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Você É Meu Paraíso

O cheiro da liberdade

Os galhos cortavam a pele de Noah enquanto ele corria pela mata densa, cada respiração queimando como fogo em seus pulmões
O cheiro de terra molhada e folhas apodrecidas misturava-se ao aroma agridoce de seu próprio sangue, derramado em pequenas gotas no caminho que deixava para trás
Mas ele não podia parar
Não agora
Não depois de tudo
O grito abafado de um caçador ecoou à distância, fazendo seu coração saltar no peito
O clã não desistiria facilmente. Ômegas não fugiam; eram criados para obedecer, para abaixar a cabeça e aceitar seu destino
Mas ele não
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*aperta a mão contra o abdômen ferido, sentindo o sangue escorrer por entre os dedos*
A noite já havia caído, e a lua, quase cheia, iluminava fracamente seu caminho entre as árvores
O calor do cio começava a se anunciar, misturado ao medo e à exaustão, transformando sua fuga em um pesadelo sensorial
Quando seus joelhos cederam, Noah se arrastou até um tronco caído e se deixou tombar atrás dele, ofegante
O mundo girava
O sangue pulsava em sua cabeça como tambores
E, pela primeira vez naquela noite, ele pensou que talvez não conseguisse
Mas então...
Um estalo
Alguém estava ali
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*ergue os olhos, fraco demais para correr, pronto para lutar com o que restava de forças*
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Você vai atrair predadores sangrando assim *disse uma voz grave, próxima demais*
Noah piscou, confuso, até que as sombras se dissiparam e ele viu um homem parado diante dele
Alto, robusto, barba por fazer, olhos de um âmbar tão estranho quanto hipnótico
Vestia roupas simples, mas carregava uma espingarda pendurada nas costas e o cheiro
Aquele cheiro inconfundível de alfa
Impregnava o ar ao redor dele
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Quem… quem é você? *sussurrou, tentando se erguer*
O homem não respondeu de imediato. Apoiou um joelho no chão, ficando na altura de Noah, e observou a ferida com um olhar frio, quase clínico
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Se continuar assim, vai morrer antes do amanhecer.
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Talvez… seja melhor assim *responde, fechando os olhos, exausto demais para lutar, exausto demais para pedir ajuda*
Silêncio.
O homem se ergueu e, sem dizer mais nada, pegou Noah nos braços como se ele não pesasse mais do que um saco de folhas
Noah tentou protestar, mas o calor daquele corpo forte e o cheiro de madeira e fumaça o envolveram, afundando-o numa estranha sensação de segurança
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Me… me larga *conseguiu sussurrar, mas a força já o abandonava*
Antes de tudo escurecer, ouviu a voz grave murmurando, como uma sentença
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Idiota
...
Quando abriu os olhos novamente, estava deitado sobre uma cama de lençóis ásperos, envolto num calor seco
A dor no abdômen latejava menos, embora ainda estivesse ali, lembrando-o de que estava vivo
Tentou se mover, mas o peso de uma manta grossa o impediu
Ao virar a cabeça, viu uma lareira acesa no canto e o homem (o mesmo alfa) sentado numa cadeira, afiando uma faca
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Onde… estou? *a voz saiu fraca, quase um lamento*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*ergue os olhos, sem expressão*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Minha cabana
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Por quê?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*larga a faca e se inclina levemente para a frente, apoiando os cotovelos nas pernas*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Porque você ia morrer
Simples assim
Como se isso fosse razão suficiente
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*ri, um som fraco e sem alegria*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Talvez eu quisesse morrer...
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*franze o cenho*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não diga besteira
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*fecha os olhos, cansado demais para discutir*
Seu corpo estava aquecido, limpo… alguém havia lavado seu ferimento e enfaixado
Por um momento, quase conseguiu esquecer tudo
O clã, a fuga, os caçadores…
Mas então o aroma de alfa se fez mais intenso, invadindo seus sentidos
Seu cio não demoraria a se manifestar plenamente, e o medo voltou a apertar sua garganta
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Você… não deveria… me manter aqui *sussurra*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Eu sou… perigoso
O homem se levantou e andou até ele, ficando a poucos passos da cama
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*prende a respiração, o instinto dizendo para fugir, embora soubesse que não conseguiria nem levantar*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Eu sei exatamente o que você é *disse, encarando-o com uma firmeza inabalável*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
E sei que está sendo caçado
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*arregala os olhos*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Como...?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
A floresta fala
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Caçadores entraram nela esta noite
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Vi as marcas
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
E vi você
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*vira o rosto, envergonhado e, ao mesmo tempo, grato por ainda estar vivo*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Por que… me ajudou? *perguntou, a voz falhando*
O homem hesitou um segundo antes de responder
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Porque, às vezes, a gente não escolhe quem salva.
Noah não soube o que dizer
Apenas fechou os olhos e deixou que as lágrimas silenciosas corressem, misturadas à lembrança amarga de que, naquele momento, tudo o que tinha era aquele estranho… e aquele lugar esquecido nas montanhas
E, sem saber, acabava de encontrar o seu paraíso… ou, talvez, sua nova prisão
°
°
°
☆Continua☆

