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Entre Os Mundos

A Morte dos Reis

    O reino de Raun, era conhecido como a casa de Odin, era o mais rico, temido, fardo e poderoso, ele comandava todos que viviam ali, tinha alianças com dois reinos pequenos e próximos. Em seu grandioso lar, vivia com sua segunda esposa Olga que estava grávida, Sigrid sua primeira e única filha com sua falecida e primeira esposa Nanna. Junto a sua segunda esposa teve seus filhos mais novos, os gêmeos Erich e Alfarr de onze anos e Radulf de oito anos.

    Seu comandante e braço direito Ronald entrou em sua grande sala do trono tirando sua alegria, ao ver a expressão era séria do amigo, o rei Raun  perguntou:

- O que foi?

- O rei Valdr foi assassinado na divisa desse reino\, a culpa está sendo colocada em você\, o príncipe\, que agora\, rei Regin está vindo em direção com um grande grupo de guerreiros para invadir suas terras.

- Quantas informações... O que o Rei Valdr fazia nas intermediações de minhas terras?

- Ele estava vindo para uma visita\, um convite do aniversário de Tyra a única filha mulher.

- Reúna seus melhores homens\, vamos ao encontro de Regin\, não quero que cheguem até aqui.

- Vai partir agora? – perguntou Olga o encarando.

- Não se preocupe\, eu vou mandar guerreiros para proteger nossa família.

- Eu não estou preocupada com isso\, pode ser uma armadilha\, sempre disse que Regin não era confiável.

- Ele é um jovem ganancioso\, agora com grande poder pode fazer idiotices\, mas nada do que eu não possa cuidar.

           Ronald foi ao encontro dos guerreiros reunidos pelo duque Wigmar, um dos melhores amigos do rei Raun, o comandante enquanto esperava a chegada do rei, andou olhando para todos os guerreiros, chamou-lhe atenção, um arqueiro que não reconheceu, ele tinha dois machados na cintura, escudo preso ao cavalo e o arco-flechas nas costas, uma mistura de guerreiro com arqueiro, mas baixo e magro, curioso elogiou:

- Belos machados arqueiro.

            O arqueiro assentiu e Ronald perguntou:

- Qual é o seu nome?

            O guerreiro colocou a mãos nos lábios e depois levou a mão para frente, indicava que era mudo, tinha sua

língua arrancada em batalha, Ronald se impressionou, tentaria falar mais, mas Raun chegou montado em seu cavalo, pronto para batalha, Ronald pegou seu cavalo e andou ao lado do rei guiando os guerreiros.

            Ao saírem do reino, cavalgaram por quase um dia, junto ao anoitecer encontraram com exército muito maior do Rei Regin. Raun cavalgou ao lado de Ronald de encontro com Regin que também se aproximou, Raun com seu sorriso irônico deu a chance para Regin:

- Regin! Teu pai pode ter morrido a caminho do meu reino\, como todos sabem – disse um pouco mais alto – Eu era amigo do seu pai e não o mataria! Então chega de brincar de guerrinha e volte para as acomodações do seu lar.

- Raun eu cresci escutando sua história\, sei do que é capaz de fazer por poder\, estou aqui para assegurar sua morte e proteger meu povo de sua tirania – debateu Regin.

- A escolha é sua – disse Raun dando de ombros.

            Enquanto o rei conversava, o comandante Ronald fazia sinal aos seus arqueiros, para cercarem o oponente, mansamente com seus cavalos começaram a cavalgar devagar, a lua iluminou um brilho que chamou atenção do arqueiro mudo, o brilho vinha de cima de uma árvore, entendendo o que isso significava, encostou em Gustaf e apontou para as árvores, o arqueiro anunciou:

- Protejam o rei! Arqueiros nas árvores!

            Raun gargalhou levantando seu escudo, enquanto Regin recuava para trás, os guerreiros mais próximos

levantaram seus escudos protegendo o rei Raun, alguns guerreiros foram acertados, o mudo ao invés de se proteger com o escudo, adentrou na mata, aproveitando a iluminação da lua cheia, acertou três arqueiros com suas

flechas, dos outros arqueiros que não conseguiu acertar, ele precisou fugir, cavalgou apressado, tirou seus machados da cintura, os bateu contra os grossos troncos das árvores, os dois arqueiros que estavam sobre os galhos desequilibraram e caíram de costas, o mudo aproveitou a oportunidade, voltou para dentro da mata, passou com o cavalo sobre os arqueiros, tirou duas facas presas aos seus pulsos e as jogou, uma atravessou o olho do arqueiro e o matou, a outra cravou em sua cabeça, com outro pisar da pata do cavalo, a faca aprofundou e o matou.

