Mesmo que o Tempo Passe CHANMIN
¹
Kim jehun
— Appa… e se ninguém gostar de mim?
Seungmin parou no meio do quarto e olhou para o filho. A camisa do uniforme escolar estava meio torta, os olhos redondos cheios de dúvidas. Ele se abaixou e ajeitou a gola com cuidado.
Kim seungmin
— Eles vão gostar. E se não gostarem, o problema é deles. Você é incrível —
O garoto soltou um sorriso tímido. Seungmin sabia que o filho era sensível, como ele. Observador. Discreto. Às vezes, o barulho do mundo parecia demais. Mas também sabia da força silenciosa que ele carregava.
Kim seungmin
— Lembra do que combinamos?
Kim jehun
— “Se eu ficar nervoso, eu respiro fundo três vezes e penso numa coisa boa” —
Kim seungmin
— Isso. E o que você vai pensar?
Kim jehun
— No appa cantando errado no karaokê —
O menino disse rindo, fazendo Seungmin revirar os olhos.
Kim seungmin
— Traidorzinho.
A manhã estava abafada, mas Seungmin ainda sentia frio no estômago. Vestia uma camisa social clara, calça escura, cabelo preso com cuidado — não por vaidade, mas por necessidade. Nunca gostou da sensação do cabelo solto tocando o pescoço.
Enquanto caminhava com o filho de mãos dadas até a nova escola, tentava não pensar em tudo que poderia dar errado. A mudança para Seul tinha sido precipitada, mas necessária. Em Busan, nada mais restava para eles. Só memórias ruins.
Deixou o filho no portão da escola, com um último beijo na testa, e seguiu para o metrô. Conferia mentalmente os documentos, as respostas ensaiadas, o nome da empresa: Bangh Enterprises.
Nunca tinha ouvido falar. Uma amiga tinha indicado a vaga.
No caminho, evitava o contato visual com desconhecidos, sentia as costas enrijecerem a cada olhar demorado. “Nada demais”, ele pensava. “Só uma entrevista.”
Mas quando chegou à frente do prédio, a logo imponente o fez parar.
A fonte moderna em letras metálicas. A fachada de vidro espelhado. O nome soou estranho. Familiar. Mas ele afastou o pensamento com um leve tremor nas mãos.
Kim seungmin
💭“Coincidência. Só coincidência.”
???
— O CEO deseja fazer a entrevista pessoalmente —
Informou a recepcionista, com um sorriso polido.
???
— Pode seguir até o 18º andar. Sala 3.
Seungmin agradeceu, engolindo seco. CEO? Ele não tinha se preparado para isso. O elevador subia rápido, espelhando sua imagem rígida no canto. Os dedos se apertavam na pasta de documentos.
Na sala, ele sentou-se à cadeira indicada, respirando fundo.
Kim seungmin
💭“Pensa numa coisa boa. Pensa numa coisa boa...”
Ele o viu.
Aquele rosto.
Aquele olhar.
Aquela presença.
O tempo congelou.
Bang Chan entrou na sala.
Mais velho. Mais firme. Mais... intocável.
Mas ainda ele.
Seungmin sentiu o peito se fechar. As pernas quase cederam. Os documentos em sua mão tremiam.
E antes que pudesse controlar, tudo começou a voltar.
autora
Eu fiquei horas pensando em uma ideia legal pra essa fic
autora
Eu não fazia ideia do que fazer
autora
Agora eu já sei ehehhe
autora
E tbm logo logo eu vou lançar a nova temporada de "entre a sombra e a esperança"
²
"Eu não deveria ter olhado pra ele."
Essa foi a primeira coisa que pensei quando vi aquele garoto parado no pátio da escola, rindo alto com os amigos.
Bang Chan.
Mesmo nome comum. Mesmo uniforme que o meu. Mas ele… ele parecia vir de um mundo diferente.
Era popular. Brilhante. Todo mundo sabia quem ele era — o capitão do time de basquete, o garoto com o sorriso mais bonito da escola. E eu? Eu era… o Kim Seungmin. O ômega calado da turma do fundo. O garoto estranho, que só se sentia à vontade com os fones de ouvido no volume máximo e a cabeça longe dali.
Mas naquele dia, por algum motivo, nossos olhares se cruzaram.
Eu deveria ter abaixado a cabeça. Evitado. Fingido que não vi. Mas não consegui.
Foi ali que tudo começou.
bang chan
— Você sempre anda assim, olhando pro chão?
A voz dele me pegou de surpresa. Eu estava na biblioteca, encolhido entre prateleiras, fingindo escolher um livro. Quando olhei, ele estava lá — Bang Chan. Camisa meio amassada, mochila pendurada de um lado só e aquele maldito sorriso fácil.
seungmin
— E-eu não tô olhando pro chão —
bang chan
— Tá sim. Vi você vindo pelo corredor. Parecia que queria desaparecer.
seungmin
— Talvez eu queira
Ele não riu. Nem debochou.
bang chan
— Isso seria uma pena
Ele disse, com a voz mais suave.
bang chan
— Porque eu te vi sorrindo uma vez. Lá do segundo andar. E foi bonito.
Eu congelei. A garganta secou.
bang chan
— Você tava rindo com o Han e o Hyunjin. Foi rápido. Mas eu lembro.