O silêncio se aproxima

Quando Noah acordou novamente, não soube dizer quantas horas haviam se passado
A lareira ainda ardia fraca, lançando sombras vacilantes pelas paredes de madeira rústica da cabana
O cheiro de chá quente e resina flutuava no ar, acalmando seus sentidos
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*vira a cabeça lentamente e vê o homem parado diante da janela, olhando para a floresta como se esperasse por algo. Ou alguém*
O silêncio entre eles era espesso, denso, como uma barreira que ambos não sabiam (ou não queriam) atravessar.
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*limpa a garganta, tentando reunir coragem*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Qual o seu nome?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*não se vira. Apenas responde, com uma voz grave, quase indiferente*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Lucas
Noah esperou um segundo, mas ele não perguntou o seu
Noah Thornwood
Noah Thornwood
O meu é Noah
Lucas não respondeu, nem fez qualquer menção de ter escutado
Apenas ficou ali, imóvel, com as mãos cruzadas atrás das costas
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*Aperta os lençóis*
O calor da febre começava a subir, mas não era só isso
O cheiro de Lucas, tão marcante, preenchia cada canto daquele espaço
Não era um cheiro agressivo, como os alfas de seu clã, mas algo...
Mais contido, mais selvagem
Como uma floresta antiga: perigosa, mas serena.
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Por que vive sozinho aqui? *perguntou, mais para espantar o vazio do que esperando resposta*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*se virou, os olhos âmbar se fixando nos dele com uma intensidade desconcertante*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Porque eu escolhi
E, dito isso, caminhou até o fogão de ferro, onde serviu uma caneca de chá
Levou até a cama e estendeu para Noah, que hesitou antes de aceitar
As mãos de ambos se tocaram brevemente a pele quente de Lucas contra os dedos frios e trêmulos de Noah
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Beba *ordenou suavemente*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Vai ajudar com a febre
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*Obedece, sentindo o líquido amargo aquecer sua garganta*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não precisa ter medo *murmurou como se lesse seus pensamentos*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*ergue os olhos, confuso*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Eu não tenho...
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*sorri, um sorriso breve, quase imperceptível, como uma folha sendo levada pelo vento*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Tem sim
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Eu sinto
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*desvia o olhar, irritado com a facilidade com que aquele homem parecia atravessá-lo*
Não estava acostumado a ser lido, a ser visto
No clã, ou se escondia ou obedecia
Não havia espaço para vulnerabilidade
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não vou te machucar, Noah *acrescentou, com uma sinceridade que doeu mais do que deveria*
E, por algum motivo que não conseguiu explicar, Noah acreditou
Os dias seguintes seguiram lentos, como o degelo de um rio no final do inverno. Noah permanecia na cabana, recuperando-se lentamente. A febre cedeu, o ferimento fechava-se aos poucos, mas a alma...
