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FORÇADO A CASAR COM MEU CUNHADO MAFIOSO

Um Casamento Inesperado

(Som de passos apressados no mármore da igreja. Risos abafados. Campanários distantes ecoam 9 badaladas.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Tragando lentamente o cigarro, encostado na lateral da igreja) Ela vai fugir, eu sei. Essa cara de martírio não mente.
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Sorri sozinho, observando os pombos se afastarem com o som alto de um sino) Corajosa, até que enfim!
(O som de passos atrás dele. Rápidos. Precisos. Um farfalhar de pano. O cheiro de couro e colônia masculina.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Se veio me convencer a entrar, não perca seu tempo. Não é meu casamento.
(Um estalo seco. Um pano úmido. O mundo vira silêncio.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Sussurrando) O quê...?
(Tudo escurece. Um pano carmim cobre seus olhos. Mãos fortes o giram, o imobilizam. O cigarro cai no chão ainda aceso.)
Desconhecido
Desconhecido
Lamento, monsieur de Belleroy... A noiva fugiu.
Desconhecido
Desconhecido
Mas a festa vai continuar. Com outro protagonista.
(Cordas apertam seus pulsos. Ele tenta falar, mas algo quente o cala - o cheiro de jasmim e couro enche suas narinas. Alguém segura seu queixo.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Voz abafada, entre o medo e o riso) Filha da Puta! Ela fez isso por mim?
Desconhecido
Desconhecido
Não. Ela fez isso... por mim.
(Silêncio. Só o farfalhar do tecido de linho caro e o som dos passos apressados no cascalho da lateral da igreja.)
"O mundo era escuro atrás da venda carmim. Cada passo forçado fazia o terno de linho de Valentin se mover com fricção incômoda. Seus pulsos ardiam, presos atrás das costas. O perfume da flor presa na lapela já tinha sido esmagado no empurra-empurra silencioso da fuga."
(Um som seco de porta de carro abrindo. O ar noturno cortando o silêncio com frieza.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Tentando manter o equilíbrio) Vocês sabem quem eu sou, não sabem? Isso vai ter consequências...
(Um empurrão leve no ombro. Seus pés tropeçam no degrau do carro. Ele cai de joelhos com um baque surdo.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
"Merde"!
(Braços fortes o seguram antes que seu rosto encontre o chão. mãos grandes, quentes. A respiração do outro perto demais da sua orelha.)
Desconhecido
Desconhecido
(Sorrindo com malícia contida.) Cuidado, tesoro...
(Dedos deslizam devagar pela sua bochecha, pelo maxilar, até encostar de leve nos lábios).
Desconhecido
Desconhecido
Não quero que a minha nova noiva se machuque antes da lua de mel.
(Os dedos se afastam como se nunca tivessem estado ali. A respiração ainda pesa no ar.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Com o coração acelerado, tentando manter o sarcasmo) Uma noiva que fuma, xinga... E tem pau. Que sorte a sua!
(A porta do carro se fecha com força. A risada grave ecoa dentro do carro escuro, abafada e perigosa.)
Desconhecido
Desconhecido
Exatamente do jeito que eu gosto!

