O sol quadrado subia devagar no céu pixelado do Overworld, tingindo os blocos de terra com uma luz dourada familiar. Steve acordou com o som do vento balançando as folhas dos carvalhos e os zumbidos tranquilos das abelhas flutuando entre as flores. Tudo parecia normal… por um breve momento.
Ele se espreguiçou, tomou um pouco de sopa de cogumelo e saiu de sua cabana de pedra e madeira. Era para ser um dia como outro qualquer. Uma mineração rápida, talvez construir mais um andar em sua casa ou terminar o estábulo dos cavalos. Mas logo ao abrir o baú para pegar sua picareta de diamante, o mundo... travou.
Por um segundo, tudo parou. Os blocos flutuavam no ar como se estivessem se decidindo se ainda queriam existir. Sons se embaralharam. E então, PUF, o baú sumiu.
Steve recuou, confuso.
— O quê? — murmurou.
Ele relogou. Nada adiantou.
Mais bugs apareceram. As galinhas andavam de costas. Os porcos flutuavam. E no céu, nuvens pixeladas piscavam em vermelho, uma cor que jamais deveria estar ali.
Mais tarde naquele dia, ele subiu até a montanha mais alta para ver além do seu território. De lá, viu aldeias inteiras desconstruídas — blocos caindo no vazio como se o mundo estivesse sendo deletado. Ao longe, um zumbi dançava sozinho no topo de uma árvore, preso num ciclo de animação quebrado.
Steve sabia que algo estava errado com o próprio código do mundo.
Ele ativou seu mapa mágico, uma antiga relíquia de quando ainda havia administradores nos servidores. No canto da tela, uma mensagem piscava:
"Conexão Instável com o Código Central. Integridade: 41%."
Foi só então que Steve começou a entender. O mundo inteiro… estava se desfazendo.
Mais tarde, ele usou um comando para acessar o fórum de jogadores — um painel onde os poucos que ainda conseguiam jogar deixavam mensagens. E o que ele viu apertou seu coração:
> "O servidor Brasil_04 caiu."
"Não consigo mais logar no Mundo Livre."
"Minhas construções de 3 anos sumiram."
"Minecraft morreu?"
Os noticiários do mundo real, segundo os jogadores, também falavam do colapso. Sites, jornais, redes sociais. A Mojang não respondia mais. Era como se a essência do jogo estivesse sendo esquecida. E com cada jogador que desistia, o mundo perdia mais força.
Steve ficou em silêncio, olhando para o horizonte.
— Se ninguém fizer nada… tudo isso vai sumir.
Ele fechou os olhos. Sentiu o vento bugado passar. E então, decidiu.
— Eu vou salvar esse mundo. Sozinho, se for preciso.
Mas nem ele imaginava o quanto a jornada seria difícil... ou que o amor surgiria onde ele menos esperava.
Momento autora e ???
Uma sala aconchegante à meia-luz. Em uma estante, blocos pixelados decorativos e um bonequinho de Steve abraço a um pequeno Enderman. O notebook da AUTORA ainda brilha com a tela do site onde o Capítulo 1 acaba de ser publicado. Há silêncio, mas um silêncio cheio de alegria.
AUTORA: (com os olhos marejados, encarando a tela)
Está no ar. O primeiro capítulo… foi. Eles finalmente nasceram.
??? (sentado ao lado dela, com um sorriso tranquilo)
Steve e Elyd. Você os construiu como quem ergue uma casa no modo sobrevivência: com medo, cuidado, e muito coração.
AUTORA:
Eu achei que ninguém entenderia. Um Enderman e um humano? Em pleno colapso do Minecraft? Pensei que seria loucura…
???
É loucura. Mas é daquelas que o mundo precisa. Porque entre explosões de Creepers e bugs devorando mapas, você escolheu falar de amor. Isso muda tudo.
AUTORA: (respira fundo, emocionada)
Eu não queria só uma aventura. Queria mostrar que mesmo em um mundo de blocos, onde tudo parece programado… ainda pode existir sentimento.
Que até um Enderman pode amar.
??? (olhando fixamente para ela)
E você conseguiu. Você deu alma a algo que antes era só pixels. Deu esperança a quem achava que o jogo já tinha acabado.
AUTORA:
Eu vi tanto de mim no Steve… tentando construir mesmo com tudo caindo ao redor. E no Elyd, aquele silêncio cheio de sentimentos guardados…
??? (com ternura)
É por isso que dói tão bonito. Porque é verdadeiro. E agora que o portal foi aberto, ninguém pode fechar.
