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Casamento Arranjado: A História de Jean Ferrari e Isabelle Martinez

Prólogo

"Quando o dever chama… até o coração precisa se calar."

Meu nome é Jean Ferrari. Tenho 29 anos e carrego nas costas o peso de um sobrenome temido em todos os continentes. Em cada traço do meu rosto, vive o legado da máfia siciliana. Cabelos negros como a noite, barba marcada com perfeição, olhos intensos como lâminas afiadas, ombros largos, porte militar. Sou o tipo de homem que não precisa levantar a voz para dominar um ambiente. Um olhar — e o mundo se curva.

Sou o Subchefe da Camorra. A Sombra do Diabo. O executor.

Mas nem sempre foi assim.

Na infância, eu era só o “outro”. Anthony, o primogênito, foi treinado desde os sete anos para herdar o trono do nosso pai. Eu? Eu era a carta reserva. O sangue que sobra no chão depois da guerra.

Aos quatorze anos, deixei de ser menino. Me jogaram no campo de treino da máfia e disseram: "Sobreviva". E eu sobrevivi. Melhor: me tornei necessário. A mão que limpa o que o Don não pode sujar.

Aprendi com sangue, ossos quebrados e gritos sufocados. A dor virou minha aliada. A tortura, minha arte. A anatomia humana? Uma partitura que sei tocar de olhos fechados. Sei onde cortar, onde pressionar, onde manter alguém vivo só o suficiente para fazê-lo implorar por morte. Não sou desordenado. Sou meticuloso.

E quando imploram por água, eu ofereço… numa taça de prata. Com o próprio sangue dentro.

Sou misericordioso. Sou o irmão do Diabo, afinal.

Mas agora, estou sendo preparado para algo maior.

Uma aliança. Um pacto. Um casamento.

O nome dela é Isabelle Martinez.

Filha de Ruan Martinez — o famigerado " El Señor de la Sangre". Líder absoluto da máfia mexicana. Ela tem 24 anos. É bela como a morte. Feroz como uma tempestade.

Cabelos escuros como tinta, ondulados até a cintura. Pele clara como porcelana, lábios carnudos, olhar de gelo que atravessa e ameaça. Seu corpo, moldado por anos de treino e combate, esconde armas onde outras escondem vaidade. Isabelle é uma arma. Silenciosa. Letal. Inteligente. Uma assassina.

Ela não abaixa a cabeça para homem nenhum. Nem para mim.

Esse casamento não é sobre amor. É sobre domínio.

Com o meu “sim”, os Ferrari assumem o controle do tráfico internacional em solo americano. Com o “sim” dela, os Martinez entregam parte do poder. E colocam um alvo em minhas costas.

Isabelle me odeia. Antes mesmo de me conhecer. E, para falar a verdade… eu também a odeio.

Fui claro desde o início: não quero saber como ela é. Não quero me apaixonar. Não quero desejar. Quero distância. Por isso, exigi vê-la somente no altar. Porque se eu olhar para ela antes… posso falhar. E falhar… não é uma opção.

Mas Anthony pensa que é simples. Que posso atravessar uma fronteira, colocar um anel no dedo de uma mulher e voltar como herói.

Ele não conhece Isabelle.

Ela é fogo e faca. Uma tempestade com nome e sobrenome. E quando se joga gasolina no fogo… o mundo arde.

Esse é o meu destino.

Unir sangue, suor, dor e poder numa única cama. Fingir amor. Fingir lealdade. Até que tudo o que sou — ou fui — se torne ruína.

Mas antes disso, precisei voltar para casa. Fui arrancado de um raro sábado de descanso. Estava exausto após semanas de caçada. Precisava de silêncio. Recebi helicópteros.

— Chefe… Don Anthony não está satisfeito. Disse que sua recusa terá consequências. — um dos meus homens avisou.

Suspirei. Sempre há consequências. Da última vez que desobedeci, passei dias numa masmorra. Sem água. Sem comida. Como um cão esquecido. E aqui estou… de novo.

O helicóptero das Empresas Ferrari sobrevoava minha cabeça. O celular vibrou.

