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Doce Tentação

Apresentando os personagens

🌹 Isis Monteiro – 22 anos

Estudante de Medicina, filha mais nova do respeitado Dr. Arnalndo Monteiro, um dos médicos mais queridos e tradicionais da cidade.

Isis cresceu nos corredores do renomado Hospital Santa Amélia, lugar onde seu pai dedicou décadas da vida. Entre jalecos, plantões e almoços esquecidos, ela aprendeu desde cedo a ser a “filha do doutor Monteiro”.

Mas agora, aos 22, dona de um espírito livre e provocador, Isis não quer mais viver sob a sombra de ninguém.

Ela quer escrever sua própria história — mesmo que isso signifique se apaixonar por alguém que representa tudo o que ela deveria evitar.

🖤 Dr. Eduardo Lacerda – 38 anos

Cirurgião de prestígio e atual diretor do Hospital Santa Amélia, herdado da família após a morte do pai.

Eduardo é conhecido por sua postura impecável, seus diagnósticos precisos e por manter a vida pessoal blindada como uma UTI de isolamento.

Amigo íntimo de Arnaldo Monteiro há quase duas décadas, viu Isis crescer como quem observa uma flor brotar sem jamais tocá-la.

Agora, com ela adulta, provocante e determinada, Eduardo se vê dividido entre a lealdade ao melhor amigo, sua reputação profissional — e o desejo perigoso que insiste em nascer.

Ela é jovem demais. Proibida demais.

Mas há limites que nem mesmo o mais controlado dos médicos consegue respeitar.

👭 Melina Reis – 23 anos

Mel é a melhor amiga de Isis desde a infância. Estuda com Isis Medicina, tagarela, atrevida e totalmente sem filtro, é o oposto da amiga quando o assunto é segurar a língua.

Ela é o tipo que percebe as faíscas entre Isis e Eduardo no segundo em que eles trocam um olhar — e claro, vai provocar até arrancar a verdade.

Melina é aquela que fala:

> — Eu só quero ver se você vai ter coragem de subir nesse salto 15 e ir até o fim, ou se vai correr na primeira batida do coração.

É divertida, leal, e funciona como consciência e demônio da tentação ao mesmo tempo.

👩‍🍼 Helena Monteiro – 55 anos

Mãe de Isis e esposa de Armando. Professora aposentada de literatura, sensível e observadora, é o tipo de mulher que lê pessoas como quem lê um romance trágico.

Sempre preocupada com a filha, ela suspeita que Isis esconde algo — e com o tempo, vai começar a notar os olhares trocados com Eduardo.

Helena é calma, mas firme. Vai ter falas delicadas, mas certeiras. E talvez tenha seus próprios segredos do passado…

👔 Rodrigo Brandão – 39 anos

Melhor amigo de Eduardo e anestesista do hospital. Sarcástico, divorciado, com um histórico amoroso caótico e piadinhas sempre na ponta da língua.

Rodrigo é o tipo de homem que vive dizendo:

> — Eduardo, se você não quer, me passa o número dela. Brincadeira. Mentira. Quero sim.

É o alívio cômico para o Eduardo sério. Mas também é o único que enxerga o turbilhão dentro do amigo. E quando Eduardo finalmente se envolve com Isis, Rodrigo vai ser o primeiro a dizer:

> — Boa sorte explicando isso pro seu melhor amigo. Vai precisar de um desfibrilador.Haha

Vinhos e olhares

A casa estava cheia. O tipo de cheia que deixa o ar denso, repleto de risos falsos, cumprimentos ensaiados e abraços com tapinhas nas costas. Era o aniversário de 60 anos do Dr. Armando Monteiro, celebrado com direito a buffet elegante, música instrumental ao fundo e muitos convidados do meio médico.

Isis havia prometido a si mesma que ficaria no máximo até o bolo.

Estava com um vestido justo, vinho, ombros à mostra e salto fino. Não era por provocação. Era apenas... o vestido que fez ela se sentir viva naquela noite. Sexy. No controle.

— Você vai fazer gente passar mal com esse vestido — sussurrou Melina, ao seu lado, segurando uma taça de espumante. — E não falo dos cardiopatas, falo do Dr. Lacerda mesmo.

— Mel! — Isis riu, mesmo sem querer, escondendo o rosto atrás da taça.

— O que foi? Só estou dizendo a verdade. Ele tá te olhando como quem tá fazendo mil cálculos morais e perdendo em todos.