            O mudo saiu em disparada da mata, escapando das flechas dos outros arqueiros inimigos, Ronald espiou ao perceber que as flechas não estavam mais indo em direção ao rei e ordenou:

- Arqueiros acertem eles!

            Três arqueiros acertaram os cinco arqueiros que estavam tentando acerta o mudo, Raun impaciente gritou:

- Atacar!

            Os guerreiros foram de encontro aos seus oponentes, batalharam bravamente, a maioria perdeu seu cavalo, de longe continuava o mudo com suas flechas, ele mirava nos inimigos que tentavam se aproximarem do rei Raun, quando suas flechas acabaram, o amanhecer se aproximava, ele tirou seus machados novamente da cintura, arrancou algumas mãos dos guerreiros que tentavam o alcançar com suas espadas, ele se envolveu no

meio da batalha, encarou o momento em que o Rei Raun perdeu o seu cavalo e lutava contra o Rei Regin, desarmado, caiu na grama, Regin estava prestes a cravar a grande espada do seu avô em Raun.

            O mudo descendo do cavalo, com sua mão esquerda levantou seu machado, arrancou a mão de Regin antes que cravasse a espada no coração do seu rei Raun, com os pés firmes no chão, segurou com a outra mão seu machado e decapitou a cabeça do rei Regin que rolou pelo gramado.

O Mudo

O sol iluminava tudo, o mudo girou seu machado, deixando o cabo para baixo, oferecendo ajuda ao rei para levantar, Raun notou que a mão do arqueiro era fina, pequena, parecia ser delicada por baixo da luva, aceitou a ajuda para se levantar e gritou anunciando:

- O rei Regin está morto!

Seus inimigos deram alguns passos para trás, com o comandante Ronald fazendo seus homens irem para frente deles, tiveram que fugir depressa, quando estavam distantes o suficiente, Ronald voltou com os guerreiros que seguiam, vendo o rei encarar o baixo arqueiro mudo, seu olhar era de surpresa, com as duas mãos tirou o elmo do arqueiro, revelando sua identidade.

Era uma jovem, quase adulta, da pele rosa, olhos dourados, seu cabelo ruivo estava preso a um rabo de cabelo pequeno, um pouco receosa ela disse:

- Oi pai...

- Protejam a princesa! – gritou Raun ainda desacreditado em ver a sua filha mais velha.

- O rei deve ficar com o cavalo – disse Sigrid se negando a subir em seu fiel cavalo.

- Fique com o meu senhor – disse Gustaf que era o único guerreiro que ainda tinha um cavalo vivo.

Raun com o olhar ordenou que Sigrid subisse em seu cavalo, ela o obedeceu, subiu, Gustaf segurou as rédeas do cavalo da princesa, fazendo a sua guarda, Ronald foi para perto do rei, o encarou com certa preocupação ao reconhecer a princesa.

Enquanto retornavam para o reino, uma tempestade os acompanhou até perto do anoitecer, assim que a chuva cessou, Raun mandou:

- Vamos acampar homens!

Raun sabia que eles estavam cansados de caminhar, ele desceu do cavalo e chamou autoritário:

- Sigrid, vem aqui!

Sigrid desceu do seu cavalo o deixando com Gustaf, seu pai a levou para perto de Ronald e pediu:

- Me expliquei como veio parar aqui!?

- Eu escutei sua conversa com o comandante, eu tomei uma decisão rápida, porque estar aqui parecia mais interessante do que estar com no festival de primavera.

- Você deixou sua mãe preocupada! – esbravejou Raun. Olga criou Sigrid quando bebê, por isso sempre foi referida como sua mãe.

- Eu deixei uma carta... – ela disse sentindo suas bochechas ficarem ardendo, odiava levar broncas do seu pai.

**Um dia antes**

Um dos guardas da rainha avisou:

- Senhora os guerreiros já passaram dos portões.

- Certo, eu vou cuidar do festival de amanhã – ela disse levantando do trono, sentia-se pesada por causa da barriga.

Andando em direção as trabalhadoras que estava no jardim, encontrou com a serva Aila e perguntou:

- Você viu Sigrid?

- Não há vejo faz tempo, senhora...

- Talvez ela esteja no quarto, me acompanhe.

Ao passar das cortinas laranjas da porta de Sigrid, encontrou uma carta sobre a cama, preocupada comentou:

- É a letra de Sigrid.

