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Sangue Oculto

A Menina no quintal

Olá pessoal seja bem-vindo a minha história, eu espero que vocês gostem, também é minha primeira vez fazendo uma história.
Boa leitura 🙇📖
Capítulo 1 – A Menina no Quintal
Aquela manhã estava mais silenciosa do que o normal.
Paula nunca soube explicar por que sentiu a necessidade de sair no quintal, ainda de pijama, com uma xícara de café quente nas mãos. Talvez fosse o instinto materno que ainda pulsava nela, mesmo que seu único filho, David, estivesse em intercâmbio na Irlanda há quase um ano. O coração dela, mesmo com a rotina simples, sempre parecia inquieto.
Foi ali, ao lado da cerca baixa que separava o jardim da floresta que cercava a pequena vila, que ela viu: uma criança.
Encolhida, usando um vestidinho branco sujo, descalça, os olhos azuis tão arregalados que pareciam não piscar. Tinha talvez dois anos. E não dizia uma palavra. Apenas a observava como se esperasse algo... ou alguém.
Paula
Paula
— Meu Deus... — sussurrou Paula, largando a xícara no chão.
A menina não correu, não chorou. Ficou ali, imóvel, como uma estátua viva.
Paula a acolheu sem pensar duas vezes. Chamou a polícia, procurou por alguma denúncia de desaparecimento, mas ninguém soube dizer de onde vinha aquela garotinha. O nome, ela só disse semanas depois, quando aprendeu a confiar.
Luna
Luna
Luna.
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Sete anos depois – Interior da França.
Luna cresceu entre as paredes modestas da casa de Paula. Agora, com 9 anos, era uma menina curiosa, silenciosa e muito observadora. Trabalhadora, ajudava a mãe adotiva a lavar a louça, organizar a pequena mercearia que mantinham na vila. Mas, apesar do carinho de Paula, algo dentro dela nunca se sentia totalmente em casa. Era como se existisse um pedaço do quebra-cabeça da vida que faltava.
David voltou pouco tempo depois que Luna começou a falar bem. Tinha 11 anos na época, e a ideia de ter uma irmã o pegou desprevenido.
Roberto
Roberto
— Ela nasceu enquanto você viajava, querido — disse Roberto, seu pai, com uma expressão forçada.
Paula
Paula
— Um ano dá tempo de muita coisa acontecer — completou Paula, tentando sorrir.
Luna
Luna
...
David acreditou, mas o incômodo ficou. Especialmente porque Paula tratava Luna com tanto amor e proteção que ele passou a sentir ciúmes. Sempre educado com ela, mas distante. E frio.
Quando completou 15, David foi morar com o pai, após uma revelação devastadora: Roberto estava tendo um caso com a vizinha. O casamento terminou, e junto com ele, a estabilidade da família. Roberto culpou Luna pela crise, por "ter surgido do nada", por ter mudado a dinâmica da casa.
Roberto
Roberto
— Se ela nunca tivesse aparecido, nada disso teria acontecido — disse uma vez, com raiva, diante de Paula.
Paula o esbofeteou.
Paula
Paula
— Nunca mais fale assim de uma criança, muito menos da minha filha!
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Atualidade – Luna aos 17 anos
Luna agora trabalhava em uma cafeteria no centro da cidade. Era educada, mas firme. Suportava os clientes folgados, as ordens apressadas, os olhares rebaixados. Tentava sempre se manter calma, embora tivesse vontade de jogar uma xícara de café quente na cabeça de alguns.
Sua melhor amiga, Aurora, era seu alicerce. As duas se conheceram na escola. Aurora havia perdido os pais em um acidente no ano anterior e vivia com o irmão mais velho, Noah, um jovem misterioso, sempre ocupado, envolvido em "negócios" que Luna nunca questionava.
Aurora era ousada, direta, mais madura. Protegia Luna como uma irmã, mesmo sendo da mesma idade.
Aurora
Aurora
— Você é boazinha demais, Lu. Um dia ainda vai explodir e chutar alguém pela janela — dizia rindo.