— Eu só queria um dia de paz…

— Se não vier por bem, vem por mal. — Anthony respondeu, debochado. — Ou eu volto com um tanque. — E desligou.

Minutos depois, eu estava na mansão da nossa mãe.

— Don Anthony espera no escritório.

— Mamãe…

— Santo Deus! O que fiz para merecer filhos ingratos?!

— Sem drama, mamãe…

— Cale-se, ingrato!

— Eu te amo.

— Seu irmão e Verena esperam. Não estresse sua cunhada. Ela está grávida.

Grávida. Verena. O casal mais improvável da máfia virou um conto de fadas. E eu? Eu sou o bastardo do enredo.

Cheguei ao escritório. Entrei sem bater.

— MAS QUE PORRA, ANTHONY?!

Meu irmão estava prestes a tirar a blusa da esposa.

— Você desaprendeu a bater?

— Você me arrastou até aqui! O que quer de mim?!

— Amanhã vamos ao México. Seu noivado será oficializado. Quando meu filho nascer, você estará casado.

— Você deveria ter se casado com ela! — minha voz tremia.

— Jean… você é o noivo — Verena disse.

— Isso é problema do seu marido. Ele escolheu a felicidade. E me jogou a obrigação.

Tentei sair.

BANG!

A bala passou de raspão.

— FILHO DA PUTA, ANTHONY!

— Não tente ajudá-lo, Verena. Foi só um aviso.

— Peça desculpas à minha esposa ou da próxima vez acerto no seu pau.

Sentei, exausto. Verena chorava.

— Desculpa, cunhada…

— Eu não queria isso pra você…

— Agora ela chora. Parabéns, idiota — Anthony resmungou.

— Desde quando ela virou manteiga? — murmurei.

— Gravidez. Eu choro até quando quero matar meu marido — ela respondeu.

Anthony respirou fundo: — Você tem que ir. Selar a aliança.

Fechei os olhos. — Estou fazendo isso pela Camorra. Pelo sangue. Não por mim.

— Quero vê-la só no altar. Me dê sua palavra.

— Feito.

— E o anel? — Verena perguntou.

— O anel da nossa avó só vai para quem eu amar. E eu… não amo ninguém. Nem sei se ainda posso amar.

Olhei para eles.

Eles têm o que eu nunca terei.

Eu tenho um pacto. Uma missão.

É um casamento forjado em sangue.

Esse será o meu sacrifício.

Meu nome é Jean Ferrari. E se eu sobreviver a Isabelle Martinez… Talvez a máfia ganhe um novo império.

Ou talvez sejamos nós dois a destruir tudo — inclusive um ao outro.

E assim começa a nossa história.

Capítulo 1

Alguns meses depois...

Eu sabia. Maldito seja o meu instinto — ele nunca falha. Desde o momento em que aceitei aquele maldito contrato, algo dentro de mim gritava. Uma voz rouca, fria, sombria. Uma premonição cruel que rasgava minha paz, anunciando a chegada do caos. E ele veio… muito antes do esperado.

Estar comprometido com a herdeira da máfia mexicana não era apenas um movimento estratégico. Era uma sentença. Uma provocação ao submundo. Um estopim que inflamou toda podridão escondida entre os becos da criminalidade internacional. Mafiosos do leste, do oeste, de cada canto deste planeta corrompido pelo poder, sentiram-se traídos, ameaçados... humilhados. Porque quem foi escolhido para selar a aliança entre os Ferrari e os Martinez... fui eu.

Jean Ferrari.

Subchefe da Camorra.

O irmão do Don.

O maldito "felizardo" que agora carrega um alvo cravado nas costas.

Maldição. Que todos se explodam.

Eles acham que sorte é estar no centro de uma tempestade de ódio e inveja? Eles acham que é uma bênção ser jogado no meio do fogo cruzado por um acordo que nunca pedi para assinar? Estúpidos.

Eu não perdoo. Nunca perdoei. Não há redenção para quem ousa cruzar o caminho de um Ferrari. O sangue é cobrado com sangue. A dor é devolvida em dobro. E a morte... só vem quando eu decido.

