Os raios de sol invadiam a janela entre aberta daquele quarto, ao qual uma jovem sonhava com seu futuro e em meio a seu sono, uma voz a chama.
_ Anneliese?_ faz uma pausa_ ANNELIESE!!_
O grito faz a jovem acordar num pulo, colocando uma das mãos no peito, sentindo o coração disparar por conta do susto. Olhando para a porta de seu quarto, ela vê sua mãe adiante.
_ Acorda filha, temos muito trabalho _ diz a senhora, após isso encosta a porta.
Anneliese se levanta rapidamente e trata de fazer suas necessidades o mais rápido que pode, pois, pelo tom de voz de sua mãe, a manhã será bem corrida. Após se arrumar, a moça descia até a pequena sala, mais para frente abre a porta da padaria de seu pai.
Sua mãe a olha e sinaliza com os olhos, à esquerda da jovem há uma cadeira com avental, a mesma veste e põe a mão na maça. Sem muitas palavras, a mãe e o pai falam o que deve ser feito, enquanto Anneliese fazia além de pães e tortas, ajudava seu pai com os bolos que foram a pedido do rei.
No meio da produção, na parte da tarde, Anneliese se sentia a vontade em falar com sua mãe, já que o trabalho diminuía com a ajuda da jovem.
_ Terá mais um baile?_ ela pergunta.
_ Sim, em comemoração ao aniversário do filho caçula do rei_ a mãe a olha e dá um sorriso de canto_ Pelo que eu ouvirá falar, nossa família foi convidada para comparecer_
_ Isso é verdade mãe?_ os olhos de Anneliese se enchiam de encanto.
_ Sim minha filha, porém, só o seu pai irá _
A felicidade da jovem foi diminuindo por um fio, sua mãe percebe, o homem da casa chega e vai até elas.
_ Recebi uma carta da nossa filha Cassandra_ ele se aproxima delas.
_ O que está escrito??_ pergunta a senhora da casa.
Anneliese se põe atenta ao que o pai vai dizer, o senhor tira a carta do bolso e abre na frente delas, lendo em voz alta.
Mamãe e Papai.
Escrevo-lhes essa carta para anunciar que estarei indo os visitar por esses dias de primavera.
O momento de minha ida até vocês, será dita por mim e por meu marido, O Duque Edgar de la Croix.
Com a permissão dele passarei uma semana com vocês para matar a saudade, inclusive da minha irmãzinha Anneliese, anseio em trocar tiradas feitas com flores, as quais fazíamos no jardim próximo à floresta, atrás de nossa casa.
Espero que esteja tudo bem enquanto estive fora, principalmente a senhora minha mãe, que o papai fique ajudando a senhora como prometera a mim, antes de partir.
As saudades que tenho é grande e só será abatida quando eu os ver.
Com carinho de sua filha Duquesa Cassandra de lá Croix.
_ Essa sua irmã, pensa que vou fazer de tudo para me arriscar _
_ Eu um Boulanger, sei como cuidar de você, minha querida esposa _ ele diz num tom carinhoso, fazendo a sua amada corar.
_ Ah pare com isso meu amor, chega de seu charme galanteador_ ela diz envergonhada, querendo mudar de assunto _ O que será que nossa amada Cassandra quer nos contar, ainda mais com o Duque _
Sua dúvida chamou a atenção de Anneliese, que logo estava arrumando as formas em seus lugares_ Só saberemos quando ela chegar, mamãe _ diz ela.
_ Ah, bem que você poderia encontrar alguém, minha filha_ a senhora diz, imaginando um futuro casamento _ Poderia conquistar o coração de um duque, assim como sua irmã fez_
_ Não sei se eu seria apropriada para um cargo de Duquesa, minha querida mãe, além disso, nenhum dos soberanos me chama a atenção _ ela rebate.
_ Você é que nem a sua irmã, complicada_ diz o senhor Boulanger_ Desde os 15 anos que sua irmã escolheu, até encontrar o Duque, que realmente a ama_
_ É isso que quero para mim papai, alguém que me ame, sabendo quem eu sou de verdade _
O dono da casa sai do cômodo deixando as duas ali na cozinha , Anneliese fica cabisbaixa imaginando o que se passava na mente de seu pai naquele momento.
Vendo isso a sua mãe limpa as mãos sujas de farinha no avental branco e acaricia o rosto da caçula _ Sabe como é o seu pai, ele quer o melhor para você _
Anneliese olha para sua mãe e dá um pequeno sorriso, que logo some_ Eu sei, minha mãe, mas só eu sei o que é melhor para mim_
As palavras de Anneliese invadiram a mente de sua mãe, no fundo a mesma sabia que um casamento que tenha amor não irá acontecer, ainda mais naquele tempo, em que as moças eram apresentadas ao senhores em bailes os quais o próprio rei e a rainha preparavam, dando as essa oportunidade.
