MAURO
Hoje estou com 32 anos, estou pensando e vou contar como tudo começou, eu gostava muito de motos e carros e não tinha dinheiro algum, eramos sem teto literalmente, aqui no Brasil, mesmo sem teto, tínhamos onde colocar as nossas cabeças, para dormir.
Sempre fomos somente minha mãe, eu e meus 3 irmãos, o Miguel, 35, Murilo com 28 e a caçula Mariana com 25, não sabermos quem é o nosso pai, perguntamos a nossa mãe, porem nunca falou, também não insistimos, sofremos, muito, para nos preocupar com quem poderia ser nosso pai.
Minha mãe veio falecer, quando tinha 10 anos, Miguel tinha 13, o Murilo 7 e Mariana 3, não tínhamos como enterrar nossa mãe, mais como já eramos espertos, fizemos um buraco em uma mata e enterramos nós mesmo, precisamos ficar juntos e cuidarmos um dos outros, para ninguém nos separar.
Como falei, gostava de motos e carros e por incrível que pareça em um morro, perto onde nós costumávamos ficar, sempre entrava e saiam carros e moto muito bonitas e diferente. Ficava pensando como em um lugar daquele tinha tantos carros legais.
Certo dia, parado não muito perto da entrada da favela, para não chamar atenção, um homem parou o carro e desceu e me chamou, eu fui e foi aí que a brincadeira começou, ele pediu para entregar um malote na entrada e fiz, ganhei um bom dinheiro para isso e assim sempre ficava naquele mesmo lugar esperando, ele passar de novo e me dar aquela grana, pelos pedidos dele, e com passar de alguns meses, ele me chamou e ficou curioso, para saber quem eu era, contei a minha história e ele mandou eu vim para o morro com meus irmãos.
Contei para os meus irmãos, disse que era a nossa chance, fomos para o lugar que eu sempre o encontrava e ficamos lá, até ele aparecer, assim que nos viu mandou entrar no carro, ficamos tão empolgados, não nos importando se ele fosse um homem perverso, só entramos e quando chegamos na portaria percebemos que ele era o chefão.
Nos colocou em uma casa, não sabíamos o que era uma casa, uma mulher apareceu, dizendo estava ali para cuidar, de todos nós, ele pediu para sentarmos na sala e explicou que não podia ter filhos e queria fingirmos ser seus filhos, para algumas coisas, que não entendiamos, mais topamos e em troca ele nos disse que precisávamos estudar e trabalhar para ele, assim pagaríamos o que estávamos recebendo e fazendo por todos nós.
Eu e meus irmãos fomos muito sortudo, pois quem faria uma coisa dessa por 4 crianças, sempre fomos gratos a ele e concordamos, com tudo que ele falou.
Minha irmã era única que não entendia de nada, então se apegou muito rápido a ele, se tornando a sua princesinha, e era assim que a chamávamos.
Eu sempre ficava perto dele, por contas do carro e as motos, então acabei sendo o mais próximo e confidente, sabia de tudo, os meus irmãos também eram espertos demais, foram se interessando, cada um para uma coisa diferente no tráfico e na quadrilha.
Quando começamos a ganhar dinheiro, tiramos nossa mãe de onde estava enterrada e cuidamos, fazendo um enterro digno, pois ela nunca desistiu e lutava para nos alimentar, essa era forma de demonstrar o seu amor e amávamos nossa mãe, então colocamos ela para descansar de forma digna.
Eramos muito esperto e quando tinha 25, já comandava tudo com os meus irmãos, no que era dele, foi para isso que nos criou, para ficarmos a frente de todo o seu império, eramos suas maquinas, de verdade, não brincamos no serviço e fizemos os negócios prosperar em todo o Brasil e fora.
Mais nesse mesmo ano ele morreu em uma emboscada de um rival, vizinho do morro, sofremos muito mesmo, minha irmã acho que foi a que mais sofreu, pois ela realmente o via como um pai, ela não se lembrava da nossa mãe, então para ela, ele era um rei, sempre muito mimada tanto por ele quanto por nós.
Logico que nós o vigamos, matamos não somente o chefe mais a sua família também e os que eram os apoios deles e unificamos os morros.