Eu não sabia o que dizer. Só consegui desviar o olhar e me encolher ainda mais entre os livros. E então ele se aproximou. Um passo só. Ficou ao meu lado e pegou um livro qualquer da prateleira.
seungmin
— Do livro… e da companhia.
seungmin
Ele riu. Um som baixo, quente. E eu percebi que estava com calor nas bochechas.
bang chan
— Então me deixa tentar ser boa companhia
Ele disse, estendendo o livro pra mim. “O Pequeno Príncipe”. Eu já tinha lido. Mas aceitei mesmo assim.
E naquele momento, tudo mudou.
Começamos a conversar. Primeiro nos corredores. Depois no refeitório. Ele passava pela minha sala só pra me dar um “oi”. E, com o tempo, meu mundo silencioso ficou cheio da voz dele. Dos sorrisos dele. Do perfume dele.
Eu não entendi de onde aquilo veio. Nem por que ele me escolheu. Mas, quando percebi… já era tarde demais.
seungmin
— Você me assusta, às vezes —
Sussurrei certa noite, quando ele me abraçava deitado na quadra, sob as estrelas.
seungmin
— Porque parece que você vê tudo de mim. Até o que eu não deixo ninguém ver.
Ele disse, os lábios roçando minha testa.
bang chan
— E mesmo assim, eu fico. Mesmo assim, eu escolho você.
Naquele momento, acreditei.
Acreditei que nada iria nos separar.
Acreditei que amor era o suficiente.
Mas eu era ingênuo.
E o mundo era cruel.
³
Com o tempo, Bang Chan se tornou a minha rotina favorita.
Ele sabia que mudanças inesperadas me deixavam inquieto. Sabia que o som das conversas cruzadas no refeitório me causava ansiedade, que às vezes o tecido da minha blusa me irritava ao ponto de eu querer arrancá-la. Ele sabia… e mesmo assim, nunca me apressava. Nunca me cobrava.
bang chan
— Quer comer fora hoje?
Ele perguntava com aquele sorriso tranquilo.
E eu hesitava. Porque sair da rota era desconfortável.
bang chan
— Então vamos ao de sempre
Completava, me aliviando antes que eu precisasse responder
seungmin
— Com sua comida de sempre… e seu mesmo copo de sempre.
E ainda ria, com aquele brilho nos olhos, passando o polegar com gentileza pela minha bochecha.
bang chan
— Isso não me cansa, Minnie. Me acalma.
Ele dizia essas coisas como se fossem simples. E pra mim, eram tudo.
Chan não tentava me “consertar”. Não se irritava quando eu repetia frases em contextos diferentes. Quando eu travava. Quando fugia do contato visual. Ele só me entendia. E esse tipo de entendimento… era raro.
Lembro da primeira vez que ele segurou minha mão em público.
Estávamos no festival da escola. Muita luz. Muita gente. Muito barulho. O cheiro de algodão-doce e fritura misturado ao som agudo de vozes me fez tremer. O tecido da minha camiseta já coçava mais do que eu podia suportar. Minha respiração começou a falhar. Eu só queria fugir. Me esconder.
Mas ele percebeu. Antes de qualquer colapso.
bang chan
— Olha pra mim, Seungmin.
Se ajoelhou na minha frente. No meio de todo mundo. E eu tentei. A visão embaralhada, o peito apertado, mas tentei.
bang chan
— Respira comigo. Um… dois… três… isso… quatro… cinco…
Ele ficou ali, contando comigo até o mundo desacelerar.
Depois segurou minha mão com firmeza e a colocou sobre o peito dele.
bang chan
— Sente? Tá rápido. Igual ao seu. Mas é por você.
Baixinho. Ele não se assustou. Só me abraçou, com um cuidado que me fez querer ficar ali pra sempre.
Os meses passaram. Tivemos dias bons e dias difíceis. Às vezes eu ficava em silêncio por horas. Às vezes chorava por estímulos que nem eu conseguia explicar. Mas Chan nunca reclamava. Nunca me fazia sentir errado.
Com ele, ser eu mesmo era seguro.
Até o dia em que descobri a gravidez.
Naquela noite, subi sozinho até o terraço do colégio. O céu estava nublado, e o vento de inverno cortava a pele. Me abracei, tentando raciocinar. A sensação estranha no estômago não era apenas medo. Era vida. Dentro de mim.
E quando o teste deu positivo pela segunda vez, não tive mais como negar. O medo me engoliu. Não por mim. Mas por ele. Por Chan.
Eu sabia o que isso significaria para a família dele.
Dois dias depois, fui chamado discretamente. Pensei que fosse algum professor. Mas não. Era ele.
pai do chan
— Vamos conversar, Kim Seungmin.
Só o som da voz dele já me paralisou.
pai do chan
— Eu sei do seu estado.
Ele se sentou à minha frente com frieza.
pai do chan
— E vou ser claro. Você vai desaparecer da vida do meu filho. Hoje.
pai do chan
— Não finja surpresa. Você sabe o que está fazendo. Quer se aproveitar do nome da nossa família? Do dinheiro? Não vai acontecer.
pai do chan
— Você vai sumir. E se não quiser que o filho que carrega se torne motivo de tragédia… vai fazer isso agora. Sem carta. Sem adeus.
Meus dedos tremiam. A garganta doía. E eu soube — ele não estava blefando. Não era um pai assustado. Era um homem poderoso. Capaz de tudo.
Não deixei bilhete. Não fiz mala. Apenas fugi.
Fui embora da cidade, do colégio, dos amigos… dele.
Levei comigo a única coisa que importava: nosso filho.
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