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Convergência: Guerreiros do Amanhã

Ignis: Cinzas do Amanhã!

Uma vastidão vermelha cobre o céu. Montanhas rochosas e rios de magma se estendem até onde a vista alcança. No topo de uma formação vulcânica, ergue-se a fortaleza do Clã Ignis.

“Entre as chamas do passado e a fúria do presente, nasce a linhagem do fogo eterno. Clã Ignis... onde somente os que suportam a dor se tornam dignos de carregar o brasão ardente.”

Dentro da fortaleza, guerreiros jovens treinam sob o calor escaldante. Faíscas, suor e gritos de esforço ecoam. Dois irmãos se destacam no campo de treino — Kael, de espada flamejante, e Lyra, portando uma lança de energia azul.

"Estão todos dando o máximo... como se não soubessem o que vem depois."

Uma figura imponente observa de cima: o mestre do clã, Velkhan, um homem com o rosto marcado por queimaduras antigas, os olhos como carvões em brasa.

“A Chama do Despertar arde mais uma vez". O Ritual de Escolha será esta noite. Queimem as suas dúvidas... ou sejam consumidos por elas.”

Os guerreiros param o treino. O ar parece ainda mais quente. Alguns se entre-olham, nervosos, outros tentam manter a postura. O nome do Ritual de Escolha circulava entre os iniciados como uma lenda — poucos sabiam o que ele realmente exigia.

Kael observa a espada em sua mão. A lâmina pulsa, viva, alimentada por sua energia. Ele inspira fundo, tentando ignorar o aperto no peito. Lyra se aproxima em silêncio, seus olhos fixos no campo agora vazio.

“Vai acontecer, não vai? A marca... vai escolher hoje.”

“É inevitável.”

Um tremor sutil percorre o chão. Ao longe, o vulcão do clã solta uma lufada de fumaça incandescente. Era como se o mundo reconhecesse o momento que se aproximava. Os céus escurecem, tingindo-se com um vermelho ainda mais intenso.

Dentro da sala principal da fortaleza, Velkhan caminha lentamente em direção ao altar ancestral. Atrás dele, faixas vermelhas com símbolos flamejantes tremulam com o vento quente. Ele segura uma tocha apagada — a tocha do ritual.

“Eles não entendem o que está por vir. Pensam que a marca é uma honra. Mas toda chama exige algo em troca.”

Velkhan para diante de um espelho de obsidiana. Por um instante, seu reflexo se distorce — dois vultos encapuzados aparecem atrás dele, mas desaparecem quando ele pisca. Ele fecha os olhos, pressente o passado se aproximando.

“Duas marcas… dois irmãos… outra vez…”

Kael e Lyra estão no terraço da fortaleza, lado a lado, observando o horizonte incandescente.

“Quando tudo isso terminar… você acha que a gente ainda vamos ser os mesmos?”

“Não sei. Mas mesmo que mude… você ainda vai ser meu irmão.”

O céu estremece com um trovão flamejante. Um raio de energia vermelha rasga os céus e corta as nuvens. Os sinos de obsidiana tocam — um som grave e ensurdecedor, ancestral. Todos sabem o que isso significa. Chegou a hora!.

“Está começando.”

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O Fardo da Escolha

A noite se impôs sobre o território do Clã Ignis como um véu de silêncio carregado. A fortaleza, construída nas encostas de um vulcão adormecido, tremeluzia sob a dança incessante das chamas e da lava que corria abaixo dos alicerces. O calor era constante, mas naquela noite o que fazia suar os guerreiros não era o fogo – era o medo.

Um grande círculo fora formado no pátio principal. Rochas negras delimitavam o espaço sagrado onde as decisões mais importantes do clã eram tomadas. Os jovens que haviam passado pelas fases iniciais da seleção estavam ali, calados. Alguns fitavam o chão, outros observavam o céu vermelho-alaranjado, tentando se distrair da tensão que os consumia por dentro.

