Grande Idiota
Capítulo 1 "O toque da Sombra"
O som do teclado era suave, quase íntimo, como sussurros em uma língua proibida. A luz azulada da tela iluminava o rosto concentrado de Amélia Bastia, uma mulher de 28 anos, tão perigosa quanto bela. O cabelo preso em um coque bagunçado revelava a tatuagem no pescoço — um código binário que só ela sabia decifrar.
Ela estava infiltrada. De novo.
Os dados da Mantis Noire, a organização mais temida do submundo, tremiam à beira da exposição. Amélia digitava com precisão cirúrgica, cada comando atravessando firewalls como navalhas afiadas. O objetivo era claro: encontrar o nome do líder. O homem que destruíra tudo o que ela amava. O nome que, por anos, ela caçava com obsessão.
O nome que ela ainda não sabia… era o mesmo homem por quem seu corpo começaria a implorar.
Um alerta soou no canto da tela.
Amélia Bastia
Merda… *murmurou ela, os olhos apertando. Alguém do outro lado tentava rastreá-la.*
Ela ativou um protocolo de camuflagem e empurrou o café frio de lado. O quarto de hotel onde estava hospedada (em Paris, claro, porque uma vingança dessas exige estilo) era escuro, silencioso. Até demais.
Então, alguém bateu na porta.
Três batidas. Uma pausa. Mais duas.
Ela congelou. Era o código de segurança da agência.
Rapidamente, fechou o laptop e pegou a arma da gaveta. Quando abriu a porta, estava pronta para atirar.
Chloé Fezz
Calma, vadia armada. Sou eu!
Chloé, sua melhor amiga e chefe da agência, entrou usando um salto de 15cm e um terno tão justo que seria considerado arma branca em alguns países.
Amélia Bastia
Eu podia ter te matado *disse Amélia,guardando a arma.*
Chloé Fezz
Você não teria coragem. Quem mais vai te emprestar um batom vermelho assassino e te salvar do FBI?
Chloé jogou uma pasta sobre a cama.
Chloé Fezz
Missão nova. E um aviso: você chamou atenção de alguém que não devia.
Amélia abriu a pasta e viu a foto.
Ele.
Terno preto. Olhar de aço. Lábios que pareciam uma promessa de destruição.
Jonn Raven. Empresário. Dono de uma fortuna suja.
Ela o encarou por longos segundos.
Amélia Bastia
Esse é o alvo?
Chloé Fezz
Esse é o diabo em pessoa. Mas cuidado… ele tem um gosto peculiar por mulheres perigosas.
Amélia sorriu de lado. Um sorriso que não conhecia o medo.
Amélia Bastia
Então ele vai me adorar
capítulo 2 "A Chefe Tem um Salto 15"
A sede da Agência Orion era discreta: um prédio comercial cinzento, com paredes sem charme e um elevador que rangia como os pecados de um político. Mas por dentro? Luxo e letalidade.
Chloé,diretora da agência e ex-espiã internacional, cruzava os corredores em sua rotina favorita: deixar todo homem hétero e mulher curiosa com o pescoço torcido. Salto agulha, vestido ajustado, um olhar que poderia fuzilar satélites.
Ela entrou na sala de reuniões como uma tempestade bem maquiada.
Chloé Fezz
Reunião de emergência, vadia*disse, tirando os óculos escuros com um estalo.* Amélia, você quase ferveu o sistema do submundo europeu. E agora, temos olhos em cima da gente até na Rússia. Parabéns. Arrasou. Idiota.
Amélia revirou os olhos, deitada no sofá com um notebook equilibrado no colo.
Amélia Bastia
Eu cheguei mais perto do nome do líder do que qualquer um em cinco anos.
Chloé Fezz
E se você morrer no processo, quem eu vou mandar pra invadir cofres do Vaticano? Louise? *Chloé arqueou a sobrancelha e sorriu cínica.* Falando nela…
A porta se abriu com um estrondo e Louise entrou correndo, cabelo preso num coque mal feito, carregando uma mochila aberta de onde saía um fio de… dinamite?
Louise Ziz
EU NÃO EXPLODI AQUILO, OKAY? *ela gritou antes mesmo de alguém perguntar.*Foi o gato. Ele pisou no detonador. Tá vivo. Eu acho.
Chloé Fezz
Santo Cristo… *murmurou Chloé .* A mente de uma poetisa, o juízo de uma granada.
Manon veio logo atrás. Blusa cropped, batom vermelho e um sorrisinho de quem já viu demais e quer ver mais ainda. Ela chupava uma bala como se fosse um cigarro em filme noir.
Manon Luize
Louise quase explodiu um convento. Mas os freis tinham uns bíceps interessantes. Dei meu número pra um deles. Chama-se Mateus. Acho que ele queria rezar, mas acabou gemendo.