Com atenção leu

*Oi mamãe,

Espero que não fique muito zangada, sei que o festival de primavera é um rito importante ao nosso povo, mas hoje soubemos que o nosso reino foi ameaçado, me sinto mais útil em batalha ao lado do meu pai, do que comemorando o nascer das flores, dos frutos, a fertilidade e ao amor.

Me desculpe

Eu te amo, até logo.

Sgd*.

Aila preocupada com a rainha perguntou:

- Está tudo bem?

- Eu espero que sim, preciso ir até o vidente, me acompanha?

- Claro senhora.

Olga sabia que Regin não era nenhuma ameaçada para seu marido, muito menos para seu povo, mas não sabia se aquela batalha poderia ser perigosa para sua filha, ao chegar até o vidente, o velho a recebeu, os dois ficaram a sós, sentados nas pedras, o vidente que era cego, tinha o tino que podia ver além do que as coisas pareciam ser e falou antes mesmo da rainha dizer algo:

- Minha rainha, veio saber da filha de Nanna – todas as vezes que se referiam a filha da Nanna, se sentia ferida e até mesmo ofendida.

- Isso mesmo vidente.

- A princesa ficará bem, esconderá sua identidade por um longo tempo, lutará e mostrará ao seu pai seu valor, a força e a coragem foram necessárias para despertar nesse momento, parece que o futuro dela será um tanto quanto turbulento.

- Ela vai voltar viva.

- Mais do que viva rainha, ela vai voltar diferente, parece que se encontrou.

- E Raun?

- Já me perguntou sobre o rei muitas vezes senhora, parece que duvida do que os deuses planejam para ele.

- Uma vez me disse que o futuro pode mudar, penso sobre isso desde então...

- O futuro muda com frequência, mas não em tantas coisas, Raun ainda será rei por muito tempo.

- Obrigada vidente – ela agradeceu colocando uma rosa branca sobre a mesa.

**Na floresta**

Raun encarou a filha e perguntou a vendo tremer de frio:

- Sério que só pensou em escrever uma carta?

- Sim e eu tenho certeza que ela vai ler, vai ficar com raiva, igual você, mas...

- Esqueça! Sente perto da fogueira para se aquecer – ele ordenou olhando para Gustaf que tinha acabado de acender.

Ela assentiu, foi até lá, estava prestes a sentar no chão, mas Gustaf a impediu:

- Espere princesa.

- O que foi?

- Eu vi um tronco bom para sentar – ele respondeu indo em direção ao tronco.

O tronco era forte, caiu da árvore pelo seu peso, o rolando Gustaf o ajeitou para perto da fogueira, ela sentou, ficou sozinha por alguns rápidos instantes, ele logo voltou segurando um cobertor e comentou:

- Imagino que queira se secar, princesa.

- É bem gentil de sua parte, obrigada.

- A princesa foi bem corajosa.

- Eu precisava disso, por que não senta um pouco?

- Com licença – ele pediu sentando um pouco distante.

- Obrigada por ter atirado nos arqueiros quando eles miravam na minha direção – agradeceu Sigrid puxando assunto.

- É o meu dever como guerreiro, não precisa agradecer.

- É um bom guerreiro, fez isso por um mudo que não conhece e não existe – ela disse humorada.

Eles se calaram ao ouvirem os outros guerreiros se aproximando, eles traziam algumas frutas e peixes, eles brincavam uns com os outros, mas ficaram tensos ao olhar para a princesa, se contiveram e somente um teve a coragem de oferecer:

- O que a vossa graça vai querer para comer?

- Eu quero peixe – ela respondeu odiando aquele tratamento, era o jeito que todos sempre a tratavam, era diferente do rei, era como se fosse feita de vidro, algo delicado e intocável.

- Vamos preparar o melhor para a princesa.

- Vocês só vão o esquentar no fogo, não tente me impressionar – ela disse rindo o que relaxou o guerreiro um pouco.

Depois que serviram o rei e o comandante que estavam um pouco distantes da fogueira, se acomodaram ao redor da fogueira, comeram seus peixes, frutas e beberam água conversando baixo, eram tantos sussurros que deixava Sigrid incomodada, ela puxou o ar e cantou, era a canção que foi feita para sua mãe, a chamavam de Faísca, antes de se tornar rainha foi uma das melhores guerreira que seu povo teve e morreu em batalhando, deixando assim, ao morrer, seu esposo como o rei mais poderoso e uma filha.

Raun ao ouvir a canção, seu coração disparou, sua filha que fugia de todas as cerimonias, que chegava atrasada todas as vezes na hora de cantar, lá estava ela trazendo o espirito de luta aos seus guerreiros, Ronald se aproximou do seu melhor amigo, encarou a princesa e comentou:

- A voz dela é como uma fada.