Velkhan, o líder supremo do Clã Ignis, surgiu com passos firmes. Sua armadura era feita de escamas negras com veios de magma, e sua presença parecia curvar o ar ao redor. Nas mãos, ele carregava a tocha ancestral – um artefato que havia sido passado de geração em geração. Sua chama era especial: alimentada não por óleo, mas por sangue e promessas.

Ele parou no centro do círculo. As chamas da tocha reagiram à sua presença, intensificando-se, como se soubessem que mais uma decisão marcaria o destino do clã.

— Vocês cresceram ouvindo histórias sobre os heróis de Ignis. Sobre os escolhidos que carregaram a chama além das fronteiras e selaram alianças, guerras e vitórias. Mas o que ninguém diz… é o peso que essa escolha traz. — Sua voz soava como um trovão abafado.

Os olhos de todos se voltaram para ele. Havia respeito… e temor.

— Somente dois receberão a marca. Serão os representantes do nosso sangue no Torneio da Convergência. O restante… vocês são a base. O calor invisível que mantém o fogo vivo. — disse Velkhan, girando lentamente a tocha no ar.

Aos poucos, brasas flutuantes se desprendiam da chama e giravam em torno dos jovens como espíritos observadores. Algumas tocavam a pele de um ou outro guerreiro, causando pequenos calafrios, como se já sondassem seus destinos.

Kael olhava tudo com olhos cerrados. Ele não temia a luta — estava pronto. Mas o que o preocupava era Lyra. Ela permanecia imóvel, mas seu semblante denunciava a tempestade interna. Ele se aproximou.

— Está pronta para isso? — sussurrou, quase sem encostar nela.

Lyra não respondeu de imediato. Fixava as brasas que flutuavam ao redor como se fossem estrelas cadentes anunciando desgraça.

— Não sei se quero essa marca, Kael. Porque toda vez que nos dizem que é uma honra… alguém não volta.

— Então voltamos nós. Juntos. Como sempre.

O silêncio foi quebrado quando Velkhan ergueu a tocha para o céu. As brasas subiram e, como se obedecessem a um comando antigo, explodiram em pequenos círculos flamejantes.

— Comecem. — disse ele, em tom fúnebre.

O chão estremeceu. As pedras ao redor do círculo se acenderam com runas antigas. A arena estava selada. Os guerreiros restantes — seis ao todo — se entreolharam. Estavam prontos para lutar entre si. Todos sabiam que apenas dois sairiam marcados. Os outros, talvez não saíssem de todo.

Kael girou sua espada envolta em calor, o metal vibrando com a antecipação. Lyra segurou firme sua lança de energia azul, seus olhos finalmente decididos.

A primeira batalha iria começar.

E o clã inteiro assistiria.

Herdeiros da Chama

O som do metal se chocando ecoava pelas muralhas de pedra viva do Clã Ignis. As chamas ao redor da arena dançavam como espectadores frenéticos, alimentadas pela fúria, suor e determinação dos combatentes. A prova final havia começado, e o fogo do passado ardia nos olhos de cada guerreiro ali presente.

Kael foi o primeiro a se mover. Como um raio incandescente, avançou contra um adversário que empunhava correntes flamejantes. As espadas gêmeas de Kael riscaram o ar, deixando rastros de calor visível. O inimigo tentou prender seus braços, mas Kael girou sobre si mesmo, desviando por pouco e cravando as lâminas cruzadas no ombro do oponente. A corrente caiu ao chão em brasa, derrotada junto de seu portador.

Do outro lado da arena, Lyra enfrentava dois guerreiros ao mesmo tempo. Um usava punhos de lava endurecida, o outro manipulava rajadas de fogo a distância. Ela girava sua lança de energia azul com precisão milimétrica, bloqueando golpes e lançando investidas rápidas. Com um salto calculado, cravou a lança no chão, liberando uma onda de choque elétrica que desequilibrou seus oponentes.

— Não subestimem minha vontade. — disse ela com firmeza, os cabelos esvoaçando sob o calor.

