Entre Sangue e Silêncio
CAPÍTULO 𝟏 — A Dama de Sangue
Olá pessoal seja bem-vindo na minha história.
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏 — A Dama de sangue.
O som do salto ecoava pelos becos silenciosos enquanto a fumaça de seu cigarro desenhava espirais no ar frio da noite. Os olhos dela, de um castanho escuro quase negro, varriam o ambiente com frieza, como se nada mais importasse — e, de fato, não importava. Nada a não ser ela mesma… e sua avó.
Luna Brian, 22 anos, recém-formada em administração, era uma mulher fria, arrogante, perigosa. Carregava nos olhos a marca de uma infância quebrada. Era conhecida entre os poucos que a conheciam de verdade como "A Dama de Sangue". Não porque matava por prazer — embora às vezes parecesse que sim —, mas porque nunca hesitava. Nunca tremia. Nunca perdoava.
Desde pequena, Luna aprendeu que o mundo não era gentil.
Seus pais morreram quando ela tinha apenas cinco anos. Ninguém nunca explicou direito o que aconteceu. A polícia disse que foi um assalto. Mas Luna sabia que não foi. Viu a cena com os próprios olhos. Lembrava dos tiros. Do sangue. Do cheiro de pólvora e da risada de um homem mascarado. Lembrava do corpo da mãe sobre o seu, tentando protegê-la, e do pai caído com os olhos abertos e sem vida.
Depois disso, só restou sua avó, Martha Brian — uma mulher rígida, dura, mas a única que Luna chamava de família. Ela estava presa a uma cadeira de rodas, paralisada da cintura para baixo, o que fez de Luna a única força da casa desde os oito anos de idade. Não havia espaço para bonecas, festinhas ou desenhos animados. Havia mercado, faxina, medicamentos, contas.
E, no meio disso tudo, havia a raiva.
A raiva que crescia todos os dias e moldava sua personalidade como ferro em brasa. Luna se tornou agressiva, direta, insuportável para muitos. Mas também se tornou forte, independente, letal.
Na escola, era temida. Na faculdade, ignorada. Nunca precisou de amigos — e nunca quis.
Gostava de coisas simples e, ao mesmo tempo, bizarras para alguém da sua idade: café amargo, filmes de máfia, vinhos caros, armas limpas, e silêncio. Um bom silêncio era mais prazeroso que qualquer conversa.
O amor? Isso era piada. Ela via o amor como uma fraqueza que sua mãe teve. E morreu por isso.
Mas o destino não tem o costume de perguntar se você está pronto para sentir.
Naquela noite, Luna caminhava por uma viela de um bairro esquecido pelo governo. Tinha acabado de sair de mais uma entrevista de emprego frustrante. O diploma na bolsa não era suficiente. Ninguém queria alguém com o olhar de um assassino.
No entanto, o destino sorriu de forma cruel e irônica. Ou talvez tenha sido o diabo.
Ela encontrou um cartão caído no chão. Preto, com letras vermelhas, dizia apenas:
"Família Mancini. Contratando. Entre sem bater."
Ela riu, jogando o cigarro fora e pisando nele com desprezo.
Luna Brian
.— Ridículo — murmurou. Mas anotou o endereço.
Naquela mesma noite, ela foi até lá.
O prédio era antigo, de tijolos escuros. Nenhuma placa. Nenhuma luz. Ela entrou sem hesitar. Os olhos de dois homens armados a fitaram com desdém.
Campanga
— O que uma princesa mimada tá fazendo aqui? — disse um deles, rindo.
Luna não respondeu. Apenas puxou uma faca da bolsa e a cravou na mesa entre eles com tanta força que rachou a madeira.
Luna Brian
— Tô aqui pra trabalhar. Ou vocês me dão algo pra fazer, ou vou arrancar um de vocês da jogada e assumir o lugar.
O chefe da segurança, um homem chamado Enzo, assistiu à cena por uma câmera e sorriu pela primeira vez em meses. Chamou Luna para subir ao escritório.
Ela entrou, sentou-se sem ser convidada, e cruzou as pernas.
Enzo Ricci
— Você tem coragem, garota — disse Enzo.
Luna Brian
— Coragem é o que sobra quando tudo já foi tirado de você.
Ele gostou da resposta. E contratou ela.
Assim começou sua entrada na máfia Tongs , uma das organizações mais temidas do submundo.
Luna começou como entregadora de mensagens sujas — recados com sangue, cobranças, ameaças. Mas em pouco tempo, mostrava talento com armas, com estratégias e com mortes. Virou capanga. Uma das melhores. Ninguém suspeitava que aquela mulher de olhos intensos fosse capaz de atirar sem piscar. Ou esfaquear sem hesitar. Mas ela era.
