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Sangue e Ferro

capítulo 1

Nome da Protagonista:

Isadora Bellini Vitale

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Cenário: A Viúva Fantasma da Máfia – Palermo, Sicília

Isadora Bellini Vitale é uma mulher que carrega duas famílias em seus ombros – os Bellini, aristocratas do crime com raízes fincadas na fundação da velha máfia siciliana, e os Vitale, de onde herdou o sobrenome após seu casamento com o conselheiro mais temido do Consiglio di Cosa Nostra.

Com pele branca como neve sem sol, cabelos lisos que escorrem até a cintura como seda negra, e olhos de um verde azul quase impossível de definir, ela não passa despercebida. Mas é isso o que mais deseja: desaparecer.

Aos 22, casou-se com Luca Vitale, o estrategista silencioso do clã. Um homem que mexia os fios da máfia como se fossem peças de xadrez. Frio. Respeitado. Mortal. Mas na noite do casamento, Luca recebeu uma ligação. Disse poucas palavras, beijou a testa de Isadora e partiu. Nunca mais voltou. Horas depois, a notícia: um carro em chamas, três mortos, nenhum sobrevivente.

O casamento nunca foi consumado. O mistério em torno de sua morte virou combustível para teorias, suspeitas e guerras veladas.

Com o marido morto e os pais desaparecidos em "negócios que deram errado", Isadora se viu sozinha no topo de um império que não pediu para comandar. Pela força da tradição, herdou tudo: casas, contas, rotas, dívidas de sangue e o silêncio respeitoso dos que temem o sobrenome Vitale.

Ela se trancou no interior da propriedade Bellini, longe das assembleias, longe das ruas molhadas de sangue e promessa. Tentou viver como sombra. Mas a máfia não esquece. E muito menos perdoa ausência.

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Agora – Isadora aos 27

Cinco anos se passaram. A viúva virou mito. Alguns a chamam de "A Rosa de Mármore", fria, bela, inalcançável. Outros dizem que ela está louca. Outros juram que ela é mais perigosa viva do que Luca jamais foi.

E agora, ela recebeu o convite. Um evento que não se recusa.

O Concílio de Verão, uma reunião cerimonial entre as principais famílias da máfia italiana. Um jogo de aparências, acordos sussurrados, lealdades testadas. O convite veio com o brasão dos Vitale em relevo dourado. Ela sabe o que significa: não é um pedido. É uma ordem.

Isadora nunca quis voltar. Mas o silêncio durou demais. E quando a máfia chama, ou você aparece — ou alguém aparece no seu lugar… com armas.

Protagonista Masculino:

Domenico Salvatore Mancini

Idade: 37 anos

Altura: 1,92 m

Aparência: Pele clara, corpo esculpido com disciplina militar. Cabelos negros como breu, olhos acinzentados — gélidos como o luar sobre o mármore.

Tatuagens: Uma caveira com um corvo pousado sobre ela, no lado esquerdo do pescoço — seu símbolo, sua marca. Nas mãos, traços que lembram correntes partidas.

Presença: Quando Domenico entra em um ambiente, o ar muda. Voz baixa, olhar letal. Ninguém o interrompe. A Itália — toda ela — reconhece a força que ele representa.

Postura: Calculista. Nunca sorri de verdade. Nunca pede. Apenas ordena.

Domenico é o Don do clã Mancini, linha direta dos antigos barões da máfia napolitana. A velha guarda o respeita. A nova o teme. Ele construiu seu poder sobre ferro, pólvora e silêncio.

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A Noiva Indesejada:

Chiara De Luca

Filha mimada de uma família aliada, imposta a Domenico como moeda de paz. Uma mulher bonita, venenosa, cheia de caprichos e arrogância. Ele a despreza. Ela o idolatra. Chiara acredita que pode amolecer o coração de ferro de Domenico com charme e persistência. Mas não entende o erro fatal que está cometendo.

Domenico já pensou em apagar Chiara mais de uma vez. Mas sabe que matá-la seria o início de uma guerra com os De Luca — uma que ele ainda não pode bancar. Por enquanto.

"Prometi a mim mesmo que ia resolver isso sem sangue... Mas cada vez que ela fala, minha mão coça pela arma."

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Domenico & Isadora:

Agora imagine a colisão inevitável entre Domenico Mancini e Isadora Bellini Vitale — dois fantasmas vivos, dois nomes que carregam peso demais. Ela quer ficar invisível. Ele não admite ser ignorado. Ela herdou um império. Ele quer consolidar o próprio.

O mundo da máfia não tem espaço para duas forças desse tamanho.

Mas talvez tenha espaço para um casamento forçado. Ou um confronto final.

capítulo 2

Cena: Escritório de Reuniões – Casa Mancini, Nápoles

A sala era escura, ampla, com paredes de pedra e cheiro de couro e fumaça. Ao centro, uma mesa de mogno polido refletia a luz baixa dos lustres antigos. Domenico Mancini estava sentado à cabeceira, o olhar fixo em dois capos que discutiam rotas e dinheiro com o nervosismo de quem sabe que um erro custa a vida.

