Capítulo 1: Uma Nova Vida
Local: Toscana, Itália — Dois Meses Depois
O som do vento entre os vinhedos era suave como um sussurro de paz. O chalé de pedra clara, reformado com cuidado por Viktor e Enzo, ficava no alto de uma colina com vista para o vale coberto por vinhas e oliveiras.
Na varanda, Enzo regava flores em vasos de barro, enquanto Viktor arrumava a mesa do café da manhã. O aroma de café fresco e pão assado no forno à lenha preenchia o ar. Não havia guardas, reuniões, códigos ou armas. Havia apenas o presente.
— Você lembra da nossa primeira noite em silêncio? — perguntou Enzo, sentando-se à mesa.
— Lembro — disse Viktor. — Foi a primeira vez que ouvi meu próprio coração. E ele gritava seu nome.
Enzo sorriu, pegando a mão dele por cima da mesa.
— E ainda grita?
— Agora ele canta — respondeu Viktor, antes de levar os dedos de Enzo aos lábios.
Depois de anos de sangue e dor, eles haviam tomado a decisão mais ousada de todas: desaparecer. Abandonar a máfia, as guerras e o passado. Com a ajuda de aliados fiéis, cortaram os laços e sumiram do radar. Mudaram de nomes, de países, de vida. Viktor se tornou Anton, e Enzo passou a se chamar Luca.
Os dias eram simples: café da manhã na varanda, longas caminhadas pelos campos, noites sob as estrelas. Enzo escrevia um livro de memórias em segredo. Viktor cultivava uvas e experimentava vinhos locais com os vizinhos. Nenhum deles sabia exatamente quanto tempo aquela paz duraria, mas aprenderam a viver dia após dia, sem planos além do momento presente.
Mas, mesmo na tranquilidade da Toscana, o amor que os unia era intenso. Tatuado nos corpos, gravado nos olhares, construído nas batalhas e reforçado nas reconciliações.
Naquela noite, deitados juntos sob o céu estrelado, Viktor sussurrou:
— Eu achava que o amor era um campo de batalha.
— E não é? — provocou Enzo, com um sorriso.
— Pode ser. Mas, com você, é também refúgio.
Eles se beijaram devagar, sem pressa. Pela primeira vez, estavam livres para amar sem medo. E essa liberdade era a maior vitória que já conquistaram.
Momento autora e o ???
AUTORA (sentada escrevendo):
???, pega um café pra mim? Forte, do jeito que eu gosto.
??? (já levantando):
Claro, minha senhora das palavras afiadas. Com ou sem açúcar hoje?
AUTORA (sorrindo de canto):
Sem. Quero sentir o amargor da vida enquanto escrevo a morte de mais um personagem.
??? (rindo enquanto vai à cozinha):
Coitados dos seus leitores. E dos seus personagens. Você é implacável.
AUTORA (batucando o teclado):
Implacável é pouco. Eu sou uma deusa vingativa no meu reino literário.
??? (voltando com a xícara):
E eu sou o servo fiel que te serve café e massagem nas costas quando a inspiração some.
AUTORA (pegando o café):
Está aprendendo. Um bom marido sabe seu lugar.
??? (ajoelhando teatralmente):
Sim, minha rainha. Diga o que deseja e será feito. Inclusive lavar a louça.
AUTORA (rindo):
Agora você está se superando… Depois da louça, quero um bolo de chocolate. Com cobertura dupla.
???:
Cobertura tripla, se me der spoilers do próximo capítulo.
AUTORA (erguendo uma sobrancelha):
Negociador ousado… Mas aprovado.
Capítulo 2: Entre Uvas e Lembranças
Local: Vinhedo ao Entardecer — Três Dias Depois
O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e violeta. Enzo caminhava entre as parreiras, colhendo uvas maduras com uma cesta de vime presa ao braço. Seu olhar era tranquilo, e o sorriso que usava ao ver Viktor se aproximar carregava mais do que felicidade — era serenidade.