Luna ria, mas no fundo sabia que algo dentro dela estava guardado. Uma força que ela mesma desconhecia.
E essa força estava prestes a despertar.
Porque, em algum lugar do país, Miguel Brian, o maior chefão da máfia nacional, ainda estava vivo. E procurava sua filha.
E em outra cidade, Matheus Brian, seu irmão biológico, já sabia que Luna estava viva. E que o momento de reuni-los estava próximo.
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Continuação...
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Capítulo 2 – As Aparências Enganam

Continuação...
Boa leitura🙇📖
Capítulo 2 – As Aparências Enganam.
Era um dia normal de trabalho na cafeteria.
O cheiro de café moído misturado ao som das xícaras tilintando sobre o balcão criava um clima calmo, até acolhedor. Luna, com o avental preto e o cabelo preso em um coque rápido, anotava pedidos com paciência. Os clientes já a conheciam — alguns a respeitavam, outros abusavam de sua gentileza.
E então, ele apareceu.
Caio Morel. Alto, cabelo bagunçado propositalmente, sorriso de canto. Conhecido na cidade por ser “bom de papo”, e por nunca manter um relacionamento que durasse mais do que dois meses.
Daniel
Daniel
— Um cappuccino duplo... e o seu número, se não for pedir demais — disse ele, piscando.
Luna riu sem graça.
Luna
Luna
— Quer açúcar também, ou sua cantada já basta?
Ele continuou insistente, mas de maneira charmosa. E Luna, ainda inexperiente no amor, acabou cedendo. Trocaram números, começaram a conversar, se encontraram algumas vezes fora do café. Ele era divertido, mandava mensagens fofas, dizia que ela era "diferente de todas as outras". Luna acreditou.
Paula ficou desconfiada desde o início.
Paula
Paula
— Gente assim não aparece do nada — avisou. — Fica esperta, Luna.
Mas Luna queria sentir algo. Sentir que alguém a escolhia.
O relacionamento durou dois meses.
Foi o suficiente para o encanto quebrar.
Ela descobriu a traição da pior forma: Caio saindo de uma festa com outra garota no colo. Ele ainda teve a audácia de dizer:
Daniel
Daniel
— Relaxa, Luna. A gente nem era algo sério.
Ela o enfrentou na praça principal da cidade. Chorando, furiosa, magoada.
Luna
Luna
— Você me enganou! Mentiu! Me fez sentir como se eu fosse especial!
Caio perdeu a paciência.
Daniel
Daniel
— Você é só uma órfã sortuda que foi criada por uma família de pena. Acha mesmo que alguém como eu ia querer algo sério com você?
E então, ele a empurrou.
O que Caio não esperava era que, mesmo com lágrimas nos olhos, Luna reagisse.
Dois golpes secos de karatê. Um chute no joelho. Um soco direto no maxilar.
Ela havia treinado em segredo com um velho vizinho japonês desde os 12. "Para se defender", dizia Paula. Mas, naquela noite, Luna descobriu que era capaz de muito mais.
Caio caiu no chão, sangrando do nariz.
Luna
Luna
— Chega perto de mim de novo, e eu juro que vai sair de cadeira de rodas — disse Luna, com os olhos gelados.
Mas o assunto não terminou ali.
David ouviu os boatos. Um amigo o avisou: "O tal Caio agrediu sua irmã."
David não pensou duas vezes.
Procurou o cara naquela mesma noite. Achou Caio bebendo em um bar e, antes que ele reagisse, quebrou-lhe o nariz e duas costelas.
David
David
— Se você chegar perto dela de novo, nem o hospital vai dar conta de te reconstruir — murmurou, deixando Caio caído no chão do beco.
David voltou para casa com os nós dos dedos ensanguentados, mas em silêncio. Quando Luna o viu no dia seguinte, ele apenas disse:
David
David
— Cuida de ti. Só isso.
Luna nunca soube o que aconteceu exatamente. Só notou que Caio sumiu da cidade dias depois.