- Sim... – disse Raun se aproximando devagar.

Quando a canção terminou, sorrisos foram tirados, estavam encorajados, todos conheciam a história de sua mãe e estavam vivendo uma vitória, poucos deles tinham morrido ou sido feridos. Seu pai tocou em seu ombro, ela olhou para cima e o ouviu ordenar:

- Meus filhos – era o jeito que sempre se direcionava aos seus guerreiros – Vencemos uma longa jornada, estamos fartos, graças a essas terras cuidadas por fadas e as águas cuidadas pelas ninfas, agora vitoriosos podemos descansar, precisamos de somente quatro voluntários para vigia, para o leste, oeste, norte e sul.

Gustaf foi o primeiro a se levantar, em seguida mais dois e o comandante interrompeu:

- O primeiro turno, eu sempre fico também.

- Certo – disse o rei batendo levemente em seu braço, tocou no ombro da filha chamando novamente sua atenção, claro que ela teria que dormir bem perto dele.

Eles foram para perto de uma árvore grandiosa, separados pelas raízes deitaram um olhando para o outro, Raun já estava com sono e cansado, mas precisava dizer:

- Eu vejo muito de sua mãe em você.

- Eu queria saber mais dela do que as pessoas contam, o senhor viveu com ela, por favor, me conte – ela pediu com olhos brilhando e cansados.

- Eu conheci sua mãe quando tinha sete anos, ela me acertou com uma pedra, doeu tanto que me apaixonei – ele contou com um sorriso nostálgico, Sigrid estava cansada demais, adormeceu na primeira frase, ele reparou e a deixou descansar, virou-se de barriga para cima, admirou a quantidade de estrelas até conseguir dormir.

Punição

Ronald que estava mais próximo deles, reparou que no topo de uma árvore estava seu filho, ele estava realmente vigiando, mas não era ao redor, era o jeito em que a princesa dormia, parecia hipnotizado, seu pai entendeu bem o que estava acontecendo.

A princesa acordou com o nascer do sol, se sentiu aquecida o suficiente, dobrou o cobertor, ficou sentada um tempo desembaraçando seus cabelos com os dedos, seu pai se espreguiçou assim que percebeu que ela acordou e perguntou:

- Já de pé passarinho?

- Acho que está na hora de voltarmos...

- Deixe que eu cuide disso, vai comer alguma coisa.

Sigrid levantou, foi em direção ao cesto que estava quase praticamente vazio, faltava somente uma, pegou a maçã ao mesmo tempo que Gustaf, ele soltou de imediato ao ver a mão delicada, ela sorriu e devolveu o cobertor:

- Obrigada, isso me ajudou a dormir.

- Não precisa agradecer.

Ela tirou da bota uma faca, cortou a maçã ao meio e entregou a metade para ele dizendo:

- Não pense em recusar.

- Está bem – ele se deu por vencido.

Os dois comeram se olhando, Raun apareceu perto do comandante que observava seu filho de longe e comentou:

- Eles parecem estar se dando bem.

- Isso me preocupa.

- Por quê?

- Gustaf parece um pouco atencioso demais.

- Entendo sua preocupação, mas essa atenção é boa, quero todos com olhar perto de Sigrid, se algo acontecer com ela nunca vou me perdoar.

- Logo estaremos em casa, em segurança, senhor.

- Eu sei, agora coloque os homens em posição para retornamos.

Ronald reuniu a todos, mas não encontrou seu filho nem a princesa, seu coração quase parou, até ouvir o riso alegre da princesa, eles estavam na parte de baixo da floresta, conversando, o comandante assoviou, Gustaf reconheceu o chamado do seu pai e avisou:

- Está na hora irmos princesa.

Eles foram até o cavalo da princesa que tinha as rédeas seguradas pelo comandante, ela subiu no cavalo, reparou que Ronald reprovou o filho com o olhar, Gustaf constrangido pegou as rédeas e guiou o cavalo.

Em poucas horas chegaram aos portões do reino, a notícia e comemoração da volta do rei, logo se espalhou, mas o que todos estavam mais surpresos, eram com a princesa ao lado, vestida de armadura, de cabelos cortados na altura dos ombros, Raun deixou os guerreiros com o comandante, seguiu até o seu castelo com a filha, Olga os esperava do lado de fora, parecia irritada, estava de braços cruzados, o rei encarou a filha, Sigrid respirou fundo, desceu, foi até a sua mãe, precisou a encarar nos olhos, Olga estava surpresa, olhava para o cabelo da filha, que antes era até a cintura, realmente ela tinha mudado, irônica ela disse:

- Perdeu um belo festival Sigrid.