Kael, agora livre, correu para ajudá-la. Mas ela apenas ergueu a mão.

— Confia em mim. Termina o que começou.

Kael parou. Entendeu. Era a hora de cada um brilhar à sua maneira.

No centro da arena, um rugido rasgou o ar. O último guerreiro restante era o mais temido entre os jovens: Tharion, o braço direito do líder Velkhan. Ele havia escolhido participar para "garantir" que apenas os dignos saíssem dali vivos. Seu corpo era coberto por escamas negras, e suas mãos flamejavam como fornalhas.

— Vocês não são dignos. São só crianças brincando com fogo. — ele grunhiu, avançando sobre Kael.

O impacto do soco de Tharion lançou o jovem alguns metros para trás. Kael se ergueu com dificuldade, sangue escorrendo da boca.

— Você fala demais... — respondeu, girando suas espadas e cruzando-as em X sobre o peito. — ...hora de mostrar por que fui forjado nesse fogo.

As espadas brilharam. Um símbolo ancestral se acendeu em suas lâminas: a Marca da Chama Interior. Era o poder de seu sangue respondendo ao seu espírito. Kael investiu com ferocidade renovada, esquivando dos ataques e, com uma combinação brutal, perfurou a defesa de Tharion. A última estocada, nas costelas, o fez desabar com um grunhido de dor e surpresa.

Enquanto isso, Lyra finalizava os dois oponentes com movimentos suaves, como uma dança elétrica entre lanças e saltos. Com uma última rajada azul, ela os derrubou ao chão, inconscientes.

Silêncio.

O fogo ao redor diminuiu. Velkhan, que observava do alto, ergueu a tocha ancestral. Seus olhos fixaram os irmãos, agora ajoelhados, respirando com dificuldade, mas firmes.

— Kael Ignis. Lyra Ignis. Vocês se provaram. Não apenas pela força… mas pelo domínio sobre si mesmos. Pela lealdade. Pela união. — Sua voz ecoava pela arena.

A tocha acendeu ainda mais, e duas labaredas se desprenderam como serpentes vivas. Elas avançaram pelos céus e mergulharam nos corpos dos irmãos. Kael gritou, Lyra apertou os olhos. As chamas os envolveram e, por um instante, desapareceram dentro deles.

Quando tudo cessou, ambos estavam de pé. Seus olhos tinham um brilho diferente. Em seus braços, marcas vivas de fogo surgiram: runas ancestrais, como tatuagens em brasa, gravadas pela própria essência do clã.

— Vocês são agora os Portadores da Ignis. Herdeiros da Vontade Flamejante. — disse Velkhan.

O clã inteiro se ajoelhou. Até mesmo os derrotados. Ali, ninguém podia contestar. Eles eram os escolhidos.

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Dias depois, enquanto o sol despontava por entre as montanhas flamejantes, Kael e Lyra estavam de pé diante dos portões do clã. Cada um carregava consigo sua arma selada em compartimentos especiais forjados pelo mestre ferreiro. Suas vestes haviam sido trocadas: agora usavam trajes cerimoniais com o emblema do clã no peito, e uma longa capa vermelha que simbolizava a jornada.

Velkhan se aproximou, com um olhar severo, mas orgulhoso.

— Vocês representam mais do que o nosso clã. Representam o que o fogo é de verdade: destruição, sim… mas também renascimento. — Ele estendeu as mãos, entregando a cada um um pequeno cristal. — Isso os guiará até a Arena da Convergência. Lá, outros como vocês estarão esperando. Alguns lutarão com honra. Outros… nem tanto.

— Estamos prontos. — disse Kael, firme.

Lyra assentiu.

— Nos encontraremos de novo, quando a chama retornar.

Velkhan sorriu pela primeira vez.

— Ou quando ela consumir tudo.

Com um último olhar para seu lar, os irmãos partiram. O caminho à frente era incerto. Mas a chama dentro deles jamais os deixaria perder o rumo.

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