Passaram-se as horas, dando a hora do jantar, Anneliese já estava a mesa, junto aos seus pais, comendo em silêncio, a mesma pensava consigo mesma se os negócios da família vão cair, já que para seu pai falar daquele jeito hoje cedo, teria que haver um motivo sério.
Mesmo que Cassandra esteja casada com um Duque, meu pai ainda se preocupa com o que pode acontecer com a padaria. Anneliese termina o seu prato e se direciona a pia, lavando os pratos, e depois de uns minutos seus pais acabavam os deles e colocavam para lavar.
Aquele dia parecia o mesmo de sempre, os mesmos afazeres, mesmas conversas, tudo, nada de interessante na vida de uma filha de padeiro, Anneliese vai até seu quarto e se arruma para dormir, ainda com pequenos pensamentos em sua mente.
Ansiosa por aventuras, conhecer pessoas novas e vê o mundo, um sonho o qual ela vê muito longe por conta de sua situação, mas algo veio a sua cabeça antes de dormir definitivamente, amanhã haverá o baile e até que o galo cante, o seu pai mudará de ideia sobre ir sozinho para o castelo.
Pois, seria uma oportunidade, tanto para ele quanto para Anneliese, em conhecer novas pessoas.
Continua...
Um novo dia amanhece, os afazeres da padaria está a todo vapor, Anneliese ia de um lado para o outro ajudando seu pai com as coisas mais pesadas, enquanto a sua mãe cuidava das mais leves. Um dia comum para eles, porém, para uma pessoa de alto escalão, o rei de Azura, pediu para o padeiro fazer todo tipo de guloseima ao gosto do príncipe.
_ Perfeito_ diz o homem da casa.
_ Já se passou o horário de almoço, venham, tem ainda as sobras de ontem_ diz a dona da casa.
Os três se limpam e vão almoçar na sala dos fundos, a rapidez do senhor Boulanger para terminar a comida é evidente. A sua esposa olha para ele surpresa, pensando que ele está ansioso.
_ Querido, coma devagar para não engasgar _ diz preocupada.
_ Relaxa mulher, eu quero que tudo saia perfeito!_ ele fala, e cada vez mais come mais rápido.
Anneliese fica pensativa e querendo falar com o seu pai, sobre querer ir para o palácio com ele, até vê o quão ansioso ele está.
_ Querida, ajeite-se, vocês duas, sei como demoram_ ele diz.
_ Espera, a gente vai?_ pergunta Anneliese tentando disfarçar a animação.
_ É claro, está na hora de saírem desse forno_ ele fala isso, levantando-se da cadeira, indo até à pia, colocando o prato ali.
Após isso, o senhor Boulanger sai do cômodo, indo assim terminar os afazeres. Enquanto a sua mulher e filha terminavam de comer, elas conversavam sobre qual vestido iriam vestir para uma ocasião tão especial quanto está.
_ Mãe, a senhora acha que eu devo vestir o vestido azul, o qual minha irmã me deu como presente de aniversário?_ ela diz isso, enquanto termina de lavar os pratos.
_ Sim querida, ele fica lindo em você, seus cabelos soltos com duas tranças nas laterais e duas abaixo perto da orelha.
As horas passavam e ambas já se viam aprontadas, o senhor Boulanger entra no quarto e vê as mulheres de sua vida bem vestidas_ Vocês são os meus tesouros _ ele diz, indo até sua esposa, dando um beijo e em seguida vai até sua filha e a abraça_ Estão prontas?_
_ Sim_ ambas dizem.
O casal e sua filha, vão até a frente da casa, o homem fecha a porta e após isso ajuda a sua mulher e sua filha subirem na carruagem simples, assim os três vão em direção ao palácio real, o casal se via feliz, já Anneliese se encontrava ansiosa para chegar, pois, a mesma nunca entrou em um palácio, seria a sua primeira vez.
Chegando lá, o pai de Anneliese entregou o convite para o mordomo que se encontrava a frente, recebendo os convidados, a jovem descia da carruagem e ajudava a sua mãe, as duas olharam para o palácio e de como ele é lindo, mesmo com as paredes acinzentadas, o que possuía dentro tinha uma beleza maior, pois, no ponto onde estão dava para vê adiante a esquerda o início do jardim real.
Ambos entram no palácio e vão em direção, os olhos de Anneliese se enchem de brilho e admiração, a decoração do salão era inexplicavelmente linda, os jarros de flores, as cortinas nas grandes janelas do salão, tudo tão.
_ Perfeito _ diz um rapaz.
Anneliese toma um susto, parecia que ele estava lendo os seus pensamentos, a mesma fica quieta e seu pai logo vem atrás dela.
_ Vossa alteza_ ele diz e em seguida faz referência, Anneliese percebendo também a faz.