Nossa quadrilha é a maior do Brasil e não é uma quadrilha qualquer, nossos trabalhos são monstruosos, não seremos nunca os heróis e sim os verdadeiros traficantes e gostamos disso.
MAURO
Hoje é um dia de assaltar um carro forte, toda vez que tem esses assaltos gosto de está junto, pois é muito perigoso e não gosto de deixar o meu irmão mais novo sozinho, então vamos juntos, só não no mesmo carro.
Como relatei mesmo sendo o irmão do meio, eu sou o chefe de tudo, porem meus irmãos comandam em alguma área, por exemplo, a quadrilha se chama caveira é do meu irmão mais novo Murilo, ele que montou então é dele, eles não ficam somente aqui no Brasil, eles vão para onde precisar, porem estão sujeitos a mim, então eu mando em toda a quadrilha caveira, todos eles, inclusive no meu irmão e se submetem a mim.
Esse é o Murilo
Já o meu irmão mais velho, ele é o empresário, onde cuida negócios lícitos e das nossas empresas, sendo o CEO, formado em economia, sempre gostou muito de estudar, então quando teve a chance, se esforçou, estudando aqui e fora do país, porem algumas de nossas empresas tem lavagem de dinheiro.
Ele não vive comigo no morro, para ter um disfarce e não sermos muito associados, porem sempre que pode, vem atrás, ele é o único que vive fora do morro.
Como eramos moradores de rua, não tínhamos documentos, somente a certidão, guardamos essas certidões, onde somente nós 4 temos acesso, então mudamos os nossos sobrenomes e são diferentes, porem legalizados, para quando sairmos do Brasil ou até aqui mesmo não sermos descobertos.
Esse é o Miguel
Hoje temos uma fortuna inestimável, porem esse dinheiro não fica somente no Brasil e sim gostamos de dinheiro, então ocasionalmente roubamos carros fortes, quando descobrimos que tem grandes quantias em dinheiro.
Também ajudo muito aqui dentro do morro, não faço questão que o governo se envolva, então eu supro as necessidades e também precisamos de dinheiro para pagar esses policiais que nos ajuda.
O meu braço direito e meu único amigo, sendo o meu sub, cresceu conosco, um ano mais novo que eu, é o único filho de Doralice, a mulher que cuidou de todos nós.
Eu comando todo o morro sem ajuda de nenhum comando, somos um dos maiores morros, temos coligados, sim, porem não dependemos de ninguém.
Esse é o Fernando
E essa é a nossa princesa que conhece tudo que fazemos, porem não se envolve em nada, mora no morro em uma casa perto da minha para poder vigiar de perto, ela como o meu irmão mais velho sempre estudou e hoje é uma das médicas do nosso hospital aqui mesmo no morro.
Mariah
Isso mesmo nada de postinho, é o verdadeiro grande hospital, onde tem de tudo, contendo todas as áreas medicas, precisamos muito, pois meu batalhão precisa de assistência e não vacilamos indo para hospitais fora do morro e fiscalizo pessoalmente quem trabalha lá, nunca brinco com a nossa segurança.
Fomos traficante de armas e drogas, tenho um aeroporto pequeno e desfaçado, dentro da mata depois do morro, para as nossas saídas clandestinas de emergência e do tráfico.
DONATELA
Tenho 24 anos, o meu rosto de menina, sou magra, porem meu corpo é todo desenhado, cintura fina e uma bunda bem redonda e empinada, adoro o meu corpo, me sinto forte e determinada como uma grande mulher que sou, mais me sinto carente também, isso é a minha fraqueza.
Moro com o meu pai e minha filha, na verdade, irmã.
Deixa eu explicar um pouco de minha história de vida, sempre morei no morro, com meus pais, meu pai era muito mulherengo e minha mãe festeira, não se importavam muito comigo, mas não me abandonaram, quando fiz 16 anos minha mãe conheceu um homem e nos abandonou, sem olhar para trás, achando que podia viver uma vida melhor, sofri muito, mais como nunca fomos próximas como mãe e filha, então continuei vivendo.
Comecei a trabalhar cedo e estudava a noite, precisava me sustentar e pagar as contas em casa, mesmo morando com meu pai, ele nunca se importou com nada, pagava as coisas quando estava a fim e sou uma menina, então precisava de minhas coisas.
