Kelly era uma menina de 13 anos, apaixonada por um menino que só a trazia problemas e a família não aceitava até que ela começa conversa com o Erik.
no começo ela não gostava 100% de Erik,mas Kelly queria outro amor,eles começaram se conhecer melhor e Kelly se apaixonou por Erik.
Erik aparentemente gostava realmente dela,eles ficavam todos os dias na saída da escola, ela ia com o melhor amigo no local,eles se despediam,e lá ela ficava,com o seu amei ERIK
até que ela não vence o DESACERTO e fica o amor do passado,mas se arrepende por ter "traído" Erik, ela compartilhou esse segredo com a melhor amiga,pelo menos ela pensava que era,mas a amiga traiu a confiança dela,e contou pra a irmã de Erik,Erik ficou muito revoltado e começo a evitar Kelly,Kelly ficou muito triste com tudo isso e queria voltar com ele,será que ele voltam?
Erik não respondeu mais as mensagens dela, e Kelly começou a se perguntar se tinha perdido o amor da sua vida por um deslize. Passava horas olhando para o celular, esperando uma notificação, um simples "oi", qualquer sinal de que ele ainda pensava nela.
Os dias foram passando lentamente, e a ausência dele doía mais do que ela imaginava. Na escola, ele evitava cruzar o olhar com ela, e quando o fazia, era com frieza. Kelly tentava agir normalmente, mas por dentro estava desmoronando. A culpa a consumia, e ela já não sabia mais como seguir em frente.
Até que, numa tarde chuvosa, enquanto voltava da escola sozinha, Kelly encontrou Erik sentado no banco da pracinha onde eles costumavam ficar. Seu coração acelerou. Ela pensou em seguir reto, fingir que não viu, mas algo dentro dela pediu coragem.
— Erik... — disse, com a voz baixa.
Ele não respondeu de imediato, apenas olhou para frente, evitando encará-la. O silêncio parecia pesar entre eles como uma parede invisível.
— Eu sei que errei... e não espero que você me perdoe agora. Só queria dizer que... ainda te amo — continuou ela, sentando-se ao lado dele, mesmo tremendo por dentro.
Erik respirou fundo, como se lutasse contra um turbilhão de sentimentos. Então, finalmente, ele a olhou.
— Por que você contou pra ela? — perguntou, com dor nos olhos.
— Eu não contei pra ela... eu contei pra minha melhor amiga. Achei que podia confiar... eu tava confusa, com medo... e agora eu tô pagando por isso.
Ele passou a mão no rosto, claramente abalado. Ficaram alguns minutos em silêncio, só ouvindo o barulho da chuva caindo nas folhas.
— Eu ainda gosto de você, Kelly. Mas eu não sei se consigo confiar de novo — ele disse, sincero.
Kelly assentiu devagar. — Eu entendo. Só queria que você soubesse que meu coração ainda é seu, mesmo que não queira mais saber de mim.
Ela se levantou para ir embora, mas antes que desse o segundo passo, sentiu a mão dele segurar a sua.
— Talvez... a gente possa conversar. Devagar. Ver se dá pra reconstruir.
Ela sorriu com os olhos marejados, sentando-se novamente ao lado dele.
Talvez aquele fosse o recomeço de algo ainda mais forte.
capítulo 02: reconstrução.
Nos dias que se seguiram, Kelly e Erik voltaram a se falar, mas tudo era novo, frágil, como andar sobre um lago congelado. Bastava um passo em falso para tudo rachar novamente. Não havia garantias, promessas ou certezas. Apenas tentativas. E para os dois, isso já era um começo.
Eles não voltaram a ser o que eram, pelo menos não ainda. Agora, caminhavam juntos para casa em silêncio, dividiam olhares tímidos no meio da aula, e às vezes, trocavam mensagens curtas antes de dormir. Nenhum “eu te amo”, mas havia cuidado. Havia presença. E, aos poucos, isso era o suficiente para Kelly. Era estranho recomeçar com alguém que nunca foi embora totalmente. Era como se ele estivesse presente o tempo todo, mesmo em sua ausência.
Na escola, os olhares continuavam. Alguns julgavam, outros apenas observavam. Alguns colegas cochichavam quando eles passavam juntos no corredor. A antiga amiga — ou melhor, ex-amiga — tentava se aproximar, mas Kelly agora mantinha distância. Aprendera da forma mais dolorosa que confiança não se dá de graça, e que nem todo sorriso é sincero. Ela não sentia raiva, apenas um cansaço profundo. Um vazio onde antes havia afeto.
— Erik, você acha que um dia vai conseguir confiar em mim de novo? — perguntou ela, num fim de tarde, os dois sentados no banco da pracinha. Era o mesmo lugar de antes, mas agora parecia outro. O tempo havia deixado cicatrizes nos bancos, nas árvores e nos dois.
Ele demorou a responder, olhando para o céu tingido de laranja.
— Eu tô tentando, Kelly. Eu quero tentar. Mas ainda dói, sabe? Parece que meu peito criou um escudo, e eu não sei como quebrar.