— O cachorro já começou a cantar? Não podia fazer isso em outro lugar, Jean? A Verena vai surtar. — A voz de Anthony rompe o silêncio do autódromo. Seu tom é ácido, mas carregado de exaustão.

Verena vai me odiar por isso. Mas eu não tenho tempo pra gentilezas. O mundo está em guerra, e eu sou o primeiro na linha de tiro.

— Era o lugar mais perto. E eu não quis perder tempo. — respondo, seco. — Você resolve com sua mulher depois.

— Você tá maluco?! — ele se aproxima, o olhar irritado e tenso.

Viro-me com lentidão. Encaro o Don. O rei. Mas sou a sombra por trás da sua coroa, e ele sabe disso.

— Fala sério, Anthony... — resmunguei.— Preocupado com o chão sujo do templo da sua rainha?

— Eu amo minha esposa. E ela ama esse lugar. É sagrado pra ela. E além disso, ela tá uma bomba-relógio prestes a explodir. — ele esfrega o rosto, tenso. — Mantenha distância da rainha da máfia, irmão. Ela está levando o título a sério demais. Só quero que esse bebê nasça logo pra trazer minha Verena de volta.

Solto uma risada amarga.

Relembrando a nossa rebelde Verena.

— "Doce" Verena... essas palavras não combinam. — murmuro. — E se esse bebê é minha liberdade, que demore séculos pra nascer. Porque quando ele chegar... minha prisão começa.

Anthony apenas suspira, impaciente.

— Para com esse drama. Me leva até o infeliz.

Conduzi meu irmão até o galpão improvisado. O cheiro de sangue invade nossas narinas. O ar é denso, sufocante. Richard está pendurado pelas correntes, braços erguidos acima da cabeça, corpo exausto sustentado pelas pontas dos pés. O sangue escorre, manchando o chão. Seu rosto é um mosaico de dor: hematomas, cortes, olhos inchados.

Já me diverti bastante. Agora é hora do fim.

A única lâmpada balança sobre ele, lançando sombras macabras. Aproximo-me. Dois tapas secos.

— Acorda, miserável. Ainda não acabou.

Ele desperta, arfando. Os olhos se abrem com dificuldade. Ainda assim, ele sorri. Um sorriso torto, sangrento, debochado.

— O Diabo finalmente apareceu. — cospe sangue. — Eu estava esperando.

— Diga o que queremos saber e terá uma morte rápida. — Anthony fala com uma calma cortante. — Ou Jean vai te manter nesse inferno por dias.

— Vou morrer de qualquer jeito. — ele responde, a voz embargada pela dor. — Então, foda-se.

Puxo seus cabelos com força, obrigando-o a me encarar.

— Quem te mandou, Richard?! Quem armou essa merda de emboscada?!

Ele ri, cuspindo mais sangue.

— Eu não temo vocês... temo quem me comanda.

— Você não entendeu ainda. — sibilo, o veneno escorrendo em cada palavra. — Você mexeu com os Ferrari. Não existe misericórdia para isso.

Ele cospe mais uma vez. O sangue suja minha bota. Estendo a mão. Anthony entende.

O celular já está pronto. Riccardo deixou o vídeo no ponto. Dou play.

A imagem de um casal amarrado aparece. Chorando. Apavorado.

— Pai...? Mãe...? — ele gagueja, a voz tremendo de desespero.

— Sim. São eles. — confirmo. — Você tem dez segundos.

— Filhos da puta! Soltem os dois! — ele se contorce nas correntes.

— Coloca os dois na linha. — Anthony ordena.

A voz da mulher irrompe pelo viva-voz.

— Filho! Por favor! Diz o que eles querem! Nos tira daqui!

Ele chora. Mas não fala.

— Acabem com eles. — ordeno, a voz dura como pedra.

Bang. Bang.

— NÃÃÃO!!! — o grito dele ecoa como um trovão. Ele se debate, soluça, enlouquece.

Me aproximo. Seguro seu queixo com brutalidade.

— Você os matou. Com seu silêncio. Não eu. Você.