E então a porta se abriu com um estalo leve, fora de hora.

— Domenico! — Chiara De Luca entrou como se fosse dona do lugar. Sorridente, saltitante, com um vestido justo demais para o ambiente, carregando nas mãos um folheto dourado do baile anual da máfia.

A sala congelou. Os capos baixaram os olhos. Um deles tossiu. Domenico ergueu os olhos devagar, e o silêncio virou gelo.

— Por que você está aqui? — A voz dele saiu baixa, grave. Contida. Fria.

— Amore... — ela se aproximou, ignorando o clima. — Eu sei que você está ocupado com esses assuntos de homem, mas é sobre o baile! Eu já escolhi meu vestido. Vermelho. A imprensa da máfia vai surtar com a gente juntos. Finalmente vão me ver ao seu lado como deve ser...

Domenico respirou fundo. As mãos sobre a mesa se fecharam. A caveira tatuada em seu pescoço parecia ganhar vida com o pulsar da veia.

— Chiara. — Ele se levantou. Alto, imponente, sombra sobre todos. — Você entrou sem ser chamada, interrompeu uma reunião de segurança, e está falando como se este lugar fosse uma vitrine de loja. Quer ser vista? Vá ao espelho. Lá talvez alguém te admire.

Ela recuou meio passo, o rosto corando.

— Você vai se arrepender de me tratar assim! — gritou, a voz tremendo. — Sou sua futura esposa! É assim que trata a mulher que vai dividir o trono com você?

— Eu não divido nada, Chiara. — Ele não gritou. Mas cada palavra veio como uma lâmina. — E o que você é ou não é... ainda está em aberto.

Chiara saiu batendo o salto, os olhos úmidos, resmungando ameaças infantis entre soluços contidos.

Domenico voltou à cadeira. Os capos não ousaram comentar.

Poucos minutos depois, o secretário entrou com uma pasta e um olhar profissional.

— Don Mancini. Confirmação final do evento. O Baile será no Palazzo Nuccio. Todos os nomes de sempre. Mas este ano... um destaque novo.

— Diga logo. — Ele serviu-se de uísque, sem emoção.

— A viúva. Isadora Bellini Vitale. Ela confirmou presença.

Domenico parou. Olhou por um instante para o copo.

— Essa ainda está viva? — murmurou. — Achei que tinha virado lenda ou cadáver.

— Viva. E, dizem, mais bonita do que nunca. Mas ninguém sabe ao certo. Ela se isolou por cinco anos.

Domenico deu um leve sorriso irônico, gelado.

— Vai aparecer pra chamar atenção. Viúva rica e carente. Acha que o mundo ainda gira ao redor dela.

Deu um gole no uísque.

— Vamos ver no que essa encenação dá.

Villa Bellini – Quarto Principal, Final de Tarde

O quarto era amplo, clássico, com cortinas pesadas, móveis antigos e cheiro de lavanda e história. Espelhos dourados, vestidos pendurados em cabides de veludo, caixas de joias abertas sobre a cama.

Isadora estava diante do espelho, de braços cruzados, um robe de seda preta caindo sobre os ombros como um manto. O olhar entre irritado e resignado. A luz do entardecer batia nos olhos verde-azulados, revelando o cansaço de quem não queria mais se mostrar ao mundo — mas tinha sido forçada a voltar.

— Ridículo. Isso tudo é ridículo, — murmurou, franzindo o cenho. — Cinco anos sumida e agora esperam que eu apareça como se nada tivesse acontecido. Como se eu fosse... entretenimento.

— Você é muito mais do que isso, menina, — respondeu Grazia, a governanta. Baixinha, firme, cabelos grisalhos presos num coque. Ela a acompanhava desde a infância. — Você é uma Bellini. Uma Vitale. E ninguém esquece uma mulher como você.

— Pois eu bem que tentei. — Isadora bufou, puxando um vestido do cabide. — Olha isso. Seda francesa. Trinta mil euros pra que meia dúzia de homens engravatados tentem adivinhar o que tem por baixo. Patético.

— Ainda assim, vai usar. — Grazia colocou as mãos na cintura. — Vai erguer esse queixo e lembrar quem você é. Aqueles salões foram construídos por sangue da sua família. Você não está pedindo permissão pra entrar. Está tomando seu lugar de volta.

Isadora riu, sem humor.

— Não quero lugar nenhum, Grazia. Só quero que me deixem em paz. Não quero olhares, nem sorrisos falsos, nem perguntas sobre o Luca. Sabe o que vai acontecer? Vão cochichar. "A viúva voltou". "Ela está acabada". "Deve estar desesperada".

