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A Esposa Não Amada do Fazendeiro

01

A Noiva

SEU CASAMENTO É SUA melhor história para encobrir.

E sua esposa, sua testemunha mais forte.

Mas somente se você se casar com a mulher certa.

As sábias palavras do mentor de Ryu ecoavam em sua mente enquanto ele estudava os relatórios de perfil que havia encomendado da agência de encontros.

Hum.

Apenas uma garota chamou sua atenção: a estudante universitária Summerine Chan, de 20 anos, e isso tinha tudo a ver com o que ela não era.

Nenhuma experiência profissional.

Nenhuma conquista específica em termos acadêmicos ou esportivos.

Os pais frequentemente menosprezam suas próprias filhas por não terem coragem.

Melhor ainda, seu investigador conseguiu descobrir evidências das dívidas de George Chan, que Ryu poderia usar como alavanca para impedir que seus futuros sogros interferissem em seu casamento.

A vida que ele desejava manter exigia o máximo de segredo, que só poderia ser proporcionado pela ilusão de um casamento perfeito.

Fingir ser um príncipe de contos de fadas era algo a que ele estava acostumado. Mas Ryu também sabia que tal papel só poderia ir até certo ponto.

Cedo ou tarde, as pessoas começariam a se perguntar e a fazer perguntas... a menos, é claro, que ele decidisse se antecipar, dando a todos algo novo para falar. E havia algo mais divertido do que a notícia de um bilionário se apaixonando por uma garota que a sociedade menos esperava chamar sua atenção?

Ryu pegou o relatório de perfil que estava estudando na última hora.

Verão.

O nome dela combinava com suas feições delicadas, mas por que ele tinha a sensação de que ela não era nada do que todos imaginavam?

Agora ou nunca

ME DESCULPE POR FAZER ISSO.

Mas eu tenho que fazer isso.

Tenho vinte anos, não dois.

Sou um adulto completo, com um cérebro em pleno funcionamento, e respeitosamente me recuso a me casar só porque você quer.

As palavras soaram bem na mente de Summerine, mas no momento em que ela olhou para o espelho e se permitiu imaginar dizendo exatamente as mesmas palavras...

Não posso.

Sua coragem desapareceu em um nanossegundo.

"Tenho v-vinte, n-não v-dois."

E isso a fez gaguejar como ela sempre fazia quando confrontava seus pais.

Você tem que dizer isso, ela lembrou a si mesma com firmeza.

Porque se você não...

A bile subiu pelo seu estômago enquanto ela tentava imaginar o futuro que seus pais haviam friamente arranjado para ela.

O casamento arranjado pode ter dado certo para eles, mas...

Você precisa tomar uma posição!

É agora ou nunca!

Então fale!

Summerine ela respirou fundo—-

TOC, TOC.

Mas já era tarde demais.

"Preciso que você saia." O tom de sua mãe era imperioso.

Summerine pensou em nunca abrir a porta.

"Eu vou te arrastar pelos cabelos se for preciso."

E como Annie nunca foi do tipo que faz ameaças vazias, Summerine saiu relutantemente do banheiro e foi imediatamente alvo de um olhar gélido.

"Por que você sempre tem que ser tão lento?"

Porque você me mata de susto.

O olhar da mulher mais velha a percorreu da cabeça aos pés. "Você serve." Sua mãe se afastou com um estalo decisivo de seus Louboutins, e Summerine seguiu atrás da mãe, mesmo com uma voz dentro de sua cabeça começando a provocá-la.

(Covarde!)

"Ah, cale a boca", ela respondeu mentalmente, mesmo sabendo que falar sozinha só pioraria as coisas.

(Por que você se dá ao trabalho de sonhar se não tem coragem de realizar isso?)

(Apenas aceite. Você sempre estará sob o controle deles.)

(E você estará fazendo o que eles querem até o dia em que você—-)

Summerine enfiou seu Troll Interior em um armário imaginário e chutou as portas para fechá-las. A última coisa de que precisava era de uma entidade inexistente apontando o óbvio sem sentido. Seria melhor passar suas últimas horas (minutos?) preciosas de liberdade inventando uma saída...

Ou não.

Summerine podia sentir seus pulmões trabalhando horas extras ao ver seu pai esperando impacientemente por eles na sala de estar.

O pai dela, que supostamente estava a milhares de quilômetros de distância.

O pai dela, que era ainda mais assustador que Annie.

Tipo, muito.

"Pare com isso."

Summerine deu um pulo involuntariamente ao ouvir o tom do pai, e o olhar furioso dele a fez abrir os punhos rapidamente. George achou o maneirismo pouco feminino e impróprio, e ela nunca tivera coragem de lhe dizer que nunca tivera a intenção de fazê-lo deliberadamente.

Isso só acontecia quando ela estava ansiosa e, infelizmente para todos eles, não havia nada que causasse mais ansiedade para Summerine do que estar na presença dos pais.

George observou os arredores com satisfação. "Você fez um ótimo trabalho, Annie."

A casa inteira deles tinha sido recentemente apresentada em um programa matinal local, e a custosa reforma feita pelos pais dela tinha recebido elogios dos apresentadores.