Ela assentiu. Aquilo era mais do que ela esperava ouvir naquele momento. Porque mais do que querer reatar, ela queria ser perdoada. Queria provar que era digna de novo. Queria fazer tudo diferente, mas o passado não dava espaço para edição. Só restava seguir em frente.
Nos dias seguintes, os dois continuaram se encontrando. Às vezes, riam de coisas bobas, como se o tempo tivesse parado. Em outros momentos, o silêncio voltava, pesado. Era um processo. Nenhum dos dois sabia exatamente o que estavam construindo, mas havia esforço. Havia cuidado.
Contudo, nem tudo era tranquilo. A irmã de Erik ainda a olhava com desconfiança, e havia algo que Kelly ainda não contara... algo que poderia colocar tudo a perder de novo. Ela pensava nisso todas as noites antes de dormir, sentindo o peso de outro segredo. Um que não envolvia traição, mas medo. Medo de perder tudo o que, aos poucos, estava tentando reconstruir. O medo de que ele nunca soubesse de tudo. Ou pior: de que soubesse por outra pessoa, de novo.
E ali, entre incertezas, lembranças dolorosas e pequenos gestos de carinho, começava uma nova fase. Uma fase de passos lentos, cicatrizes expostas e corações que desejavam uma nova chance. Talvez reconstruir fosse ainda mais difícil que começar do zero. Mas talvez também fosse mais verdadeiro.
Talvez o amor, quando sobrevive à dor, seja ainda mais forte.
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O mês de junho chegou com uma chuva fina e constante, como se o céu chorasse devagar, lavando tudo aos poucos. Kelly e Erik seguiam tentando, passo a passo, como quem atravessa um campo minado: atentos, cuidadosos, com medo de recuar e perder tudo outra vez.
Na escola, o comportamento deles já não chamava tanta atenção. Alguns haviam se acostumado, outros apenas fingiam que não viam. Mas, mesmo com os olhares diminuindo, o silêncio entre eles ainda carregava perguntas que nenhum dos dois sabia como fazer.
Uma tarde, Erik a esperava no mesmo banco da pracinha. O céu, acinzentado, parecia prever o que estava por vir. Kelly chegou devagar, sentou-se ao lado dele, e por um instante, tudo ficou em silêncio. O tipo de silêncio que antecede uma confissão. E o tipo de silêncio que, em histórias como a deles, costuma vir acompanhado de dor.
— Erik... — começou ela, com a voz baixa, quase sem fôlego. — Eu preciso te contar uma coisa.
Ele virou o rosto para ela, atento, mas não surpreso. Parecia que já esperava por aquele momento, como se sua intuição sussurrasse há semanas que havia algo escondido por trás do olhar quebrado dela.
— Aquilo que te falei... ou melhor, aquilo que eu nunca falei... É sobre aquele dia. O dia antes de tudo desabar.
Erik respirou fundo, mas não falou nada. Esperou. Esperar, naquele ponto, já era quase uma tortura familiar.
— Eu fui embora. Não porque eu não me importava, mas porque eu estava com medo. Com medo de mim mesma. Medo de não ser suficiente, de te perder por inteiro. Eu me afastei... e naquele dia, eu saí com alguém. Não aconteceu nada demais, mas... eu deveria ter te contado. E nunca tive coragem.
A confissão pairou no ar, pesada, sufocante. A chuva engrossava sobre as árvores, como se o mundo estivesse tentando abafar o som das palavras ditas tarde demais.
Erik fechou os olhos por alguns segundos. Seu rosto não demonstrava raiva, mas uma dor surda. Um tipo de dor que não grita, mas consome. Ele sentiu como se tudo o que tentavam construir estivesse prestes a ruir outra vez.
— Obrigado por me dizer — disse enfim, com a voz rouca. — Dói. Mas eu prefiro a dor da verdade do que a mentira disfarçada de amor.
Kelly assentiu, mas não segurou as lágrimas. Era como se, enfim, a ferida tivesse sido exposta à luz, e ela não pudesse mais fingir que não doía.
Nos dias seguintes, eles falaram menos, mas pensavam mais. As mensagens à noite rarearam. Os encontros se tornaram breves. Mas havia algo novo entre eles: a verdade. E, curiosamente, era isso que os aproximava de forma mais crua.
Contudo, nada era leve. Havia uma sombra crescendo. A irmã de Erik continuava desconfiada, observando Kelly como quem espera um erro. E Kelly... ela sabia que ainda não tinha contado tudo. Um detalhe — pequeno, talvez — mas perigoso o suficiente para destruir qualquer reconciliação. Algo que envolvia uma escolha feita na noite em que tudo desmoronou. Algo que, se descoberto, poderia se tornar a última rachadura.
E ali, entre incertezas, lembranças dolorosas e pequenos gestos de cuidado, começava uma nova fase. Uma fase de passos lentos, cicatrizes expostas e corações cansados. Não havia mais idealizações. Apenas dois jovens marcados tentando sobreviver ao que restava.
Talvez o amor, quando sobrevive à dor... também aprenda a conviver com o medo.
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