...Mente cheia,Coração vazio💭...
vz vz rapaziada, meu nome é Carlos mais conhecido como cabelinho, o cara que virou lenda na Rocinha. Se você tá ouvindo minha história, pega a visão: não foi fácil chegar até aqui, não. Cresci com minha mãe e minha avó, duas guerreiras que sempre batalharam pra me dar um futuro melhor, mas a vida na favela nunca foi fácil.
Meu barraco era pequeno, mas cheio de amor. Minha mãe trabalhava duro pra colocar comida na mesa e minha avó sempre me contava histórias de como era a vida no passado. Mas eu via a pobreza batendo na porta todo dia e sonhava com uma vida diferente. Ouvia os caras mais velhos falando de grana, de poder, e aquilo me deixava maluco. ‘Um dia eu vou ter isso tudo’, pensava comigo mesmo.
Com 10 anos, já tava na rua desde cedo, vendendo bala e chiclete pra ajudar em casa. A grana não vinha fácil, e cada centavo que eu trazia era uma vitória. Mas as oportunidades? Eram tão raras quanto ouro. Foi aí que vi os manos do tráfico passando com as correntes brilhando e os carrões estacionando na frente da favela. Falei: ‘É isso que eu quero!
Com 12 anos, entrei no jogo. Foi no susto mesmo; um amigo meu me apresentou pro "Zé", o cara que mandava na área. Eu queria ser respeitado, queria que a galera olhasse pra mim e dissesse: ‘Esse cara é brabo!’ E não é que eu consegui? Primeiro foi só entregar uma parada aqui e ali, mas depois fui subindo degrau por degrau.
A primeira vez que fiz meu corre foi tenso demais! O coração parecia que ia sair pela boca. Mas quando voltei pra casa com aquele dinheiro no bolso… ah, mano! A sensação de poder era indescritível! Fui me envolvendo cada vez mais e me tornei o braço direito do Zé. Ele viu meu potencial e começou a me ensinar o jogo.
Em pouco tempo, já tava dominando a Rocinha inteira! O respeito vinha fácil; quem não me respeitasse sentia a fúria da quebrada. E as mina? Ah, essas ficavam em cima eu comia e botava pra ralar depois! Era uma doideira! Mas no fundo, eu sabia que tudo aquilo tinha um preço alto.
O Zé acabou caindo numa armadilha de um rival antigo e eu tive que assumir tudo sozinho. Com 18 anos já era considerado o "Rei da Rocinha", tinha grana, poder e fama. Mas também carregava um peso nas costas , cada sorriso disfarçava uma dor profunda, principalmente quando olhava pra minha mãe e minha avó, que sempre acreditaram em mim.
Uma vez minha mãe me disse, Carlos eu só quero que você tenha um futuro melhor.’ E ali percebi que tinha virado tudo aquilo que nunca quis ser, um exemplo de vida errada. A vida no morro é assim: cheia de glamour por fora, mas podre por dentro. Cada dia é uma luta pra manter o morro e proteger quem você ama , mesmo se isso significar fazer coisas impensáveis.
E assim sigo a minha jornada, entre proteger a minha comunidade e proteger quem eu amo, entre poder e solidão, sempre lembrando das mulheres fortes do meu lado.
》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》
...Atualmente...
_vs cabelinho, as drogas chegou no morro viado
Cabelinho- fica encarregado de receber essas prd mano, entoca essas porra, direito se não eu te mato
Logo filhote meu braço direito aqui no morro sai me deixando na salinha sozinho..
kauan, mais conhecido como filhote, braço direito de cabelinho no morro da rocinha
...Do outro lado do país...
📲mãe fica tranquila eu vou tá no Brasil amanhã
📲 filha vem com cuidado, o seu irmão vai te esperar no aeroporto
📲esse fedido, manda um beijo para ele fala que to com saudades, agora tenho que ir mãe até amanhã
📲tabom filha falo sim, beijos fica com Deus
》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》》
Camila é uma jovem determinada que deixou a favela da Rocinha para estudar na Alemanha, buscando um futuro melhor. Desde pequena, ela vivia cercada por desafios, mas sempre encontrou força na sua família. Sua mãe, uma mulher guerreira, trabalhava duro para sustentar os filhos e garantir que tivessem oportunidades que ela não teve.