Essa continuava em carne viva
Lucas não fazia muitas perguntas. Apenas cuidava dele em silêncio, deixando sempre chá e sopa ao lado da cama, trocando os curativos com uma precisão que beirava o afeto, mas sem nunca se permitir proximidade demais
Noah observava-o de longe cortando lenha, limpando armas, cuidando dos animais que mantinha do lado de fora. Tudo com uma disciplina solitária que escondia mais do que revelava
Certa manhã, quando a neblina ainda cobria as copas das árvores, Noah arriscou levantar-se e caminhar até a varanda da cabana. O ar gelado cortou sua pele, mas a liberdade, mesmo que temporária, fez com que respirasse mais fundo
Lucas estava ali, sentado num tronco, afiando mais uma de suas facas
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Você não devia estar fora ainda *disse, sem olhar para ele*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Eu precisava
Silêncio. Apenas o som da lâmina deslizando pelo metal
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Tem medo que eles me encontrem? *perguntou, abraçando os próprios braços para se proteger do frio*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*para o movimento, erguendo os olhos lentamente*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Eu sei que vão encontrar
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
A questão é quando
Noah sentiu o estômago afundar
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Então você vai me entregar?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*inclinou a cabeça, como quem considera uma ideia absurda*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não
E voltou a afiar a lâmina
Noah se aproximou mais um passo, mesmo sentindo o instinto gritar para manter distância daquele alfa
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Por quê?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*soltou um suspiro, guardou a faca na bainha e encarou-o com aquela serenidade selvagem que parecia inabalável*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Porque você não merece voltar para onde fugiu
O peito de Noah apertou, e ele mordeu o lábio, tentando conter a onda de emoções que o invadia
Medo, alívio, confusão…
Desejo
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Você não sabe de onde eu vim…
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*se ergueu, caminhando até ele, parando tão perto que Noah podia sentir o calor que emanava de seu corpo*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Eu sei o suficiente *murmurou*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*prende a respiração*
A vontade de encostar-se naquele peito largo era tão forte quanto o impulso de correr para longe
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*ergueu a mão e, com a ponta dos dedos, afastou uma mecha de cabelo do rosto de Noah*
O toque foi tão leve que quase pareceu irreal
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Você está seguro aqui *disse, antes de se afastar e entrar na cabana*
Deixando Noah sozinho com o frio...
E com o coração batendo mais rápido do que jamais estivera
Naquela noite, enquanto ouvia o crepitar da lareira e o som do vento nas árvores, Noah pensou que talvez, só talvez, tivesse encontrado algo que nunca imaginou possível: alguém que o via como mais do que um ômega
E, mesmo sem perceber, estava começando a desejar permanecer
°
°
°
☆Continua☆

