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A Inocente É o Inquebrável Ela Sempre Estará na Minha Memória.

01

Melina Duarte, ou Mel, cresceu em uma vila costeira cercada por simplicidade, sal do mar e fé. Abandonada ainda bebê com apenas uma Correntinha no pescoço, foi acolhida pelas freiras do vilarejo — especialmente pela Irmã Maria , ela se apegou a mim já a madre superiora se recusou a deixá-la ir para um orfanato ela não dava amor a mel mais nunca a maltratou .Nunca conheceu os pais, mas aprendeu a viver com coragem, esperança e um espírito livre.

Hoje, aos 24 anos, Mel é piloto de lancha e jatinho particulare

Motoristas.Determinada e habilidosa, ela trabalha há dois anos para o empresário Levi Montenegro — um homem rico, implacável e viciado em controle. Dono de hotéis cinco estrelas, uma companhia aérea e cruzeiros de luxo, Levi é arrogante, frio e completamente descrente no amor. Usa mulheres como passatempo, evita vínculos e nunca se permite sentimentos.

Levi 30 anos

Levi Montenegro não acredita no amor.

Dono de um império que abrange hotéis cinco estrelas, cruzeiros de luxo e uma companhia aérea internacional, ele é temido nos negócios e desejado pelas mulheres. Frio, controlador, implacável. Seu lema é simples: pegar sem se apegar.

Para Levi, relacionamentos são jogos. Mulheres, apenas distrações passageiras. Ele não se envolve, não promete, não sente. Nunca beija — como se um simples toque de lábios fosse íntimo demais.

Mas por trás da armadura de arrogância, Levi carrega uma dor antiga.

Uma ferida que o tempo não curou.

Sua mãe o abandonou quando ele ainda era uma criança. Fugiu com outro homem, deixando para trás dois filhos e um marido em pedaços o marido não a amava mais sofreu pelos filhos. Fátima a governata da casa assumiu o papel de mãe ela foi pra eles o que a mãe deveria ter sido mesmo perdendo sua filha conseguiu criar o filho do seu amor de infância .

Desde então, Levi aprendeu a lição: amor é traição disfarçada de cuidado.

Ele ergueu seu império com as próprias mãos.

Cercou-se de luxo, poder e controle absoluto.

E jurou a si mesmo que jamais amaria ninguém.

Até que a tempestade chamada Melina Duarte cruza seu caminho.

“Ele sempre usou as mulheres como passatempo. Até conhecer Mel — a menina que não sabia jogar, mas ganhou o coração dele sem querer.”

...****************...

Desde o início, os dois vivem entre provocações e ironias. Levi vive implicando com Mel: a chama de “pequena grande mulher”, gracinha ,critica suas roupas largas, seu cabelo bagunçado, seu jeito autêntico. Para ele, ela não se encaixa no padrão das loiras exuberantes com quem se envolve. Para ela, ele é o chefe insuportável e insensível que jamais a verá como algo além de uma funcionária.

Mas o que ambos não percebem é que a linha entre provocação e atração começa a se confundir.

Quando Levi viaja para a ilha onde pretende fechar um contrato milionário, é Mel quem o leva de lancha até lá — sem que ele saiba que ela cresceu naquele mesmo vilarejo. Ela o conduz pelas águas como quem conhece cada curva do mar… e isso começa a desconcertá-lo.

Ali, cercados pelo cenário onde Mel passou a vida, Levi começa a ver outra versão dela — uma mulher forte, determinada e incrivelmente livre. Ao mesmo tempo, ela passa a enxergar nele não apenas o chefe arrogante, mas um homem com traumas profundos e um olhar que, por vezes, parece perdido.

Mas será que Levi está pronto para se despir do controle e se permitir amar? E será que Mel vai conseguir proteger o próprio coração de um homem que não acredita no amor?

...****************...

Ele não perde uma oportunidade de me lembrar o quão diferente eu sou das “loiras grandes e peitudas” que ele coleciona. Às vezes me pergunto por que continuo aqui — mas aí lembro do meu serviço, da minha independência, da minha paixão pelo mar. Sou piloto, não babá de ego alheio.

Hoje ele tem uma reunião num dos hotéis dele nesta ilha. Mal sabe que eu moro nesta vila costeira há anos. Vou levá-lo até lá pela água, na lancha — garantir que chegue relaxado para fechar aquele contrato milionário.

Chegamos ao iate e ele me encara, os braços cruzados:

“Quem vai pilotar a lancha?”

Como se eu fosse perguntar isso a ele…

Eu respiro fundo, tentando não deixar o sangue ferver:

“Eu, claro.”

E lá vem ele, rindo daquela voz grave:

“Você pilota mesmo, pequena grande mulher?”