Com o tempo, começou a subir de posição. Chamava atenção. Mas não só de qualquer um.
O próprio chefe da Tongs a observava de longe.
Luna o admirava. Não como os outros bajuladores da máfia. Ela via além da aparência, do dinheiro. Via a solidão nele. O caos escondido atrás da elegância. E queria isso para si. Queria ele. Mesmo sabendo que não podia. Mesmo sabendo que ele nunca a olhava duas vezes.
Ou pelo menos… era o que ela pensava.
Luna nunca foi o tipo de mulher que esperava por atenção. Ela tomava. Ela exigia. Mas com Dante era diferente. Algo dentro dela se quebrava cada vez que o via passar com a esposa. Algo que ela não entendia. Que a deixava fraca. E ela odiava se sentir fraca.
Mas ainda assim, não parava.
Ela faria de tudo para que ele a visse. Para que ele entendesse que ela era diferente. Que era forte o suficiente para lutar ao lado dele, matar por ele, e até morrer por ele.
Só que o coração de um homem poderoso é um campo minado. E Luna estava prestes a pisar no primeiro explosivo.
Nome: Luna Brian
Idade: 22 anos
Personalidade: Fria, arrogante, determinada, assassina, traumatizada.
Gostos: Armas, café amargo, silêncio, vinho, filmes antigos.
Profissão: Capanga da máfia Tongs.
Passado: Órfã desde os cinco anos, cuida da avó paraplégica. Trabalhou desde a infância.
Sonho (oculto): Ser amada e reconhecida, especialmente por Dante.
Nome: Enzo Ricci
Idade: 38 anos
Papel: Braço direito do chefe Dante, líder da segurança interna da máfia Tongs.
Personalidade: Frio, estratégico, desconfiado, irônico.
Características marcantes: Sempre usa luvas de couro e nunca abaixa a guarda.
CAPÍTULO 𝟐 — PRIMEIRO SANGUE
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐 — 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄
O ambiente cheirava a ferrugem e pólvora. Era uma velha fábrica abandonada no fim da cidade, onde os gritos dos desesperados não chegavam aos ouvidos de ninguém — exceto dos que viviam ali.
Luna estava de pé no centro do salão, braços cruzados, expressão impassível.
Enzo Ricci
— Achei que você fosse mais alta — comentou uma voz vinda da sombra.
Ela não se virou. Sabia quem era. Tinha escutado o nome dele sussurrado nos corredores da máfia como se fosse uma maldição.
Ele se aproximou com passos lentos, frios, calculados. Observou Luna dos pés à cabeça como se estivesse avaliando um objeto qualquer.
Enzo Ricci
— Você foi recomendada. Mas eu não confio em recomendações. Quero ver com meus próprios olhos.
Ela arqueou uma sobrancelha.
Luna Brian
— Vai me testar?
Enzo jogou uma arma no chão, bem aos pés dela.
Enzo Ricci
— Tem um homem amarrado no andar de cima. Um traidor. O chefe quer que a morte dele sirva de recado para os outros. Vamos ver se você serve pra mais do que ameaçar cobradores de rua.
Luna pegou a arma sem hesitar.
Luna Brian
— E se eu recusar?
Luna Brian
— Você me conhece tão bem assim?
Enzo Ricci
— Não. Mas já vi seu tipo. Quebrados. Furiosos. Famintos.
Luna subiu as escadas. O cheiro de urina e medo era sufocante. O homem estava amarrado numa cadeira, olhos arregalados, boca tapada. Tentou gritar, mas Luna apenas se aproximou, fria como gelo, e apontou a arma.
Ela hesitou por um segundo.
O sangue de seus pais. O cheiro da morte. A sensação de perda. Ela não era uma assassina por natureza. Mas o mundo fez dela uma.
A cabeça dele tombou. O sangue escorreu pelo chão, quente e denso. Luna desceu as escadas como se nada tivesse acontecido.
Enzo a observou com um brilho quase imperceptível nos olhos.
Enzo Ricci
— Parabéns. Você acaba de ganhar seu lugar.
Luna Brian
— Eu não vim pra ser aceita. Eu vim pra dominar.
Ele sorriu pela primeira vez. Um sorriso curto, sombrio.
Enzo Ricci
— Você tem coragem. Vai longe… ou vai morrer cedo.
Luna se aproximou dele, até ficar a poucos centímetros.