Consegui um emprego de um dos restaurante aqui no morro, era ajudante na época, porem peguei amizade com a família do dono por conta da minha melhor amiga, que é filha deles, sempre fui muito inteligente na contabilidade, porem nunca fiz faculdade, estudei até o ensino médio, aprendi tudo sobre o restaurante e sobre como melhorar, então hoje sou quem cuida do restaurante para o pai dela e ele fica, mas na cozinha, pois ele é como se fosse o chefe, ama o que faz, mas também não estudou.
Agora a minha amiga linda Lorena, tem 25 anos, essa, sim, estudou e hoje faz parte do quadro de enfermagem do hospital do morro, ela é a minha companheira para tudo nessa vida.
Meu pai, teve um acidente no trabalho, se aposentou por invalidez e com as medicações começou um vício, primeiro foi com medicamentos, depois foi por drogas, nunca me machucou ou vendeu algo de casa, mas parou de ajudar nas despesas, sempre trazia comida a noite para ele se alimentar, porque se não ficava sem comer, às vezes sumia dias e depois aparecia, sempre me preocupava, ia atrás pedia ajuda aos meninos que conhecia no morro e que fazia parte do batalhão para encontrar, tentei ajudar colocar em uma casa de recuperação, ele não quis, depois fui me acostumando, não com a situação dele, isso nunca iria me acostumar, mais com os sumiços, só orava, para que nada de ruim fosse acontecer.
Ele começou a se envolver com uma mulher que também gostava de drogas, mas também nunca trouxe para morar conosco.
Em um dia chuvoso, estava no restaurante e estava passando o jornal, quando uma notícia aparece um homem bêbado, foi atropelado e morto, isso tudo fora do morro, na época tinha acabado de fazer 23 anos, era o meu pai, outra tristeza em minha vida.
Pensava que estava, sozinha no mundo, uma semana depois, assim que estou chegando na porta de casa, uma senhora com uma aparência horrível com um cigarro na boca e um pacotinho nas mãos, olhou e me perguntou se eu era filha de Pedro, disse que era e ela me entregou o pacote e disse que estava entregando aquela criatura, foram essas as palavras dela e que não iria cuidar, pois a mãe da criança era a sua filha dela morreu, no parto por contas das drogas e que agora que ela estava velha não iria criar e sustentar, que eu podia fazer o que eu quisesse com aquele bebê, já que meu pai também estava morto ela disse que não se importava com a criança.
Quando eu peguei aquele pacotinho, que abrir o lençol, eu chorei tanto, a criança toda suja, porem quietinha, ainda era recém nascida, ainda tinha o cordão umbilical, a bebê era linda, porem não se parecia em nada com meu pai e também tanto meu pai quanto eu temos olhos azuis, porem o bebê não tem, estranhei e assim que levantei a cabeça para falar com a senhora ela já tinha, comecei a chamar, tentei alcançar, mas ela nem olhou para trás.
Liguei imediatamente para minha amiga para ver se estava no hospital, disse todo o ocorrido e fui para lá, graças a Deus ela cuidava da ala pediátrica, então assim que cheguei, me recebeu e prestou atendimento a bebê dando toda a assistência necessária.
Parece que a bebê tinha 5 dias de nascida, era um milagre, está viva, pedi a minha amiga para me ajudar e fazer com que conseguisse os documentos de recém-nascido, informando que ela era minha filha, como se ele tivesse nascido de mim, ela questionou me perguntando se eu tinha certeza e disse que sim, nunca iria abandonar e, na verdade, no fundo, estava muito feliz, não estava mais sozinha nesse mundo, sabia também que aquela velha nunca viria atrás de mim procurar a neta, Deus que me perdoe abandonar a neta, com toda certeza não duraria muito na vida.
E graças a Deus, minha amiga conhece e é amiga de muitos no hospital, conseguiu burlar o sistema, fazendo com que a criança, fosse minha e conseguimos registrar no cartório do próprio hospital do morro.
Hoje esse foi o meu presente, que meu pai deixou, o meu grande pacotinho de amor, chamada Bela, com um aninho de vida e cheia de saúde e assim como a mamãe dela é toda dengosa, agora somos nós duas contra o mundo.
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