Enzo Amato deve um favor...
Quando Hank Bianchi pede seu favor, Enzo está mais do que pronto para cumprir. Só há um problema. Hank quer que ele se case com sua filha. O outro probleminha é que ele teve uma filha com uma amante. Isso era inédito, mas Enzo não gosta de dever favores, então, casar-se com a filha de Hank é exatamente o que ele fará.
Adele Shanks sabe o que seu pai é. Ela sabe do que ele é capaz. Depois de anos de decepção, sua mãe lhe contou a verdade. Hank faz parte da máfia, ele é um capo. Ela não quer fazer parte do mundo dele. Quando Enzo entra no bar onde ela trabalha, ela sabe que tudo vai acabar mal.
Adele o rejeita porque não quer fazer parte do mundo do pai. Enzo não aceita um não como resposta.
Enzo não falhará. Adele será sua esposa e ele não está acima de chantagens. Ele usa os amigos dela contra ela, então Adele não tem escolha a não ser ir com ele. Ela se tornará sua esposa.
Adele não odeia Enzo. O que ela não sabe é que Enzo se apaixonou por sua pequena esposa virgem e quer ficar com ela, construir uma família e consertar seu coração partido. Será possível que Adele encontre tudo o que procura?
...******COMECE O LIVRO COMPLETO AQUI*****...
...Prólogo...
“Você disse uma vez que se eu precisasse de alguma coisa, eu deveria ir até você, sem fazer perguntas.”
Enzo Amato olhou para Hank Bianchi, um pouco surpreso. Ele devia um favor àquele homem, e isso o atormentava quando viera cobrar. Cinco anos antes, Hank salvara sua vida. Eles estavam participando de um casamento importante quando houve um ataque. Se não fosse por Hank, Enzo estaria morto.
Ele tinha grande respeito por Hank, apesar dos muitos rumores e fofocas que o seguiam. Especulações sugeriam que houve um tempo em que Hank queria sair da máfia. Não havia como escapar do mundo deles. Estavam ali para o resto da vida. No momento em que matassem pela primeira vez, seu destino estava selado.
O primeiro assassinato de Enzo aconteceu aos treze anos. Houve um ataque à casa de sua família, e ele nem hesitou. Seu pai o estava ensinando a atirar, a matar, a torturar. A maioria dos garotos de treze anos tinha seus pais jogando futebol com eles no quintal. O pai de Enzo, não. Ele estava preparando Enzo para assumir o sobrenome Amato.
Agora, aos 35 anos, ele era o chefe da família havia mais de dez. Seu pai havia morrido em um ataque ao abandonar a amante.
"O que você precisa?", perguntou ele, nem um pouco preocupado com a vinda de Hank. Era o esperado.
Hank assentiu e então tirou sua carteira.
Enzo ficou tenso. Sempre houve muita animosidade entre chefes e famílias rivais. Ele não considerava Bianchi um rival, mas isso não significava que o contrário também fosse verdade.
Hank tossiu e tirou uma única fotografia, que lhe entregou. Pegando-a, Enzo olhou para uma mulher de olhos castanhos, que sorria. Ela parecia jovem.
“Adele tinha dezesseis anos naquela fotografia.”
"Ela é bonita."
“Ela é minha filha.”
Esse era um dos boatos. Muitos dos chefes da máfia eram conhecidos por terem filhos ilegítimos. A maioria deles tendia a se manter próxima da família. Filhos se tornavam soldados, filhas se tornavam peões fáceis para vender e usar como aliados.
Enzo nunca tinha visto essa Adele. Ela era bonita. Deixa pra lá, ela era deslumbrante, e o que o impressionou logo de cara foi o fato de ela estar sorrindo. Na foto, ela estava com os braços em volta de uma árvore, mas com a cabeça ligeiramente inclinada para trás, rindo do que quer que a pessoa com a câmera tivesse dito.
“Eu nunca a conheci”, disse Enzo.
