Atenção, Leitor que Não Se Intimidam com Flores!
Olá, você que está prestes a mergulhar em minha adorável narrativa! Antes que você se aprofunde nos aspectos mais gloriosos da minha vida, tenho algumas informações essenciais para compartilhar. Afinal, nada como um pouco de aviso prévio, não é mesmo?
Este livro é repleto de momentos de pura "alegria", incluindo, mas não se limitando a:
- Violência Gráfica: Ah, a doce arte da violência! Se você tem um coração mole, recomendo que não se aproxime da seção das margaridas. Elas podem parecer inofensivas, mas, como você verá, têm uma conexão peculiar com a morte! O que posso dizer? Sou uma menina terrivelmente criativa.
- Morte de Animais e Crianças: Sim, a vida é cheia de surpresas, e algumas não são tão agradáveis. Se você se incomoda facilmente com aqueles "mau-amanhecer" de vítimas inocentes, eu sugiro que tenha um frasco de lágrimas por perto. Você pode precisar!
- Temas de Bullying e Sofrimento Emocional: Não temas, eu só estou tentando mostrar como a vida pode ser interessante para aqueles que se sentem... bem, um pouco deslocados. Uma perspectiva refrescante, não acha? A dor é um ótimo combustível para as minhas grandes ideias!
- Psicopatia e Comportamento Manipulativo: Essa é uma jornada fascinante pelas reviravoltas da mente! Se você estiver à procura de uma leitura leve e superficial, talvez devesse pegar um romance de amor. Aqui, fazemos o jogo de mente.
Se, mesmo após todas essas pequenas dicas, você decidir continuar a leitura e mergulhar na minha obra-prima, faça por sua própria conta e risco. Afinal, não sou responsável por suas reações emocionais - e, honestamente, isso é parte da diversão!
Boa sorte ao longo da leitura e lembre-se: as margaridas são apenas o começo!
Com sinceridade e uma pitada de ironia,
Serena
...
...
Margaridas de Sangue
Nos campos de sombras, onde sussurros dançam,
Uma menina sorri, na penumbra avança,
Com flores de margarida em seu pequeno punho,
Um sorriso encantador, um olhar com um brilho.
Alegria e terror, entrelaçados no ar,
Entre risos e prantos, ela aprende a jogar.
Em sua mente de vidro, a luz reflete crueldade,
A infância perdida em um mar de insanidade.
Os dias se entrelaçam, em tramas sutis,
Cada flor uma promessa, cada ato um perfil.
Sobre corpos esquecidos, ela deixa suas marcas,
Um toque de verão, em vidas tão arcaicas.
Em sorrisos distorcidos, o carinho se esconde,
Um irmão, um confidente, em seu cerne responde.
Mas a fragilidade do amor é um jogo arriscado,
E o doce coração do menino, em dor também marcado.
Em labirintos de terror, suas ideias borbulham,
Enquanto as chamas da vingança sedentas se esfregam.
Um espetáculo obscuro, onde vidas são consumidas,
Margaridas em meio a cinzas, promessas esquecidas.
Ah, Serena das flores, uma artista da dor,
Entre risos macabros, você dança com o amor.
As margaridas de sangue em sua dança entrelaçam,
Um balé macabro onde as almas se desfaçam.
Cuidado, mundo inocente, ao cruzar seu caminho,
Pois nas pétalas brancas, um desvio é um espinho.
A beleza do horror em sua mente inquieta,
Espera, então, por você, como um segredo à espreita.
Serena Sinclair, vinte anos, cabelos longos e negros como as trevas, brilhando com um brilho quase sobrenatural, possuía olhos verdes como rubis preciosos. Sua pele era clara e delicada, como a pétala de uma flor. A voz dela era doce, suave e envolvente, capaz de acalmar as mais agitadas das almas. Para todos, era a imagem da pureza, uma menina gentil e de bom coração, digna dos mais exaltados elogios e do amor de qualquer mãe ou sogra.
Ela mantinha uma fiel tradição que todos admiravam: ir à igreja todo domingo pela manhã, onde sua presença parecia trazer um sopro de esperança. Durante as tardes, reservava-se para ajudar os necessitados, dedicando seu tempo a obras de caridade que a tornavam ainda mais adorável aos olhos da comunidade. Morava sozinha em uma cabana simples, mas encantadora, aninhada no coração da floresta, longe da civilização e de suas complexidades.
