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Amor que Resiste ao Tempo

a garota de uniforme errado

2025
yuna e sua mãe eun chegam a casa de sua tia ,e assim que entram ,yuna não deixa de reparar em uma foto
yuna
yuna
titia ,que foto é essa ?
min-ji apenas suspira e sorri e pergunta se ela queria ouvir uma história, com olhos brilhando yuna logo afirma que sim ,e assim min-ji lhe conta uma história
minji
minji
claro ,Existem histórias que não cabem em álbuns de fotos, nem em palavras ditas em voz alta. Algumas só existem no silêncio entre duas pessoas... ou em uma despedida que nunca foi um adeus.”
1990
Carlos
Carlos
(sussurrando, tentando soar calmo) Lembra, filha. Respeito acima de tudo. Se te olharem torto... respira.
Sofia
Sofia
(irônica, mas nervosa) Pai, eles já estão me olhando como se eu fosse um alienígena.
A chegada de seu pai e principalmente dela, na escola coreana despertar curiosidade em muitos e murmuros entre outros
Eles param na frente da diretoria. Um homem de meia-idade, severo, com as mãos atrás das costas — o Diretor Jang — os recebe com um leve aceno.
DIRETOR JANG
DIRETOR JANG
é A senhorita Sofia Oliveira, certo? (pausa, olhando o uniforme dela de cima a baixo) Interessante escolha de... apresentação.
Carlos
Carlos
(educado, em coreano esforçado) Minha filha se sente mais confortável assim. (um olhar firme) Esperamos que isso não seja um problema.
DIRETOR JANG
DIRETOR JANG
O Diretor sorri — sem sorrir de verdade.
DIRETOR JANG
DIRETOR JANG
A Coreia é uma terra de tradição. Mas... faremos o possível para que ela se adapte. (olha para Sofia) Contamos com seu respeito, senhorita.
Sofia
Sofia
Sofia inclina levemente a cabeça em silêncio
PÁTIO
Dezenas de alunos conversam, rindo e se preparando para a aula.
Quando Sofia atravessa o pátio, os olhares se voltam um por um. Murmúrios surgem, comentários abafados, alguns risos debochados.
Do outro lado do pátio, MIN-JI, de cabelos presos em tranças perfeitas, segura seus livros e observa de longe. Ela não ri. Não comenta. Apenas olha. Longamente. Curiosa. Intrigada.
Seus olhos se cruzam por um instante.
Sofia
Sofia
Sofia baixa o olhar e segue.
Min-ji continua parada, como se tivesse visto algo que não sabia que precisava ver.
E naquele começo de dia, em meio a olhares rígidos e passos duros, dois destinos começaram a se mover — discretamente, mas com força.

primeira aula

Sofia entra na sala de aula, onde ainda é totalmente desconhecida, ela conhece Mateus Han (o brasileiro-coreano) e Na-ri que com o tempo se tornarão seus dois maiores aliados e confidentes.
O sinal toca. Sofia caminha pelos corredores estreitos até a sala indicada. Ela respira fundo antes de entrar. Ao abrir a porta, o barulho para instantaneamente.
Todos os olhares se viram.
PROFESSOR KIM
PROFESSOR KIM
(alto e seco) Você deve ser Sofia Oliveira. (para a turma) Nova aluna. Veio do Brasil. Espero que tratem com respeito — e maturidade.
Alguém ri baixinho no fundo. O professor lança um olhar mortal.
PROFESSOR KIM
PROFESSOR KIM
(gesto com a cabeça) Pode se sentar... ali.
Ele aponta para uma carteira vazia no meio da sala. Sofia caminha em silêncio, os passos ecoando. Passa por Min-ji — que a observa discretamente, e então desvia o olhar. Ao lado da carteira de Sofia está um garoto de cabelo meio bagunçado e olhar tranquilo. Ele sorri levemente e se apresenta, em coreano com sotaque:
Mateus Han
Mateus Han
(baixinho) Oi. Sou Mateus. Meu pai é coreano, minha mãe é brasileira. (pisca um olho) Você não é a única “diferente” aqui.
Sofia sorri pela primeira vez no dia. Atrás de Sofia, uma menina de cabelo preso com presilhas coloridas encosta-se à carteira e cochicha:
Yoo Na-ri
Yoo Na-ri
(pontual e simpática) Se precisar de ajuda com as aulas... eu sou boa com anotações.
Sofia
Sofia
(baixo, mas sincero) Obrigada... acho que vou precisar mesmo.
O Professor escreve os nomes no quadro: Trabalho em dupla – tema: Mudança e Tradição
PROFESSOR KIM
PROFESSOR KIM
(virando-se) As duplas foram sorteadas. (olha a lista) Sofia... você fará com... Min-ji Lee.
Um silêncio tenso preenche a sala. Min-ji levanta os olhos, surpresa. Sofia também. O professor continua como se nada tivesse acontecido.
PROFESSOR KIM
PROFESSOR KIM
Entreguem o esboço semana que vem. O trabalho final será apresentado em novembro.
Sofia e Min-ji trocam um breve olhar. Nem hostil, nem amigável. Apenas... carregado de algo novo.
O pátio está cheio. Alguns alunos jogam bola, outros lêem sentados nas sombras. Risos ecoam ao fundo, o sol escorrega pelo muro da escola.
Mateus Han
Mateus Han
(zoando) Cuidado com o professor de história. Ele fala como se estivesse narrando uma guerra real.
Yoo Na-ri
Yoo Na-ri
(ri) Ele grita até com a parede. Um dia ele derrubou o apagador de tanto bater no quadro.
Sofia
Sofia
(brincando) Pelo menos parece mais animado que meu colégio no Brasil.
Mateus Han
Mateus Han
(sério por um instante) Só... cuidado com alguns daqui. Nem todo mundo lida bem com o diferente.
Sofia
Sofia
(dando de ombros) Tô acostumada.
DO OUTRO LADO DO PÁTIO – surge MIN-JI, com sua postura reta, uniforme impecável, e os olhos baixos. Ao seu lado caminha CHOI SOO-MIN, amiga de longa data, de sorriso contido e expressão desconfiada. Ao outro lado, KANG DAE-HYUN, que fala baixo mas observa tudo — principalmente as pessoas diferentes.
Atrás deles, rindo e conversando alto, estão JI-HOON (o namorado de Min-ji) com dois amigos do futebol
Choi Soo-min
Choi Soo-min
(olhando para o outro lado do pátio) É ela. A nova aluna. Usa uniforme de menino. Já estão falando dela em todas as salas.
Kang Dae-hyun
Kang Dae-hyun
(baixo) Parece confiante demais pro primeiro dia. Estrangeira, né?
Min-ji não responde. Ela levanta o olhar e, como se puxada por algo invisível, seus olhos encontram Sofia do outro lado.
Sofia, ainda rindo de algo que Mateus disse, vira o rosto — e os olhos dela cruzam com os de Min-ji. Silêncio. Min-ji fica imóvel. Sofia não desvia. O riso desaparece. Mateus percebe a mudança no olhar dela e olha na mesma direção.
Mateus Han
Mateus Han
(baixo, curioso) Ela é... bonita, né?
Sofia não responde. Apenas continua olhando. Min-ji pisca, como se saísse de um transe, e desvia o olhar, voltando para o grupo. Ji-hoon se aproxima e coloca a mão nas costas dela, casual. Ela se assusta levemente, mas finge naturalidade.
Park Ji-hoon
Park Ji-hoon
(gracioso) Almoço comigo hoje?
min-ji
min-ji
(automática) Claro.
Mas por dentro... ela ainda sente o peso daquele olhar que mexeu com algo adormecido. 🌙 Foi assim. No meio de vozes conhecidas e passos repetidos, surgiu o inesperado: um olhar que dizia tudo sem dizer nada.