“Ninguém me ajudou. Sinceramente, não tenho o melhor relacionamento com ela. O meu e o da mãe dela... foi complicado e não terminou bem. Fiz tudo o que pude para cuidar delas. Há dois anos, a mãe dela faleceu. Câncer. Achei que ela me deixaria entrar na vida dela, mas ela não queria nada comigo, nem com esta vida.” Hank passou a mão pelo rosto.
Isso era inédito. As mulheres do seu mundo fizeram o que lhes foi ordenado.
Hank começou a rir. "Eu sei o que você está pensando. Adele nunca fez parte deste mundo. Para ser sincero, foi um milagre ela ter nascido. Minha esposa..." Ele parou. "Ela descobriu sobre... Carla, que é a mãe de Adele, ela não tinha ideia de quem eu era quando nos conhecemos. Carla era dançarina, e sua carreira tinha acabado quando um dos dançarinos a deixou cair. Isso quebrou seu tornozelo, e eu sei que também quebrou um pouco da sua alma. Eu sempre vi o jeito como ela se iluminava quando dançava, ou falava sobre dança. Eu a conheci uma noite enquanto ela estava trabalhando. Mesmo que ela não soubesse dançar e isso a chateasse, ela não deixou que isso a impedisse. Ela trabalhou duro."
Hank passou a mão no rosto.
"Quando entrei no bar, fui rude com ela e ela me repreendeu por causa das minhas coisas. Disse que eu podia ser um cara bonito, mas que isso não era desculpa para ser um porco com ela, e que eu deveria pedir direito, com 'por favor' e 'obrigado', e que num bar ela podia trabalhar, mas eu também deveria tratá-la como uma dama." Hank riu. "Fiquei apaixonado. Nossas mulheres são treinadas para não responder. Elas não são treinadas para ter respeito. Elas são treinadas para fazer o que mandam."
Enzo sabia disso.
“Eu persegui a Carla, mantive minha vida longe dela. Por um ano, ela foi minha, e eu a fiz acreditar que íamos nos casar, ter uma vida juntos. Quando ela engravidou, eu era o filho da puta mais feliz do mundo. Aí minha esposa descobriu. A Carla apanhou por causa disso e contou a verdade. Mudou tudo. Ela não fazia ideia de que eu era casado, e foi isso. Tudo o que ela me permitiu fazer foi cuidar da minha filha, então eu fiz o máximo que pude.”
"O que você precisa que eu faça?" Ele podia ver que isso irritava Hank. Era estranho de assistir, porque, até onde ele sabia, Hank era um dos homens mais fortes do mundo. Ele também era conhecido por ser cruel, mas Enzo sabia que ele rivalizava com ele nesse quesito.
"Quero que ela seja bem cuidada. Gostaria que você se casasse com a minha filha."
“Você quer que eu a traga para o nosso mundo?”
“Sim, mas preciso que você… faça isso sem que ela saiba.”
"Você quer que eu minta."
"Sim. Preciso saber que ela vai ficar bem, que ela será bem cuidada."
Este não era o favor que Enzo esperava dever. Nem de longe. Ele não queria se casar. Algumas mulheres já haviam se alinhado para se casar com ele, mas todas terminaram mal, ou foram mortas.
Muitas pessoas em seu mundo passaram a considerá-lo um homem amaldiçoado. Ele não acreditava nessas bobagens, mas estava mais do que feliz em permitir que outros acreditassem.
“Sei que é pedir muito, mas vou ajudar.”
"Dinheiro não é problema. Você quer que ela conquiste o respeito de uma de nossas mulheres, eu entendo. Você quer que ela viva uma mentira." Ele olhou para a foto, para o rosto sorridente dela, e assentiu. "Considere feito."
"Ai, porra, isso dói." Adele Shanks levantou o dedo para inspecionar a pequena mancha de sangue que apareceu de repente nele. Ela não ficou nada impressionada. "Por que um corte tão pequeno arde?"
Ela não estava falando com ninguém, mas estar sozinha em uma loja de tecidos causava esse efeito. Na verdade, ela não estava realmente sozinha. Martha, a dona da loja, estava atrás do balcão.
