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Prometa Não Se Apaixonar!

Capítulo 1 : Como conseguir um namorado acidentalmente em cinco minutos ou menos

Há muitas maneiras de se humilhar em público.

Tropeçar na frente de uma multidão? Constrangedor, mas tem solução.

Derramar café em um estranho? É inconveniente, mas você pode se desculpar e seguir em frente.

Ouvir sua mãe anunciar em alto e bom som, no meio de um café lotado, que você é solteira, patética e precisa de um namorado?

Essa? Essa é especial.

É por isso que estou segurando meu café com tanta força que ele pode explodir, parado no meio do Café moon enquanto a voz da minha mãe ecoa no meu telefone para todo o estabelecimento ouvir.

"Helena, querida, você sabe que o casamento é daqui a dois meses e meio, né? E que adultos normais e funcionais levam acompanhantes para esse tipo de evento?"

Fecho os olhos com força. Talvez se eu ficar bem, bem parada, eu simplesmente evapore.

"Mãe", eu sibilo. "Podemos não fazer isso aqui?"

"Ah, por favor. Não é como se alguém estivesse ouvindo."

Alerta de spoiler: todo mundo está ouvindo.

Incluindo, infelizmente, Felipe Müller.

Ele está sentado em uma pequena mesa perto da janela, com as pernas longas esticadas, café na mão, me observando como se eu fosse a coisa mais interessante que aconteceu em sua manhã de segunda-feira.

Ele tem aquele olhar — aquele que diz que acha o meu sofrimento divertido. E Felipe Müller não tem permissão para me achar divertido.

Crescemos juntos. Éramos rivais. Ele era o menino de ouro — aluno nota 10, astro do beisebol no ensino médio, presidente de turma, o equivalente humano de uma agenda perfeitamente organizada. Enquanto isso, eu era a artista caótica com um coque bagunçado, sempre perdendo coisas, atrasada e me envergonhando de maneiras novas e emocionantes.

(Como a vez em que decidi entrar no show de talentos da oitava série com uma rotina de dança e esqueci toda a coreografia no meio do caminho. Até hoje, essa lembrança me dá vontade de entrar no trânsito.)

Já faz anos desde o ensino médio, mas algumas coisas nunca mudam, como o jeito como ele ainda olha para mim, com partes iguais de exasperação e diversão presunçosa.

"Você precisa sair daqui!", continua minha mãe, completamente alheia à minha iminente decadência social. "Conhecer um homem legal! Talvez um com um emprego estável?"

Felipe faz um som de engasgo, como se estivesse segurando o riso.

Eu o encaro, dizendo "vá embora", mas ele apenas sorri, tomando seu café como se estivesse assistindo a um reality show particularmente interessante.

Preciso de uma fuga. Imediatamente.

Então, naturalmente, faço a pior coisa possível.

"Na verdade, mãe, eu já tenho um namorado."

Silêncio.

Então, lentamente, ela pergunta: "Você tem?"

Felipe inclina a cabeça, com um sorriso irônico. Ele sabe que estou mentindo. Ele sabe.

Levanto o queixo, tentando soar tão confiante quanto alguém que acabou de inventar um namorado fictício. "Sim. Ele é... maravilhoso."

"Quem é ele?"

Droga. Pense, Helena, pense.

E então — porque o universo me odeia — Felipe se levanta.

Casualmente. Como se ele estivesse prestes a fazer algo profundamente inconveniente para mim.

Antes que eu possa reagir, ele se aproxima, passa o braço em volta da minha cintura e — juro — beija o topo da minha cabeça como se fosse algo que ele faz todo dia.

"Ei, querida", ele diz suavemente.

Minha mãe fica boquiaberta.

Quase jogo meu café com leite na cara idiota e presunçosa dele.

O café inteiro está assistindo.

E é assim que eu, Helena Brown, acabo com Felipe Müller como meu namorado falso acidental.

Assim que desligo, viro-me para Felipe, com uma expressão assassina nos olhos.

"Que diabos foi isso?" Eu sussurro-grito, empurrando-o para longe.

Ele parece despreocupado. "Você precisava de um namorado. Eu me voluntariei."

"Eu não precisava de você!"

"Bem, agora é tarde demais."

Quero argumentar, mas infelizmente ele está certo.

Minha mãe está delirantemente feliz. Ela passou cinco minutos falando sobre como está animada para "finalmente conhecer meu homem misterioso" no casamento, e agora não tem como eu voltar atrás.