Quando ela entrava em um ambiente, seu sorriso iluminava qualquer espaço como um sol nascente, deixando um rastro de bem-estar e esperança. Todos acreditavam que ela era a garota perfeita, aquele tipo de filha que qualquer mãe sonharia em ter. Mas sob essa faça angelical, havia um abismo de escuridão que poucos poderiam imaginar.
O que ninguém sabia e nunca poderia suspeitar, era que a verdadeira natureza de Serena era muito mais devoradora — como um lobo disfarçado em pele de cordeiro. Serena não era apenas uma menina; ela era um monstro, uma criatura desprovida de alma e compaixão, moldada pelas cicatrizes de um passado atormentado.
Serena foi abandonada em um orfanato pouco tempo depois de sua chegada ao mundo, onde enfrentou todo tipo de violência, abuso e tortura. Aquela era uma prisão de almas despedaçadas, onde crianças tornavam-se vítimas de suas próprias esperanças e sonhos. Ali, em meio a um mar de diversões quebradas, foi onde ela descobriu sua paixão obscura por sangue. O primeiro gosto da morte lhe foi dado aos seis anos, e sua vítima não foi um ser humano, mas sim um gato, o querido animal de estimação de uma freira.
A freira que deveria protegê-la tinha privado Serena de comida por dois longos dias. Com a mente já distorcida pela fome e pela dor constante, ela decidiu que a culpa do sacrifício recairia sobre aquele pequeno animal inofensivo. Com um brilho maligno em seus olhos, atraiu o gato com petiscos furtivos e o levou para a floresta nos fundos do orfanato. Ali, entre as árvores que pareciam vigiar silenciosamente a cena tragicamente bela, ela estrangulou o pequeno bichano até que os olhos esbugalhados se fechassem para sempre, apagando a chama da vida.
O ato de violência fora quase um ritual. Enquanto as patinhas se debatiam em desespero, Serena sentia um poder crescente, um êxtase visceral que a envolvia. O som dos pequenos ossos quebrando sob suas mãos pequenas a fez rir descontroladamente, como se o mundo tivesse sido iluminado por um raio de pura satisfação. Quando finalmente parou, seu rosto estava sujo, mas seu espírito estava afiado e em foco.
Pegou os restos do animal e os colocou dentro de um saco, preparando-se para a fase final de sua vingança. Com um cuidado meticuloso, escreveu o nome da freira em sangue, o próprio sangue do gato, em uma caixa que ela colocou em cima da cama da mulher. Notou como suas mãos tremiam de excitação quando completou a tarefa, e um sorriso sutil escapou de seus lábios ao caminhar como uma sombra na noite pelo orfanato.
As horas seguintes foram preenchidas com os gritos de desespero daquela mulher, ecoando pelos corredores do orfanato e se tornando a trilha sonora da primeira vitória de Serena. Ela ouvia os lamentos com a boca secando de prazer e um sorriso maligno brotando em seu semblante infantil. Ninguém nunca suspeitou que a bondade poderia ter uma face tão monstruosa.
Com o passar do tempo, novos corpos de animais começaram a surgir, cada um encontrado mutilado de formas tão grotescas que seriam mais adequadas a um filme de terror do que à rotina de um orfanato. As cuidadosas investigações policiais poderiam pensar em um predador Animal, mas aquelas feridas e sangramentos eram assinaturas de algo muito pior — um espírito torturado que encontrou sua alegria na matança.
Depois de um ano de mortes inexplicáveis, o orfanato foi fechado, suas portas trancadas por um segredo obscuro que não poderia mais ser mantido. A cumplicidade do silêncio havia sido rompida, e Serena foi transferida para um novo lar, um esperado refúgio onde poderia continuar a prática do que mais amava: matar. Mas nesse novo lugar, encontrou não apenas a brutalidade de adultos que deveriam cuidar dela, mas também uma jovem um pouco mais velha que começou a transformar sua vida em um inferno.