_ Agradeço pelo seu trabalho explendido senhor Boulanger, os doces expostos a mesa estão uma delícia _
O rapaz que elogia o trabalho de seu pai, está vestido formalmente, uma roupa branca com detalhes na cor amarela, combinado com as pontas de seus cabelos, que na raiz é um castanho escuro e no final um tom parecido com dourado. A feição do rapaz esbanjava de alegria, além de ser alto e magro, os seus olhos castanhos emitiam um brilho ao bater da luz entre eles.
_ Apresento-lhe minha filha caçula, Anneliese _
_ É um prazer conhecê-lo, Vossa alteza_ ela diz, fazendo uma referência apenas abaixando a cabeça.
Os olhos de ambos se encontraram, com tanta gente ao redor, o jovem príncipe parecia encantado com a beleza da moça que resplandecia a sua frente, o mesmo ergue a sua mão direita.
_ Me daria a honra a segunda dança?_ ele pergunta.
Anneliese olha para o seu pai, que assente que sim com a cabeça, ela mira o príncipe _ Aceito_ ela pega não mão dele estendida.
Todos olhavam os dois indo para o centro do salão, a música começa a tocar e os pares dançavam com muita grandeza. Anneliese via os duques e duquesas, o rei adiante com o seu filho caçula, a rainha falava com as damas e ladys e logo sua atenção vai para seu filho e para a Anneliese, que ao perceber desvia o olhar e o direciona para o príncipe.
Era de se imaginar que os dois chamassem a atenção dos que ali estavam, pois, mesmo sendo a filha de um simples padeiro, foi a primeira a dançar com o filho mais velho do rei. Ela ouvia os cochinhos das moças, falando sobre sua pessoa, logo se sente desanimada para continuar a dança, porém, decide terminá-la e depois se juntar a sua mãe e assim, foi o que ela fez. O príncipe ficou sem entender a reação repentina da moça, o deixando ali sem nenhuma explicação, até escutar algo.
_ Como pode uma simples filha de padeiro chamar a atenção do príncipe?_
Com esse pequeno comentário ele pode entender o motivo da sua ida e querendo saber mais sobre ela, o mesmo vai atrás da moça. Anneliese andava rápido, até encontrar sua mãe que se localizava em frente a mesa de degustação, vendo a sua filha chegar perto e seu desânimo, ficou preocupada.
_ Está tudo bem?_
_ Sim, está _ Anneliese mente, mas só de vê a sua mãe arquear a sombrancelha, já sabe que ela descobriu que tem algo de errado.
_ Não minta para mim, filha, o que houve?_
_ Podemos falar em outro lugar?_
Sua mente diz que sim ao seu pedido e as duas saem do salão e vão para um lugar que tinha poucas pessoas, no jardim. O príncipe vê as duas saindo e vai atrás delas, mas no meio da procura é impedido pelo seu irmão mais novo.
_ O papai está te chamando e ele disse que é para ir já _
O mais velho o olha com frustração, pois, estava ansioso em encontrar com a jovem e conversar com a mesma, no entanto o mesmo entende que seu dever de príncipe vem em primeiro e vai até o encontro de seu pai.
Continua...
Anneliese contava para sua mãe o ocorrido, ambas se encontravam no jardim real. Vendo o desânimo de sua filha, acariciou o rosto dela, tentando animá-la de alguma forma, Anneliese pensava consigo mesma, ela não imaginava que a gente da realeza falaria tal coisa.
_ Filha, sabe que como há pessoas boas no mundo, há as ruins também e uma coisa lhe digo, não abaixe a cabeça aos comentários, revide_
_ Como?_ pergunta Anneliese, os seus tempos na padaria e sempre dentro de casa, a fez não saber quase nada sobre a vida.
_ Fale o que vier na cabeça, com sensatez e o saber no que está dizendo _
A jovem assente com a cabeça, se sentindo um pouco melhor, até que ela olha para o lado e vê o príncipe vindo na sua direção, sua mãe também olha, achando estranho o nervosismo da sua filha e percebe o porquê.
_ Senhora Boulanger _ ele comprimenta.
A senhora está a ponto de fazer a referência, mas Anneliese a impede, por medo que sua mãe sinta dores, notando isso, apenas abaixa a cabeça_ Príncipe Alan, como posso oferecer meus serviços para ajudá-lo?_
Ele olha para Anneliese_ Poderia me apresentar a linda jovem que está ao seu lado?_
_ Está é minha filha caçula, Anneliese _ ela diz.
_ É um prazer conhecê-lo príncipe Alan_ Anneliese diz nervosa.
_ Bem, eu deixarei a sua Vossa Alteza sozinho com minha filha, com sua licença _ diz a senhora Boulanger.
_ Eu agradeço _ ele fala.