Isto é um verdadeiro pesadelo.

Belisquei a ponta do meu nariz. "Lipe, nós nem somos amigos."

Ele levanta uma sobrancelha. "Não?"

"Não! Você passou anos tornando minha vida miserável."

"Isso é dramático."

Estreito os olhos. "Você ainda fala ou não do show de talentos da oitava série?"

Ele dá um sorriso irônico. "Tá, mas, para ser justo, você foi muito ruim."

Eu gemo. "Viu? É por isso que você não pode ser meu namorado falso."

"Bem, eu odeio dizer isso a você, querida, mas isso já está acontecendo."

Cruzo os braços. "Por que você faria isso?"

Ele dá de ombros, parecendo satisfeito demais consigo mesmo. "Eu tenho os meus próprios problemas."

Espero. Ele não entra em detalhes.

Eu suspiro. "Lipe."

"Helena."

"Explicar."

Seu sorriso irônico desaparece um pouco.

"Tenho um evento de trabalho chegando, e as pessoas estão convencidas de que sou algum tipo de workaholic emocionalmente atrofiado e com fobia de compromisso."

Eu pisco. "Quer dizer... você não é?"

Ele ignora isso. "A questão é que aparecer com uma namorada ajudaria."

Eu o encaro. "Então deixa eu ver se entendi. Você fingiu ser meu namorado agora mesmo porque quer que eu seja sua namorada de mentira?"

"Exatamente."

Eu deveria dizer não. Eu deveria dizer absolutamente não.

Mas...

Só alguns meses.

É só isso que tem que ser.

E honestamente, isso resolve os problemas de nós dois.

Minha mãe para de me tratar como uma causa perdida. Todos param de achar que ele é incapaz de ter uma conexão humana adequada. Uma situação em que todos ganham.

Exceto pelo pequeno problema de que Felipe é insuportável.

Exalo bruscamente. "Tudo bem."

Ele sorri. "Tudo bem?"

Eu o encaro. "Mas existem regras."

Seu sorriso só aumenta. "Ah, isso deve ser bom."

Conto-os nos dedos.

"Primeiro: Sem sentimentos verdadeiros. Este é um acordo comercial."

"Obviamente."

"Dois: Sem drama. Mantemos tudo simples, limpo e não nos prendemos a uma teia de mentiras."

Ele concorda. "Concordo."

"E três: Absolutamente. Nada. De. Beijos."

Ele inclina a cabeça, pensando.

"Tudo bem", ele diz depois de um longo momento. "Mas o que acontece se alguém espera que façamos isso?"

Hesito. "O que você quer dizer?"

"Digamos que estamos no casamento. Todo mundo está assistindo. Começam a gritar 'beijar, beijar, beijar'." Ele dá de ombros. "O que fazemos?"

Revirei os olhos. "Isso não aconteceria."

Ele sorri. "Você não conhece sua família muito bem, não é?"

Droga. Ele tem razão.

Eu gemo. "Tudo bem. Em caso de emergência pública, podemos usar um beijo breve e estritamente necessário. Nada mais."

Ele sorri. "Parece razoável."

Estendo a mão. "Combinado?"

Ele aceita. "Fechado."

Eu agito uma vez, com firmeza.

E é aí que percebo algo profundamente perturbador.

A mão dele é quente.

Sua pegada é firme.

E quando seu polegar roça meu pulso enquanto ele me solta, meu estômago faz algo estranho.

Eu engulo. Está tudo bem.

É apenas um namoro falso.

Com meu rival de infância.

O que poderia dar errado?

Capítulo 2 : Regras falsas para encontros

Há algumas coisas que espero sentir depois de concordar impulsivamente em um encontro falso com Felipe Müller:

    1.     Arrependimento.

    2.     Arrependimento extremo.

    3.     Um desejo de me atirar de um prédio.

O que eu não esperava é que minha mãe me ligasse quatro horas depois, gritando ao telefone como se eu tivesse acabado de anunciar meu noivado.

"Por que você não me contou que estava namorando o Lipe?"

Pisco para o teto. Estou deitada no sofá, ignorando agressivamente minhas responsabilidades, despreparada emocionalmente para esta conversa.

"Porque eu não estava", murmuro. "Até esta manhã."

Mamãe suspira. "Meu Deus. Foi um grande gesto romântico?"

Olho fixamente para o ventilador de teto. "Claro. Vamos com isso."