E, pela primeira vez, ela viu um brilho estranho nos olhos de David. Algo entre raiva e... proteção.
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Continuação...
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Capítulo 3 – Amores que Deixam Cicatrizes

Continuação...
Uma boa leitura🙇📖
Capítulo 3 – Amores que Deixam Cicatrizes.
Depois de Caio, Luna prometeu a si mesma que não cairia em outro conto de fadas.
Mas, como toda garota que carrega o peso de uma história não contada, ela ainda tinha esperança — mesmo sem perceber. Esperança de ser vista, de ser escolhida, de ser amada.
O segundo foi Gustavo.
Gentil, educado, parecia o oposto de Caio. Era estudante de medicina e sempre trazia livros e flores para Luna no final do expediente.
Por três meses, ele foi seu refúgio. Alguém que ouvia suas inseguranças, que falava sobre o futuro como se ela realmente fizesse parte dele.
Até que ela descobriu que Gustavo... tinha namorada. Oficial. De dois anos.
Luna ficou arrasada. A namorada verdadeira apareceu no café, gritou, chorou e chamou Luna de "destruidora de lares". Luna ficou sem palavras. Tentou explicar, mas ninguém escutou.
Ela saiu do trabalho mais cedo naquele dia, de cabeça baixa, e passou a noite inteira sem comer. Pela primeira vez, Paula a viu quebrada, realmente quebrada.
Paula
Paula
— Você é melhor do que isso, minha filha — disse Paula, abraçando-a forte. — Um dia, alguém vai ver a mulher incrível que você é.
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O terceiro foi Leandro.
Bonito, elegante, mais velho. Trabalhava em uma empresa grande da cidade. De início, parecia um homem maduro, um porto seguro.
Mas com o tempo, começou a controlar demais.
Gustavo
Gustavo
— Por que você fala com tantos homens no seu trabalho?
Gustavo
Gustavo
— Troca essa roupa. Está curta demais.
Gustavo
Gustavo
— Não responde minha mensagem por quê? Tá me traindo?
Luna demorou a perceber o abuso. Quando viu, já estava enredada, sentindo culpa por respirar. Um dia, ele apareceu no café, bêbado, e fez um escândalo por ciúmes de um cliente que apenas pediu o troco com um sorriso.
Foi expulso pela gerência, e Luna ficou com a reputação manchada novamente.
Professora
Professora
— Ela só atrai problema — cochichavam algumas clientes.
Mais uma vez, ela engoliu o choro e ficou em silêncio.
Mas por dentro, algo começava a ferver.
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O quarto foi Tiago.
Esse foi o mais perigoso.
Tiago parecia o cara certo na hora errada. Gentil, mas instável. Carinhoso, mas emocionalmente volátil. Eles ficaram juntos por quatro meses — os melhores e piores da vida de Luna.
Ele chorava por ela, dizia que nunca ninguém o amou como ela. No dia seguinte, gritava, quebrava coisas, jogava palavras como facas.
Quando terminou com ele, ele implorou, chorou, depois virou o jogo e a humilhou em público:
Tiago
Tiago
— Vai embora, Luna! Ninguém quer uma garota quebrada como você!
Aurora estava lá naquele dia. E não deixou barato.
Aurora
Aurora
— Se ela é quebrada, é porque idiotas como você vivem tentando destruí-la.
Luna chorou no ombro da amiga aquela noite. E pela primeira vez, pensou:
"Por que as pessoas me tratam como se eu fosse menos? Como se eu não tivesse valor? Será que tem algo errado comigo?"
Ela não sabia que a verdade estava se aproximando. Que sangue nobre corria em suas veias. Que o motivo pelo qual a vida tentava destruí-la era justamente porque ela era forte demais para ser domada.
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Enquanto isso, em um escritório luxuoso a quilômetros dali, Noah, com seus olhos frios e terno impecável, assinava contratos e comandava seus homens.
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Ele ainda não conhecia Luna.
Mas o destino já escrevia o momento desse encontro — e quando ele acontecesse, nenhum dos dois sairia ileso.
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Continuação...
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