Durante semanas, a jovem agrediu física e psicologicamente Serena, retirando qualquer fragmento de dignidade que restasse. Cada tapa, cada insulto só serviam para alimentar a fúria que crescia como um fogo em seu peito. Serena, no entanto, permaneceu em silêncio, como uma rocha desgastada pelo alto-mar, suas emoções profundamente enterradas, grudadas em algum lugar sombrio dentro de si mesma. E isso deixou a garota ainda mais furiosa.
Foi em um desses dias de terror que a jovem resolveu arrastar Serena para a floresta, longe dos olhares curiosos e da supervisão dos adultos. Enquanto caminhavam, o coração de Serena pulsava em um ritmo frenético, a expectativa do que viria alimentava suas esperanças distorcidas. O que aconteceu em seguida mudaria sua vida para sempre.
A responsável pela tortura começou a agredi-la sem compreender a fagulha de ódio que brotava em seus ataques. Serena permaneceu em silêncio, o rosto coberto de sangue e feridas, sua expressão endurecida, como uma estátua de pedra. A impassividade dela serviu apenas para aumentar a fúria da jovem, que não conseguia entender como alguém poderia suportar aquilo sem chorar ou suplicar.
Quando a agressora finalmente parou de bater, as duas estavam exaustas e suadas. Essa pausa, porém, trouxe consigo um momento de calma e reflexão que Serena não esperava. Olhou diretamente nos olhos da menina, aqueles olhos que uma vez foram tão poderosos e tirânicos, e sorriu — um sorriso que não tinha nada de inocente. Era um sorriso de predadora.
Num movimento brusco, Serena se lançou adiante, segurando as pernas da agressora e puxando-a para baixo com uma força que não parecia compatível com seu corpo pequeno. A garota colidiu contra o chão com um barulho surdo, surpresa e confusa. Agora, era Serena que estava no controle. Sentando-se em cima da barriga da menina, impediu-a de se levantar, suas mãos agora firmes em torno de seu pescoço, uma pressão necessária, e sua mente em chamas.
Ali, em cima da jovem que havia lhe infligido tanto sofrimento, a doce voz de Serena transformou-se em um sussurro grave e rouco, quase um canto de ninar macabro. — Durma com os anjos, princesa. Com isso, ela pegou uma pedra que havia encontrado, e a cena que se seguiu foi digna dos mais terríveis pesadelos. Com toda a força que conseguiu reunir, começou a golpear a cabeça da garota, cada impacto esmagando não apenas o crânio, mas também a luz da vida que havia, uma vez, de alguma forma, também a ferido.
Quando ficou claro que a agressora estava morta, a adrenalina a dominou. Serena jogou a pedra no chão, sua mão tremendo de excitação à medida que se levantava, permitindo que a realização de seu feito a afligisse. Aquela foi a primeira vez que ela havia tirado a vida de um ser humano, e a sensação era indescritível, um apogeu de sensações que a inundou, uma mistura de satisfação e uma nova consciência do que era realmente capaz.
Ela enterrou o corpo da garota com as próprias mãos, junto com as roupas manchadas de sangue. Sabia que precisaria ser discreta. À medida que o sol se punha, a noite se tornou seu manto protetor. Como uma sombra, Serena retornou ao orfanato, certa de que ninguém perceberia sua ausência. O silêncio ao seu redor tornava-se a sinfonia de seu novo mundo.
Nos dias seguintes, o impulso de matar emergiu novamente, e ela se dedicou a tirar a vida de alguns animais, mas nenhuma morte parecia preencher o vazio que o triunfo anterior havia deixado. Aquilo já não a satisfazia mais, e a lembrança da adrenalina sentida ao esmagar a cabeça da garota se tornou uma chama que não poderia ser apagada. Ela desejava sentir aquilo novamente, mas a notoriedade pelo desaparecimento da jovem criava um obstáculo intransponível em seus planos.
Mas então, Serena viu um garoto. Ele era mais velho, mas também era um alvo fácil. Mais que isso, ele era um agressor, um eco da tortura que ela havia sofrido na infância e que agora impunha a outras criaturas inocentes. A vingança estava-se moldando, e a ideia ardia em sua mente como uma chama voraz. Contudo, ela sabia que um confronto físico não acabaria bem. Certa noite, enquanto caminhava de forma furtiva pelo orfanato, notou o zelador colocando comida envenenada para os ratos. Nesse momento, uma ideia maquiavélica começou a florescer em sua mente, brotando como uma flor sombria em um campo de suas fantasias.