Na verdade, o único "grande gesto romântico" que o Müller já me deu foi uma palmada lenta e sarcástica depois que tropecei durante a formatura.

"Bem, acabei de falar com a mãe dele." Mamãe suspira, sonhadora. "Ela está emocionada, Helena. Ela disse que vocês dois sempre tiveram uma faísca."

Sento-me tão rápido que meu pescoço quase quebra. "Desculpa, o quê?"

"Ah, querida, sabe como o Felipe costumava te provocar quando você era criança? Era tão óbvio que ele tinha uma quedinha."

Eu engasgo. "Mãe, por favor, nunca mais diga isso."

Ela me ignora. "Ah! Aliás, eu disse a ela que faríamos um almoço neste fim de semana para conhecermos nossos futuros sogros!"

Minha alma abandona meu corpo. "Mãe, não."

"Tarde demais!" ela diz animadamente. "Te vejo no domingo! Te amo!"

Ela desliga.

Olho para o meu telefone horrorizada.

Felipe Müller me deve muito por isso.

(....)

Naturalmente, quando entro em seu escritório na manhã seguinte, ele parece emocionado ao me ver.

"Helena", diz ele, recostando-se na cadeira como se estivesse tomando um café casualmente, em vez de arruinar a minha vida. "A que devo o prazer?"

Bato as mãos na mesa dele. "Almoço. Com as nossas mães. Neste domingo."

Felipe inclina a cabeça. "Isso foi rápido."

"Você acha?", jogo as mãos para o alto. "Ela acha que você está secretamente apaixonado por mim há anos!"

Ele dá um sorriso irônico. "Tecnicamente, sim. Só expresso isso por meio de uma zombaria implacável."

Eu encaro. "Conserte isso."

"Não sei como?" Ele se aproxima, como se estivesse gostando do meu sofrimento. "Gostaria que eu ligasse para sua mãe e dissesse: 'Desculpe, Sra. Brown, eu não amo sua filha de verdade'?"

Hesito. "Bem. Quando você fala assim..."

"Exatamente." Ele sorri. "Almoço então."

Eu gemo. Eu o odeio. Eu o odeio tanto.

Mas também... por que o sorriso dele faz coisas estranhas com meu estômago?

Afasto esse pensamento. Sem importância.

Em vez disso, expiro bruscamente. "Tudo bem. Mas precisamos resolver a história antes de domingo."

"Concordo."

Pego meu celular. "Estou fazendo uma lista de coisas que precisamos resolver."

Felipe sorri. "Meu Deus, eu adoro quando você fica tão séria."

Eu o encaro. "Regra número um do namoro falso: nunca subestime minha capacidade de te matar."

Ele ri baixinho. "Anotado."

Reviro os olhos e começo a digitar.

Operação: Convencer a todos de que estamos apaixonados

    •     História do primeiro encontro

    •     Apelidos?? (eca)

    •     Quem se apaixonou primeiro (se alguém disser "Felipe", eu vomito)

    •     Hobbies do casal (não temos hobbies??)

    •     Certifique-se de que NINGUÉM suspeite que estamos fingindo

Termino de digitar e olho para cima. "Ok. Primeiro encontro. Qual é a nossa história?"

Ele sorri. "E se a gente teve um encontro numa livraria?"

Eu pisco. "Você não lê."

Ele suspira, com a mão no coração. "Helena. Isso é calúnia."

"É a verdade."

Ele dá um sorriso irônico. "Tudo bem. Mas não seria mais divertido se inventássemos algo dramático?"

Estreito os olhos. "Tipo o quê?"

"Não sei. Talvez eu tenha salvado sua vida. Te tirei de um prédio em chamas. Te carreguei como uma noiva."

Eu encaro. "Essa é a coisa mais idiota que já ouvi."

Ele dá de ombros. "Que pena. Eu sou ótimo nessa coisa de 'conquistar uma mulher'."

Eu bufo. "Claro, Müller. Qualquer coisa que te ajude a dormir à noite."

Seu sorriso irônico se aprofunda. "Quer que eu prove?"

E então, antes que eu possa reagir, ele se inclina, me levanta do chão e me joga por cima do ombro como se eu não pesasse NADA.

Eu grito. "Felipe Müller! Me põe no chão!"

Ele ri. "Eu te disse. Sem esforço."

Eu juro por Deus—

Sua assistente entra.

Nós congelamos.

Ela pisca. "Hã. Devo voltar mais tarde?"