O Degenerado da Família

(O carro avança pelas ruas escuras de Paris. A noite parece mais silenciosa do que o normal. Dentro do veículo, o couro dos bancos range suavemente com o movimento.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Se remexendo no assento, os pulsos ainda atados, a venda pressionando seus olhos) Vocês têm noção de que isso é um sequestro, certo?
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Bufa sarcasticamente) Aliás... Eu gosto dessas coisas. Mas só na cama.
(Uma risada explode do banco do lado. Grave, baixa, desarmada e surpreendentemente divertida.)
Desconhecido
Desconhecido
Tão atrevido assim com os olhos vendados?
Desconhecido
Desconhecido
(Faz uma pausa dramática) Vou lembrar disso.
(Valentin revira os olhos por trás da venda. Não responde. Morde o interior da bochecha, como se aquilo pudesse conter o caos crescente em sua mente.)
"Ele sabia que lutar era inútil. A venda, as cordas, o silêncio tenso dos outros no carro. Aquilo tudo era orquestrado demais para ser improviso. Foi aí que caiu a ficha. A irmã tinha fugido... O casamento tinha que continuar... E o noivo...
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Pensando) ... Sou eu.
(Seu maxilar trava. O cheiro caro da colônia do homem ao seu lado é quase uma provocação.)
"Valentin não sabia quem era o homem com quem Eleonore se casaria. Nunca quis saber. O pai fazia questão de mantê-lo à margem de tudo que importava. Um estorvo. Um erro. Uma vergonha. A ovelha negra de uma linhagem falida que ainda tentava posar de nobreza."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Pensando) "Degenerado", ele dizia. "Você só serve para envergonhar essa família".
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Família de merda, você quer dizer!
(O carro faz uma curva. Valentin sente o corpo tombar levemente e aproveita o balanço para endireitar os ombros.)
"Agora estava claro. O pai aceitou vender a filha querida em troca de manter o nome - ou a cabeça. E como ela fugiu, sobrava ele. O bode expiatório. O substituto. A noiva de emergência."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(rosnando, entre dentes) Nem fodendo!
(O carro desacelera. A textura do solo muda - não mais as ruas de Paris, mas uma pista de asfalto liso e frio, ressoando sob os pneus. Valentin sente.)
(O silêncio que se instala é denso. Nenhum som de buzina. Nenhuma sirene. Nenhum eco de cidade viva. Só o uivo do vento cortando o nada. E então, o rugido distante de uma turbina.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(com a respiração acelerando) O que é isso? Onde... Onde a gente tá?
(Ninguém responde.a porta se abre. Mãos o puxando para fora do carro sem cerimônia. Seus pés tocam o chão. Ele escorrega ligeiramente, o ar frio o envolvendo.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Espera... Isso é um aeroporto?
(Ele é puxado com força. O som da turbina se intensifica. Pequeno demais para ser um aeroporto internacional. Privado. Rápido. Cirúrgico.)
"Uma onda de pânico sobe pela garganta. Ele não está mais em Paris. não vão simplesmente levá-lo para uma casa no interior. Vão levá-lo para fora."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Tentando resistir, tropeçando, sendo arrastado) Não. Não. Nem fodendo.
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
VOCÊS TÃO ME TIRANDO DA FRANÇA?
(A venda aperta seus olhos. Ele chuta o chão, tenta empacar como um cavalo assustado. Mas o empurram pelas costas.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
EU TENHO DIREITOS! EU SOU...
(Silêncio. Apenas o barulho do motor sendo ligado. O cheiro do combustível invade tudo.)
"Ele tenta puxar alguma lembrança. Uma conversa atravessada. Uma frase ouvido do pai no corredor, ou da irmã no telefone. Ele é poderoso, demais até. Tem contatos em Bruxelas, Viena, Milão... Dizem que tem sangue nas mãos... O nome dele não aparece em lugar nenhum, mas todo mundo sabe. É italiano."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Sussurrando) Ele... vai me levar.
(O degrau do jatinho. As turbinas agora rugem perto demais. A cabine que parece luxuosa. Tudo cheira a dinheiro sujo e poder absoluto.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Resignado, mas ainda mordendo o sarcasmo) Devia ter fumado outro cigarro. Esse casamento vai ser mais longo do que pensei.