- Me desculpe mãe.

- Espero que tenha valido a pena sua fuga.

- Ela foi muito bem – disse Raun as seguindo.

- Vá descansar Sigrid, me deixe a sós com seu pai – pediu Olga ainda séria os encarando.

Aila já esperava Sigrid perto do corredor, ela encarou a serva e comentou:

- É bom te ver Aila.

- Eu pedi para arrumarem seu banho enquanto vinha te buscar.

- Agradecida – disse a seguindo.

Nos fundos do castelo, havia uma piscina natural redonda, no fundo tinha areia cristalina, ao redor pedras.

Sigrid entrou na água, Aila a ajudou escovando suas costas a ouvindo perguntar:

- Como minha mãe ficou quando soube que eu tinha fugido?

- A rainha ficou desapontada e depois preocupada, até mesmo foi ao vidente.

- Sabe o que o vidente disse? – perguntou Sigrid curiosa.

- Sua mãe não me contou, mas se tem tanta curiosidade por que não visita o vidente?

- Eu não gosto daquele lugar, parece sombrio...

- Precisa ter mais fé princesa.

- Eu tenho fé, nos cantos, nas fadas, ninfas... São adoráveis, mas o vidente, ele me causa arrepio.

- Me parece com medo do futuro.

- Eu fui uma vez ao vidente, foi pior do que aprender a costurar.

- Mais importante que o vidente é agora agradar sua mãe, no festival muitos jovens trouxeram presentes, eles queriam agradar a princesa fugitiva...

- Eu sei que a minha mãe se casou na minha idade, mas eu tenho tanto o que viver Aila... Talvez meu pai agora me deixe mais perto dos assuntos reais, não quero ter que pensar em casamentos.

- Além de ter medo do futuro, tem medo de se casar?

- Nenhum casamento pode me assustar, só não acho tão importante quanto cuidar do nosso povo.

- Essa é obrigação dos seus pais – disse Aila mostrando três vestidos, um azul escuro, vermelho e outro acinzentado.

- Azul escuro – escolheu Sigrid sem debater o papel do rei ou da rainha.

Sigrid se arrumou, foi levada por Aila até a mesa das refeições da sua família, encarou sua mãe que estava em uma ponta e seu pai na outra, depois seus irmãos, sentou ao lado direito de sua mãe.

Radulf que pouco se controlava para perguntar as coisas disse:

- Por que cortou o cabelo Sigrid?

- Eu tive que mudar um pouco – respondeu Sigrid notando a troca de olhares tensos dos seus pais – O que você achou?

- Ainda continua muito bonita, não é papai? – perguntou Radulf que se importava muito com a opinião do seu pai, o admirava e queria o copiar.

- Sim, mas além da beleza, ela cortou o cabelo por um ato de coragem – disse Raun encarando a filha.

- E um ato de desobediência – reprovou Olga.

- Desobediência? – agora o interessado era Erich, ele invejava a irmã mais velha, somente por ela ser a primogênita – Ela será punida?

- Será!

- Não! – contrariou Raun ao mesmo tempo que Olga tinha afirmado.

- Ela desobedeceu a nós e qualquer pessoa que nos desobedeça tem uma punição, sendo os nossos filhos ou não! Penso que ela deva retribuir alguns presentes dos pretendentes da primavera e assim conseguir o meu perdão.

Sigrid começou a respirar fundo, ela odiava qualquer obrigação que fosse, principalmente as que obrigassem a ter algum tipo de relacionamento romântico, seu pai Raun comentou:

- Por ela ter salvado a vida do rei, acho que pode ter uma segunda opção de punição, em ir para arena e lutar pela vida.

- Então o que vai ser? – perguntou Olga encarando sua filha.

- Eu prefiro a arena.

- Está ciente que pode morrer? – perguntou sua mãe intimidadora.

- Estou, mas prefiro morrer na arena do que jogando minha vida retribuindo presentes.

- Espero que não se arrependa porque ninguém vai te salvar – avisou Olga a encarando.

- Terá dois dias para se preparar.

- É mais que o suficiente – disse Sigrid ficando de pé.

- Não demos autorização para sair da mesa! – esbravejou sua mãe.

- Mãe, minha rainha, posso levantar?

- Vá Sigrid – respondeu seu pai não entendendo toda a rivalidade que Olga estava causando.

Raun deixou a tarefa de achar um adversário para a filha nas mãos do seu irmão duque Balder, queria alguém que não conhecesse tanto sua filha organizando o combate na arena e não sabia o que isso poderia te causar.

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