Esperou o zelador sair, em seguida apanhou a comida envenenada com a destreza de uma ladra. Em um canto isolado do orfanato, começou a separar meticulosamente cada grão de veneno, guardando-os como tesouros preciosos em seu bolso. Com o passar do tempo, observou a rotina do garoto agressor, cada movimento dele registrado em sua memória. Desde o horário em que ele se sentava para comer, até os momentos em que estava sozinho, permitindo que um sorriso malévolo brotasse em seus lábios. Finalmente, encontrou a oportunidade perfeita.
O garoto estava sozinho no refeitório, comendo um sanduíche enquanto desenhava. Serena entrou como se fosse uma mera espectadora, uma simples ruína que passava, mas com a intenção de tropeçar nele. Ele se abaixou para pegar um lápis caído, um momento de vulnerabilidade que Serena não poderia deixar passar. Com uma ação rápida e precisa, ela levantou o pão do sanduíche e despejou todos os grãos de veneno que havia coletado. Quando ele se levantou, seu olhar frio e calculado encontrou os olhos dele, um sorriso de desculpas em seu rosto, enquanto saía do local como se nada tivesse acontecido.
Pouco tempo depois, voltou para verificar se seu plano havia funcionado. Ao entrar, seu coração disparou. O garoto estava caído sobre a mesa, espumando pela boca, suas convulsões eram a sinfonia que serenava suas tormentas internas. Serena, hábil como uma atriz em um palco, escondeu seu sorriso de satisfação e colocou no rosto uma máscara de desespero, gritando como se o mundo estivesse desabando ao seu redor. Suas lágrimas fluíam como um rio caudaloso, cada gota carregando o peso de uma atuação digna de aplausos.
As pessoas correram imediatamente, alarmadas com o que tinha acontecido, e trataram-na como se isso fosse um verdadeiro trauma. Entretanto, no interior de Serena, ela dançava uma celebração silenciosa. O alvoroço em relação ao sofrimento e à morte daquele garoto era apenas mais uma camada de emoção a ser colecionada em sua coleção de histórias macabras.
As sombras na vida de Serena se tornavam cada vez mais densas à medida que ela avançava nesse mundo que criara para si mesma. Vidas se apagavam sob seus pés, e com cada ato de violência, ela se sentia mais viva, mais forte, mais poderosa. Sua identidade não era mais a inocente garota que todos conheciam; era a predadora que aprendeu a saborear as oportunidades que surgiam em seu caminho escuro e retorcido.
Serena Sinclair, a doce, a gentil, foi completamente consumida pela escuridão, e a sensação de controle que vinha com a morte de outros se tornou uma droga irresistível. E, à medida que seu passado mostrava suas garras terríveis, ela se preparava para um futuro onde a linha entre caça e caçadora se tornaria ainda mais tênue, um território feito de sangue e morte, onde ela reinaria suprema.
Com o tempo, cada nova vida que se perdia se tornava uma nota em sua sinfonia maligna, a música de sua vida, uma experiência que marchava para um clímax inevitável. O ciclo estava apenas começando, e Serena estava decidida a não parar até que todos em seu caminho sentissem o peso do que ela agora chamava de "justiça".
Assim, na escuridão da floresta, o eco das risadas e dos gritos de dor se misturavam, criando uma melodia que a seguia, e em cada balançar das folhas, ela ouvia a sinfonia da vida, a promessa de que seu reinado sombrio estava apenas começando.
Aos dez anos, Serena desenvolveu uma obsessão por flores, especialmente as margaridas que floresciam no desbotado jardim do orfanato. Eram flores simples, mas com um brilho que se destacava no cinza da sua vida repleta de dor e solidão. Cada momento passava observando aquelas flores, flertando com um mundo onde a beleza parecia uma promessa de algo mais. Era nesse jardim que a mente jovem e perturbada de Serena germinava ideias sombrias, alimentadas por suas fantasias deprimentes.