Pequena grande mulher. É sempre isso. Mas sabe de uma coisa? Enquanto ele zombar, eu vou continuar fazendo meu trabalho — e fazendo melhor do que qualquer um que se achasse grande o bastante.

Penso no sol batendo nas águas, no vento espalhando meus cabelos desgrenhados, no ronco do motor sob meus pés. Aqui, no comando, sou gigante. Aqui, sou livre.

E que assim permaneça, mesmo se ele não enxergar.

Quando chegamos à ilha, deixo o iate e pego o carro para levá-lo até o hotel.

Ele, olhando pela janela, quebra o silêncio:

— Vamos ficar por aqui um bom tempo .

— Sim, senhor — respondo, com a voz firme.

Faço uma pausa, então pergunto:

— Sua secretária precisa que eu vá buscá-la?

Ele me encara com um sorriso curto e responde:

— Ela não vem.

— Ok, então vai ficar hospedado no hotel mesmo? — insisto, tentando parecer casual.

Ele me lança um olhar desconfiado e diz:

— sim e você também ,você fica hospedada aqui afinal preciso sempre de você quase o dia todo.

— Não precisa, senhor. Eu moro aqui — respondo, com naturalidade.

Ele parece surpreso:

— Ah, sério? Que bom. Então tá de folga. Nos vemos na segunda. O Augusto vai te assumir nos finais de semana esse mês .

— Ok, até segunda — respondo, enquanto encaro a paisagem passando pela janela.

No fundo, penso: finalmente, um pouco de tempo para mim — mesmo que seja apenas uma folga breve.

02

Ao estacionar o carro em frente ao hotel, nem olho para trás. Apenas abro a porta para que ele desça e permaneço ali, firme, com a chave nas mãos e o coração aliviado.

Ele desce em silêncio. Não me agradece, como sempre. Apenas caminha com aquele ar de quem carrega o mundo nas costas, ignorando quem está ao lado.

Mas antes de entrar no saguão, ele para. Me observa por um segundo longo demais. Os olhos percorrem meu rosto, meus cabelos soltos pelo vento, meu uniforme de piloto. Pela primeira vez, há algo diferente em seu olhar.

— Descanse, pequena. Segunda-feira a gente se vê. — diz ele, com um tom menos ríspido.

Assinto com a cabeça, sem sorrir, sem dizer nada. Ligo o motor e dou meia-volta, deixando para trás o hotel, o chefe insuportável, e as farpas engolidas por meses.

Enquanto dirijo de volta para minha vila, com o cheiro de sal no ar e a brisa bagunçando ainda mais meu cabelo, penso em tudo que já vivi ali.

E pela primeira vez, uma dúvida sussurra em mim como o mar que nunca dorme:

Mal sabia ele... que a ilha onde achou que viria mandar... era o lugar onde ele finalmente perderia o controle.

O caminho até minha casa é curto, mas meu pensamento vai longe.

Estaciono o carro velho em frente à casa simples de madeira pintada de branco e azul. Ela não tem luxo, mas tem história. Foi aqui que cresci. Onde fui cuidada pelas freiras que me salvaram de um destino incerto. Onde aprendi a ser forte, mesmo pequena. Onde ninguém nunca me chamou de “pequena grande mulher” como se fosse um deboche.

Abro a porta, largo as chaves no gancho, respiro fundo.

O silêncio da casa é meu abrigo. Tiro o uniforme e deixo os pés livres, descalços no assoalho. Na cozinha, coloco água para ferver e me sirvo de um chá de ervas que a irmã Maria me ensinou a preparar. O cheiro me acolhe.

Sento no batente da varanda com a xícara entre as mãos e encaro o mar que começa a se avermelhar no fim da tarde. Pássaros cruzam o céu em bando. As ondas quebram na areia, ritmadas, constantes. Aqui, eu sou só Mel. Não sou funcionária, piloto, mulher provocada ou ignorada.

Sou só eu. E isso deveria bastar.

Mas hoje… não sei explicar. Teve algo naquele olhar dele, antes de entrar no hotel. Como se, por um instante, ele tivesse me enxergado. Não como piloto. Não como mulher pequena que o irrita. Mas como alguém. Um ser humano. Real.

Sacudo a cabeça. Loucura. Ele não muda. Homens como Levi Montenegro não mudam.

Termino o chá, coloco a caneca na pia, prendo o cabelo em um coque bagunçado e sigo para o quarto.

Mas antes de dormir, deixo a janela aberta. Quero ouvir o mar durante a noite. Ele é o único que me entende sem precisar dizer uma palavra.

Fecho os olhos e murmuro para mim mesma, como quem lança um aviso ao destino:

"Não importa o tamanho da maré — eu sempre soube nadar contra ela."