02

Nunca vi "ornamentado" feito com tanto bom gosto!

A maneira como eles tecem seda vermelha em cada cômodo é impressionante!

E essas lanternas orientais, meu Deus!

Para toda a cidade de San Antonio, seu apartamento na cobertura era uma celebração visual de sua herança sino-americana.

Mas para Summerine, aquilo não era nada além de sua prisão dourada.

E a única maneira de escapar disso...era essa.

Todos na sala de estar ficaram tensos ao ouvir o som da porta da frente se abrindo e do mordomo acompanhando o visitante até a entrada.

George gesticulou de repente para Summerine. "É novo?", perguntou baixinho à esposa.

"É para uma próxima temporada. Ainda nem foi lançado."

"Não fará diferença se ele não souber disso."

"Ah, ele vai saber", disse a esposa, confiante. "Quando as fotos do noivado forem divulgadas, a imprensa não vai parar de falar sobre isso. Este vestido nos custou muitos, muitos favores."

Summerine estava acostumada com os pais falando dela como se ela não estivesse ali, principalmente por decepção com a aparência dela, ou não. Com a maneira como ela falava, ou não falava. Et cetera, et cetera.

Mas o que ela não estava acostumada era o tom profissional que eles tinham. Era como se ela fosse para eles apenas um trunfo a ser vendido pelo maior lance, e talvez...

Talvez essa tenha sido a única razão pela qual eles tiveram um filho?

O mordomo entrou e o coração de Summerine começou a bater forte.

"Sr. Ryu Harcourt, senhor."

Ela baixou o olhar sem saber por quê, e seu mundo ameaçou entrar em parafuso enquanto ouvia seus pais darem as boas-vindas ao visitante como se ele fosse um membro da realeza.

O que eu faço?

Uma coisa era desobedecer aos pais pela primeira vez na vida. Mas fazer isso na frente de um estranho?

"E posso lhe apresentar nossa adorável filha?"

Inúmeros medos invadiram sua mente ao ouvir George apresentá-la. Ela só conseguia pensar em dois tipos de homens que não veriam problema algum em comprar uma noiva.

Um velho safado com mais dinheiro do que moral.

Ou--

Um jovem sujo, também com mais dinheiro do que moral.

"Verão?"

Ela tentou levantar o olhar, mas a ideia de passar o resto da vida ali fez Summerine sentir um nó na garganta.

Quase...quase parecia...que ela estava prestes...a...desmaiar.

Agora ou nunca, parte 2.

DESTA VEZ, SOU SÉRIO!, Summerine praguejou ao encontrar seu reflexo. Ela estava usando um vestido de noiva que seu estilista pretendia lançar na próxima Semana de Moda de Paris. Era uma criação intrincada de flores de seda e renda, e era tão maravilhosamente confeccionado que criava até uma magnífica ilusão de que Summerine possuía um adorável decote.

Mas mesmo assim.

De que adiantaria usar um vestido de noiva de conto de fadas se ela nem sabia nada sobre seu noivo?

Fazia apenas três semanas que ela desmaiara aos pés dele, e Annie jogou um copo de água gelada no rosto de Summerine para reanimá-la.

"Você poderia ter estragado tudo para nós, seu idiota", sua mãe sibilou.

"Eu—-eu—-"

"Você tem sorte que o Sr. Harcourt seja um homem tão pragmático. Ele já assinou o contrato. Os proclamas de casamento serão publicados esta noite, e um aviso do seu noivado sairá nos jornais de amanhã."

E foi isso.

Ryu Harcourt não voltou para casa desde então e, sem acesso a um celular ou à internet, Summerine não conseguiu contatá-lo pessoalmente. O único recurso que lhe restava era reunir coragem para enfrentar os pais.

Mas cada vez que ela tentava falar, Summerine se via como objeto de seus olhares duros, sua coragem fugia, e era por isso que...

Tinha que ser agora ou nunca.

E então ela levantou o queixo e praticou parecer séria em frente ao espelho.

Porque isso era importante, certo?

Ela tinha que parecer séria para ser levada a sério.

Certo?

O coração de Summerine começou a bater forte assim que ela se fez imaginar que eram seus pais parados na sua frente.

Mãe. Pai. Quero falar com vocês.

Seus joelhos tremeram ao imaginar o escárnio nos olhares de seus pais ao ouvir isso.

Quero dizer.

E não aceito um não como resposta.

Ensaiar as palavras já fazia seu estômago se revirar, mas Summerine, de alguma forma, encontrou forças para continuar.

Você provavelmente vai me odiar pelo que tenho a dizer, e peço desculpas por isso.

Você provavelmente também não vai me perdoar, mas não posso mais ficar sem fazer nada.

Tenho vinte e dois anos. Sou um adulto completo, com um cérebro em pleno funcionamento.

E então não há como eu me casar com alguém que eu nem mesmo

Summerine esqueceu o resto do discurso quando a porta da suíte nupcial se abriu de repente.

"O que você pensa que está fazendo?"

Annie fechou a porta atrás dela, e as mãos de Summerine começaram a suar quando sua mãe se virou para ela.