Cada vez que cometia um ato de violência, deixava uma margarida ao lado do corpo como se estivesse assinando sua obra com um toque de pureza, uma ironia perversa que alimentava seu ego. Era uma maneira de transformar o horror em algo que, para ela, poderia ser considerado arte.
Naquela idade tenra, ela já havia ceifado a vida de quatro crianças e sacrificado mais de cinquenta animais de diversas espécies. O orfanato, um lugar que deveria ser um abrigo, tornou-se um palco de terror silencioso, onde os ecos de sua crueldade reverberavam nas paredes como um sussurro apavorante. A atmosfera estava incrivelmente carregada de medo; os adultos falavam em voz baixa sobre os desaparecimentos, enquanto as crianças olhavam umas para as outras com desconfiança, temendo que poderiam ser as próximas.
Com o tempo, rumores começaram a circular. O orfanato, antes vibrante, estava à beira do fechamento, cercado por um mistério sombrio que envolvia o destino de várias crianças. Esse cenário, longe de perturbá-la, instigava em Serena uma satisfação perversa, tornando-a mais cínica em relação ao que estava ao seu redor.
Com apenas onze anos, uma família apareceu no orfanato, em busca de uma doce criança para trazer alegria em suas vidas, uma irmã para seu filho, Thomás. Serena, cujos olhos brilhavam com a antecipação da fuga, vestiu-se com seu mais gracioso vestido - um ato deliberado para enganar aqueles que buscavam a inocência em suas vidas. Ela apertou as bochechas com toda a força, deixando-as rosadas, e esboçou um sorriso angelical, uma máscara cuidadosamente construída.
- Olha, o que temos aqui? - dizia-se para o pai da família, que parecia encantado com a pequena figura que se apresentou à porta. Serena sentiu um calafrio percorrer seu corpo, uma mistura de excitação e adrenalina. A oportunidade de escapar daquele lugar cinzento finalmente se apresentava.
Mas havia muita concorrência; crianças menores, inocentes e mais vulneráveis, disputavam a atenção dos adultos. Serena, percebendo que os olhares não estavam voltados para ela, decidiu intensificar sua performance. Insensivelmente, ela se encolheu num canto, escondendo o rosto nas mãos, deixando escapar uma melodia de lamentos que ecoava nos corredores sombrios.
- Oi, pequena. Por que está chorando? - perguntou a mulher, sua voz cheia de compaixão, uma mistura de preocupação e ternura.
- Eu estou com medo - a pequena Serena sussurrou, a voz trêmula e carregada de emoção. - Toda vez que uma família vem escolher uma criança, sou ignorada. As freiras me trancam em um quarto escuro como castigo. Elas dizem que ninguém me quer porque sou uma menina ruim... - A atuação de Serena era digna de um Oscar, com lágrimas, soluços e uma expressão de vulnerabilidade que poderia derreter até os corações mais gelados.
A mulher, presa pelas teias da empatia, foi completamente capturada pela narrativa que a menina habilmente tecia. Após uma longa discussão com seu marido, a levou para casa como sua nova filha. Serena, em sua mente distorcida, pensava que tinha feito o movimento certo para conquistar não apenas liberdade, mas uma nova vida repleta de possiblidades.
Os primeiros dias foram um verdadeiro espetáculo. Ela se esforçava para ser a filha exemplar, ajudando nas tarefas, mostrando-se sempre solícita e agradável. A rotina incluía ir à escola, um ambiente vibrante que, aos olhos de sua mente maligna, se transformava em um paraíso repleto de novas vítimas. Observando os rostos inocentes com o frescor da juventude, seu coração pulsava de excitação e desejo.
Mas o que mais a fascinava era Thomás. Seu novo irmão, um verdadeiro anjo, era gentil e educado, mas frequentemente sofria bullying por seus colegas. O destino, sádico e cruel, continuava a jogar com o coração puro de Thomás, e a cada lágrima que escorria do seu rosto adolescente, mais combustível era oferecido ao fogo insaciável que ardia dentro de Serena.