Felipe sorri, ainda me segurando como se eu fosse um saco de batatas humano. "Não. Só estou provando um ponto."

Ela sai lentamente da sala.

Eu ofego. "Felipe, eu te odeio."

"Você me ama", ele diz, me colocando no chão.

E talvez seja porque minha cabeça ainda esteja girando, mas eu juro que — por uma fração de segundo — suas mãos demoram um pouco mais que o necessário na minha cintura.

Ou talvez eu imagine isso.

De qualquer forma, meu cabelo está uma bagunça.

Dou um passo para trás e pigarreio. "Nunca vamos contar a ninguém que nós tivemos um encontro assim."

Ele dá um sorriso irônico. "Tudo bem. Mas vou manter a história de 'te tirar de um prédio em chamas'."

Suspiro. Vai ser um fim de semana longo.

(....)

Quando chega o domingo, estou mentalmente preparada.

Ou melhor, tão preparada quanto eu puder para mentir para toda a minha família durante o almoço.

Quando entro no restaurante, Felipe já está lá, vestindo uma camisa social perfeitamente ajustada, parecendo convencido demais para alguém que está prestes a almoçar com minha mãe.

"Pronta?" ele pergunta enquanto me sento.

Suspiro. "Não. Mas vamos lá."

E então nossas mães chegam.

Que o caos comece.

Capítulo 3 : Almoço com o inimigo

Há muitas coisas que eu preferiria estar fazendo numa manhã de domingo.

Dormindo.

Assistindo os meus amados Doramas .

Não estou mentindo para minha mãe.

Literalmente qualquer coisa que não envolva um encontro falso com Felipe na frente de uma plateia.

No entanto, aqui estou eu, sentada em um restaurante ridiculamente caro no centro de Santa Catarina, em frente a um namorado falso ridiculamente presunçoso, esperando nossas mães chegarem e destruírem todo o nosso "relacionamento" com a precisão de cientistas forenses.

Felipe, claro, parece completamente à vontade. Relaxado, bebericando seu suco de laranja assim é apenas mais uma parte tranquila do seu dia. Enquanto isso, eu seguro minha mimosa como se fosse uma tábua de salvação.

"Você parece nervosa", observa Felipe, inclinando a cabeça, divertido.

Olho para ele por cima da borda do meu copo. "Porque, ao contrário de você, eu tenho alma. E mentir para a minha mãe é crime federal na minha família."

Ele sorri. "Relaxa, querida. Eu vou ser encantador."

"Encantador?", eu bufo. "Você é fisicamente incapaz de encantar."

"Não sei", ele diz lentamente, inclinando-se para a frente o suficiente para que eu sinta o cheiro da sua colônia absurdamente cara. "Você parece bem encantada."

Meu rosto esquenta. O que é injusto, porque não estou encantada. Estou sofrendo.

"Você está delirando", murmuro, quebrando o contato visual.

"Hmm." Ele se inclina para trás, cheio de confiança, de tranquilidade, como se soubesse exatamente o que está fazendo comigo.

Antes que eu possa mandá-lo, olha se eu estou na esquina, as nossas mães aparecem, caminhando direto para nossa mesa.

É isso. É assim que eu morro.

 (....)

Nos primeiros dez minutos, tudo correu surpreendentemente bem.

Nossas mães estão emocionadas. Até mesmo eufóricas. Elas se emocionam com o quão perfeitos somos juntos, relembram nossa rivalidade de infância e trocam olhares de cumplicidade, como se estivessem esperando por esse momento há séculos.

"Eu sempre dizia que tinha alguma coisa ali, não era?", minha mãe pergunta, efusiva, cutucando a Sra. Müller.

A Sra. Müller sorri para mim como se eu tivesse curado a fome no mundo.

 "Ah, eu sempre soube. O jeito como o Felipe costumava te provocar? Comportamento clássico de um rapaz apaixonado."

Quase me engasgo com a água.

Felipe? Apaixonado? Por mim?

Olho-o de soslaio, esperando ver algum sinal de diversão, mas ele apenas me oferece o sorriso mais suave e irritantemente sincero.

Meu estômago faz uma coisa estranha e traiçoeira.

Não. Não. Eu não vou cair no falso charme de Felipe Müller.

Bebo minha mimosa com afinco. Concentração, Helena.

Lipe interpreta o papel perfeitamente — sorrindo, respondendo perguntas, olhando para mim como se eu fosse o rei.