"Você já está três minutos atrasada", retrucou a mãe. "Não te ensinamos a fazer isso?"

"Eu—-eu—-"

O olhar de Annie se estreitou, e Summerine empalideceu ao perceber o que sua mãe estava observando. Ela abriu os punhos apressadamente, mas os lábios de Annie já estavam tensos de irritação.

"Você precisa ser tão dramático sobre isso?"

03

"Você está me obrigando a casar com um completo estranho", Summerine desejou poder gritar. Era algo que ela deveria celebrar no livro deles?

"Você nem teria a chance de capturar um homem como o Sr. Harcourt se não fosse por nós."

Então por que você não o pega para você?

Summerine estava morrendo de vontade de jogar essas palavras para sua mãe.

(Mas você não pode, pode?)

"Seu pai acha que não preciso me preocupar em falar com você uma última vez, mas esse olhar em seu rosto prova claramente o contrário."

Agora ou nunca, ela insistiu para si mesma. Fale alto ou fique em silêncio pelo resto da vida!

Summerine engoliu em seco. "Eu—-eu—-"

"Não quero ouvir", interrompeu a mãe com uma voz fria. "E se tem alguém que vai ouvir, é você."

Summerine se encolheu quando Annie deu um passo ameaçador para frente.

"Seu pai e eu precisamos que seu casamento com Ryu Harcourt aconteça, e não deixaremos ninguém atrapalhar", sibilou sua mãe. "Muito menos você. Entendemos isso?"

Não. Não estamos nada esclarecidos sobre isso. De jeito nenhum.

Eu sou sua filha. Vocês são meus pais.

Então por que você está fazendo isso comigo?

Eu me oponho.

DESCULPE, TENHO QUE fazer isso na frente de todo mundo.

Mas meus pais não me deixaram escolha.

Não posso me casar com você.

Eu sinto muito.

Summerine repetia as palavras mentalmente enquanto descia a rampa acarpetada e florida. Quem quer que tivesse sido contratado para ser o estilista do local era um gênio, com todo o salão de baile transformado em uma floresta de flores fluorescentes iluminada por lanternas.

Todos a encaravam como se ela fosse a noiva mais radiante — e nenhum deles parecia notar a maneira como seus pais estavam vigiando cada movimento seu, como um guarda pronto para prendê-la à menor provocação.

Eu me oponho. Eu me oponho. Eu me oponho.

Summerine se recusou a ser intimidada e se concentrou em praticar as primeiras e mais importantes palavras de seu discurso.

Eu me oponho. Eu me oponho. Eu me oponho.

Mas assim que chegou ao fim da rampa, ela sentiu vontade de desmaiar novamente ao sentir seu noivo tomando seu lugar ao lado dela.

Eu...eu...eu...

O...O...Oh, isso era impossível!

"Antes de unir esses dois em sagrado matrimônio, alguém aqui se importaria em se manifestar?"

Metade dela estava determinada a ignorar a existência dele. Mas a outra metade sentia uma vontade inexplicável de dar uma espiadinha no estranho com quem seus pais haviam arranjado um casamento para ela.

"Muito bem, então..."

No dia em que ele visitou sua casa, Summerine já havia desmaiado antes que pudesse ver sua aparência, e ele já havia sumido há muito tempo quando ela acordou.

"Estamos reunidos aqui hoje—-"

Talvez... talvez ela pudesse simplesmente se virar para ele um pouquinho... e dar uma olhada rápida?

"Para unir Ryu Harcourt e Summerine Chan em casamento."

Sim, uma olhadinha não faria mal nenhum. Certo?

"Você, Ryu, aceita Summerine como sua legítima esposa?"

Summerine virou-se cuidadosamente para ele.

"Sim."

E então ela lentamente levantou o olhar para ele.

"Você, Summerine, aceita ser sua legítima esposa?"

Oh. Meu. Deus.

Não foi a mais louca e cruel das coincidências que ela tenha sido uma otaku enrustida por quase toda a sua vida... enquanto o homem ao lado dela era a personificação perfeita e escaldante do que um abishounen seria na realidade?

Quanto mais ela olhava para ele, mais ela sentia como se tivesse sido sugada para as páginas de seu joseimanga favorito, e agora ela estava vivendo a vida que sempre sonhou.

Seu cabelo era de um tom preto brilhante, seus olhos escuros e penetrantes.

E seu rosto, oh, seu rosto.

Era tão, tão lindo que somente seu maxilar esculpido o impedia de ser bonito demais.

E sua altura. E constituição física. E...

"Verão?"

Ela estava tão perdida na perfeição surreal da aparência dele que respondeu sem pensar.

"S-Sim?"

As pessoas riram de repente, e o som a arrancou de seus devaneios. O que era tão engraçado? Ela só tinha dito...

"Pelo poder que me foi investido—-"

Nossa, eu disse sim.

"Eu os declaro marido e mulher."

Summerine ainda estava em choque quando seu noivo gentilmente a virou para ele antes de levantar seu véu.

"Agora você pode beijar a noiva."

Sua cabeça abaixou.

NÃOOOOOOO.

E ele segurou o rosto dela.

Não posso. Isso não pode estar acontecendo.

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