AUTORA:
O mundo precisa disso, né? De um jogo onde o objetivo não é só vencer, mas sentir.
??? (sorri e pega a mão dela)
E você acabou de iniciar esse mundo. Com um capítulo. Uma escolha. Uma fagulha.
AUTORA: (fechando o notebook com delicadeza)
Então que venha o próximo bloco… digo, capítulo.
??? (rindo)
E que os jogadores do mundo real aprendam, como o Steve, que amar também é uma forma de vencer.
O mundo fazia sons estranhos naquela manhã. Sons que Steve nunca ouvira antes. Não era o mugido das vacas ou o tilintar dos minérios caindo no inventário. Era algo mais profundo — como o ruído de um sistema gigante se desfazendo bloco por bloco.
Steve desceu a montanha com pressa. Se o bug estivesse se espalhando por todo o jogo, precisava verificar os biomas mais distantes. Montou em seu cavalo Pixel e cavalgou até a floresta escura. No caminho, tudo parecia... errado.
— Não... não pode ser — murmurou ao ver a floresta flutuando, com as árvores em ângulos impossíveis e folhas que tremeluziam como hologramas falhos.
Ao atravessar a floresta, chegou à aldeia de blocos de pedra que havia ajudado a construir com Alex tempos atrás. Mas onde antes havia vida e risos pixelados dos aldeões, agora só havia silêncio.
Aldeões estavam congelados em posições sem sentido, alguns flutuando no ar, outros presos dentro das paredes. Steve tentou interagir com um deles.
— Olá? Está tudo bem?
O aldeão virou o rosto devagar, os olhos escuros brilhando por um segundo. Em vez do tradicional "Hmmm", ele soltou um ruído digital distorcido, como se tentasse gritar, mas o código não deixasse.
ZHZHZHKHKHTT... A-A-AJUDA...
Steve recuou, com o coração acelerado.
Ele não sabia, mas naquele exato momento, no mundo real, fóruns estavam em colapso. Hashtags como #SaveMinecraft, #ServerCollapse e #MundoQuadradoEmPerigo dominavam a internet. Sites de notícias estampavam:
> "Jogadores relatam falhas severas em Minecraft. Especialistas apontam colapso iminente nos servidores ativos."
> "Teoria aponta que abandono em massa estaria 'matando' o mundo virtual de dentro para fora."
Enquanto isso, no interior do código do jogo, uma sombra observava. Uma entidade esquecida. Um resto de linhas e raiva. Null. Ele se alimentava de tudo isso: da frustração dos jogadores, do abandono, do ódio. E agora estava acordando.
De volta ao mundo, Steve abriu novamente o mapa mágico. A integridade do código agora estava em 29%.
Uma nova mensagem apareceu:
"ATENÇÃO: Mundo em instabilidade crítica. Recrutamento de usuários ativos necessário para estabilização. Em caso de inatividade global, o sistema será encerrado."
O fim estava mais perto do que Steve imaginava.
Sem tempo a perder, decidiu buscar Alex, a única jogadora com quem ainda conseguia contato. Juntos, talvez pudessem achar uma resposta.
Mas enquanto corria para o velho templo no deserto, onde ela vivia, uma figura alta apareceu no horizonte. Negra como o abismo, com olhos roxos cintilantes. Um Enderman.
Steve parou.
— Você...
O Enderman não se moveu. Não atacou. Apenas o observava. E por um instante… Steve sentiu como se estivesse sendo lido por dentro.
Foi só por um segundo, mas algo naquela criatura era diferente dos outros. Era... consciente.
O Enderman virou-se devagar e caminhou em direção à floresta de blocos corrompidos, deixando para trás um eco no ar, como uma vibração invisível, carregada de significado.
Steve ficou parado, confuso, mas curioso.
— Quem é você?
O que Steve não sabia era que aquele não era um Enderman comum. Era Elyd, o elo perdido entre os mundos, e talvez... a única chave capaz de reverter a extinção do Minecraft.
Momento autora e o ???
A mesma noite. A AUTORA e ??? caminham até a cozinha ainda sorrindo. A euforia do lançamento do primeiro capítulo continua no ar. A ideia é comemorar com um jantar simples... mas o caos está prestes a começar.
AUTORA: (abrindo a geladeira e franzindo a testa)
Hmmm… a gente tem ovos, um queijo meio suspeito, pão amanhecido e… um cogumelo que parece de The Nether.
