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Os Desígnios da Mente.

Epílogo.

Acordo com minha cabeça doendo e parece que tem um líquido escorrendo de minha cabeça, tento me levantar mas o peso está demais, parece que estou carregando uma bigorna no meu corpo, olho pro lado, devagar penso no que está acontecendo,mas não consigo me lembrar e nem entender o que estou fazendo nesse lugar deitada nesse chão frio no meio do mato, na verdade eu não estava nem sabendo quem sou eu.

Entro em pânico, quem sou eu? Qual meu nome?

Sem pensar consigo me sentar apesar da dor, mas o desespero de não entender nada do que estava acontecendo me fez esquecer a dor.

Penso, penso, e a dor de cabeça aumenta será que vou ficar louca? Uma mistura de desespero e dor, que eu não sabia de onde vinha e nem pra onde ia.

Nesse momento ouço barulho de latidos de cães e não sei porque, mas meu coração aperta, e uma sensação horrível de medo e perigo toma conta de mim, me pergunto porque estou com essa sensação afinal eu não me lembro de nada.

Entao o barulho dos latidos parece que está chegando mais perto e então a sensação de perigo vai aumentando e não sei porque mas algo dentro de mim me faz ter certeza que eu preciso fugir sair dali o mais rápido possível.

Tento me levantar e parece que dessa vez eu vou conseguir.

Já de pé sinto uma grande tontura mas não sei de onde encontrei forças e comecei a caminhar, só aí percebi que estava com um vestido longo que me atrapalhava correr, mas nesse momento eu não poderia parar, sem saber pra onde ir só seguindo em zig zag o mais rápido possível, não conseguia correr mas já estava firme pra ir ligeiro.

Já tinha escurecido, corro no meu tempo, e sinto que o barulho dos cães agora se mistura com vozes que por sinal mais ferozes que os latidos, meu coração vai se apertando até que derrepente eu chego no que seria o fim do túnel, que na verdade era o fim do caminho pra mim, pois cheguei em uma cachoeira e no fim dela era um rio com uma correnteza que parecia ser forte, estava noite mas a lua era cheia e o barulho dava pra presumi o perigo.

Olho para os lados e não vejo saída, quando olho pra trás consigo ver ao longe as luzes de lanterna de onde se ouvia os latidos dos cães e gritos de homens que eu não tinha noção de quem eram mas eu tinha certeza que deveria fugir e ficar bem longe deles.

Os meus olhos tinham se acostumado com o escuro da noite então olho pra baixo na cachoeira e penso que por ali seria a única forma de sair dessa enrascada que eu nem sabia porque estava nela. Percebi que era muito perigosa essas águas mas algo me dizia que eu tinha que tentar e que seria melhor pra mim me aventurar nessas águas que esperar esses homens me alcançar.

Firmo os olhos e minha sorte e a lua perfeita nesse momento.

Meu vestido já estava todo rasgado mas ainda me atrapalhava então resolvi terminar de rasgar ele pois com certeza eu teria que nadar e ele me atrapalharia, então rasguei a barra e como não queria deixar resquícios meus, peguei os pedaços do vestido e amarrei em meus braços pra evitar me cortar com os galhos, fiz isso muito rápido e nesse momento fui descendo pelo barranco até onde dava, ouvia o barulho das pessoas mais perto e então olho pra baixo vejo um ponto onde percebi que era fundo pelo movimento das águas e crio coragem respiro fundo e pulo.

Frio e medo.

Um frio terrível, parece que estava cortando minha carne, eu não conseguia me mexer.

Com muito custo consegui abrir os olhos, percebi que ainda estava escuro e eu não estava mais na água, mas como eu saí de lá eu não sei, só me lembro de cair na água e parecia realmente que ali não tinha fundo então algo me fez reagir pois já estava perdendo o sentido e iria me afogar.

Comecei a bater meus pés e minhas mãos até conseguir chegar na superfície por fim consegui recuperar o fôlego, e estava tudo muito escuro, tentei enxergar alguma coisa mas nada então fui nadando sem rumo e minha sorte foi que não tinha muitas pedras, não sei por quanto tempo fiquei naquela água entre correntezas e águas calmas eu fui levando e na adrenalina eu não sentia nada, meu corpo parecia dormente, e provavelmente eu desmaiei ou me perdi no tempo mas agora eu estava ao lado do rio e não ouvia mais barulho de nada só de corujas e alguns uivos distantes que com certeza eram lobos, eu sabia que ali estava exposta e em perigo mas não tinha o que fazer eu não tinha mais forças.

Adormeci.

Acordo assustada com a sensação de que estava sendo observada, e quando abro os olhos meu coração quase sai pela boca, deveria ter no mínimo uns 10 homens ao meu redor, eu tenho certeza que mudei de cor e fora o medo que me deu, será que era desses homens que eu havia fugido a noite? Alguma coisa me dizia que não.