Luna Brian
— E você, Enzo? Vai me ajudar ou vai atrapalhar?
Enzo Ricci
— Eu observo, Luna. E aviso: aqui, ninguém sobrevive sozinho. Nem mesmo você.
Nos dias seguintes, Luna passou a participar de missões reais: transporte de armas, interrogatórios, infiltrações. Era rápida, eficiente e brutal. Em pouco tempo, virou um nome respeitado dentro da organização.
Mas quanto mais crescia, mais se aproximava de Dante Mancini.
E isso a tornava um alvo.
Não apenas para os inimigos externos da máfia…
Mas para aqueles que, dentro dela, já viam Luna como uma ameaça.
Ele não confiava nela. Não gostava da forma como ela olhava para o chefe. Não gostava do brilho nos olhos de Dante quando ouvia seu nome.
Mas ele sabia reconhecer um perigo que valia a pena manter por perto.
CAPÍTULO 𝟑 — O OLHAR DO CARRASCO
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑 — 𝐎 𝐎𝐋𝐇𝐀𝐑 𝐃𝐎 𝐂𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐎
O som dos saltos de Luna ecoava pelo mármore da mansão Tongs. Seus passos eram firmes, seu olhar — como sempre — inquebrável. Mas por dentro, um leve frio na espinha a percorria.
Era a primeira vez que ela seria chamada diretamente pelo chefe. Não por Enzo. Não por algum soldado. Por ele.
As portas se abriram com um rangido. Dois capangas as mantinham abertas, silenciosos. No centro da sala ampla e escura, apenas uma poltrona de couro e um homem sentado, de costas para ela, olhando pela janela.
Dante Mancini
— Luna Brian — ele falou, sem sequer virar o rosto.
A voz era grave, rouca, como se já tivesse visto mais dor do que qualquer ser humano poderia suportar.
Ela não respondeu. Apenas esperou.
Dante se levantou. O seu corpo era grande, mas seus movimentos eram elegantes. Vestia um terno preto impecável. Os seus sapatos faziam menos barulho que os da própria Luna. Quando ele se virou, o mundo pareceu pausar por um instante.
Gelado. Preciso. Assustador.
Dante Mancini
— Enzo me disse que você matou o traidor sem hesitar — ele comentou, dando alguns passos ao redor dela.
Dante Mancini
— Isso é bom… ou assustador.
Luna Brian
— Depende do que o senhor considera perigoso
Dante parou à frente dela, seus olhos nos dela.
Dante Mancini
— O perigo não me assusta, Luna. Eu o crio.
Um leve sorriso curvou os lábios dela.
Luna Brian
— Então talvez sejamos mais parecidos do que o senhor imagina.
Ele riu. Uma risada breve, quase debochada.
Dante Mancini
— Todos aqui acham que você é só uma mulher bonita e mortal. Mas eu vejo algo a mais… Você tem fome. Tem sede de poder. E isso é o que mata ou transforma.
Ela não desviou os olhos.
Luna Brian
— Eu não vim aqui pra morrer.
Dante Mancini
— Não — ele murmurou, se aproximando mais.
Dante Mancini
— Você veio pra conquistar. E eu quero ver até onde vai conseguir.
Um novo silêncio surgiu. Mas dessa vez… pesado. Quente.
Luna sentiu o ar entre eles se tornar denso. A tensão não era apenas de poder. Era outra coisa. Algo proibido. Perigoso.
Mas antes que qualquer linha fosse cruzada, Dante deu um passo para trás e estendeu uma pasta.
Dante Mancini
— Missão. Interceptação de armas. Região portuária. Você lidera o grupo. Mostre que sabe comandar… ou não volte.
Luna pegou a pasta, sem hesitar.
Luna Brian
— E se eu voltar?
Dante Mancini
— Aí começaremos a conversar de verdade.
Ela saiu da sala com o coração acelerado. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu que estava jogando um jogo grande demais. E ela adorava isso.
Mais tarde naquela noite, Enzo a encontrou no arsenal.
Enzo Ricci
— Então você o conheceu — ele disse, entregando uma arma limpa.
Enzo Ricci
— E então… quero ver quanto tempo vai durar o seu brilho. Mulheres que se aproximam demais do sol costumam queimar.
Luna Brian
— Eu não queimo, Enzo.
Ela sorriu, carregou a arma e saiu, pronta para o que viesse.
Nome: Dante Mancini.
Idade: 41 anos
Papel: Chefe da máfia Tongs.
Personalidade: Frio, controlador, calculista, sedutor.
Características marcantes:Costuma usar terno escuro e nunca demonstra fraqueza.
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