Anneliese sente o nervosismo tomar conta de si, a mesma não imaginava ficar sozinha com o príncipe, sua mãe sai e os deixa sozinhos, o moço olha para a jovem a sua frente e começa a perguntar.
_ Por que você saiu com rapidez?_
_ Sinto muito, mas não pude deixar de ouvir os comentários das princesas e damas ao meu respeito _ diz ela com a voz firme.
_ Entendo o que deve sentir a respeito disso_
_ É mesmo?_ Anneliese dá as costas_ " como um príncipe pode entender isso?"_
_ Sim, mesmo sendo um príncipe, não fujo dos comentários alheios_ ele diz e dá um meio sorriso.
_ Muita coragem para falarem ao seu respeito, deveria engolir o que dizem_ Anneliese fala sem medir suas palavras, pois o desgosto por essas pessoas estava crescendo em seu ser.
_ Verdade que sou alguém da realeza, mas como qualquer outro, somos iguais em partes_ ele tenta estender o assunto.
Anneliese vê o seu pai adiante, ele parecia animado e ansioso para contar algo, notando isso ela pede licença ao príncipe e vai em direção ao seu pai, que logo estende o sorriso.
_ Todos os convidados elogiaram as nossas guloseimas e pratos divinos, alguns deles me fizeram pedidos com um bom preço, minha filha_ ele a abraça_ Nossa vida vai mudar e sua mãe poderá melhorar a saúde_
_ Pai, estamos passando alguma dificuldade?_ ela pergunta, pois, o soar da voz de seu pai aparentava alívio.
_ Quando chegarmos em casa eu explico a você, prometo_ dizendo isto ele dá um tapinha no ombro dela e sai dali.
Uma preocupação fincou em seu coração, mesmo sendo uma jovem de 17 anos, a sua mente entendia os fatos perfeitamente, mesmo quando não tem maturidade para isso ou é o que pensava de si mesma. A jovem pensa se deveria voltar a conversar com o príncipe, mas assim que olha para trás, o vê vindo até si, querendo não transparecer o sentimento, ela coloca um sorriso no rosto.
_ Tudo bem?_
_ Está sim Alteza_ ela olha ao redor e nota que as princesas estão indo até eles_ Vossa Alteza, gostaria de me acompanhar no passeio em seu jardim?_ ela pede.
As princesas ouvindo isso ficaram indignadas e falavam por trás sobre eles_ Ele não vai aceitar um pedido de uma camponesa_
_ Uma filha de padeiro inclusive, há _
_ É muita gentileza sua senhorita Boulanger, eu aceito o seu pedido_ ele dá o braço para que ela segure e assim ela o faz.
A indignação das princesas era notória, pois Anneliese olha para trás e percebe seus olhares que mais pareciam de inveja, contando com a raiva emanando de seus corações. Por um momento ela achou bom, mas vendo o que pediu pensou se deveria ter feito isso_ " Eu não acredito que estou caminhando com o príncipe Alan"_ O passeio deles foi um tremendo silêncio, ambos não direcionaram nenhuma palavra se quer, até Anneliese vê as rosas vermelhas no jardim.
_ São tão bonitas_ as palavras de Anneliese chamaram a atenção de Alan.
Ele logo se pôs a pegar uma rosa, tirando os espinhos e dando a jovem, a garota fica com um rubor nas bochechas e agradece pelo ato, o mesmo apenas dá um sorriso e não diz nada, até voltarem ao início do jardim, a festa estava prestes a acabar e como haveria mais uma dança, os dois entraram no salão e dançaram uma última valsa. A rosa que antes se via na mão de Anneliese, agora se encontrava em cima de sua orelha esquerda, enfeitando o seu cabelo negro, seus olhos violeta brilhavam e com isso chamaram a atenção do príncipe, ao ponto de ser vista um rosado nas bochechas do mesmo.
Por fim, a festa acaba, Anneliese se despede do príncipe Alan e ele pergunta_ Nos veremos de novo?_
_ Não tenho certeza, mas é um talvez _ ela diz.
Ele dá um sorriso e ambos se recolhem, Anneliese ajuda sua mãe a subir na carruagem, em seguida some e seu pai conduz até a frente da padaria deles.
Chegando lá, Anneliese se apronta no seu quarto e antes de dormir, ela olha pela janela, se perguntando se realmente o veria outra vez e agora mais uma questão _" O que minha irmã quer nos dizer?"_ Seus pensamentos e dúvidas instalaram em sua cabeça, ainda mais com o fato de que sua irmã pode chegar amanhã ou provavelmente daqui a cinco dias, já que quando a cart foi mandada ela já havia saído.
Deixando os pensamentos de lado, Anneliese decide dormir, ela se aconchega na cama, e deitando na posição que mais a deixa confortada e após alguns minutos cai no sono, esperando um novo amanhã.
Continua...
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