Veja, a compaixão que surgiu em seu interior ao observar a dor de Thomás era confusa e palpável; a sensação de ver um bom menino se tornar uma vítima a fez sentir-se poderosa. Lá estava ela, não apenas como uma atriz em sua história, mas como a autora de um enredo mais sombrio. Thomás não merecia esse sofrimento, e sua mente distorcida rapidamente associou a presença de infantilidade e bondade a novas formas de vingança.
Com essa nova percepção, um sorriso jardinava seu rosto, e a satisfação iluminou sua mente ao perceber que havia conseguido alcançar novos alvos. Vinte e três crianças, a maioria meninos, prevaleciam em seu mundo; todos mais velhos que ela, mas isso apenas fazia com que Serena planejasse cuidadosamente a execução de seus desejos sombrios.
A primeira vítima foi Josh, um garoto que amava andar de skate à noite na pista da cidade. Ela estudou sua rotina, orinando sobre um mapa mental onde ele era a presa solitária em seu labirinto caótico. Perfeito, ela estava pronta para agir. Para garantir um álibi, disse aos pais que estaria relaxando em seu quarto, absorvendo a luz das histórias de seu livro favorito.
A escapada pela janela foi envolta na escuridão da noite. Quando a lua lançou seu brilho prateado sobre a cidade, Serena caminhou em direção à pista de skate. Ao chegar lá, encontrou Josh distraído, e um sorriso maligno floresceu em seus lábios - ele estava no alto da pista mais perigosa, impulsionando-se na adrenalina da distração. Ela se posicionou nas sombras, observando aqueles momentos de despreocupação e calculando o momento exato para atacar.
Assim que ele começou a descer a rampa com uma velocidade crescente, o coração de Serena pulsava como um tambor de guerra. Avançando em direção a um mero capricho, ela viu uma grande pedra ao seu lado. O golpe que mudaria sua vida estava prestes a ser executado. A pedra, rapidamente lançada, fez Josh perder o equilíbrio. O seu corpo humano se despedaçou ao colidir com o chão, com a gravidade lançando-o em direção ao abismo, mas o destino foi cruel - ele sobreviveu.
Furiosa por ter visto seu plano frustrado, Serena não teve compaixão. O olhar que antes estava carregado de prazer se lançou em um furor descontrolado. Pegou um galho próximo e, decidida, aproximou-se de Josh, que estava caído no chão, sangrando e trêmulo. O aroma do sangue que se espalhava pela pista era um perfume intoxicante, adentrando suas narinas enquanto ela o observava agonizar.
- Será que você vai mesmo sair assim? - sussurrou, uma risada maligna dançando em seus lábios. O galho de madeira, em suas mãos, era agora a extensão de sua vontade. Sem hesitação, ela cravou o galho em seu pescoço, afim de forjar uma cena de acidente. Serena riu para si mesma, ao ver sua obra cruel ao mesmo tempo sofisticada e macabra.
Ela cuidou de não sujar as próprias roupas e foi para casa, onde todos acreditavam que ela estava em seu quarto, na companhia de seu livro. Na manhã seguinte, como se a vida se divertisse à sua custa, chegou a notícia: um aluno havia falecido em um acidente na pista de skate, e a cidade mergulhou em luto.
A tristeza dos outros era apenas uma gota de água em seu vasto oceano de euforia. Serena, ao contrário, decidiu cimentar seu papel na dor coletiva e, como uma serpente em um baile, colocou sua atuação em prática, fingindo se solidarizar com a família que havia perdido o filho tragicamente.
Mas o mundo impiedoso não parou, e, enquanto o luto recuperava a cidade, Serena mantinha sua mente afiada, planejando a próxima fase de sua obra-prima. Havia ainda vinte e dois valentões que continuavam a atormentar a vida de Thomás, e de maneira impiedosa, ela sabia que precisava agir.
Um novo plano formou-se em sua mente distorcida. Um experimento mais elaborado. A ideia de eliminar múltiplas vítimas de uma só vez a deixou intrigada. Ao saber que um evento conhecido como "Labirinto do Terror" aconteceria na cidade, um lugar onde os jovens se reuniriam para aproveitar o medo, ela logo viu ali a oportunidade perfeita para seu próximo ato.