Anthony entrega o celular novamente.

— Seu filho ainda está vivo. — sussurro. — Mas isso pode mudar. Quem é seu chefe?

Ele levanta o rosto. Agora, não há medo. Só fúria.

— VOCÊS VÃO CAIR! A CAMORRA VAI SANGRAR! VAMOS TOMAR O MÉXICO! DOMINAR A DROGA! MATAR O DON! ACABAR COM A FAMÍLIA FERRARI!

Foi o bastante.

Anthony não hesita. Três tiros. Um. Dois. Três. Rápidos. Precisos. Fatais.

Silêncio.

Meu irmão guarda a arma, ainda ofegante. Seus olhos estão vermelhos de ódio. A guerra foi declarada.

— Acabou. — ele diz, com a voz pesada. — A guerra começou. E agora, Jean… você precisa se casar.

— Anthony...

Para vocês lembrarem meninas.

— Você vai assumir o seu lugar. Vai liderar como o novo Don da máfia mexicana. Vai proteger essa família comigo. Mesmo que tenha que banhar o mundo em sangue.

E naquele instante, soube: o tempo da fuga acabou. Agora é matar... ou morrer. E por essa família... eu não pouparei nem a minha alma.

Capítulo 2

Já vi o céu se partir em sangue e a terra engolir promessas.

Mentiras… traições… pactos assinados com sangue quente e mãos sujas.

E eu? Fui jogada no meio desse campo minado chamada máfia mexicana com uma única missão: nascer, calar e obedecer.

Sou Isabelle Martinez. Filha única de Ruan Martinez, o homem que comanda as cinco famílias sob o título temido de El Señor de la Sangre.

Mas não me iludo. Ter seu sangue não me deu poder.

Apenas me transformou em uma peça de xadrez, sacrificável e ornamental, vestida de noiva para selar alianças que não são minhas.

O acordo maldito foi revelado meses atrás. Uma promessa antiga, selada entre meu pai e o velho Don da máfia italiana: unir herdeiros. Fundir impérios.

Minha mãe gritou, implorou, resistiu como uma leoa. Mas a palavra de um Don é lei. E ela foi silenciada — pela dor… e depois pela morte.

Achei que o acordo seria esquecido quando o filho mais velho dos italianos se casou com outra. Quis crer, por um breve suspiro, que eu estaria livre.

Mas liberdade é um luxo raro quando se nasce Martinez.

Foi então que colocaram Jean Ferrari no meu caminho. O subchefe. O braço direito do novo Don da Camorra. Um homem com olhos frios e coração de chumbo, enviado para me “reivindicar”.

Meu destino? Ser apagada. Ser doada. Ser substituída.

Porque para o mundo dos homens do meu pai, meu maior erro é ter nascido mulher.

Mas não sou fraca.

Sou filha da máfia.

E mesmo carregando esse maldito anel como coleira dourada, ainda sou uma bomba prestes a explodir.

— Vamos, fedelha. Seu pai te espera pra jantar. — A voz grave de Genaro me arranca dos pensamentos.

Ele é como uma pedra esculpida pela guerra. Alto, marcado, perigoso. Um leão em forma de homem… e, ainda assim, meu escudo mais fiel.

— Já deixei de ser fedelha faz tempo. Me viu crescer, Genaro. — rosno, irritada.

— E continuo vendo. Agora entra no carro. — Ele abre a porta de trás. O tom é seco, mas o olhar permanece protetor.

Entro. O motor ruge, e partimos.

No banco da frente, outro soldado vigia o horizonte, tenso, como se soubesse que algo está prestes a acontecer.

— E a distribuição da droga? Está fluindo? — pergunto, entediada.

— Não é da sua conta, Isabelle. — Genaro responde, sem nem me olhar.

— Claro que é. Se não tivessem me arrancado da faculdade por ameaças idiotas...

— Também não é da sua conta. Se preocupe com o seu casamento. — rebate, impaciente.

— O pirralho italiano ainda nem nasceu. Ainda tenho tempo para sabotar isso.

— Olha o que diz. Ele será o futuro Don. Seu sobrinho.