Chloé Fezz
Eu desisto *disse Chloé , jogando os papéis sobre a mesa.* Vocês são a elite da espionagem mundial. O que explica o fim do mundo.
Amélia riu, mesmo sabendo que as coisas estavam ficando sérias. Ela olhou novamente a foto de Jonn Raven no relatório. O homem era um mistério com uma mandíbula esculpida em pecado.
Chloé Fezz
Ele é perigoso, Amélia *disse Chloé, mais baixa, se aproximando da amiga.* E diferente. Não vai cair no seu charme de hacker sexy.
Amélia cruzou as pernas, encarando a foto como se fosse um desafio.
Amélia Bastia
Ele não vai cair. Vai se ajoelhar.
As três espiãs fizeram “Oooooh” ao mesmo tempo.
Louise jogou a mochila na mesa, puxando uma máscara de panda.
Louise Ziz
Bora seguir esse gostoso, então. Quero ver se ele geme com sotaque britânico.
Manon piscou, mordendo a bala.
Manon Luize
Eu voto pra sequestrar ele e fazer uma sabatina com algemas.
Chloé Fezz
Vocês são doentes. E eu amo vocês. Agora vão, antes que eu me arrependa de ter contratado essa seita.
As três saíram rindo, prontos para a missão.
Na tela, a imagem de Jonn piscava em preto e branco. Imponente. Implacável.
Mas algo naquele sorriso… dizia que ele já estava à frente.
Capítulo 3 "O Alvo Infiltrado"
Londres, 3h da manhã. Chuva fina, céu escuro, as luzes da cidade refletindo no vidro do arranha-céu da Raven Corp — a maior fachada empresarial para a maior organização criminosa do planeta.
No último andar, entre paredes de vidro blindado e móveis minimalistas de luxo, Jonn Raven observava a cidade com um copo de uísque na mão. Terno preto sob medida, cabelo impecável, olhar gelado… e perigoso. Era o tipo de homem que não pedia. Mandava. E as pessoas obedeciam. Ou morriam.
Klaus Moore
Ela invadiu de novo *disse Klaus, seu secretário, ao entrar na sala com um tablet na mão.* O sistema 9 foi violado. Código: Phantom_04.
Jonn sorriu. Um sorriso que arrepiava a alma.
Jonn Raven
A hacker é a mesma de Paris?
Klaus Moore
Sim, senhor. Nome operacional: Amélia Bastia
Jonn Raven
Bastia… *Jonn deixou o nome escorregar pela língua como um vinho raro. * Já temos um rosto?
Klaus Moore
Ainda não. Mas… ela está vindo para Londres. Como parte de uma investigação oficial da Orion.
Jonn Raven
Perfeito. *Ele virou o copo.* Faça ela entrar no meu mundo. E quando entrar… tranque a porta.
Klaus hesitou, com o rosto sempre sério.
Klaus Moore
Senhor… com todo respeito, essa mulher não parece comum.
Jonn Raven
Exato, Klaus. Por isso eu quero ela aqui.
Enquanto isso, do outro lado da cidade…
Amélia saía de um táxi, vestida para matar — literalmente. Casaco de couro preto, botas até o joelho e um olhar afiado. Louise e Manon a seguiam disfarçadas, fingindo ser turistas deslumbradas, mas não conseguiam parar de rir.
Manon Luize
Se ele for tão gostoso quanto na foto, eu beijo a tela do notebook
Louise Ziz
Se ele for frio, eu boto fogo nele. Literalmente. Tenho fósforos *comentou, sacando o bolso*
Amélia Bastia
Chega, palhaças — disse Amélia, sem tirar os olhos da entrada do evento.
Ela tinha um convite falso para uma recepção beneficente organizada pela Raven Corp. O objetivo? Rastrear Jonn Raven. Estudar seus movimentos. Analisar sua rede.
Não se apaixonar.
Mas então… ele entrou.
Jonn.
Como se o universo tivesse desacelerado. A gravata preta perfeitamente alinhada. A expressão sem emoção. O olhar… diretamente nela.
Amélia sentiu o corpo reagir antes da mente. Calafrios. Calor. Um leve arrepio de perigo. Algo dentro dela sussurrou:
É ele. O predador.
Mas ela sorriu.
Porque se ele era o predador…
…ela era a armadilha.
Jonn Raven
Srta. Bastia, certo? *disse ele ao se aproximar, a voz baixa, rouca e controlada.*
Amélia Bastia
E você é…? *ela perguntou, já sabendo a resposta, mas fingindo.*
Jonn Raven
Jonn Raven. O anfitrião.
Ele estendeu a mão. Ela segurou.
Toque firme. Quente.
Explosivo.
E foi nesse aperto de mão…
Que ela assinou sem saber, um contrato com o próprio inferno.
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