E eu? Estou me segurando firme.

Até minha mãe fazer a pergunta.

"Então", ela diz, tomando sua mimosa, com um brilho nos olhos. "Quem se apaixonou primeiro?"

Eu congelo.

Lipe nem hesita. Ele se vira para mim, com olhos calorosos e voz suave.

"Ah, definitivamente eu."

Meu coração tropeça.

Nossas mães desmaiam.

E então, para piorar as coisas, ele pega na minha mão.

Seus dedos se entrelaçam aos meus, quentes, sólidos, naturais demais.

Nossos olhares se encontram e, de repente, não consigo respirar.

Porque aqui está a questão.

Felipe é muitas coisas. Irritante. Presunçoso. Uma ameaça. Mas ele também é bom demais nisso.

Isso deveria ser falso.

Então por que—por que parece que estou em um momento de comédia romântica?

Eu me forço a desviar o olhar, apertando sua mão com força suficiente para machucá-la.

Ele apenas sorri.

Eu o odeio. Eu o odeio muito.

 (....)

De alguma forma, sobrevivo ao almoço.

Por muito pouco.

Assim que nossas mães vão embora, eu me viro para Felipe.

"Você está tentando me matar?"

Ele sorri. "O quê? Achei que fui ótimo."

"Você segurou minha mão."

"Você não me soltou."

Eu o encaro. "Você disse que se apaixonou primeiro."

"Você preferiria ter dito que era você?"

Eu gemo. "Isso é um desastre."

Ele ri. "Relaxa, querida. Só estou tentando ser convincente."

Solto um suspiro profundo. Ele tem razão. Foi convincente. Convincente demais.

Mas antes que eu possa argumentar, uma voz corta o ar.

"Bem, bem. Achei que tinha visto vocês dois aqui."

Eu me viro e meu estômago embrulha.

Porque ali, parada, com uma aparência irritantemente perfeita, está Ava.

A nova namorada do meu ex-namorado.

E de repente, percebi que toda essa coisa de namoro falso ficou muito mais complicada.

Ava é o pior tipo de beleza.

Do tipo que não faz esforço, fica bem em qualquer iluminação e nunca teve uma fase estranha. E o pior de tudo? Ela é legal.

O que significa que nem consigo odiá-la direito.

"Helena!", ela diz animadamente, aproximando-se. "Eu não fazia ideia de que você e o Felipe... tinham um caso, vocês super combinam um com o outro."

A mão de Lipe pousa na parte inferior das minhas costas, casualmente, sem esforço, reivindicando.

Quase morro de susto.

"Ah, sim", eu digo, forçando um sorriso largo e radiante. "Super combinamos. Mas, uh... sim."

Os olhos de Ava passam de um para o outro, curiosos.

Felipe, é claro, apenas aperta mais forte.

"Que divertido", ela diz. "Eu sempre achei que você e o Guilherme acabariam juntos."

Eu não recuo.

Eu absolutamente não reajo à menção do meu ex.

Mas Felipe?

Lipe ri. Baixo, caloroso, possessivo.

"Ah, querida", ele murmura, dando um beijo na minha têmpora. "Você nunca me disse que a Ava era tão otimista."

Meu cérebro entra em curto-circuito.

A expressão de Ava vacila por uma fração de segundo, o suficiente para eu saber que Felipe acertou o alvo.

Então ela se recupera, sorrindo docemente. "Bem, o Guilherme sempre teve uma quedinha por você, Helena. Acho que ele ficou arrasado quando vocês terminaram."

Felipe ri, completamente despreocupado. "É, bom. Alguns caras perdem, outros ganham."

Sua mão desliza pela minha cintura.

Eu engulo ar.

Ava ri levemente. "Acho que sim. Bom, preciso voltar para a minha mesa — só queria dizer oi. Que bom ver você, Helena."

Ela se vira e vai embora, graciosa como sempre.

Eu exalo.

Só para perceber que Felipe ainda está me tocando.

Eu me afasto rapidamente. "Que diabos foi isso?"

Felipe parece completamente à vontade. "O quê? Eu estava ajudando."

Fico boquiaberta. "Você beijou minha testa."

"Têmpora", ele corrige. "Foi estratégico."

"Você..." Inspiro fundo. "Eu te odeio."

Seus olhos brilham. "Não, você não precisa."

Abro a boca e depois a fecho.

Porque a verdade é?

Na verdade, não sei mais.

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