— Sobrinho dos infernos… Tenho nojo desse teatro. — cuspo, cruzando os braços.

— Aceite seu destino, garota. Você sempre soube que esse dia chegaria.

— E você sempre soube que eu nunca engoliria isso calada.

Mas então…

Tudo muda em um segundo.

O silêncio da noite é engolido por um ronco grave. Um zumbido de morte.

— Estamos sendo seguidos. Seis SUVs pretas. — o motorista avisa, gelado.

O mundo desacelera.

Como em câmera lenta, uma das SUVs acelera furiosamente pela lateral.

BOOOOOM!

O carro atrás de nós explode, iluminando o céu como fogos do inferno.

— MERDA! — gritei, jogando o corpo para frente.

— Pegue sua arma! — ruge Genaro, desmontando o painel e puxando uma metralhadora.

O som de tiros ecoa. Estilhaços de vidro voam como chuva de navalhas. O metal geme sob o impacto.

— Você está bem, fedelha?! — ele grita por cima do caos.

— Estou viva… mas quero sangue! — respondo, arfando.

A adrenalina queima nas veias. É como se minha alma acendesse.

— Porra, me passa a metralhadora, Genaro! — exijo com os olhos em chamas.

— Debaixo do banco. Faça valer a herança da sua mãe.

Levanto o assento com pressa. Meus dedos encontram o metal frio.

Ah… minha velha amiga.

A metralhadora militar. Pesada. Afiada. Letal.

— Lembra como funciona?

— Como se fosse parte de mim. — sussurrei, com os olhos incendiando.

— Então dança, menina.

Abro a janela. O vento entra como um sopro de guerra.

A estrada vira um campo de batalha.

Os SUVs disparam contra nós. O carro balança. O motorista grita de dor, com o braço sangrando.

— Isa, AGORA!

Aperto o gatilho.

O rugido da metralhadora preenche o mundo.

Balas dançam como serpentes de fogo.

Meus cabelos voam no caos. Meus olhos brilham como os de uma loba em fúria.

— VÃO TODOS PRO INFERNO! — urro, rindo como uma louca.

— Cuidado com a boca, garota. — Genaro resmunga.

Sério?! Em pleno inferno, ele se preocupa com palavrões?

Os SUVs se aproximam como predadores famintos. Mas eu sou a presa errada.

Explode o primeiro.

BOOOOOM!

Faíscas, fumaça, caos.

A segunda SUV tenta desviar, mas meu dedo é mais rápido.

— QUEIMEM, DESGRAÇADOS! — disparo de novo.

A terceira SUV gira no ar, capota e explode numa bola incandescente.

O céu vira vermelho.

O chão treme.

O sangue ferve.

— CARALHO, EU AMO ISSO! — berro, eufórica.

Genaro olha para mim com uma mistura de horror e orgulho.

— Você é mais louca que sua mãe…

E ele está certo.

Louca por justiça. Louca por vingança. Louca por liberdade.

Quando finalmente chegamos à mansão — o carro esburacado, chamuscado, ensanguentado — a fachada impecável dos Martinez parece zombar de nós.

Meu pai nos espera diante da escadaria, impassível como uma estátua.

Mas quando me vê… algo quebra.

Ruan Martinez, El Señor de la Sangre, empalidece.

— Pai… estou bem. Relaxa. Só um tiroteiozinho básico. — Desço o carro, debochando.

Mas ele não responde.

Avança, me envolve num abraço apertado. Forte. Quase desesperado.

Eu, enrijecida, não retribuo. Não sei como. Não sei se quero.

— A metralhadora, Isabelle? Não dava pra escolher uma menor? — ele murmura, com voz trêmula.

— Se fosse menor, eu estaria em um caixão agora. — digo, fria.

Ele fecha os olhos.

Respira fundo.

E quando abre… já não é mais meu pai que me encara.

É o Don.

O homem que vendeu minha vida por poder.

E agora... ele sabe.

Sabe que a filha que tentou calar…

Acaba de despertar o inferno.

Tiro, porrada e bomba. Nossa mafiosa não é mole não.

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