Adele estava se perdendo nos muitos tecidos de viscose que conseguira encontrar. Sua mãe adorava costurar e, felizmente, essa paixão se estendeu a ela, e era por isso que ela adorava comprar tecidos. Ela adorava fazer suas próprias roupas e esperava eventualmente se dedicar à confecção de lingerie, mas tinha um pouco de medo dos seios. Levou muito tempo para encaixar perfeitamente alguns moldes, como o que estava usando no momento.
Um dia, ela esperava ser designer de moldes, mas isso ainda estava longe, pois tinha um probleminha chato. Ela odiava a escola e a matemática, mas principalmente a matemática. Era tão estranho para ela, pois não tinha problema em tentar resolver problemas de ajuste de moldes.
Balançando a cabeça, ela pensou em como adorava ir à loja da Martha. Aquilo a lembrava da mãe, e hoje era o aniversário dela. Ela havia prometido que não ficaria em casa se lamentando ou lamentando a morte dela tomando sorvete de chocolate.
Sua mãe, Carla, tinha palavras duras e garantiu que a filha fizesse uma promessa, se não um voto, de continuar vivendo sua vida, mesmo depois que ela se fosse. Adele teve direito a um período máximo de duas semanas de luto, após o qual deveria ir para sua sala de costura, fazer um vestido e depois comprar tecidos. Essas eram as exigências de sua mãe, então ela as honrou.
Ela tirou duas semanas de folga do trabalho, em um bar local. O dono foi simpático e atencioso, mas também ajudou o fato de ela anunciar o bar nas redes sociais. Para Adele, ela tinha dois empregos. Um no bar, o outro onde postava vlogs e fotos regulares sobre compras de tecidos, designs atuais e coisas do tipo.
No momento em que ela pensou em seu vlog, ela não pôde deixar de pensar em seu pai, Hank Bianchi.
Ela hesitou ao pegar a viscose que lhe chamara a atenção. Seu pai a aconselhara a não fazer vlogs nem postar nas redes sociais. Era a primeira vez que ele entrava em seu mundo exigindo que ela não fizesse algo. Adele sabia quem e o que ele era.
Sua mãe não tinha sido boba e contara tudo a Adele. Ela sabia que Hank havia partido o coração da mãe. Adele aprendeu tudo sobre o estilo de vida da máfia e se manteve o mais longe possível. Nos últimos dois anos, desde a morte da mãe, Hank entrou em contato com ela algumas vezes. Ela não havia parado de usar as redes sociais, mas elas estavam um pouco reduzidas.
Mordiscando o lábio, ela agarrou a viscose. "Foda-se ele."
Com quatro tecidos nos braços, ela caminhou até Martha, que tinha um grande sorriso no rosto.
"Alguma ideia de padrão para isso, querida?"
"Tenho ideias para esses dois, mas não para estes. Eles são simplesmente lindos."
"Me conte. Eles também têm sido muito populares no site. Quanto você gostaria de cada um?"
Adele deu a medida e cantarolou baixinho enquanto esperava Martha terminar de cortar. Ela escolheu alguns botões para combinar com o tecido e alguns pacotes de agulhas, conforme precisava.
Com as compras na bolsa, ela acenou para Martha e saiu para o sol quente. Colocando os óculos escuros, foi até o café que tanto amava, pegou um café e um donut e voltou para casa. Era a casa de sua mãe, que agora lhe pertencia. Tudo pago por Hank, mas Adele não conseguiu vendê-la.
Sua mãe amava aquela casa, e ela também. Era seu lar e um dos poucos lugares que a lembravam da mãe. Entrando, ela fechou a porta, trancou-a e deixou a bolsa no corredor, antes de ir para a lavanderia.
Adele havia perdido o hábito de levar tecido para o seu estoque de tecidos já comprados. Usar um pedaço de tecido bonito para fazer uma peça e depois descobrir que ele não tinha sido pré-lavado e, portanto, o vestido não servia, era horrível. Então, sempre ia para a lavanderia com tecidos novos.
