Eu Te Amo de Verdade.
Cap 1. silêncio tem peso....
O som do despertador não tocou. Alvin tinha desligado ele a semanas.
Já acordava antes das 6 sem precisar de barulho . O corpo se acostumou . A alma , nem tanto.
Com os olhos ainda entreabertos , ficou deitado por mais alguns minutos encarando o teto branco do quarto. O ventilador fazia um barulho suave, quase como se murmurasse um segredo que só ele conseguia ouvir.
A coberta escorregou pelo ombro e revelou uma cicatriz fina, quase apagada , perto da clavícula .
Alvin puxou a camisa largada na beirada da cama e vestiu sem pensar. O banheiro estava silencioso como sempre. Alvin lavou o rosto e prendeu o cabelo com um elástico preto e se encarou no espelho.
Alvin
~Hoje é só mais um dia, né?~
Alvin
*Sorriso curto, irônico. *
A Escola não é longe, mas ꫀꪶꫀ preferia ir de moto. Não pela pressa pela Liberdade. Pela sensação de controle. Era a única hora do dia que ele sentiu o vento bater no rosto como se não existisse ninguém atrás dele quando estaciona uma moto, o olhar gelado dos colegas já o atravessava.
Alvin
*Fingi que não viu *
Os risos baixos, as mensagens escondidas no quadro, os empurrões no corredor.... Era tudo parte da rotina.
Autora: Kayan
Obs: ele sofria bullying.
Se sentava no fundo da sala, perto da janela. Nunca virado para frente, mas sempre com o corpo meio lateral, como se quisesse escapar dali a qualquer momento
Um corte ainda não cicatrizado a região no braço esquerdo. Ele puxou casaco de moletom, mesmo com calor de rachar.
Alvin
💭Ahh calor do djabo , nah💭
Alvin
~Essa bosta de escola nem pra ter ventilador . Só tem um ar-condicionado na sala , essa bosta~
???
~Tá se escondendo por quê, nerdzinho de merda?~ *passando por ele*
Alvin
💭ahh se a gente pudesse..... Sabe. Ahh mano eu te arrebentaria na porrada fiiii, mas como eu não quero ter que dar desgosto pra minha mãe vou ficar quieto. 💭
Alvin não respondeu. Nunca respondia. Se mexeu só o suficiente para não parecer afetado. Por dentro? Já tinha aprendido a trancar tudo. A professora entrou . A aula começou . Ele sabia todas as respostas. Mas ficou calado.
Ao lado da mochila, um caderno com desenhos em rabiscos perfeitos. Robôs vírgulas engrenagens constelações.
Alvin
💭essa prr tá doendo um pouco💭
Ele folheava entre as folhas durante a aula, disfarçando a dor nas costelas de ontem.
Ninguém sabia. Ninguém perguntava. E ele não deixava ninguém saber.
Porque se sua mãe soubesse.....
Alvin
💭Pelo menos vou sair mais cedo daqui💭
Se Luiza descobrisse que seu filho "genial", o hacker, o lutador, o prodígio, era espancado todos os dias na escola...
Eu largaria tudo. bateria em meio mundo . pegaria ele no colo e choraria junto. Mas ele não queria ver a dor dela
Ficou no terraço da escola, sozinho como sempre. Um grupo ria alto do outro lado.
Alvin
💭Mlk feio do krlh ...💭
A cicatriz no pulso coçava. Como sempre ele se lembrava .
Como sempre que ele queria esquecer. E no fundo, bem no fundo... Um pedaço dele gritava, desesperado por alguém que visse além do silêncio. Alguém que não perguntasse de cara. Alguém que sentisse. Alguém que olhasse para ele... e enxergasse.
Cap 2. A mudança.
O céu estava cinza naquele fim de tarde, como se o tempo soubesse que algo estava prestes a mudar. Alvin estava no quarto, sentado na escrivaninha, com os fones no ouvido e o tablet aceso. A tela mostrava um robô tridimensional sendo montado peça por peça com o toque leve de seus dedos ponto a concentração era quase total... quase .
Havia algo diferente no ar.
