29)
Rugido dos Dragões de Nymbria (Lv. 35)
Mas acima de tudo isso, surgiu uma nova mensagem:
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🔔 [Nova Habilidade Despertada]
💠 Espelho das Almas – Estágio 1
> Permite imitar o estilo de luta e pensamento de qualquer oponente enfrentado, mesmo sem vê-lo antes, desde que já tenha absorvido uma de suas habilidades.
Bônus: +100% de sincronia com habilidades copiadas de demônios.
Efeito Colateral: Dor fantasma de vidas anteriores.
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Alice não hesitou.
Reuniu todos os feitiços copiados. Selou seu coração com um feitiço de controle emocional. Deixou a antiga faca de cozinha com um bilhete escondido na hospedagem, caso nunca mais voltasse:
> “Se alguém encontrar isso... diga à mamãe que eu fui resgatar ela.
Ela é a única coisa boa que eu tenho. — Alice”
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No Cume das Três Gargantas
Quando o sol começou a desaparecer no horizonte, a colina tremeu.
Os seis demônios estavam reunidos em círculo, com Helena e os aldeões presos em correntes espirituais. Runas negras flutuavam no ar. O chão ardia.
Asheram, o Executor, segurava o coração espiritual de Helena, pronto para oferecê-lo ao Abismo.
> “A alma da mãe ativará a forma demoníaca da reencarnada. Ela virá. E quando vier… será nossa.”
Mas então — uma chama azul cortou o céu.
Uma explosão no centro do círculo destruiu metade das runas. Os demônios se ergueram em alerta.
Ali, envolta por vento, faíscas e olhos brilhando como espelhos líquidos, estava ela.
Alice Beatriz Viatrix.
> “Vocês não vão tocar mais nela.”
“Hoje... é a primeira e última noite de vocês neste mundo.”
Ela apontou a mão para o Executor.
Lótus Ardente e Dança Lunar foram ativados ao mesmo tempo — uma combinação impossível, mas os Olhos Copiadores fizeram parecer natural.
Os seis demônios riram ao ver a garotinha de olhos brilhando sozinha diante deles.
Mas o riso foi curto.
Com um movimento de mão, Alice ativou Barreira de Sangue ao redor dos 36 aldeões, protegendo-os das runas e correntes. Seus Olhos Copiadores brilharam como luas gêmeas, revelando linhas azuis conectando sua alma às dos aldeões.
> “Copiando... habilidades.”
Cada aldeão que havia sido tocado por ela, mesmo que por instantes durante a vida na aldeia — ao comprar pão, ao oferecer flores, ao cair no chão e ser ajudado por Alice — era agora um elo.
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🔔 [Nova Função Ativada: Laço Espiritual]
💠 Habilidades absorvidas de aldeões próximos: 30/30
> Habilidades capturadas:
Magia de Cura Avançada – Luz da Misericórdia (Lv. 42) (Freira Ysa)
Manipulação de Terra – Muralha de Gaia (Lv. 31) (Ferreiro Orlun)
Arco Estelar – Flecha de Luz Lenta (Lv. 28) (Caçadora Fina)
Canção Calmante – Melodia do Sono (Lv. 24) (Barda Lyra)
Dom Natural – Chamado da Floresta (Lv. 35) (Druida Emerin)
… (e mais 25 habilidades de suporte, defesa, combate e percepção mágica)
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No centro do ritual, Helena ainda estava desacordada, seu coração espiritual flutuando em uma runa de sacrifício.
Alice avançou com velocidade aumentada por Caminho Sombrio e Dança Lunar, rasgando o selo antes que Asheram pudesse reagir.
Ela segurou a mãe em seus braços e sussurrou:
> “Desculpa ter demorado, mamãe.”
Colocando-a no centro da barreira junto aos aldeões, Alice ativou Luz da Misericórdia — a magia de cura da freira mais pura da vila. As feridas da alma de Helena se fecharam.
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🔔 [A Mãe Foi Salva]
💠 Efeito Ativado: Resistência Mental +100% (Enquanto Helena estiver viva)
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Os demônios começaram a gritar. O ritual havia sido rompido.
A barreira de invocação estava se desfazendo.
E agora, Alice estava armada com 30 habilidades combinadas.
> “Vocês... achavam que eu era só uma garotinha.”
“Mas eu sou feita de duas almas. Uma manchada de sangue... e outra feita de amor.”
“E eu escolho qual delas vou usar hoje.”
Ela avançou com os olhos de Jack, mas com o coração de Alice Beatriz.
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