Dessa vez, seu álibi seria o próprio Thomás. Com um sorriso doce, ela o convidou para irem juntos se divertir, e os pais, ignorantes do que estava por vir, apoiaram a decisão, acreditando que era uma ótima maneira de fortalecer os laços familiares. No labirinto, a visão de cinco daqueles valentões fulminou qualquer hesitação que ainda pudesse existir dentro dela, e o pavor nos olhos de Thomás ao avistá-los explorou ainda mais sua determinação.
Enquanto eles se divertiam, a mente de Serena vibrava com um plano astuto. O labirinto feito de madeira seria facilmente inflamável, e, à medida que se sentia mais à vontade em seu ambiente, analisou os funcionários que ali estavam para certificar-se de não causar dano a verdadeiros inocentes. Disfarçando suas intenções sombrias atrás de um sorriso inocente, ela observou cada um deles, avaliando os olhares, as intenções, e estava pronta para agir.
O primeiro funcionário possuía uma energia maliciosa que a incomodava, o segundo parecia envolver-se em algo ilícito e, por último, havia uma valentona do último ano do colégio que a fazia rosnar de fúria apenas ao vê-la. A única delas que escapou da atenção de Serena era uma jovem que, sem saber o perigo ao seu redor, havia ajudado uma criança a amarrar o cadarço, e assim, foi a única que não atraiu a ira dela.
Assim que os valentões e os funcionários entraram no labirinto, Serena se preparou para executar seu plano. Para retirar a jovem e Thomás de imediato, pegou um colar que considerava seu tesouro e o lançou em um canto distante, pedindo a ajuda deles para encontrar o "presente especial" que sua nova família havia lhe dado. Sua atuação funcionou como um feitiço, e quando viu que eles estavam distraídos o suficiente, correu para os fundos do labirinto.
Com um fósforo que sempre carregava, Serena observou ao redor, para se certificar de que não havia ninguém por perto e com um movimento ágil, começou a riscar o fósforo contra a caixa, sua chama dançante iluminando seu rosto em um brilho maligno. Assim que o fósforo tocou a madeira, uma sensação de poder a dominou. Ela olhou em volta, sua mente fervilhava com a ideia de que em breve, todo o horror que ela havia alimentado seria liberado.
O fogo espalhou-se rapidamente, consumindo tudo ao seu redor. Serena se afastou, satisfeita. Assim que o pânico começou a se espalhar entre os jovens, ela se jogou nos braços de Thomás, fazendo-o acreditar que ela também estava apavorada. No fundo, a ideia de que ele se tornasse um escudo para seu egoísmo a enchia de prazer, e ela se aninhava em seu abraço enquanto ele tentava acalmá-la.
Horas mais tarde, quando os bombeiros chegaram e apagaram as chamas, e ao entrarem para investigar, encontraram nove corpos completamente carbonizados. A notícia varreu a cidade como um incêndio, e um luto devastador envolveu a comunidade. Ao ouvir, Serena abraçou Thomás, escondendo seu rosto enquanto um sorriso maquiavélico surgia em seu rosto, pulsando de satisfação sob a inocente impressão que ele ainda tinha de sua irmã menor.
Assim que chegou em casa, trancou-se em seu quarto, ligou a televisão no volume máximo para abafar o som de suas risadas, que brotavam de um canto obscuro de sua alma. Era a primeira vez que ela testemunhava a cena trágica de corpos carbonizados, um espetáculo que paralisava a maioria, mas para Serena, aquilo era apenas uma declaração triunfante de sua obra-prima. O horror que consumia o mundo ao seu redor alimentava suas fantasias mais profundas, e a mente da menina mais sombria continuava a se enredar em um labirinto mais obscuro a cada dia que passava, amplificando seu desejo de deixar sua marca neste mundo caótico.
O ciclo de terror estava longe de terminar; ele havia apenas começado. Com a aeronáutica das estrelas brilhando sobre sua vida cada vez mais, uma nova era de vingança se aproximava. A flor mais escura, a margarida, já estava em plena florada em sua mente perversa, pronta para ser plantada em meio aos corpos e destroços daquela jornada sinistra. Serena estava apenas começando sua jornada insana, e cada risada que ecoava por trás da porta do seu quarto era acompanhada pela certeza de que novos episódios de horror estavam por vir, então ela se entregou à escuridão com um sorriso malicioso no rosto.
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