??? (olhando o cogumelo com desconfiança)
Isso não é um Nether Wart, né? Porque se for, melhor deixar quieto.
AUTORA:
Olha, se Steve sobrevive com carne podre e maçã dourada, a gente consegue fazer algo com isso aqui.
??? (abrindo o armário)
Aqui tem... farinha! E... ah. Um pote vazio de Nutella. Mas dá pra improvisar. Já escrevemos um Enderman romântico, o que é um jantar falhado?
AUTORA: (rindo enquanto acende o fogão)
A diferença é que o Elyd não ia incendiar a casa tentando fritar um ovo.
??? (pegando a frigideira toda empolgado)
Confia! Eu vi um vídeo. Era tipo… três passos fáceis. Ou cinco. Talvez oito. Enfim, bora!
(Minutos depois)
O cheiro de queijo queimado começa a tomar conta do ambiente. A AUTORA vira o pão com uma espátula torta enquanto ??? tenta salvar um ovo que estourou e grudou na frigideira como obsidiana no chão de lava.
AUTORA: (entre risadas)
Você tá fritando ou invocando um Wither?
??? (com a frigideira na mão como uma espada)
É estratégia de guerra! O ovo se rebelou, estou lidando com uma revolta culinária!
AUTORA:
Deixa que eu cuido. Vai buscar o pão. Acho que não dá pra errar pão.
??? (abrindo o saco de pão e derrubando metade no chão)
Droga! Tá tudo no modo criativo, voando longe!
(Depois de mais tropeços, risadas e um leve alarme de fumaça desligado a tempo, eles finalmente se sentam na mesa com dois pratos improvisados: sanduíches tortos, omelete despedaçado e uma salada de última hora.)
AUTORA: (erguendo a taça de suco com teatralidade)
Ao primeiro capítulo, ao Enderman… e à nossa quase cozinha em chamas.
??? (tocando a taça na dela)
E à autora que escreve mundos incríveis, mas não sabe ligar o exaustor.
AUTORA: (fingindo indignação)
Ei! Se fosse uma fornalha do Minecraft, eu mandava bem.
???
Talvez… desde que não envolvesse cogumelos do Nether.
(Ambos caem na gargalhada, enquanto lá fora, uma estrela cadente risca o céu. No universo de Minecraft, Elyd talvez tenha sentido algo parecido… um calor leve e um riso distante.)
Steve chegou ao templo no deserto ao anoitecer. As dunas estavam instáveis, com partículas brilhando como se os blocos de areia estivessem desfazendo-se em poeira de dados. O templo, embora ainda de pé, já mostrava sinais do colapso: colunas tortas, escadas invisíveis, blocos piscando entre existência e ausência.
— Alex! — gritou Steve, a voz ecoando entre os corredores.
Um som de metal riscando pedra respondeu. Em segundos, uma figura de armadura de netherite apareceu no alto da escadaria, segurando uma espada encantada.
— Steve?! Eu achei que... pensei que você tivesse sumido como os outros.
— Ainda estou aqui. Mas o mundo... está morrendo, Alex.
Ela desceu rapidamente, os olhos cansados, como se não dormisse há dias.
— Eu sei. Eu estive monitorando os servidores com os comandos que sobraram. A integridade está piorando a cada hora. A maioria dos mundos multiplayer já caiu. Só restam alguns reinos solo... e mesmo esses estão instáveis.
Steve assentiu. — Eu vi coisas que não fazem sentido. Mobs travando no ar. Aldeões corrompidos. E hoje, vi um Enderman me encarar como se... me entendesse.
Alex franziu a testa.
— Um Enderman? Você tem certeza?
— Absoluta. Ele não me atacou. Só... olhou. Como se estivesse esperando algo.
Alex ficou em silêncio por um instante, como se ligasse peças antigas na cabeça.
— Isso pode ser... o começo.
— O começo do quê?
Ela o levou até a biblioteca do templo, onde livros mágicos flutuavam lentamente. Puxou um volume antigo, com uma capa de couro roxo e uma pedra vermelha incrustada no centro.
— A Lenda do Coração de Redstone — leu ela. — Um item mítico, criado antes mesmo da chegada dos primeiros jogadores. Dizem que foi gerado por uma combinação rara: o código puro do sistema e uma conexão emocional verdadeira entre dois seres de mundos diferentes.
Steve se aproximou.
— Código puro?