Grazia se aproximou, segurou o rosto da moça com carinho.

— Eles que cochichem. Deixe que falem. Mas quando te virem atravessar aquele salão, com essa postura, com esse olhar... vão se lembrar porque você era temida mesmo sem levantar um dedo.

Isadora fechou os olhos por um momento, respirou fundo, depois abriu a gaveta e pegou um par de brincos de safira.

— Se eu for, vou brilhar. Mas que fique claro: isso não muda nada. Não vou voltar pra esse jogo. É só uma aparição. Nada mais.

Grazia sorriu de lado.

— Veremos, bambina. Veremos.

capítulo 3

Baile da Máfia – Palazzo Nuccio, Palermo

O salão era um templo do poder. Lustres de cristal refletiam em taças de ouro branco, violinos preenchiam o ar com Vivaldi, e todos os nomes que realmente importavam estavam ali — envoltos em perfumes caros, ternos sob medida e sorrisos que escondiam armas.

Domenico Mancini entrou como uma sombra imponente em meio às luzes.

Vestia um terno preto italiano cortado com precisão quase militar, gravata fina, abotoaduras de ônix. A barba feita. O cabelo, escuro como a noite, penteado para trás. Nenhum exagero. Nada desnecessário. Só presença — e o peso da autoridade.

Ao vê-lo, as conversas cessaram por segundos. Depois, voltaram em sussurros.

— Ele está sozinho?

— Não... lá vem ela...

Chiara De Luca, sua "noiva", vinha atrás com pressa, tropeçando quase, em um vestido vermelho brilhante, colado demais, com recortes que sugeriam mais do que permitiam. A maquiagem carregada, o sorriso forçado. Tentava andar como uma rainha, mas o salto alto parecia mais inimigo do que aliado.

Ela deu o braço a Domenico, que aceitou sem emoção. Ele não olhou para ela nem por um segundo.

— Domenico, estamos lindos. Aposto que somos o casal mais comentado da noite! — sussurrou ela, colando o rosto no braço dele.

Ele respondeu apenas com um movimento leve da mandíbula. Para quem o conhecia, isso já era impaciência extrema.

Ao redor, os homens brindavam e sorriam... mas pelas costas de Chiara, os risos se tornavam zombarias abafadas.

— Ela se acha rainha... com vestido de amante barata, murmurou um dos capos, erguendo a taça.

— Mancini só não mandou ela pra cova ainda porque seria trabalho demais. Apostei com Marco que ela cai antes do próximo inverno.

— Ela quer o trono, disse outro. — Mas nem o respeito do guarda da porta conseguiu.

Domenico ouvia. Ele sempre ouvia. Mas nunca se rebaixava a responder. Ignorava Chiara como se fosse um anel apertado demais: incômodo, mas temporário.

Chiara sorriu, tentando disfarçar os olhares que sabia que não eram de admiração. Só que quando viu a atenção do salão mudar, o sangue dela gelou.

— Quem é...? — perguntou, virando o rosto com ares de desdém.

Domenico também olhou.

No alto da escadaria, ela apareceu.

Baile da Máfia – Entrada de Isadora Bellini Vitale

Os violinos mudaram de tom. A música se calou por um segundo — talvez coincidência, talvez instinto coletivo.

Todos os olhos se voltaram para o topo da escadaria.

E lá estava ela.

Isadora Bellini Vitale. A viúva. A lenda. A ausência que sempre pesou mais do que a presença de qualquer outra mulher.

Vestia um vestido negro com corte impecável, moldado ao corpo com elegância letal. Tecido opaco, ombros à mostra, decote exato: nem vulgar, nem recatado — simplesmente imperial. Um colar com uma única pedra safira como uma assinatura de sangue nobre. Cabelos soltos, como uma serpente negra escorrendo pelas costas. A pele pálida parecia ainda mais viva sob a luz amarela do salão.

Mas nada era mais marcante do que o olhar.

Frio. Fino. Afiado como lâmina recém-polida.

Um olhar que dizia:

"Se tentar me usar, eu estraçalho seu legado até a última geração."

Os convidados se calaram. Havia um burburinho sutil. Ninguém esperava aquilo. Esperavam uma mulher cansada, fragilizada, buscando atenção. Mas ali estava uma rainha. Sem trono, sem coroa — e ainda assim, acima de todos.

Mesmo Domenico Mancini, que até então sustentava o salão com sua presença, não conseguiu desviar os olhos.

Ela desceu devagar. Cada passo medido. Como se o chão tivesse sido desenhado para seus pés.

E ele soube.

Soube que ela era o que faltava. A mulher que não se curvava. Que não implorava. Que sabia o peso de um nome — e não precisava gritar para ser ouvida.

Chiara apertou o braço dele.

— Domenico... você tá vendo como ela tá se exibindo? — o ciúme escorria no tom.

Ele nem respondeu. Continuou olhando.

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