Entre o Silêncio e a Curiosidade"

A biblioteca está quase vazia. O som de páginas sendo viradas ecoa entre as estantes. O relógio marca 17:15. O sol invade pelas janelas altas, dourando as capas dos livros. Sofia já está sentada com o caderno aberto, rabiscando em português no canto de uma folha. Ela olha o relógio. Suspira. Min-ji entra. Silenciosa como sempre, uniforme alinhado, postura firme. Ela se aproxima, hesitante, mas disfarça.
min-ji
min-ji
(baixo, formal) Desculpe o atraso.
Sofia
Sofia
(tranquila) Tá tudo bem. Eu cheguei cedo demais.
Silêncio. Min-ji se senta de frente para ela. Elas ficam alguns segundos apenas folheando livros. Nenhuma sabe como começar — ou o que exatamente está sentindo.
Sofia
Sofia
(com leve sorriso) Não sei se você entende português, mas tô anotando umas ideias... posso traduzir.
min-ji
min-ji
Olhei o tema. “Mudança e Tradição.” É amplo. Podemos dividir.
Sofia
Sofia
(olhando nos olhos dela) Você gosta de tradição?
Min-ji hesita. Não esperava uma pergunta tão direta.
min-ji
min-ji
(baixa) ...Aprendi a respeitar.
Sofia
Sofia
(com leve provocação) Respeitar... ou obedecer?
Min-ji fecha ligeiramente a cara. Olha para ela com uma expressão dura. Mas por dentro... algo se agita.
min-ji
min-ji
Ambos
Sofia
Sofia
(sem perder o tom calmo) No Brasil, tradição é diferente em cada casa. Às vezes, seguir o coração é mais importante.
Min-ji aperta o lápis.
min-ji
min-ji
Aqui... seguir o coração pode ter consequências.
Sofia observa aquela frase. A maneira como ela foi dita. Há mais ali do que Min-ji está deixando escapar.
Sofia
Sofia
(séria agora) Então... talvez seja isso que a gente escreva. O que significa seguir o coração em lugares diferentes.
Min-ji ergue os olhos. Por um momento, ela enxerga Sofia com outros olhos — não como a menina de uniforme "errado", nem a estrangeira ousada. Mas como alguém... que entende algo que ela mesma nunca ousou dizer.
min-ji
min-ji
(sem sorrir, mas com sinceridade) Acho que... é um bom começo.
As duas voltam a escrever. Do lado de fora da biblioteca, o céu escurece aos poucos. Pela primeira vez, o silêncio entre elas é confortável. E pela primeira vez... Min-ji não quer ir embora logo. --- 🌒 Foi ali, entre palavras medidas e gestos contidos, que uma semente foi plantada. Ela ainda não sabia — mas Sofia iria bagunçar tudo que Min-ji achava ter sob controle.

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