Algo que não sabemos nomear

Noah acordou no meio da noite, com o corpo quente demais e o coração acelerado, como se tivesse corrido sem parar
O quarto estava silencioso, exceto pelo crepitar suave da lareira, que lançava sombras inquietas pelas paredes da cabana
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*virou-se na cama e viu Lucas sentado à beira da lareira, o olhar perdido no fogo*
A postura dele era, como sempre, firme, mas havia algo naquela cena (uma tensão discreta, uma presença densa) que fazia Noah sentir-se inquieto, como se algo invisível puxasse seus sentidos para aquele homem
Não conseguia explicar
Não fazia sentido
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Não consegue dormir? *perguntou, a voz rouca quebrando o silêncio*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*ergueu os olhos lentamente, como se fosse arrancado de um pensamento distante*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Achei que você estivesse dormindo
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*encolheu os ombros sob as mantas*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Não consigo
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*assentiu, como se compreendesse sem precisar de explicações*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*Não disse nada, apenas ficou ali, com a mão apoiada no joelho e o rosto iluminado pelo fogo, os olhos âmbar fixos nas chamas*
O silêncio entre eles era espesso, mas não hostil
Pelo contrário, havia um conforto estranho naquela presença silenciosa, como se bastasse saber que o outro estava ali
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Eu… *hesitou, franzindo o cenho*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Eu tive um sonho
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*não respondeu de imediato, apenas virou levemente o rosto na direção dele, atento*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Era estranho…
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Uma floresta cheia de névoa…
Noah Thornwood
Noah Thornwood
E alguém me chamava
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*soltou uma risada fraca, envergonhado, e levou a mão à nuca*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Que coisa idiota, né?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*não sorriu nem zombou, apenas inclinou a cabeça, como se considerasse cada palavra*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Não parece idiota
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*o encarou por um segundo, surpreso com a seriedade da resposta*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
E você? *arriscou perguntar*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Está sempre aí…
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Olhando para o fogo
Noah Thornwood
Noah Thornwood
No que pensa?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*desviou o olhar por um instante, como se a pergunta fosse mais íntima do que deveria ser*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
No que sempre penso
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Sobre como o fogo consome tudo…
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
E sobra só o que é forte o bastante
Noah não soube o que responder. Apenas ficou ali, encarando-o no silêncio cortado pelo estalar das chamas
Depois de um tempo, Lucas se levantou, caminhando até ele com passos pesados e firmes
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*puxou a manta que cobria Noah, ajeitando-a sobre seus ombros*
O toque foi breve, mas quente, e fez Noah prender a respiração sem perceber
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Você precisa descansar *murmurou, a voz baixa demais*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*assentiu, mas não fechou os olhos*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*se afastou, voltando para a cadeira ao lado da lareira*
E Noah ficou ali, deitado, ouvindo o fogo, o vento lá fora…
E aquele estranho compasso que parecia nascer entre os dois
...
Na manhã seguinte, Noah se surpreendeu ao acordar e perceber que Lucas estava ao lado da cama, deixando uma caneca de chá no criado-mudo
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Está se sentindo melhor? *perguntou, sem alterar o tom sempre contido*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*assentiu, esfregando os olhos*
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Acho que sim
Lucas se virou para sair, mas Noah o chamou
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Por que…
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Você está fazendo isso?
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*parou, de costas para ele*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Fazendo o quê?
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Me ajudando
Noah Thornwood
Noah Thornwood
Cuidando de mim
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
*ficou em silêncio por um momento, e então respondeu*
Lucas Aurelian
Lucas Aurelian
Talvez porque você precise.
E saiu do quarto
Noah Thornwood
Noah Thornwood
*encarando a porta fechada, com o peito apertado por algo que não sabia nomear*
Nos dias que se seguiram, essa sensação só aumentou
Pequenos gestos, Lucas deixando lenha seca do lado da cama, reparando a janela para que o frio não entrasse, trazendo raízes medicinais da floresta…
Mas, ao mesmo tempo, mantinha-se sempre a uma distância segura, como alguém que sabia que, se se aproximasse demais, não conseguiria mais se afastar
Noah percebia isso, mesmo sem entender
E, quando à noite fechava os olhos, o sonho voltava: a floresta, a névoa, a mão estendida…
E o estranho aperto no peito, como se estivesse sendo puxado para algo ou alguém…
Sem perceber, passava os dedos pelo pulso, onde, às vezes, sentia uma leve ardência
Como se algo invisível estivesse ali, apertando suavemente sua pele
Mas sempre ignorava
Porque não podia ser nada
Só cansaço, só o trauma da fuga…
Não?
...
Do lado de fora, o vento atravessava as árvores, assobiando pelas fendas da cabana como um aviso antigo, um sussurro que nenhum deles ainda sabia escutar
Mas que, cedo ou tarde, se tornaria impossível de ignorar
°
°
°
☆Continua☆

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