Percebi eles me olhando e só agora me dei conta que devia estar quase nua, e tive a certeza que estava exposta quando um deles que parecia o chefe ou o que dava ordens, desceu do cavalo em que estava e com uma cara fechada tirou o sobretudo que ele vestia e me estendeu sem dizer uma palavra mas o olhar dele era frio e penetrante, agradeci com um leve balançar de cabeça peguei a vestimenta e tentei me levantar mas minha cabeça girou e eu só não desmontei porque o mesmo homem me segurou forte e esse contato foi como uma brasa queimando o meu corpo, uma eletricidade que mesmo sem ter minha memória eu sabia que isso eu nunca tinha sentido, e parece que ele também sentiu algo pois da mesma forma que me segurou ele me soltou, de certa forma até com brutalidade.

Então peguei o sobretudo e me cubri e eles continuavam me olhando, até que ele resolveu me perguntar.

Claus

Acordo cedo e como sempre junto alguns homens e vou fazer uma ronda pela fazenda, me chamo Claus Rafael e sou um grande empresário do ramo de plantações de café, exporto café para o mundo inteiro minha fazenda e uma das maiores do Brasil e mais rentável nesse ramo.

Tenho terra que não acaba mais e todas produtivas, eu cuido de tudo com a ajuda de funcionários de confiança tenho vários gerentes em cada parte da fazenda.

A dois anos resolvi tirar uma pequena parte da fazenda pra plantar parreiras, e estava dando muito certo, apesar de que precisava de muito cuidado, mas tinha se tornado meu xodó, eu ainda estava comprando maquinário pra produzir sucos e vinhos, estava tudo quase pronto e eu estava muito feliz com essa nova empreitada.

Sai com meus homens e quando já estávamos terminando a ronda e chegando perto do rio pra nossa surpresa vimos uma mulher deitada ao lado do rio, soube que era uma mulher porque de longe dava pra ver a silhueta ela estava deitada de lado e pelo visto estava com as vestes rasgadas, chegando mais perto percebi que ela estava bastante machucada mas estava viva pois se mexia, quando chegamos perto ela foi se acordando e eu percebi que ela estáva assustada e envergonhada, então resolvi dar meu casaco pra que ela se cobrisse, e sem falar nada entreguei o casaco a ela que nesse momento tentou se levantar mas na mesma hora parecia que ia cair, então a segurei, o que foi meu erro pois nesse momento passou pela gente uma corrente elétrica que me deixou sem ação.

A soltei na hora.

Então resolvi falar com ela precisava saber quem era e o que estava fazendo aqui.

- Quem e você e o que está fazendo aqui nas minhas terras?

Ela me olhou e deu pra perceber que ela estava sem entender ou melhor, estava perdida.

Ela me olhou e balançando a cabeça e me disse :

- Eu não sei quem eu sou e muito menos o que eu estou fazendo aqui.

A voz dela era baixa aveludada e tinha um tom de medo ansiedade, era uma voz de alguém que realmente estava perdida, o olhar dela era vago e pelo sangue nos cabelos ruivos e na roupa, dava pra ver que ela estava machucada na cabeça, mas ela não me parecia uma mulher qualquer, pelo jeito e apesar de ela estar bem machucada e rasgada dava pra ver que a roupa dela era de qualidade e as unhas que sobraram intactas pareciam unhas cuidadas.

Vou levar ela pra minha casa e ver o que poderia fazer pra ajudar essa mulher não poderia deixar ela jogada ali naquele lugar, e outro ponto importante, eu era um homem que adorava desafios e essa mulher me intrigava, eu tinha que descobri o que ela escondia, ou porque ela estava nessa condição de aminesia, iria chamar meu médico de confiança pra olhar e ver se realmente ela estaria esquecida ou estaria mentindo pra mim. Falo pra ela:

- Vamos até minha casa você precisa se cuidar, pode ficar tranquila que aqui somos gente de bem, ninguém vai te fazer mal, você vai ficar protegida também até saber o que te aconteceu e vou pedir para o médico vir te olhar pois sua cabeça tá sangrando.

Venha.

Ele estendeu a mão a ela que segurou firme e então ele a pegou pela cintura como se pegasse uma pena e a colocou no cavalo e em seguida com agilidade subiu na garupa olhou para os homens e pediu a eles que terminassem a ronda, que ele levaria a visita pra casa.

Segurou firme na rédea e foi direto pra casa.

Incertezas.

Desconhecida.

Monto naquele cavalo e não senti medo parecia que eu já tinha andado em cavalo antes, tirando o fato de eu estar descomposta eu estava tranquila em montar, a única coisa que me deixou desconfortável foi aquele homem atrás de mim passando o braço ao meu redor, eu não sei o que era mas aquele proximidade aquele cheiro cítrico que vinha dele, me deixava desconfortável e ao mesmo tempo inebriada, eu não sei o que dizer, era uma mistura de sentimentos fortes mas que pelo tempo e pelo que eu estava passando eu ainda não poderia precisar o que era.