A infância de Camila foi marcada por risos e brincadeiras nas ruas da favela, onde ela e seu irmão costumavam explorar cada canto, sonhando com um mundo além das limitações do morro. No entanto, a vida mudou drasticamente quando seu pai foi morto em uma troca de tiros com a polícia quando Camila tinha apenas 15 anos. Ele era uma figura carismática e influente na comunidade, e sua morte deixou um vazio profundo na família.
A perda do pai afetou especialmente o seu irmão, que começou a se envolver em atividades perigosas, buscando encontrar seu lugar em um mundo que parecia cada vez mais hostil. Camila, por outro lado, decidiu que precisava mudar sua trajetória e se afastar daquele ambiente, o que a levou a estudar fora do Brasil.
Agora, prestes a voltar para casa após anos na Alemanha, Camila sente uma mistura de saudade e preocupação. A lembrança da infância alegre contrasta com os desafios que sua família enfrenta na Rocinha, especialmente com o irmão cada vez mais afastado do caminho que ela sonhou para ele.
Mano... nem parece que eu tô voltando. Tipo assim, depois de tanto tempo lá na gringa, minha mente tá um turbilhão. Eu passei uns bons anos na Alemanha, estudando, correndo atrás do meu, tentando esquecer tudo que aconteceu aqui... Mas tem coisa que a gente nunca esquece, né?
Desci do avião com o coração acelerado, parecia que tinha tambor batendo dentro de mim. Aquele calor do Rio bateu no meu rosto logo de cara, e eu já senti: tô em casa.
Na porta do desembarque, lá tava ele. Meu irmão. Ryan, vulgo Terror. Já chega de peitão estufado, aquele sorrisinho debochado no canto da boca, e o cordão piscando mais que farol alto.
— E aí, Camilinha... cresceu, hein? Tá com cara de patricinha agora
— Ele riu, me puxando pra um abraço apertado
Camila- Cala a boca, moleque. Tô com saudade, porra.
Ele me rodou, tipo criança mesmo, e eu senti que, apesar de tudo, meu irmão ainda era meu porto. Mesmo sendo quem ele é hoje... o Terror da Rocinha.
— Bora, a coroa tá ansiosa pra te ver.
Entramos no carrão que ele tava dirigindo, vidro filmado, som batendo. Fiquei só observando a cidade passar pela janela. Tudo parecia igual, mas ao mesmo tempo... diferente, sabe?
Chegando na casa da minha mãe, meu coração quase saiu pela boca. Quando ela abriu a porta, não deu nem tempo de falar nada. Ela me abraçou como se nunca mais fosse me soltar.
— a minha filha... o meu bebê voltou
— Ela chorava, me apertando com força
Camila- Te amo, mãe... tô aqui agora, tá?
A casa tava simples, mas com aquele cheirinho de feijão no fogo que só mãe sabe fazer. Me sentei no sofá enquanto ela me enchia de pergunta. Ryan ficou só rindo do meu jeitinho europeu tentando se acostumar de novo com as gírias.
— Tu vai ver como mudou tudo por aqui, Camila. Tem gente nova no pedaço, e gente que ficou grande também... inclusive o Cabelinho.
— Cabelinho? Quem é esse?
Ryan deu uma risadinha misteriosa.
— Depois tu vai ver...
Ryan me chamou pro barzinho do seu Zé que tem mais lá para cima, chegando lá nois sentamos numa mesa e logo ele pediu dois copão para começar bem
Camila- isso aí caralho
logo ele me apresentou uma cria dele daqui que ajuda ele a fazer os corre louco, logo meu santo bateu com o dela papo reto
— E aí, Camila? Prazer, garota. Já ouvi falar muito de tu. Tava na Alemanha, né? Fina!
— Fina nada, Mari. Mas tô tentando me acostumar de novo com minha quebrada
Nois resolveu ir andar, porque o meu querido irmão teve que ir entregar umas parada la na boca, Ela me mostrou os cantos novos da favela, me apresentou uma galera... e toda hora eu ouvia alguém comentar:
— "Cabelinho vai endoidar quando te ver, Camila..."