A Noiva Chegou

"Os pneus do carro derramaram levemente sobre o cascalho polido da entrada. Pelas frestas da venda carmim, Valentin apenas percebia vultos de luzes amareladas e o cheiro inconfundível de madeira antiga misturada a lavanda e ferrugem. O ar era diferente, pesado. E quente."
(Mãos firmes o puxando. Cambaleia, sem conseguir ver o chão de mármore sob seus pés. Um leve tropeço, um puxão nos braços, e novamente aquele toque: quente, firme, quase possessivo.)
Desconhecido
Desconhecido
Toma cuidado, bella. Não quero que minha noiva se machuque antes da lua de mel.
(A voz voltou... Baixa e maliciosa, com um riso que arrepiou sua espinha.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Faz uma careta que ninguém vê) Se é lua de mel que você quer, tem métodos menos cafonas que sequestro. Mas entendo, deve ser difícil dizer não pra esse nível de carência.
(A única resposta foi o som da porta de Villa se abrindo - grossa, antiga, suntuosa. A madeira gemeu como se também estivesse sendo arrastada contra a vontade.)
"Ele foi conduzido por corredores onde o eco dos próprios passos parecia zombar da situação. Escadas de mármore, tapetes persas, abajures com cúpulas de seda vermelha... Era um bordel cinco estrelas, ou uma mansão?"
Subitamente, pararam. Uma mão empurrou as portas pesadas. O cheiro de lavanda se intensificou. O quarto."
"Foi jogado com menos força que esperava, mas com total intenção. Seu corpo caiu sobre algo macio - a beirada da cama. Ao fundo, a porta se fechou atrás deles."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Arfa, tentando se soltar. A voz saindo séria) Se me soltar agora, eu posso resolver isso. Posso achar a minha irmã e acabar com essa farsa. Não precisa de mim. Eu não sou... não sou ela.
"Silêncio... Depois, passos. Dois. Então, o calor. o homem aproximou-se como uma tempestade de verão: abafado, lento, inevitável. O perfume amadeirado dele era quase narcótico. Um dedo apenas roçou a linha de sua mandíbula, depois os lábios."
Desconhecido
Desconhecido
(Murmurando) Então ache-me, bella...
"E então o beijo. Inesperado. Voraz. Um choque. A boca do desconhecido invadiu a sua como se tivesse direito, como se já fosse dele. Era um beijo que queimava, arranhava por dentro, deixava gosto de vinho tinto e perigo. Valentin tentou resistir - ou fingiu que tentou - mas o corpo não entendeu o comando. Quando o beijo cessou, ele mal conseguia falar."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
A... A verdadeira noiva...
Desconhecido
Desconhecido
(A voz saindo grave, satisfeita) Já está em seus aposentos.
(Com um puxão firme, o nó da corda em seus pulsos afrouxou. Num gesto repentino, foi empurrado para trás. Seu corpo caiu sobre o colchão macio. Passos se afastando. Uma chave girando na porta. Trancado.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Murmura entre os dentes, enquanto se debate contra as cordas restantes) Filho da puta...
"Com esforço, conseguiu arrancar a venda. A luz quente do quarto o cegou por um instante. Cortinas pesadas, móveis barrocos, lençóis egípcios, lareira acesa. Luxo. Prisão. uma cela de ouro. Sozinho. Ele respirou fundo, olhou ao redor e finalmente deixou escapar:"
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Nem fodendo...
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
FILHA DA PUTA! COVARDE! MAFIOSO DE MERDA!
"Sem resposta"
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Eu juro por Deus, quando sair daqui, vou arrancar o seu pau e vender num leilão de arte contemporânea!
"Silêncio absoluto. Nem ecos o confortavam mais. Ele mordeu a própria língua, tentando conter a raiva que queimava por dentro. Caminhou em círculos como um leão em cativeiro até notar a mesa lateral, ricamente posta. Frutas frescas, queijos importados, pães ainda quentes e, o que brilhou como uma benção caída do céu, uma garrafa de vinho tinto."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(Murmura, pegando a garrafa de vinho) Bom gosto ele tem. Ainda bem que sequestrador não é sinônimo de rudeza.
"Como quem aceita o destino, destampa a garrafa de vinho com facilidade e leva a boca no gargalo. Um gole longo. Fecha os olhos. Um Chianti. Caro. Intenso. Aveludado."
(Sentou no braço da poltrona de veludo.)
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Pelo menos ele vai me manter bêbado antes de me matar.
"Ele então passou a explorar o quarto. Era amplo, decorado com afrescos suaves no teto e cortinas de veludo azul-escuro. Uma cama gigante ocupava o centro, ladeada por mesinhas esculpidas a mão. Havia armários embutidos... E três portas."
"A primeira, trancada."
"A segunda, dava para o banheiro, e ele teve que admitir: era o tipo de banheiro que faria qualquer um pensar duas vezes antes de fugir. Uma banheira oval de mármore ocupava o centro, rodeada por espelhos e pequenos detalhes em dourado."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Se isso é o inferno, o diabo tem bom gosto.
(Voltou ao quarto e tentou a terceira porta.)
"A porta da sacada também estava trancada. Frustrado, olhou em volta, agarrou um pequeno castiçal de metal e arremessou com força contra o vidro da sacada. O estrondo ressoou pela parede, mas a vidraça nem trincou."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
Vidro blindado. Que romântico!
"Juntou-se a sim mesmo na cama, caindo de costas, braços abertos, olhos fixos no teto ornamentado. O silêncio pesava mais do que as amarras de antes."
Valentin de Belleroy
Valentin de Belleroy
(respirando fundo) Realmente... Tô fudido!

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