A porta do quarto se abriu devagar.
Luíza
Alvin.... —a voz de Luiza era suave, quase culpada.
Alvin
*pausa a música sem se virar*
Não era comum. quando ela suspirava antes de falar, era sinal de coisa séria
Luíza
Eu preciso te contar uma coisa....— ela começou, entrando no quarto com passos leves .— É sobre mim..... e a Núbia.
Alvin
*Arqueia uma sobrancelha. ainda sem se virar, apenas disse:
Alvin
Tão namorando. Já percebi faz tempo
Luíza
Esperto demais pra seu próprio bem, né, menino? — ela brincou, mas seu sorriso sumiu rápido.
Luíza
A gente tá... Pensando em dar o próximo passo.
Alvin
*Vira a cabeça, encarando a mãe com seus olhos Dourados e roxos, e intensos como o sorriso . *
Luíza
*Aperta as mãos, como se buscasse coragem entre os dedos*
Luíza
A gente vai se mudar pra casa dela. É um condomínio longe daqui. Um bairro novo. Grande, seguro, calma... — ela despejou tudo rápido, como se falasse antes que ele pudesse reagir. — já tá tudo pronto. A mudança é depois de amanhã.
A tensão no ar parecia esticar como um fio de aço prestes a arrebentar . Luíza sabia. Alvin odiava mudanças. Detestava perder o que era conhecido. Tinha dificuldade em lidar com lugares novos, rotinas diferentes, pessoas desconhecido.
Alvin
.... Você nem perguntou se eu queria.— ele falou baixo, com olhos fixos nela.
Luíza
Eu sei . Eu sei que devia ter falado antes. Mas... tive medo.— a voz dela vacilou .— medo de você se trancar. Medo de você se recusar.
Alvin
Eu me recuso.— respondeu seco, virando o rosto de novo pro tablet. Mas a tela agora desligada. Só o reflexo dele mesmo aparecia.
Alvin
Eu não gosto de gente. Não gosto de barulho. De perguntas. De "conhecer pessoas" . Eu gosto da minha vida aqui. Sozinho
Luíza
*Toca o ombro dele com cuidado.*
Luíza
Eu sei que você passou por coisa demais...— ela sussurrou.— Mas talvez.... esse lugar novo possa ser o começo de algo bom.
Alvin
*Não responde. Mas também... não disse não de novo*
Do outro lado da cidade...
Nathan Lírios estava na sala, jogando videogame deitado no sofá, só de short, um pacote de salgadinho aberto ao lado. Núbia, sua mãe, entrou rindo no celular.
Núbia
Tá certo, Luiza. Quando vocês chegarem, a gente organiza tudo por aqui.
Nathan
*Arqueia a sobrancelha, pausando o jogo*
Núbia
Minha namorada. — ela respondeu como se fosse óbvio.
Nathan
E o que vocês vão organizar?
Núbia
Ah... Isso. — Núbia riu de novo.— ela vai se mudar pra cá com o filho dela. Depois de amanhã.
Núbia
*Levanta a mão como se fosse acalmar um touro para*
Núbia
Calma, Nathan. É só uma mudança. A casa é grande, tem quarto pra todo mundo, e vai ter mais gente por aqui. Ele é quieto, na dele, nem vai te incomodar.
Nathan
*Franzi o cenho, sentindo algo estranho no peito.* — Um incômodo.... talvez ciúmes antecipados de dividir o espaço. Talvez só curiosidade.
Nathan
E como é o nome desse mlk?
Núbia
Alvin. Alvin Yakuza.
Nathan
Encara a mãe com a cara de "isso é nome de gente ou de anime?".
Mas no fundo, alguma coisa dentro dele... Se acendeu.
Encara a mãe com a cara de "isso é nome de gente ou de anime?".
Mas no fundo, alguma coisa dentro dele... Se acendeu.
Cap 3. Dia da mudança : primeiros encontros e marcas do passado.
O sol mal tinha acordado e já mostrava que o dia "seria quente" e cheio de reviravoltas .