Mal sabia eu… que essa maré estava só começando.

03

Levi -

O quarto tem vista para o mar, janelas de vidro do chão ao teto, cama king-size, decoração impecável. Tudo no hotel segue o padrão Montenegro: luxo sem exageros, elegância sem esforço. Mas, mesmo com toda a perfeição do ambiente, eu me sinto… inquieto.

Tiro o paletó, jogo em cima da poltrona. Ando de um lado para o outro, como se algo estivesse fora do lugar — e não estou falando da almofada desalinhada no sofá.

Abro a varanda. O cheiro de sal invade o espaço. A vista é de tirar o fôlego. O vilarejo à esquerda, a vegetação à direita, o mar à frente. Um paraíso. Quase silencioso demais. Quase humano demais.

E talvez seja isso o que está me incomodando.

Aqui não tem buzinas. Não tem reuniões correndo. Não tem a agenda enlouquecida da capital. E, pela primeira vez em muito tempo, não tem nenhuma loira deslumbrante rindo das minhas piadas por interesse. Só tem... eu. E o silêncio.

E ela.

Aquela mulher irritante de um metro e cinquenta e oito. A que pilota avião, helicóptero, lancha, carro moto aí …e ainda me responde com a cara mais debochada do mundo. Melina Duarte. Pequena, cheia de atitude, com um jeito rebelde que me tira do sério.

Ela me desconcerta. Talvez porque não tente me agradar. Talvez porque me ignore quando eu faço piadas. Ou talvez… porque ela é real demais. E isso me assusta mais do que eu gostaria de admitir.

Sento à beira da cama, passo as mãos no rosto. Tento afastar a lembrança do sorriso dela quando o vento bagunçou seus cabelos no iate. Como ela segurava o volante da lancha com firmeza. Como parecia feliz naquele instante. Leve.

Eu não lembro a última vez que me senti assim.

Pego o celular. Tenho dezenas de mensagens, e-mails, notificações. Mas nenhuma delas importa agora.

Coloco o aparelho de lado, me levanto e me encaro no espelho.

— Você está ficando mole, Levi — murmuro. — Ela é só mais uma funcionária.

Mas uma parte de mim sussurra: Mentira. Ela nunca foi só mais uma.

Não quando ela me olha como se pudesse ver além da armadura.

Não quando ela me desafia com aquele olhar verde.

Não quando ela parece caber perfeitamente nesse lugar onde o mundo desacelera… e o peito começa a doer.

Respiro fundo e fecho as cortinas. Amanhã será um longo dia. E eu não posso me dar ao luxo de sentir. Nem agora. Nem nunca.

Mas algo me diz que essa ilha…

Vai acabar quebrando o único homem que nunca se permitiu ser consertado.

O sol já começava a descer quando decidi dar uma caminhada pela praia. Precisava de ar, de um momento longe das paredes do hotel — e, talvez, de mim mesmo.

As ondas lambiam a areia com calma, o mar refletia tons dourados e alaranjados que só o entardecer sabe pintar. A brisa trazia o cheiro da maresia e o som distante de risadas de crianças brincando na água.

Foi quando a vi.

Ali, perto das pedras, Mel estava sentada, olhando o horizonte com aquela serenidade que eu nunca conseguia fingir. O cabelo solto, tocado pelo vento, balançando suave. A pele bronzeada brilhava sob o sol que se despedia. A simplicidade daquela cena me tirou o fôlego.

Por um instante, não consegui pensar em nada além dela — não no império que construí, não nos problemas que me perseguiam, não no passado que eu tentava enterrar.

Mel parecia feita para aquele lugar. Autêntica, livre.

Ela virou o rosto e nossos olhares se cruzaram.

Não disse nada. Não precisava. A surpresa dela era quase tão clara quanto a minha. Um misto de irritação e algo... diferente. Talvez respeito? Ou reconhecimento?

Caminhei na direção dela, deixando a areia fria pressionar meus pés. Cada passo pesado com o peso do que não queria admitir.

— Não sabia que a gracinha gostava de momentos de paz — arrisquei, tentando soar casual, mas a voz falhou um pouco.

Ela sorriu, um sorriso que iluminou o rosto, mas com aquela ponta de provocação habitual.

— Nem toda paz precisa ser silenciosa — respondeu, sem levantar da pedra.

Me sentei ao lado dela, sem coragem para dizer mais nada, apenas admirando aquele momento raro de calma.

O mar continuava a cantar, o sol a se esconder, e por alguns minutos, o mundo inteiro ficou restrito àquela praia — a Mel, eu e uma maré que, agora, parecia querer nos unir.

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