— Você anda ficando bom nisso — comentou Viktor, aproximando-se por trás e passando os braços ao redor da cintura de Enzo.
— Eu sou bom em tudo que faço — respondeu ele, rindo.
— Presunçoso.
— Verdadeiro.
Trocaram um beijo leve, como se fossem parte do próprio campo.
Na cozinha do chalé, ao final da colheita, prepararam juntos uma refeição com os produtos da terra: pão artesanal, queijo local, tomates frescos e uma garrafa de vinho feito na região. Enzo cortava os ingredientes enquanto Viktor lia em voz alta um trecho de um antigo romance italiano. O riso vinha fácil, e os toques eram constantes — nos ombros, nos quadris, nos dedos que se encontravam por acidente e permaneciam entrelaçados.
Após o jantar, subiram para o quarto. As janelas abertas deixavam entrar a brisa fresca da noite, e o som de grilos preenchia o ar. Enzo se deitou sobre Viktor, a cabeça no peito dele, ouvindo o bater do coração que agora conhecia de cor.
— Você ainda sonha com o passado? — perguntou, com voz baixa.
Viktor hesitou por um segundo.
— Às vezes. Mas quando acordo e você está aqui, tudo faz sentido. Você é meu hoje. E meu amanhã.
Enzo levantou o rosto e o beijou, com ternura e desejo.
Fizeram amor com calma, sem urgência. Tocando cada centímetro um do outro como se redesenhassem o corpo amado com as mãos. Quando terminaram, adormeceram abraçados, os corpos entrelaçados sob os lençóis de linho branco.
Naquela casa de pedra, perdida entre uvas e estrelas, dois homens feridos encontraram mais do que cura — encontraram um lar.
Momento autora e o ???
??? (com um sorriso maroto):
Posso sugerir um final alternativo pro seu livro? O vilão se redime, vira confeiteiro e dedica sua vida a fazer bolos pra protagonista.
AUTORA (fazendo cara de indignada):
Você quer transformar minha história sombria num conto de fadas açucarado?
??? (fingindo seriedade):
Açúcar vende, minha deusa. E imagina a cena: o vilão ajoelhado, oferecendo um cupcake como pedido de perdão...
AUTORA (rindo alto):
Se continuar assim, vou te escrever como personagem. O marido fofo, submisso e um pouco bobinho. Vai morrer na página 10 tentando fazer panquecas.
??? (fingindo estar ofendido):
Morrer de quê? De amor?
AUTORA (cruzando os braços, teatral):
Não. De incêndio na cozinha. Porque você confundiu farinha com sabão em pó.
??? (com um gesto dramático, caindo de joelhos):
Oh, trágico destino! Morro como vivi: tentando te agradar… e errando feio.
AUTORA (jogando uma almofada nele):
Sai da cozinha, palhaço. Vai lavar a louça antes que eu mude o final do livro só pra me vingar.
??? (pegando a almofada, sorrindo):
Sim, senhora. Mas só se eu ganhar spoiler do próximo beijo do casal principal.
AUTORA (erguendo a sobrancelha com um sorriso):
Talvez. Se você secar tudo sem deixar uma gota d’água na pia.
??? (indo em direção à pia, marchando):
Por você, até enxugo o universo.
Capítulo 3: Raízes Profundas
Local: Chalé da Toscana — Uma Semana Depois
A manhã nasceu envolta em neblina, os contornos do vinhedo suavizados como uma pintura aquarelada. Viktor acordou primeiro, virando-se lentamente na cama para observar Enzo dormir. O rosto dele estava calmo, quase inocente, como raramente parecia nos dias da máfia. Havia algo de sagrado naquele silêncio.
Ele se levantou devagar, vestiu uma camisa de algodão clara e desceu para preparar o café. O aroma de grãos moídos, o som da chaleira, tudo se encaixava como uma rotina que, pouco a pouco, se tornava sagrada.