Alvin estava no seu quarto, arrumando as últimas coisas com uma calma forçada. A mochila já pesada, o coração, não.
O corpo ainda escondia marcas que ele jamais mostraria sem maquiagem.
Luíza
*andando de um lado pro outro*
Luíza
Vai dar tudo certo, viu?— tentado soar confiante.
Alvin
É...— responde, com o olhar fixo na janela.
Ele não gostava de despedidas nem de novidades, mas não tinha escolha.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Nathan olhava no relógio. A mãe já tinha avisado que os "novos moradores" chegariam naquele fim de tarde.
Luiza saiu primeiro, com um sorriso largo. Alvin estava atrás, discreto, com capuz da jaqueta cobrindo o cabelo loiro e os olhos dourados que observavam tudo ao redor.
Nathan
*Se aproxima, olhando de cima a baixo.*
Nathan
Tá vindo com medo ou quê? *cutuca*
Alvin
Só tô vindo msm. Você que tá parecendo o dono do pedaço.
Nathan
Vai ter que me aguentar, então.
Luíza
*Rir balançando a cabeça.*
Luíza
Bora entrar, que tem muita coisa pra ajeitar.
Enquanto todos caminhavam para dentro da casa, Lois e Lanna apareceram para ajudar e zoar um pouco.
Lois
Quem é o "teu meio irmão" ?
Nathan
Que meio irmão oque .
Alvin
*Analisando cada canto da casa.*
Nathan ainda estava se acostumando com a ideia de dividir a casa com um desconhecido.
Nathan
💭Preciso ver qual vai ser o quarto do mlk💭
Nathan
*Andando pela casa com passos firmes.*
Nathan
*Abri a porta do quarto, devagar.*
Nathan
*Percebi uma luz sob a porta do banheiro.*
Nathan
*Curioso , bate levemente*
Nathan
*Sem querer, abri um pouco mais a porta do banheiro, só pra espiar.*
Nathan viu o que jamais imaginaria.
No corpo magro, pálido e molhado de Alvin, marcas profundas e espalhadas como cicatrizes de guerra.
Cortes arranhões, feridas antigas que falavam de uma dor silenciosa.
Nathan
*Pisca, com o coração apertado.*
Nathan
*Fica parado vendo.*
Alvin
*Se sente observado*
Alvin
💭 tem alguma coisa me observando.💭
Ele queria ajudar. Proteger. Mas não sabia como.
Depois daquela tarde. Nathan não conseguia tirar da cabeça a imagem de Alvin. As marcas.... as cicatrizes que ele jamais imaginou que alguém pudesse esconder assim.
Nathan
*Encara o vazio. Tentando entender aquilo.*
Nathan
Oque será que aconteceu com ele?— *murmura baixo* quase sem acreditar.
Núbia apareceu, ajeitando a roupa, pronta pra sair. Nathan engoliu a curiosidade por alguns segundos, mas não aguentou.
Nathan
Mãe... essa marcas que o Alvin tem.... você sabe de onde vem?
Núbia
Não sei aonde certo, filho. Nunca me falou nada. Luiza tmb não comentou.
Nathan
Mas a senhora não acha estranho? O garoto não parece ser do tipo que esconde coisas pra se machucar assim....
Núbia
Eu sei. Eu queria saber tmb, Nathan. Mas talvez ele esteja passando por algo que ninguém sabe. A gente tem que respeitar o tempo dele .
Nathan
Só queria poder fazer alguma coisa.. proteger ele, sabe?
Núbia
Vai conseguir, meu filho. Só precisa ter paciência e deixar ele confiar na gente.
Autora: Kayan
Aviso ⚠️: o Alvin sofria bullying por ser habilidoso, inteligente demais , o prodígio . Ele começou a sofrer bullying aos 9 anos de idade . Era espancado todo santo dia na escola. Nunca contou pra ninguém , sempre escondeu. Ele tem 17 anos. ficou 8 anos apanhando. Ele tinha/tem força pra revidar, mas não queria dar problemas para sua mãe. Então sofreu tudo calado sem derramar uma lágrima sequer na frente de ninguém.
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