— Algo que existe além da programação comum. Emoções, vontades. Algumas linhas de código ganham "vida" quando o jogador investe sentimento no mundo. Amizade, amor, saudade... e até luto.
Steve olhou para o livro, tocando a pedra vermelha com cuidado.
— E o que isso tem a ver com a queda dos servidores?
Alex respondeu, firme:
— Dizem que se o Coração for ativado, ele pode restaurar a harmonia do mundo. Mas para isso, dois seres opostos devem se unir. Um da origem do jogador... e um do vazio.
Steve se afastou, surpreso.
— O Enderman...
— Talvez ele seja o elo perdido. E talvez... você seja o outro.
Um silêncio pesado caiu sobre os dois. Steve sentiu o peso da missão sobre seus ombros. Não se tratava apenas de salvar construções ou mobs. Era sobre salvar tudo que Minecraft representava: liberdade, criatividade, e agora... conexão.
— Onde está o Coração?
Alex hesitou.
— Ninguém sabe ao certo. Mas dizem que ele se fragmentou em três partes. Uma está no Fim. Outra no Nether. E a última... escondida dentro do próprio código, acessível apenas através de um vínculo profundo com outra entidade.
Steve fechou o livro.
— Então... é isso. Uma última missão.
Alex colocou a mão no ombro dele.
— E talvez a mais importante de todas.
Ao sair do templo, o céu já estava estrelado — ou pelo menos, o que restava das estrelas. Algumas sumiam e voltavam, como se piscassem um último adeus.
Steve sabia: o tempo estava acabando.
E no topo de uma colina próxima, observando de longe, estava Elyd, o Enderman de olhos roxos. Silencioso. Esperando.
Momento autora e o ???
A mesma noite. A AUTORA e ??? caminham até a cozinha ainda sorrindo. A euforia do lançamento do primeiro capítulo continua no ar. A ideia é comemorar com um jantar simples... mas o caos está prestes a começar.
AUTORA: (abrindo a geladeira e franzindo a testa)
Hmmm… a gente tem ovos, um queijo meio suspeito, pão amanhecido e… um cogumelo que parece de The Nether.
??? (olhando o cogumelo com desconfiança)
Isso não é um Nether Wart, né? Porque se for, melhor deixar quieto.
AUTORA:
Olha, se Steve sobrevive com carne podre e maçã dourada, a gente consegue fazer algo com isso aqui.
??? (abrindo o armário)
Aqui tem... farinha! E... ah. Um pote vazio de Nutella. Mas dá pra improvisar. Já escrevemos um Enderman romântico, o que é um jantar falhado?
AUTORA: (rindo enquanto acende o fogão)
A diferença é que o Elyd não ia incendiar a casa tentando fritar um ovo.
??? (pegando a frigideira toda empolgado)
Confia! Eu vi um vídeo. Era tipo… três passos fáceis. Ou cinco. Talvez oito. Enfim, bora!
(Minutos depois)
O cheiro de queijo queimado começa a tomar conta do ambiente. A AUTORA vira o pão com uma espátula torta enquanto ??? tenta salvar um ovo que estourou e grudou na frigideira como obsidiana no chão de lava.
AUTORA: (entre risadas)
Você tá fritando ou invocando um Wither?
??? (com a frigideira na mão como uma espada)
É estratégia de guerra! O ovo se rebelou, estou lidando com uma revolta culinária!
AUTORA:
Deixa que eu cuido. Vai buscar o pão. Acho que não dá pra errar pão.
??? (abrindo o saco de pão e derrubando metade no chão)
Droga! Tá tudo no modo criativo, voando longe!
(Depois de mais tropeços, risadas e um leve alarme de fumaça desligado a tempo, eles finalmente se sentam na mesa com dois pratos improvisados: sanduíches tortos, omelete despedaçado e uma salada de última hora.)
AUTORA: (erguendo a taça de suco com teatralidade)
Ao primeiro capítulo, ao Enderman apaixonado… e à nossa quase cozinha em chamas.
??? (tocando a taça na dela)
E à autora que escreve mundos incríveis, mas não sabe ligar o exaustor.
AUTORA: (fingindo indignação)
Ei! Se fosse uma fornalha do Minecraft, eu mandava bem.
???
Talvez… desde que não envolvesse cogumelos do Nether.
(Ambos caem na gargalhada, enquanto lá fora, uma estrela cadente risca o céu. No universo de Minecraft, Elyd talvez tenha sentido algo parecido… um calor leve e um riso distante.)
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