Ela os colocou no ciclo correto e, em seguida, foi até a sala de costura, onde guardou os botões junto com seu estoque e colocou as agulhas no lugar certo. Sentou-se e sentiu uma onda de solidão tomar conta dela.
Lembranças de sua mãe naquele quarto, fazendo um vestido ou uma fantasia para ela. Adele nunca tinha usado uma fantasia da loja antes, sua mãe sempre fazia algo para ela. Ela fechou os olhos, cerrou os punhos e tentou não chorar. Lágrimas eram inúteis, como sua mãe dizia.
Ela não pôde ficar na sala de costura hoje. Optou por limpar, o que era uma ideia maluca, já que ela odiava, mas adorava uma casa limpa.
Entre tirar o pó, passar aspirador de pó e esfregar, ela pendurou os tecidos no varal e decidiu se preparar para o trabalho. Teve tempo suficiente para passar os tecidos e colocá-los na mesa de corte antes de ir para o bar.
Embora o sol estivesse se pondo lentamente, ainda havia um calor no ar, e ela continuava cantarolando baixinho enquanto caminhava pelas ruas da cidade. Sua mãe morava em um bom bairro. Pelo menos Hank lhe dera isso.
Ela sentia falta da mãe todos os dias. Ela pensava em sair de casa, vender a casa e simplesmente viajar, mas não conseguia se decidir.
Ela se lembrou de quando Hank chegou para o funeral dela. Adele não demonstrou o quanto estava chateada com a presença dele. Não havia muita gente lá, pois sua mãe era meio reclusa. Ela não fazia amigos facilmente, e Adele realmente acreditava que tinha sido a melhor amiga da mãe. Com toda a sinceridade, Carla Shanks tinha sido sua mãe, sua melhor amiga, sua confidente, tudo. Ela sentia muita falta dela.
"Não chore." Ela cerrou os punhos, rangeu os dentes e, em vez disso, viu o bar à sua frente.
Não era um bar sofisticado, mas era bastante popular. Como era sexta-feira à noite, ela viu que já estava cheio. Acenou para Bill, o porteiro, antes de entrar. A música estava alta demais, mas ela não estava interessada no barulho. Ela foi até os fundos, colocou a bolsa no armário designado para ela e foi direto para trás do balcão.
Bishop, o dono do bar, sempre usou uniforme, mas, como sabia o que ela fazia nas redes sociais, permitia que ela usasse qualquer coisa que criasse. Alguns de seus fãs vinham vê-la para falar sobre os novos designs. Contanto que gastassem dinheiro, Bishop não tinha problema.
Já fazia mais de uma semana e, como não havia feito nada de novo, vestia o uniforme que Bishop havia feito sob medida para todos os funcionários. Ela temia que as regras frouxas dele com ela causassem problemas para o restante da equipe, mas eles não se importavam. Contanto que houvesse gente frequentando o bar, significava que eles ainda tinham um emprego, o que era um alívio.
Arnold, o barman, olhou para as roupas dela e assentiu. Todos sabiam. Em certos dias, ela simplesmente não conseguia se obrigar a usar nada além do uniforme. Hoje era um dia diferente, pelo menos para ela. Era o aniversário da morte de sua mãe. Ninguém discutia com ela.
Ela manteve um sorriso no rosto e começou a atender os clientes.
"A camisa não lhe faz justiça", disse Arnold, enquanto se virava para pegar algumas garrafas de suco.
"Cale a boca." Ela riu.
Ela adorava o Arnold. Ele era o único cara que nessas noites não pisava em ovos perto dela, e ela apreciava isso.
"Só dizendo, você tem peitos para exibir. Exiba-os."
Se fosse qualquer outra pessoa, ela teria se ofendido, mas sabia que Arnold era um homem feliz no casamento, que adorava a esposa e os filhos. Aliás, tarde da noite, ele tirava fotos da família para espantar os poucos clientes que se atrasavam. Funcionou.
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