Quando Enzo desceu as escadas, encontrou a mesa posta com frutas, pães, queijos e uma jarra de suco fresco. Mas o que mais chamou sua atenção foi o bilhete ao lado da xícara: "Hoje quero te mostrar algo que escondi de todos, até de mim. Me encontra no mirante às 10h. — V."
Curioso, Enzo tomou seu café rapidamente e seguiu pela trilha entre os ciprestes. O mirante ficava no alto de uma colina, cercado por pedras cobertas de musgo. Ao chegar, encontrou Viktor de pé, segurando um caderno de capa de couro.
— Isso aqui — disse Viktor, entregando o caderno — são meus escritos. Nunca mostrei a ninguém.
Enzo o abriu com cuidado. Lá dentro, havia confissões, memórias, medos, poemas. Palavras rabiscadas durante noites insones, fugas silenciosas de dor, juras não ditas. Enzo leu em silêncio por longos minutos.
— Por que me mostrar agora? — perguntou, com a voz embargada.
— Porque você é a única pessoa que pode me ver inteiro — respondeu Viktor. — Até as partes que eu escondi.
Enzo o abraçou forte. Naquele instante, a intimidade entre eles foi além do corpo. Era alma, era raiz, era entrega total.
Mais tarde, já no chalé, decidiram pintar juntos uma das paredes da sala. Escolheram um tom de azul profundo, como o céu noturno da Toscana. Durante horas, riram, se sujaram de tinta, brigaram por detalhes e terminaram com Viktor empurrando Enzo contra a parede, ambos cobertos de azul, trocando beijos ofegantes.
Sentados depois no sofá, com os cabelos molhados após o banho, Viktor olhou para Enzo.
— Eu costumava pensar que não merecia paz. Que o amor era uma ilusão. Mas você me ensinou a desacelerar. A sentir.
Enzo deitou a cabeça no ombro dele e respondeu:
— E você me ensinou a confiar. A acreditar que posso ser amado sem ter que lutar o tempo todo.
Na quietude da noite, os dois adormeceram no sofá. O mundo podia continuar lá fora, cheio de incertezas. Mas ali, naquele lar construído com suor e redenção, eles cresciam. Juntos. Com raízes profundas e amor verdadeiro.
Momento autora e o ???
AUTORA (da porta do banheiro, observando ??? arrumando as toalhas):
Você arrumou tudo direitinho… tá querendo pontos extras?
??? (virando-se com um sorriso):
Sempre quero pontos extras com você. Principalmente se vierem com beijos de recompensa.
AUTORA (andando até ele, tirando a blusa devagar):
Beijos, hmm? Talvez… Se você lavar minhas costas direitinho.
??? (já abrindo o chuveiro, sem tirar os olhos dela):
Minhas mãos já estão prontas pro serviço. Quer espuma, massagem, ou as duas?
AUTORA (entrando no box):
Quero silêncio. E obediência.
??? (sussurrando, entrando junto):
Então me usa como quiser.
A água quente começa a escorrer pelos dois corpos. ??? passa o sabonete devagar pelas costas da AUTORA, massageando com cuidado. Ela fecha os olhos, apreciando o toque.
AUTORA (de olhos fechados, voz baixa):
Você é bom nisso…
??? (encostando os lábios no ombro dela):
É fácil ser bom… quando se ama o que se toca.
Ela se vira, ficando de frente para ele, os corpos colados, o vapor envolvendo os dois. Coloca a mão no peito dele, sentindo as batidas aceleradas.
AUTORA (olhando nos olhos dele):
Então prove. Mostre o quanto me deseja… com calma.
??? (sorrindo, deslizando os dedos pela cintura dela):
Com calma… e com intensidade. Como nos melhores capítulos.
O beijo vem lento, profundo. A água não é a única coisa quente ali. Eles se entregam, entre toques suaves e beijos intensos, como se aquele momento fosse uma cena escrita só para os dois.
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