Ao longe eu avistei uma casa bem grande estilo rancho mas um rancho chique com uma varanda de fora a fora, quando fomos chegando perto dava pra ver a imponência da casa mas ao mesmo tempo era rústica, não sei, mas muito bonita.

Ele foi direto pra um estábulo e lá desceu e foi me ajudar a descer mas por incrível que pareça eu desci como se tivesse feito isso a vida inteira. Percebi que ele ficou me olhando mas não disse nada.

Foi andando para o rumo da casa e eu fui atrás, deu pra perceber que ele era um homem de poucas palavras mas dava pra perceber que ele era muito perspicaz ele tinha um olhar penetrante que parecia desnudar a alma, me estremecia.

Chegamos pelo fundo da casa e entramos em uma cozinha onde tinha duas mulheres que ao se virarem e me ver levaram um susto,mas logo ele contou por auto que tinha me achado caída na beira do rio e que ao que tudo indicava eu tinha perdido a memória que ele já ia ligar pro médico e enquanto isso era pra elas me ajudarem com banho roupas e um quarto pra que eu pudesse descansar e quem sabe eu não me lembrasse de algo.

Falou e já foi tirando a bota que estava suja de barro e colocando outra que estava em um armarinho ao lado de uma porta pela qual ele passou e sumiu.

Eu fiquei pra trás olhando aquelas mulheres ambas de meia idade tipo 40, 50 anos então elas me cumprimentaram e se apresentaram, a que parecia ser mais jovem disse ser a Maria e a outra mais velha seria Alice, era elas que cuidavam da cozinha e da casa mas que tinham mais três moças que as ajudavam, que estavam na lida, então elas perguntaram meu nome, olhei pra elas e senti que meus olhos lacrimejavam disse que por mais que eu tentasse eu não me lembrava meu nome, percebi que elas me olharam incrédulas e com pena, mas até eu estava com pena de mim , pois eu não estava entendendo nada.

Então a Maria que parecia mais saidinha me disse que já que eu não sabia meu nome elas iriam me chamar de Nina era um nome pequenininho e serviria até eu lembrar o meu.

Nessa hora eu sorri, gostei Nina.

Então elas me levaram por um corredor que dava nos fundos e abriram uma das portas e lá tinha um quarto bem arejado com armários e uma cama que parecia muito confortável, no fundo uma porta que ela abriram e tinha um banheiro bem grande com uma banheira estilo aquelas banheira antigas de pé que eu achei muito interessante, então elas já foram abrindo as torneiras pra encher a banheira pois segundo elas eu tinha que ficar de molho pra tirar aquele sangue seco do meu cabelo e corpo, foram me ajudando a tirar a roupa, Alice correu pra fora do quarto e voltou rapidinho com uns sais segundo ela eram da mãe do Claus que eu presumi que era quem me havia trazido para aquela casa, não tive vergonha delas pois percebi que elas estavam me ajudando, então me ajudaram a entrar na banheira e sendo sincera depois de todo frio e medo que eu passei aquilo era uma maravilha tava tão bom que eu comecei a chorar por aquele carinho, Maria estava lavando meus cabelos e pensou que havia me machucado e eu disse que não e porque eu estava feliz por de certa forma me sentir segura pois tinha sofrido muito toda essa noite.

Contei pra elas tudo que me lembrava desde que acordei aquela primeira vez no mato a noite, até a hora que havia sido achada pelo patrão delas.

Maria estava chorando junto comigo então ela disse que eu estava com um corte enorme na cabeça e que possivelmente eu tinha sofrido um trauma na cabeça.

Ela lavou meu cabelo com cuidado e carinho, elas estavam com dó de mim e raiva de quem me tinha feito mal.

Quando me levantei pra sair banheira me veio de novo a tontura mas elas perceberam e me seguraram pra não cair, me enrolaram em uma toalha e me levaram até a cama e lá já tinha uma roupa simples pra mim até tinha roupas de baixo que elas me ajudaram a vestir então me ajudaram a deitar, Alice que tinha saído chegou com uma bandeja que tinha uma caneca com um caldo e algumas torradas tinha também um cacho de uvas bem verdinhas lindas e apetitosas, devia ser daquela plantação que eu vi no caminho da casa. Era um lindo parreiral.

Quando senti o cheiro daquela refeição meu estômago deu sinal e então eu provei e tava muito bom e eu comi.

Quando cheguei nas uvas eu já estava empanturrada, mas não resisti e comi tudo.

Maria que não saiu do meu lado ficou feliz pois pelo menos eu comi, então ela pegou a bandeja e foi levar pra cozinha e deixou um sininho perto de mim que se eu precisasse delas era só balançar que ela viria rapidinho, então eu assenti, mas já sentindo um sono um cansaço e foi só ela sai que eu virei pro canto e apaguei, mas dessa vez sem frio e podia se dizer que apesar de tudo que estava passando, nesse momento eu estava me sentindo segura, pois não sei porque mas eu confiava que o tal do Claus não iria deixar nada de ruim me acontecer.

Com esse pensamento eu fui adormecendo e dessa vez em paz.

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