Quem diria que eu ia voltar pra esse mundão e já ia ter nome rodando por aí? Só sei que alguma coisa me diz que esse tal de Cabelinho... vai ser minha perdição
Acordei era umas 21:00 com o som do morro começando a bater. Era pagodinho do vizinho misturado com funk do outro lado, aquele caos que só quem é cria entende. Tava lá, ainda de pijama, quando Mari chegou na minha porta batendo feito polícia.
— Ô, Camila! Acorda, doida! Hoje tem baile lá em cima caralho
— Baile? Hoje?
— Perguntei com a cara de sono ainda
— Baile, fia! E tu vai, sim. Já vou até separar tua roupa. Nada de ficar com essas roupinha de alemã aqui, não. Hoje é roupinha mostrando tudo
— Ela riu, abrindo meu guarda roupas e jogando tudo na cama
ela pegou meu menor vestido que eu tinha, nunca usei ele inclusive é bem curto. Daqueles que, se eu espirrasse, mostrava metade de tudo . Mas Mari jurou que tava “no grau”.
Enquanto a gente se arrumava, Ryan apareceu na porta do meu quarto com cara de quem viu um fantasma.
— Que porra é essa, Camila?
Camila- Roupa, ué. Vou no baile com a Mari.
— Baile o quê? Tu tá é maluca? Vai botar uma calça, pelo amor de Deus. Que isso, Mari, tu quer me matar?
Mari já soltou um logo:
— Ihh, relaxa, Terror. Tua irmã tá linda. Deixa ela viver, pô!
— Linda demais! É isso que me preocupa, cacete! Vai aparecer cheio de otário babando!
Ignorei. Me olhei no espelho, dei aquele confere no batom, e partiu.
Chegamos no baile e, meu irmão... O bagulho tava fervendo. Luz piscando, som estralando, e a quadra tremendo no batidão. O tipo de vibe que nem os melhores rolês da Alemanha imitavam. Ali era raiz.
Mari já foi logo me puxando pra dançar, e eu, meio sem jeito, entrei na onda. Tava dançando, rindo, me jogando, quando do nada...
— Camila, né?
Virei. Um cara com cabelo na régua, sorriso torto, tatuagem no pescoço e um copo na mão. O boné virado pra trás e o olhar de quem já sabe que é o dono do pedaço. Cabelinho.
— Depende... quem tá perguntando?
— respondi, com a sobrancelha arqueada.
Ele riu.
— Cabelinho pow. Mas cê já sabia, né?
— Ahhh, o famosinho. O povo fala tanto de tu que eu pensei que fosse lenda urbana.
Ele segurou a risada e me olhou como se não tivesse acostumado a ouvir um “não tô nem aí” na cara.
— Tu é diferente, né? As mina tudo querendo dançar colada e tu aí, me zoando.
— Ué, tu queria o quê? Que eu desmaiasse? Não sou fã, não... sou só a Camila.
— Tá. Só a Camila... que dançou mais que todo mundo aqui e fez até o DJ comentar.
— ele deu um gole no copo e se encostou, ainda me olhando.
Mari, do lado, já tava segurando a risada. E Ryan, lá longe, com cara de quem tava pronto pra arrancar os cabos do som e me arrastar pra casa.
Cabelinho chegou mais perto e disse, no meu ouvido:
— Tu vai dar trabalho, hein?
Virei de volta e respondi:
— Trabalho só pra quem não sabe lidar, meu querido.
Ele riu alto, daqueles que até o MC comentou no mic:
— Aí, Cabelinho! Já tomou toco?
A galera gargalhou, e eu aproveitei pra puxar Mari pra pista de novo.
— Bora dançar, que eu não vim aqui pra virar fã de ninguém.
E assim foi... primeira noite no baile e eu já tinha virado assunto. Mas meu foco era outro: curtir minha quebrada, reencontrar minhas raízes. O resto? Se for pra acontecer... vai acontecer.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!