Isis não precisou virar o rosto. Sentia o olhar. Queimando. Atravessando.

Eduardo estava do outro lado da sala, em pé perto da mesa de queijos, falando com Rodrigo — o amigo sarcástico de sempre, que fazia piadas demais e observações certeiras. Ele usava um terno preto, simples e elegante, mas era o jeito que segurava a taça, os olhos intensos, a postura calma que faziam Isis tremer por dentro.

Eles não tinham trocado mais do que um “olá” nos últimos meses. Mas cada encontro era um campo minado de tensão.

— Cuidado, Isis — a voz da mãe, Helena, surgiu suave às suas costas. — Esse salto está perigoso demais pro chão que você quer pisar.

Isis fingiu um sorriso. Helena era assim. Sutil. Mas nunca errava.

— Estou só bebendo espumante, mãe. E dançando com os olhos, no máximo.

— Dançar com os olhos também engravida — respondeu Helena com doçura, dando um beijo na testa da filha antes de se afastar.

Melina riu alto.

— Sua mãe é uma lenda. Quase me fez cuspir o champanhe.

— Ela é um radar humano.

Mas nem o radar de Helena, nem as piadas de Melina, impediram que Isis e Eduardo finalmente se esbarrassem. No corredor lateral, perto da cozinha, enquanto ela voltava do lavabo e ele buscava mais vinho.

— Licença — ele disse, a voz baixa, rouca, gentil. Mas os olhos... os olhos diziam tudo que não podiam.

Ela não respondeu. Apenas levantou o olhar, firme, e respondeu com a mesma arma.

Silêncio. Um segundo. Dois.

— Está diferente — ele murmurou. — Mais mulher do que menina.

— E você está igual — ela respondeu, com um sorriso sutil. — Igual a quando eu tinha dezessete e você evitava me olhar por mais de três segundos.

Ele riu. Nervoso.

— Você sempre teve uma língua afiada.

— E você, sempre com medo de se cortar.

Ela passou por ele. E sentiu. O arrepio, a vontade, o limite sendo testado. Sabia que a partir daquela noite, nada seria igual.

E talvez... fosse exatamente isso que ela queria.

Eduardo acordou antes do despertador.

O que era raro.

Ele costumava dormir feito pedra. Mas naquela noite... não houve pedra. Só faísca.

E o nome dela era Isis.

A imagem do vestido vinho, justo demais para a sanidade dele, ainda estava cravada como bisturi em pensamento. Aquela boca levemente curvada no canto. A ousadia dos olhos. A malícia disfarçada de brincadeira.

Ela é a filha do Armando.

Ele repetia isso como um mantra. Como quem tenta reverter um quadro clínico grave com palavras.

No hospital, o cheiro de café e desinfetante o recebeu como sempre. A rotina era sua anestesia. Mas, naquele dia, nem mesmo uma cirurgia cardíaca de sete horas conseguiria desligá-lo.

Rodrigo, como sempre, percebeu.

— E aí, doutor? Tá com cara de quem viu o apocalipse... ou pior: de quem viu a filha do Armando vestida pra matar.

Eduardo soltou o ar com força, sem sequer levantar os olhos do prontuário.

— Nem começa.

— Ah, então é isso mesmo! — Rodrigo se jogou na cadeira do consultório, colocando os pés sobre a mesa, desrespeitando todas as normas de conduta, como sempre. — Sabia. Sabia! Eu vi vocês conversando perto da cozinha. A temperatura caiu uns 3 graus no salão quando vocês se olharam. A Helena quase teve que chamar os bombeiros.

— Ela tem 22 anos, Rodrigo.

— E você tem 38. Parabéns, você sabe fazer contas.

— Ela é a filha do meu melhor amigo. Praticamente cresceu me chamando de “Dudu”.

Rodrigo arregalou os olhos.

— Dudu? Aí complica mesmo. Mas relaxa... agora ela provavelmente te chama de “vem cá”.

Eduardo jogou uma caneta na direção dele.

— Isso não vai acontecer. Não pode.

— E por que diabos não pode?

— Porque é errado.

— Errado é operar sem luva, meu amigo. Isso aí que você tá sentindo é tesão com uma pitada de culpa católica.

Silêncio.

— Além disso — completou Rodrigo — ela é linda. Inteligente. E deixou de ser uma adolescente há anos. Você acha que ela não sabe exatamente o efeito que causou com aquele vestido?

Eduardo suspirou, passando a mão pelos cabelos.

— Eu não posso, Rodrigo. Mesmo que... mesmo que eu quisesse.

— Você quer, Eduardo. E ela também. Tá escrito nos olhos dela. E se eu enxerguei, o Armando logo vai enxergar também. Então te digo só uma coisa: ou você põe um fim nisso agora, ou aceita que tá ferrado. Porque desejo, meu amigo... não tem freio. E essa menina vai te atropelar com salto e tudo.

Eduardo não respondeu.

Mas o silêncio já tinha a resposta.

Confissões e promessas

— Eu sei o que eu vi, Melina. Ele ficou sem ar por dois segundos. Dois. E você sabe que Eduardo Lacerda não perde o controle nem com paciente infartando na frente dele.

— Ok, ok, respira. Você tá falando do mesmo Eduardo que foi no seu aniversário de quinze anos e te deu um livro sobre “Mulheres na Medicina”?

Isis riu, jogando o cabelo pro lado.

— Sim. O mesmo. Só que agora ele me olhou como quem... perdeu o compasso. E eu? Adorei.

As duas estavam sentadas no sofá do pequeno apartamento que dividiam desde que Isis começou a pós-graduação. Entre pipoca e vinho branco, o assunto da noite era um só: Eduardo Lacerda.

Melina arqueou uma sobrancelha.

— Você tem certeza que quer entrar nessa? Ele é o seu crush proibido, o tipo de homem que vem com manual de riscos.

— Exatamente — respondeu Isis, mordendo um grão de pipoca. — E eu adoro viver perigosamente.

Melina suspirou, dramática.

— E o seu pai?

— Vai surtar. Vai querer me internar num convento. Vai tentar matar o Eduardo com bisturi. Mas até lá... — ela deu um sorriso afiado — já vai ser tarde demais.

— Você tá falando sério, né?

— Com todas as células do meu corpo, amiga. Eu vou conquistar ele. Eduardo Lacerda vai se render. É só questão de tempo.

Melina tentou manter a expressão cética, mas logo caiu na gargalhada.

— Eu vou adorar assistir isso. Mas me diz, estrategista... qual o plano?

— Primeiro: provocar sem parecer que estou provocando. Segundo: aparecer no hospital com alguma desculpa besta. Terceiro: me fazer presente. No olhar, no pensamento, na respiração dele.

— E quarto?

— Quarto: fazer ele implorar pra quebrar todas as regras.

Silêncio. E então Melina, como sempre, resumiu tudo:

— Você é um perigo de vestido, Isis.

— E ele... é o desafio mais delicioso da minha vida.

— E tem mais uma coisa que eu nunca te contei — disse Isis, agora com a voz mais baixa, quase como se confessasse um pecado num confessionário de vinho e sofá.

Melina franziu o cenho.

— Lá vem bomba.

Isis respirou fundo, fitando o copo de vinho nas mãos. Depois olhou diretamente nos olhos da amiga, sem rodeios.

— Eu nunca transei com ninguém.

Silêncio.

Longo silêncio.

— O quê? — Melina quase engasgou. — Você tá me dizendo que... que você ainda...

— Sim. Virgem. Intacta. Zerada. Só flerte, uns amassos aqui e ali, nada mais. Nunca senti vontade de passar disso. Até agora.

Melina ficou boquiaberta.

— E... e você quer que seja com o Eduardo?

Isis assentiu. Sem um pingo de vergonha.

— Não quero qualquer um. Nunca quis. Mas ele... ele me tira do eixo. O jeito que ele me olha tentando não olhar. A voz dele, grave. A elegância, o autocontrole. Ele é homem de verdade, Melina. Experiente, intenso, seguro. E quando ele me olha, eu me sinto mulher. Desejada. Viva.

— Uau...

— Quero que minha primeira vez seja com alguém que me faça tremer só de encostar. Que me toque como se cada pedaço de mim fosse precioso. E eu sei que o Eduardo faria isso. Com ele, não seria só uma transa. Seria algo que eu jamais esqueceria.

Melina levou um tempo pra responder. E então soltou, com um sorrisinho cúmplice:

— Você está completamente perdida por ele.

— Talvez. Mas perdida com GPS e objetivo claro. Eu sei o que quero.

— E se ele resistir?

Isis deu de ombros, os olhos brilhando com malícia e determinação.

— Então eu vou fazer ele deixar de resistir. Eduardo pode ser médico, racional e cheio de ética... mas ele é humano. E humanos têm limites. O dele? Sou eu.

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